O jornalístico, obviamente, não conseguiu expor nem um terço da vida da intérprete ---- são mais de 70 anos de carreira em teatro, televisão e cinema ----, mas ainda assim prestou uma merecida reverência. Edney Silvestre acompanhou o trabalho da atriz na primeira fase de "A Dona do Pedaço", onde viveu a sanguinária Dulce, matriarca dos Ramirez, e conversou com o diretor Luciano Sabino sobre o profissionalismo de Fernanda. E palavras nem eram necessárias. Ficou perceptível nas imagens da atriz durante a forte cena em que Dulce matava três inimigos e incendiava a fazenda da família rival. Nem dublê foi necessário. Ela ficou diante do fogo sem problemas.
Os autores Silvio de Abreu e Walcyr Carrasco teceram vários elogios, assim como os colegas Edson Celulari e Renata Sorrah. O depoimento de Fernanda Torres sobre a força da mãe e a saga de uma mulher que sempre lutou pelo teatro brasileiro também foram alguns dos destaques.
A veterana, sempre muito solícita, ainda emocionou com a declaração que encerrou a entrevista: "O que me dá arrependimento me salva daqui a pouco. Cada dia que eu acordo, eu dou graças a Deus. Não sei como a gente consegue viver trabalhando tanto e sobrevivendo. Tenho muita fé na vida. Tanto que tive filhos. Não há mais fé na vida do que isso", finalizou. Foi um bonito programa.
A emissora também exibiu "Central do Brasil" (1998), na "Tela Quente" desta segunda-feira (14/10), com o intuito de relembrar o primoroso filme que rendeu a indicação de Fernanda ao Oscar de Melhor Atriz, a única brasileira já indicada ---- e perdeu injustamente para a inexpressiva Gwyneth Paltrow. A sua atuação como Dora, professora aposentada que escrevia cartas para analfabetos na Estação Central do Rio de Janeiro, comoveu o mundo. A cena final, então, é memorável. E foi um momento de poucas pretensões para a intérprete. Ela mesma chegou a declarar que já estava satisfeita com sua trajetória. Mal sabia que atingiria um novo patamar com o então novo trabalho. Sempre vale a pena rever um longa que tanto orgulha o cinema nacional, hoje tão desvalorizado.
Mas Fernanda foi pioneira em outra premiação, anos depois. A primeira brasileira que ganhou o Emmy Internacional de Melhor Atriz, por sua interpretação maravilhosa em "Doce de Mãe", série exibida em 2013, onde viveu a carismática Dona Picucha. Não deixou de ser uma reparação, ainda que tardia, à derrota inconcebível no Oscar. E impressiona como a veterana vira grande protagonista de todos os trabalhos que faz, misturando a sua vida com a do teatro, cinema e televisão. São 20 novelas, mais de 40 filmes e mais de 60 peças teatrais. Uma carreira gloriosa e premiada. Entre os folhetins que contaram com seu enorme talento, estão "Guerra dos Sexos" (1983); "Cambalacho" (1986); "Rainha da Sucata" (1990); "Zazá" (1997); "As Filhas da Mãe" (2001); "Belíssima" (2005); "Passione" (2010); "O Outro Lado do Paraíso" (2017) e a mais recente e já citada "A Dona do Pedaço".
Fernanda Montenegro é uma das figuras públicas mais renomadas do país e todas as homenagens são justas. Para comemorar seus 90 anos, a atriz ainda lançou recentemente a autobiografia "Prólogo, ato, epílogo", escrita com a jornalista e biógrafa Marta Góes. Um livro que retrata a trajetória de uma pessoa que fez das artes cênicas a sua alegria de viver. Uma diva brasileira. Viva Fernanda!
Todas as homenagens pra essa rainha sao justas.
ResponderExcluirUma das minhas sugestões de texto para este blog foi realizada: Fernanda Montenegro chegando aos 90 anos. Ela demonstra com sucesso quão relevante é na história da televisão, do cinema e do teatro brasileiro. Vivas para ela!
ResponderExcluirGuilherme
*foi atendida
ResponderExcluirGuilherme
Tá puxando o saco dessa comunista?
ResponderExcluirÉ sério isso? Vai pastar lá pro lado do teu bandido de estimação, gado.
ExcluirEla é maravilhosa e merece todas as homenagens! O Brasil se orgulha dela! abração,chica
ResponderExcluirVida longa a Fernanda Montenegro e que continue nos dando alegrias com seus trabalhos no cinema , televisão e teatro
ResponderExcluirOi, Sérgio!
ResponderExcluirPensei que o nome dessa grande senhora fosse mesmo Fernanda.
Em Portugal, hoje, tb seu aniversário já foi falado.
Parabéns, saúde e muitos anos de vida.
Abraço.
Sérgio, não sei se você sabe ou não, mas ao queremos publicar nosso comentar, temos que fazer a verificação, por exemplo, de quais os quadrados ocupados por veículos. Não dá à 1ª, nem à 2ª e as pessoas acabam se desmotivando, e comentam como anónimos. Evidente que há quem aproveite a opção anónimo pra dizer disparates. Se a senhora é comunista, então, que seja. Essa luta eterna na política, esquerda/direita, é algo ancestral, mas veio pra ficar. Não precisa ofender. Cada um é do partido que escolheu ser. Eu sou de centro-direita e me sinto bem no lugar, que escolhi.
ResponderExcluirNão sei se essa situação "chata" e pouco prática se pode alterar ou não, mas eu creio que sim, mudando o tipo/forma de comentário. Você optou por janelinha, pop-up, creio, mas o comentário integrado/incorporado é bem melhor, em minha opinião.
Dias bem felizes!
Ainda não me conformo dela não ter levado o Oscar de melhor atriz por Central do Brasil.
ResponderExcluirBig Beijos,
Lulu on the sky
Fato, anonimo.
ResponderExcluirFico feliz, Guilherme.
ResponderExcluirVerdade, Chica.
ResponderExcluirAmem, anonimo.
ResponderExcluirCéu, obrigado pela dica. Infelizmente tem esses contras mesmo...
ResponderExcluirNinguém se conformou, Lulu!
ResponderExcluirSérgio você esqueceu de relacionar um dos trabalhos da Fernanda na novela Esperança onde ela interpretou brilhantemente a LUIZA, avó de Maria
ResponderExcluir( Priscila Fantin ) e sogra de Giuliano ( Antonio
Fagundes). Foi uma participação nos primeiros capítulos, mas foi muito marcante.
É verdade, anonimo.
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