A parceria entre Globo e O2 Filmes já rendeu ótimos produtos e o mais aclamado é "Sob Pressão", série que retrata com maestria o caos na saúde pública do Rio de Janeiro e do próprio Brasil. Agora a emissora aposta em uma nova coprodução envolvendo outra temática de suma importância: a educação pública. Escrita pelas estreantes Carla Faour e Julia Spadaccini, a trama, que estreou nesta terça-feira (08/10), promete abordar vários dramas envolvendo o ensino da população mais velha e de jovens da periferia.
Dirigida por Joana Jabace, a série expõe a saga de cinco professores que resistem à péssima infraestrutura da escola, ao abandono institucional e à falta de reconhecimento e renovam, dia após dia, a fé no trabalho que realizam. A Educação é a esperança que move o quinteto e mostra que a segunda chance nunca é tarde na vida de tantas pessoas. A personagem que norteia esse enredo é a obstinada Lúcia, vivida pela sempre ótima Débora Bloch. A professora de Língua Portuguesa acaba se envolvendo com os dramas de seus alunos e sempre repete que eles podem até desistir da escola, mas ela jamais desistirá deles.
A protagonista tem um romance secreto com o diretor Jaci (Paulo Gorgulho), que tenta administrar o colégio como pode, embora mantenha uma certa distância em relação aos alunos que a amante nunca consegue. Sônia (Hermila Guedes), professora de História e Geografia; Marco André (Silvio Guindane), professor de Artes; e Eliete (Thalita Carauta), professora de Matemática; compõem o restante do time de educadores.
Os cinco lutam pela mesma causa, ainda que apresentem várias divergências ao longo do percurso e também enfrentem muitos dramas pessoais. Jaci, por exemplo, tem um relacionamento conturbado com seu filho, enquanto Sônia sofre com as agressões de seu violento marido, vivido por Otávio Muller.
A escola se chama Carolina Maria de Jesus para homenagear a primeira mulher negra que publicou um livro no Brasil. Era uma catadora de papel que escrevia, ao invés de xingar quando passava fome. A explicação foi dada em uma comovente cena de Lúcia motivando seus alunos. Aliás, o primeiro episódio já apresentou vários dramas reais que envolveram o público. Como a dura rotina de Natasha (Linn da Quebrada), travesti agredida quando entrava no banheiro masculino e rejeitada assim que botava os pés no feminino. Também foi exposta a luta de Dona Jurema (Teca Pereira), idosa que resolveu estudar mesmo em uma idade tão desacreditada por tantos. Vale ressaltar o conflito entre as alunas no começo ---- a senhora transbordou preconceito ---- e o singelo momento apaziguador no final ---- através de um duplo sorriso sincero no banheiro feminino. Dois nomes que prometem brilhar ao longo da série.
A complicada vida de Maicon Douglas (Felipe Simas) foi outro foco da estreia e a overdose sofrida pelo motoboy, após ter ingerido droga durante uma prova, provocou tensão. O drama de Solange, desesperada com a filha recém-nascida chorando sem parar em plena escola, também emocionou. Depois do papel deprimente em "O Sétimo Guardião", é bom ver Carol Duarte podendo brilhar. Outros intérpretes talentosos presentes no bem escalado elenco são José Dumont (na pele do morador de rua Silvio), Ingrid Gaigher (Aline), Nanda Costa (Rita), Vinícius de Oliveira (Pedro), Mariana Nunes (Gislaine), entre tantos mais. Todos os personagens apresentam muitas possibilidades de destaque nas próximas semanas. É preciso mencionar ainda os tocantes depoimentos de alunos reais no final de cada episódio. Uma mistura muito bem-vinda de realidade e ficção.
"Segunda Chamada" tem tudo para repetir o sucesso de "Sob Pressão" ----- deveria, inclusive, ser exibida logo após "A Dona do Pedaço", herdando a excelente audiência. É uma série tão necessária quanto e que já arrebatou logo na estreia. Um prazer, também, ver Débora Bloch de volta à tv como protagonista e atores como Thalita Carauta longe das caricaturas que a perseguiram na carreira. A história das autoras estreantes envolve com facilidade. Nada melhor, inclusive, que uma produção explore a rotina de alunos e professores em um momento tão controverso do país, onde o desprezo pela educação está cada vez maior.
É um absurdo essa série perfeita vir depois daquela chatíssima Filhos da Patria.
ResponderExcluirTava esperando esse texto. ADOREI!!!!!!
ResponderExcluirPreciso ver essa série!
ResponderExcluirO elenco é sensacional Débora Bloch, Paulo Gorgulho,José Dumont, Hermila Guedes, Carol Duarte,Felipe Simas e todo o elenco estão de parabéns
ResponderExcluirGlobo anunciou agora que vão inverter o horário. Menos mal.
ResponderExcluirQue bom que Paulo Gorgulho voltou para globo um excelente ator, tem outros nomes da Record que eu gostaria de ver de volta a Globo como Fernando Pavão,Petrônio Gontijo,Lucinha Lins, Denise Del Vecchio e Giuseppe Oristanio.
ResponderExcluirOlá, tudo bem? Ainda não assisti Segunda Chamada e nem Filhos da Pátria. Comentarei em breve no meu blog. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirFeliz de ver o Felipe Simas requisitado S2
ResponderExcluirEu gosto de Filhos da Patria, anonimo, mas concordo que o horário deveria ser invertido.
ResponderExcluirVeja, anonimo!!!
ResponderExcluirTodos ótimos mesmo, anonimo.
ResponderExcluirEu vi, anonimo. Ainda bem.
ResponderExcluirO Gontijo e o Giuseppe eu dispenso, anonimo, mas os outros concordo.
ResponderExcluirOk, Fabio.
ResponderExcluirEle merece, Chaconerrilla.
ResponderExcluirQuem trabalhou ou trabalha em escola de periferia conhece várias narrativas e histórias humanas que não são estranhas a essas que a série irá retrata. O desgaste emocional do profissional da educação que se envolve com essas histórias é notório.
ResponderExcluirO2 Filmes produzindo dramaturgia de qualidade, como sempre.
Não é só em periferia que acontece problemas sociais. Eles estão bem debaixo dos olhos, na casa ao lado da nossa, no quarto, na sala, na cozinha de nossas casas. Não importa a classe social, o nível de escolaridade, os problemas sociais estão aí, e não são as novelas, a internet, o cinema, a música, que estão corrompendo o ser humano, o mau está dentro de cada.
E é lógico que fica mais latente, mais visível entre os que estão mais expostos!
Achei a seria bacana! incrível! curti demais! Só peço um favor que a serie não entre na questão de ofender e/ou apoiar o atual governo! A minissérie precisa ser para todos! Se continuar nessa pegada que está, o espectador continuara assistindo! Elenco excelente
O que não compreendi nessa trama da O2 filmes:
"Por que não fazer um trabalho na trama que exibe a superação e considerando as inúmeras formas de evitar uma gravidez? Porque não mostra um grupo bem maior que da pobreza e educação busca o melhor caminho?"
Nanda Costa fala em direito das mulheres em relação ao aborto.
ResponderExcluirTudo bem, agora a atriz se esquece que a mulher tem o direito de exigir que o parceiro use o preservativo. Tem o direito de tomar anticoncepcional. Tem o direito de colocar o DIU. Tem o direito de colocar a camisinha feminina. Tem direito de usar a consciência.
Direitos tem demais e hipocrisia também. Esta turma da lacração não está com nada. Só prestam um total desserviço a sociedade. Há muitos meios de evitar uma gravidez, e isso ela não fala, não é?
Só quer impor sua visão distorcida das situações. Sem falar que aborto coloca a vida da mulher em risco. Isso a Nanda também não fala.
Vergonha!