quarta-feira, 31 de julho de 2024

Mariana não tem história em "Renascer"

 A segunda fase de "Renascer" é marcada pelo marasmo, onde os conflitos se arrastam ao longo dos meses sem qualquer acontecimento relevante. O telespectador pode se dar ao luxo de não assistir por umas cinco semanas que não perde nada de importante. O remake mantém tudo o que foi constatado em 1993. As pequenas mudanças de Bruno Luperi em nada alteram o ritmo da narrativa e um dos maiores equívocos da versão original foi a trama de Mariana, antes vivida por Adriana Esteves e hoje por Theresa Fonseca. 


Ou melhor, o maior problema está na falta de trama de Mariana. A personagem surge logo no início da segunda fase e pouco se sabe sobre ela. Mas não demora até Jacutinga (Juliana Paes) revelar que a menina é neta de Belarmino (Antônio Calloni). João Pedro (Juan Paiva) se apaixona imediatamente e a leva para sua casa no dia seguinte. Mas a garota se encanta por Zé Inocêncio (Marcos Palmeira) assim que o conhece e é correspondida. Tudo acontece em menos de uma semana. E, pouco tempo depois, os dois já se casam. 

A construção de todo o imbróglio amoroso acontece da forma mais rasa possível, o que impede qualquer envolvimento do telespectador com aquela história. Até porque Mariana diz que veio para se vingar, já que seu avô foi misteriosamente assassinado e sua avó precisou vender todas as terras para Inocêncio a um preço ridículo.

segunda-feira, 29 de julho de 2024

"Um Beijo do Gordo" reverencia a genialidade de Jô Soares

 No dia 5 de agosto, a morte de Jô Soares completa 2 anos. O apresentador, escritor, humorista, dramaturgo, diretor teatral, ator, músico e artista plástico era uma das figuras mais conhecidas e queridas do Brasil. Seu falecimento causou uma comoção nacional e desde então foi pensado em um documentário sobre a sua trajetória profissional, mas que também explorasse um lado pouco conhecido da sua intimidade. 


 O Globoplay produziu um especial que estreou neste domingo (28/07). "Um Beijo do Gordo", título baseado em um de seus bordões mais populares, conta com depoimentos de vários artistas e uma entrevista inédita de Flávia Pedras Soares, ex-esposa de Jô. “Foram 60 anos de vida profissional, 28 anos de entrevistas, 14.426 conversas, cerca de 1.300 dias de programas de humor, 300 personagens e nove livros”. É desta forma que a atriz Fernanda Montenegro abre o documentário que homenageia um dos maiores artistas da televisão brasileira: José Eugênio Soares.

Com quatro episódios, disponibilizados de uma só vez, a produção revisita a vida e obra do multiartista, relembrando seus projetos e personagens icônicos, e traz depoimentos de grandes talentos, além de entrevistas inéditas, como a de Flávia Pedras Soares, seu grande amor.   

quinta-feira, 25 de julho de 2024

"Renascer" está no ar há seis meses e só se fala em outra coisa

 O remake da obra original de Benedito Ruy Barbosa, exibida em 1993, está muito longe de repetir o sucesso de 31 anos atrás. "Renascer" está até o momento com uma média de 25,4 pontos e até hoje nenhum capítulo chegou aos 30 pontos, índice tão almejado pela Globo. Os números são preocupantes porque "Terra e Paixão", de Walcyr Carrasco, conseguiu elevar em 3 pontos a média do fracasso de "Travessia", escrita por Glória Perez. Ou seja, chegou ao fim com 27 pontos e vários capítulos chegaram aos 32 de média com picos de 34. E a atual trama não reage, nem repercute e muito menos desperta qualquer interesse do grande público.


No ar desde o dia 22 de janeiro, a novela só acaba na primeira semana de setembro. E a longa duração não reflete na atratividade do enredo, que se arrasta e apresenta pouquíssimos acontecimentos relevantes. Vale lembrar que a versão original já tinha sido criticada na época por conta da segunda fase modorrenta e sem conflitos. A primeira fase sempre foi a mais lembrada e querida pelos telespectadores. Mas é preciso ressaltar que nas décadas de 1970, 1980 e 1990 era comum qualquer folhetim ter um ritmo mais devagar, afinal, não havia internet, celular, plataformas de streaming e nada que provocasse maiores distrações na audiência. Era raro alguma produção receber críticas por causa de narrativas arrastadas, o que só reforça o quão vagarosa era "Renascer", a ponto da crítica especializada da época ter apontado esse defeito.

A produção de um remake exigia um mínimo de cuidado em relação ao roteiro na obra. Mudanças eram necessárias para manter o interesse do telespectador. Bruno Luperi ficou conhecido por ter copiado e colado praticamente todo o texto do avô na nova versão de "Pantanal", exibida em 2022.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

"Os Outros" impactou e surpreendeu o público

 O que acontece quando todo mundo acha que tem razão? Essa pergunta é o despertar da série Original Globoplay ‘Os Outros’, criada por Lucas Paraizo e com direção artística de Luisa Lima, que estreou no dia 31 de maio de 2023 no Globoplay e migrou para a Globo no dia 18 de abril deste ano. A produção foi um dos maiores sucessos do streaming no ano passado e chega ao fim na grade aberta nesta quinta-feira, dia 25.


No fictício condomínio Barra Diamond, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, duas famílias vizinhas vividas por Cibele (Adriana Esteves) e Amâncio (Thomás Aquino) e Wando (Milhem Cortaz) e Mila (Maeve Jinkings) entram em choque após a briga dos filhos adolescentes, Marcinho (Antonio Haddad) e Rogério (Paulo Mendes). O que poderia ser um desentendimento corriqueiro cresce e desperta reflexões importantes sobre os limites da tolerância, capacidade de escuta e diálogo, compaixão, influência dos pais na criação dos filhos e solução de conflitos na atualidade.

 É em busca de segurança e qualidade de vida que a família de Cibele se muda para o condomínio Barra Diamond, após ter vivido de perto a violência em um bairro de subúrbio onde moravam. Seduzidos pelo ideal de felicidade dos grandes residenciais, Cibele e o marido Amâncio estão aliviados em poder oferecer uma condição de vida melhor e uma juventude com mais opções para o filho Marcinho.

terça-feira, 23 de julho de 2024

Quinta e última temporada foi a melhor de "Sob Pressão"

 A quinta e última temporada de "Sob Pressão" chega ao fim na Globo nesta terça-feira (23/07), após ter estreado no Globoplay em 2022. O autor Lucas Paraizo e o diretor Andrucha Waddington foram responsáveis por uma das séries mais bem-sucedidas da história da Globo, o que não é algo simples. Foram cinco temporadas que arrebataram público e crítica e havia fôlego para mais. Mas a produção realmente acabou e se despediu com uma leva de episódios emocionantes. 


A história protagonizada por Evandro (Julio Andrade) e Carolina (Marjorie Estiano) teve quatro temporadas repletas de dramas bem construídos em meio a choques de realidade que trouxeram reflexão e questionamento sobre a saúde pública do Brasil. A quarta temporada, exibida ano passado, foi a única que teve altos e baixos, mas ainda assim merecedora de muitos elogios. Só que a quinta conseguiu superar a expectativa dos mais ansiosos pelo 'último ano' da série. Foi quase uma volta às origens, onde os conflitos pessoais de cada médico dominaram a narrativa, tendo como complemento as questões de vários pacientes que ajudaram a engrandecer a o conjunto. 

A trama focou nas feridas psicológicas dos médicos e foi uma avalanche de sofrimento ao longo dos episódios. Os momentos de leveza foram raros, mas não é uma crítica. A densidade dramática fez toda diferença para tornar a temporada inesquecível.

quinta-feira, 18 de julho de 2024

"Pedaço de Mim" é um sopro de criatividade em meio a um marasmo de ideias

 Em meio ao catastrófico cenário atual da teledramaturgia, onde as novelas inéditas pecam com enredos frágeis, repetitivos e monótonos, e até as plataformas de streaming nada apresentam como alternativa, é um suspiro de esperança assistir ao novo produto da Netflix: "Pedaço de Mim", escrito por Angela Chaves e dirigido por Maurício Farias. A série, de temporada única com 17 episódios já disponíveis, tem a alma de um bom folhetim e satisfaz quem está órfão do gênero em 2024. 


Produção de A Fábrica, "Pedaço de Mim" é uma história de sonhos impactados por reviravoltas, perdas e aprendizados. Liana (Juliana Paes), uma mulher que sonha em ser mãe, acaba tendo sua trajetória atravessada por eventos de alta força dramática, que afetam seu casamento com Tomás (Vladimir Brichta). Após descobrir a infidelidade do marido, a noite de Liana acaba em uma relação não-consensual e em uma raridade científica, a superfecundação heteroparental: uma gravidez de gêmeos de pais diferentes. Liana, disposta a lutar para manter a situação em segredo, se vê em meio a uma confusão de sentimentos, sem saber se conseguirá amar igualmente as duas crianças e manter suas relações familiares da mesma forma.

A autora criou uma história ousada, criativa e que instiga o público, prendendo até o final. Diante de um vazio de novidades que a atual fase da teledramaturgia enfrenta, é um alento acompanhar um enredo que envolve e provoca discussões internas em quem está assistindo. Porque nada naquela trama é preto no branco.

terça-feira, 16 de julho de 2024

Brilhante em "Renascer" e "Justiça 2", Juan Paiva é um dos maiores talentos da nova geração

 O talento de Juan Paiva já é conhecido do grande público. Vem emendando vários trabalhos na televisão e se destacando na pele de personagens sofridos. Assim que "Renascer" iniciou sua segunda fase, o ator demonstrou que seria um dos grandes acertos do remake da obra original de Benedito Ruy Barbosa e o mesmo aconteceu com a estreia de "Justiça 2" no Globoplay. 


O ator emociona na pele de João Pedro na trama adaptada por Bruno Luperi no horário nobre da Globo. O filho caçula de Zé Inocêncio (Marcos Palmeira) carrega a culpa da mãe ter morrido pouco depois de seu parto e enfrenta a rejeição do pai, que o trata com desdém, assim como os irmãos, com quem nunca teve qualquer relação mais íntima. Para culminar, ainda se apaixonou por uma mulher que o descartou para se casar justamente com seu pai. É um perfil que promove a empatia do público, ao mesmo tempo que irrita pelo excesso de subserviência que tem diante do homem que o botou no mundo. 

As cenas de Juan em "Renascer" são quase todas tristes ou sérias, tanto que o rapaz quase não sorri. São raros os instantes de leveza. Mas Juan não mostra dificuldade ou incômodo diante de tantas sequências do tipo. Convence em todos os momentos e faz bonitas parcerias cênicas na história, vide seus embates protagonizados ao lado de Marcos Palmeira ou as brigas que representa junto de Marcello Melo Jr. (Zé Bento) e Vladimir Brichta (Egídio).

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Família Leonel enriqueceu, mas nada mudou em "No Rancho Fundo"

 A grande virada da atual novela das seis, escrita por Mário Teixeira e dirigida por Allan Fitermann, foi a descoberta da turmalina paraíba, o que provocou o enriquecimento da família protagonista que vivia em condições de pura miséria. Porém, "No Rancho Fundo" não apresentou qualquer alteração na história e o pior: parece até que o enredo acabou. 


Mário Teixeira sempre teve um grave problema no desenvolvimento de suas novelas. Seu texto é primoroso e dá gosto de ouvir os personagens proferindo tudo o que o autor escreve. Há uma riqueza nas palavras, o que tem sido ainda mais perceptível na atual produção. Mas é impressionante como todo folhetim seu perde a 'musculatura' após cerca de um mês de exibição. Foi assim em "O Tempo Não Para", "Mar do Sertão" e agora em "No Rancho Fundo". 

É verdade que na atual novela das seis houve uma preocupação do escritor em não correr muito com a história, que não acabou em duas semanas, como ocorreu com "Mar do Sertão". No entanto, a passagem de tempo provocou um banho de água fria no público que esperava ansiosamente para ver Zefa Leonel (Andrea Beltrão) finalmente vendendo a turmalina paraíba, após uma saga em busca de um comprador honesto que valorizasse a riqueza da pedra.

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Tudo sobre a coletiva de "Pedaço de Mim", nova série da Netflix

 Da janela do apartamento do casal protagonista para o evento de lançamento de Pedaço de Mim: a vista privilegiada de um dos cartões-postais mais deslumbrantes do Rio de Janeiro, o Pão de Açúcar, foi o cenário de uma conversa sobre a primeira série brasileira de melodrama da Netflix. Na manhã desta terça-feira, com mediação da apresentadora Regina Volpato, os atores Juliana Paes e Vladimir Brichta, o diretor artístico Maurício Farias e a autora e roteirista Angela Chaves contaram detalhes da história, que estreia na próxima sexta-feira, 5 de julho. 


Para Angela, as pessoas vão se identificar com o que a Liana (Juliana Paes) passa a viver dentro de casa. "A trama fala sobre assuntos muito difíceis, sem qualquer tipo de julgamento sobre o comportamento da protagonista. O que interessa, o cerne da história, é a transformação na vida dela depois da violência que sofre. A superfecundação heteroparental, na verdade, é apenas o catalisador de um grande drama familiar", confirma a autora.

Depois da exibição de uma cena em que Liana confronta Oscar, o antagonista vivido pelo ator Felipe Abib, Juliana Paes teve uma reação inusitada e se exaltou com o personagem.

terça-feira, 9 de julho de 2024

"O Jogo que Mudou a História" tem show de sangue, violência e realidade

 Rio de Janeiro, décadas de 1970 e 1980. É para esse período em que o público é transportado em "O Jogo que Mudou a História", série Original Globoplay, inspirada na história de facções reais e mergulhada em realidade. São três as favelas em que a trama se desenvolve, as fictícias Padre Nosso, Parada Geral e Morro da Promessa, e o público pode acompanhar como uma guerra de dentro do presídio de Ilha Grande, outro cenário em destaque, se estende às favelas e invade até mesmo o campo de futebol com uma fatídica e trágica partida. 


Ao longo de 10 episódios, com publicação de dois por semana sempre às quintas-feiras, diferentes tramas se entrelaçam. A trajetória dos múltiplos personagens, heróis e anti-heróis, oscila em conflitos internos e externos. Para contar a história de como o crime organizado surgiu no Rio de Janeiro, a trama, com toda sua intensidade, começa apresentando parte dos seus protagonistas, em um dos cenários de maior destaque da narrativa, o presídio em Ilha Grande. Dois novatos nesse ambiente conhecem as regras desse violento universo junto com o público: Egídio (Ravel Andrade), um jovem sem histórico criminoso ou de militância política que é preso depois de atropelar a filha de um general, e Jesus Pedra (Raphael Logam), um carcereiro iniciante que nem imagina o que lhe aguarda no novo emprego. Desde o primeiro dia, a transformação é inevitável para ambos.

 Na prisão, dois grupos comandam o lugar, de um lado a falange "Jacaré"; e do outro, a "Turma do Fundão", a futura “Falange Vermelha”, composta por presos políticos e assaltantes de banco, como Chico da Cavanha (Rômulo Braga), Rosevan (Bukassa Kabengele), mais conhecido como Mestre, e Hoffman (Babu Santana). Referência para os companheiros, o Mestre também sonha em voltar a morar com sua esposa e os filhos.

domingo, 7 de julho de 2024

Plateia mancha a final acirrada da "Dança dos Famosos"

 A vigésima primeira edição da "Dança dos Famosos" chegou ao fim neste domingo, dia 7. A estreia foi no dia 3 de março e foram quase cinco meses de competição. Mais uma vez o formato se mostrou um do pontos altos do "Domingão" e dificilmente Luciano Huck deverá se desfazer dele, o que é ótimo. A temporada foi bem acirrada e vários nomes se destacaram. A final teve Lucy Alves, Tati Machado e Amaury Lorenzo, o que fez jus ao histórico de cada um na disputa.


O trio finalista teve um desempenho superior aos demais em todas as rodadas e não por acaso permaneceram na competição até o último dia. Tati Machado foi uma das maiores surpresas do elenco e se mostrou favorita logo em sua primeira apresentação, ainda na época das danças em grupo. Houve um leve retrocesso em seu desempenho perto da reta final, mas nada que a tenha prejudicado. Amaury Lorenzo foi outro nome que se destacou no início e nunca chegou a ser ameaçado com uma eliminação. Sua entrega era visível. 

Já Lucy Alves impressionou assim que deu o pontapé inicial na disputa. Até porque já é uma grande cantora e uma ótima atriz. Caso não fosse uma boa dançarina seria bastante compreensível, afinal, ninguém pode ser excelente em tudo. Mas Lucy é.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

Eliana chega à Globo com o prestígio que merece

 Após quase 35 anos de trajetória na televisão brasileira, Eliana, que já comandou programas de diferentes formatos, mostra sua versatilidade, agora, na Globo, assumindo projetos no GNT e na TV Globo. A apresentadora é o quarto nome confirmado para o elenco do ‘Saia Justa’, do GNT. Ela se junta à veterana Bela Gil e às recém-chegadas Rita Batista e Tati Machado, assumindo a posição de âncora do programa de debates, que volta ao canal no dia 7 de agosto. Na TV Globo, Eliana é a nova apresentadora do ‘The Masked Singer Brasil’, que em 2024 ganha um especial de fim de ano e, em 2025, a sua quinta temporada.


A estreia de Eliana na TV Globo acontece no dia 28 de novembro no programa ‘Vem que Tem’, o especial multiplataforma do projeto de Black Friday da Globo para o mercado publicitário. A escolha da apresentadora para comandar o programa acompanha outro movimento na empresa. Além do contrato artístico, Eliana passa a ser representada comercialmente pela Globo, com exclusividade. A representação se dará através da ViU, que passa a responder por qualquer negociação de imagem da apresentadora para novas campanhas publicitárias em todas as plataformas, inclusive redes sociais.

 “Como tudo na nossa vida, vamos amadurecendo e buscando novas experiências. Vejo minha vinda para a Globo como a realização de um desejo de inovar. Estar na maior emissora do Brasil e poder viver novas experiências profissionais é um marco na minha carreira. Sinto uma mistura de felicidade, de reconhecimento e frio da barriga. E isso me motiva pessoalmente e profissionalmente”, celebra a apresentadora.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Não deu para comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIAP+ na teledramaturgia atual

 Na sexta-feira passada, dia 28, foi comemorado o dia do Orgulho LGBTQIAPN+. Mas não há muitos motivos para comemoração na teledramaturgia. Não há um casal homoafetivo sequer nas três novelas inéditas atuais da Globo, enquanto na concorrência qualquer romance do tipo inexiste há muitos anos. Foi uma longa jornada para que as relações gays ganhassem relevância na ficção a ponto de beijos irem para o ar sem qualquer censura. Mas houve um grave retrocesso ano passado que repercutiu muito mal na imprensa e nas redes sociais. 


Não dá para esquecer toda a polêmica envolvendo "Amor Perfeito", "Vai na Fé" e "Terra e Paixão" em 2023. As novelas da seis, sete e nove, respectivamente, tinham casais homoafetivos e sofreram censura da cúpula da Globo, que mudou os rumos de algumas histórias, embora não tenha conseguido destruir os pares que caíram na boca do povo. Na trama das 18h, houve uma clara mudança de rumo no enredo envolvendo Érico (Carmo Dalla Vechia), que era declarado gay até começar a se relacionar com Verônica (Ana Cecília Costa) e ter sua relação com o ex praticamente apagada. No fenômeno das sete, houve vários cortes nos beijos de Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman) e somente após uma pressão imensa do público que liberaram a troca de carinhos. Porém, na mesma novela, o romance de Yuri (Jean Paulo Campos) e Vini (Guthierry Sotero) acabou eliminado do roteiro. 

Já na trama das nove, o sucesso de Kelvin (Diego Martins) e Ramiro (Amaury Lorenzo) foi tão grande que a cúpula da Globo não conseguiu tirar o destaque do casal e Walcyr Carrasco foi dando cada vez mais cenas para os personagens, a ponto de dominarem o último capítulo, com direito a muitos beijos, declarações e um casamento.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Valdineia Soriano fará falta em "No Rancho Fundo"

 A morte de Dona Manuela estava prevista na sinopse de "No Rancho Fundo" e a personagem surgiu em cena já demonstrando uma condição frágil de saúde. Seu desfecho não era surpresa para ninguém. Mas, ainda assim, é uma perda para o elenco da atual novela das seis da Globo. Valdineia Soriano se despediu da trama no capítulo desta segunda-feira (01/07) com uma bonita sequência. 


A atriz baiana é integrante do Bando de Teatro Olodum desde a formação do grupo, em 1990, e tem mais de 16 anos de carreira. Brilhante em "Ó Paí, Ó" (2007), como Maria, companheira de Reginaldo (Érico Brás), a intérprete também participou da continuação do filme --- "Ó Paí, Ó 2", em 2023 ---- e esteve em outras produções, como "Tim Maia" (2014), "Café com Canela" (2018) e "O Alecrim e o Sonho" (2023). 

Porém, mesmo com tantos anos de profissão, Valdineia fez sua estreia em novelas apenas no ano passado. O fenômeno "Vai na Fé", escrito por Rosane Svartman, contou com uma pequena participação da intérprete, que ganhou uma personagem que transbordava doçura: a Mãe Ana.