sábado, 31 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: os destaques do ano

 Após cinco retrospectivas relembrando os artistas que deixaram saudades, os piores do ano, os melhores casais, as cenas mais marcantes e as melhores atrizes e atores de 2022, chegou a hora de listar os destaques do ano que passou. A última retrô do blog é sobre as produções que mais marcaram ao longo destes doze meses e foram vários trabalhos admiráveis que merecem menção. Vamos a eles.



"Pantanal":

O remake do fenômeno de Benedito Ruy Barbosa, exibido pela Rede Manchete em 1990, foi o grande acerto dramatúrgico da Globo em 2022. A emissora também se esforçou para dar certo. O clima de superprodução era evidente nas inúmeras chamadas e do intenso processo de divulgação feito com bastante antecedência. Adaptada pelo neto do autor, Bruno Luperi, a trama novamente caiu nas graças do público e fez sucesso nas redes sociais, além de ter caído na boca do povo através de algumas expressões dos personagens que viraram meme, como 'ara', 'querimbora', 'reiva', 'câmbio' e 'fivela de respeito'. Vários atores brilharam e viveram grandiosos momentos na história, como Alanis Guillen na pele de Juma Marruá, Juliana Paes em uma luxuosa participação, Isabel Teixeira como Maria Bruaca, Murilo Benício como Tenório, Osmar Prado como Velho do Rio, Marcos Palmeira como Zé Leôncio, entre tantos mais. Os equívocos da novela foram os mesmos que aconteceram em 1990 porque Luperi se mostrou incapaz de mudar conflitos e mexer em algumas situações que não funcionaram há 32 anos. Era para ter sido um remake perfeito porque havia a possibilidade de consertar os erros do passado, mas a chance foi jogada no lixo. Pena.



"Além da Ilusão": 

A novela das seis de Alessandra Poggi fez sucesso e reergueu a faixa das 18h da Globo. Muitas foram as razões para o êxito e uma delas foi o mergulho no melodrama rasgado em um enredo de época muito bem exposto por uma equipe competente de caracterização e figurino. A trama também era bem movimentada e com boas viradas, ao mesmo tempo que os núcleos secundários se destacaram pelo bom elenco escalado e ótimos casais. A autora só errou no desenvolvimento do conflito central envolvendo Davi (Raffae Vitti) e Isadora (Larissa Manoela). Os atores brilharam e tinham química, mas tudo o que cercava o par era problemático ao extremo e a romantização incomodou do início ao fim. Não deu para engolir a paixão arrebatadora que o mocinho sentiu, dez anos depois, pela irmã da sua falecida amada sem achar que era uma obsessão pela imagem da morta. E nenhum personagem se incomodar com o fato do rapaz estar com a irmã da antiga paixão que ocasionou uma desgraça na família (o pai assassinou a filha mais velha por engano, já que tentou matar o futuro genro) foi um completo absurdo. Mas os vilões eram excelentes, a trilha sonora deliciosa e vários romances caíram nas graças do público, como Violeta (Malu Galli) e Eugênio (Marcelo Novaes), Leônidas (Eriberto Leão) e Heloísa (Paloma Duarte); e Olívia (Debora Ozório) e Tenório (Jayme Matarazzo). 


sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: as melhores atrizes e os melhores atores do ano

 Com mais de cento e setenta cenas na retrospectiva de melhores cenas da televisão, obviamente não faltou ator talentoso na telinha. Portanto, chegou a hora de listar as melhores atrizes e os melhores atores do ano que está perto do fim. Vários se destacaram, emocionaram e protagonizaram grandes momentos em novelas, séries e minisséries. Vamos a eles.


Melhores Atrizes: 


1- Alinne Moraes. 

 Bárbara foi uma das personagens mais complexas de "Um Lugar ao Sol". Embora algumas atitudes parecessem de uma vilã, a patricinha vivia uma avalanche de sentimentos e tinha uma relação tóxica com Christian/Renato. Alinne esteve irretocável em cena e sua parceria com Cauã Reymond, Ana Beatriz Nogueira e Ana Baird foi incrível. 



2- Alanis Guillen.

A Juma Marruá do remake de "Pantanal" tinha que ser dela. A atriz teve um trabalho de composição fantástico e fugiu do elevado risco de cair na caricatura. A menina-onça que vivia com 'reiva' foi defendida com brilhantismo e a atriz saiu gigante da novela. Um reconhecimento que estava merecendo desde sua estreia na última temporada de "Malhação"

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: as melhores cenas do ano

 Com a voltas das gravações em virtude do avanço da vacinação contra a covid-19, as novelas retornaram ao ritmo normal. No entanto, no início do ano várias produções ainda enfrentavam as restrições por conta da variante ômicron e algumas já entraram no ar finalizadas, como "Nos Tempos do Imperador", "Quanto Mais Vida, Melhor!" e "Um Lugar ao Sol". Já ao longo de 2022 tudo foi voltando ao ritmo normal. E foram muitas cenas merecedoras de elogios. Vamos a mais uma retrospectiva: 




Paula desabafa com a filha em "Quanto Mais Vida, Melhor!":

Giovanna Antonelli e a grata revelação Nina Tomsic emocionaram no momento em que Paula contou para a Ingrid que antes dela teve uma filha que faleceu. Um raro momento de fragilidade da personagem egocêntrica da novela das sete que ainda culminou em uma nova briga no desfecho da sequência. As duas atrizes brilharam. 


Passagem de tempo em "Um Lugar ao Sol":

Apenas três meses se passaram, mas Lícia Manzo conseguiu transformar a passagem em uma aula de sensibilidade com a exibição de vários momentos da novela das nove enquanto Ravi (Juan Paiva) narrava a metáfora das formigas. A autora é a que melhor consegue criar passagens de tempo. 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: os melhores casais do ano

 As produções televisivas voltaram ao ritmo normal de gravações por conta do avanço da vacinação contra a covid-19. A temporada de reprises acabou. E com isso vários casais se destacaram nas novelas ao longo de 2022. Vamos a eles: 




Guilherme e Flávia ("Quanto Mais Vida, Melhor!"): 

 A deliciosa "Quanto Mais Vida, Melhor!" foi um grande acerto de Mauro Wilson e o autor foi muito feliz na construção do casal interpretado por Mateus Solano e Valentina Herszage na trama. Os atores viveram pai e filha em "Pega Pega" (2017), reprisada ano passado, e representaram um casal que conquistou o público. A dançarina de pole dance que vivia metida em confusões foi a maior responsável pelo início do processo de 'humanização' do cirurgião que era abusivo e controlador. A música "Together", cantada por Sia, tema de Flávia, deixavam as cenas do par ainda melhores. A ótima repercussão nas redes sociais foi fruto de uma soma muito feliz de atores, personagens e desenvolvimento. 



Violeta e Eugênio ("Além da Ilusão"): 

Malu Galli e Marcello Novaes transbordaram química desde a primeira cena, quando os personagens se conheceram e logo se implicaram. Uma fórmula que raramente falha na teledramaturgia. O jogo de gato e rato seguiu ao longo de "Além da Ilusão" e o casal virou o mais bem aceito nas redes sociais. Violeta era uma personagem muito sofrida e cheia de feridas não cicatrizadas. Seus momentos com Eugênio acabaram funcionando como uma válvula de escape para a mãe da protagonista da história de Alessandra Poggi. O casal ainda teve a melhor música da novela: "Easy on me", de Adele. 


terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: os piores do ano

As retrospectivas de fim de ano são uma tradição neste blog e há o costume de apresentá-la em partes. Após a lista de triste perdas do meio artístico em 2022, chegou a hora de das listas de piores, melhores casais, cenas, atores e destaques. Começando, como sempre, pela seleção do que teve de pior no ano que passou. Vamos a eles. 



"BBB 22": 

A expectativa era alta. Afinal, o maior reality do país vinha de dois grandes sucessos seguidos: o "BBB 20" e o "BBB 21". No entanto, a edição decepcionou do início ao fim. O elenco foi muito mal escalado, tanto no time Camarote quanto no Pipoca. O clima de paz e amor transformou a competição em um marasmo e nada do que a produção fazia surtia efeito nas dinâmicas. Para culminar, o favoritismo de Arthur Aguiar deixou tudo ainda pior e desanimador. A audiência não foi ruim, mas bem abaixo das duas anteriores e a repercussão nem chegou perto. A prova foi o número ínfimo de seguidores nas redes sociais que os participantes ganharam ao longo dos meses. Não por acaso, todos desapareceram da mídia, sem exceção. Para o grande público nem parece que teve "BBB" em 2022 e a última campeã é Juliette. 



"Nos Tempos do Imperador": 

A novela de Alessandro Marson e Thereza falcão foi uma continuação da bem-sucedida "Novo Mundo", escrita pelos mesmo autores em 2017. A intenção era repetir o sucesso. Mas foi um imenso fracasso. Não caiu bem um Dom Pedro II progressista e personagens de época com comportamentos tão evoluídos. A história ainda teve conflitos fracos e a romantização do caso de Pedro (Selton Mello) com a Condessa de Barral (Mariana Ximenes) foi fortemente rejeitada. A novela ainda teve uma cena que revoltou o público nas redes sociais: o mocinho, negro, falou sobre racismo reverso, algo que nem existe. Para culminar, a produção esteve envolvida em várias polêmicas e a mais grave foi o caso de racismo nas bastidores. Várias atrizes do núcleo dos escravizados mencionaram atitudes racistas do diretor, Vinícius Coimbra, que acabou demitido da Globo meses depois. Não por acaso, Roberta Rodrigues, uma das intérpretes que o acusaram, nem apareceu para gravar o desfecho de sua personagem. Novela para esquecer. 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Retrospectiva 2022: os artistas que deixaram saudades

 Após dois anos de pandemia, o avanço da vacinação permitiu que em 2022 a vida das pessoas voltasse ao (quase) normal e assim houve o retorno da rotina das gravações de novelas e séries, realização de shows e peças teatrais, enfim. No entanto, foram muitas perdas na classe artística e vários nomes e peso deixaram o cenário cultural mais vazio e triste. Hoje se inicia a retrospectiva tradicional do blog e começando com saudade. 




Batoré (1961 - 2022):

Ivanildo Gomes Nogueira, conhecido do grande público pelo seu personagem mais famoso, o Batoré, do humorístico "A Praça é Nossa", faleceu dia 10 de janeiro, aos 61 anos. Em 2016, foi para a Globo, onde atuou em "Velho Chico" como o delegado Queiroz. Em 2019, voltou para o SBT, após um afastamento de 15 anos. O ator enfrentava um câncer. 

Françoise Forton (1957 - 2022):

A atriz faleceu aos 64 anos, no dia 16 de janeiro, após quatro meses de internação. Ela enfrentava um câncer pela segunda vez (a primeira foi em 1989, quando gravava "Tieta"). Com mais de 40 novelas no currículo, Françoise sempre esbanjou elegância e não por acaso acabava ganhando perfis parecidos em folhetins. Um de seus tipos mais lembrados foi a perua Meg, de "Por Amor" (1997). Sua última novela foi "Amor sem Igual", na Record, em 2019. Deixou o marido, o produtor cultural Eduardo Brata, e o filho, Guilherme Forton Viotti.

domingo, 25 de dezembro de 2022

As justiças e as injustiças do "Melhores do Ano" de 2022

 O "Melhores do Ano" foi ao ar neste domingo, dia 25, sob o comando de Luciano Huck, com direito a uma grata surpresa no final com o show maravilhoso de Milton Nascimento e Simone. Merecia até ter durado mais tempo. Como ocorre todo ano, inclusive na época de Faustão, foram muito premiados merecedores e algumas indicações controversas, além de esquecimentos injustos. Então vale analisar as justiças e as injustiças da edição de 2022. 


Na categoria Melhor Atriz de Novela foram três nomes de "Pantanal" escolhidos: Alanis Guillen, Dira Paes e Isabel Teixeira. Três nomes mais do que merecidos. Alanis foi a melhor escolha possível para Juma Marruá, enquanto Dira Paes emocionou e divertiu com sua Filó. No entanto, Isabel deveria estar como Melhor Atriz Coadjuvante. A atriz foi um dos maiores trunfos do remake de Benedito Ruy Barbosa e fez de Maria Bruaca um fenômeno. Ganhou e merecia o troféu com larga vantagem, mas como coadjuvante e não principal porque era um perfil secundário. Uma pena que várias intérpretes tenham sido esquecidas, como Alinne Moraes, que deu um show como Bárbara em "Um Lugar ao Sol", ou Valentina Herszage e Giovanna Antonelli, que brilharam como Flávia e Paula Terrare em "Quanto Mais Vida, Melhor!". Larissa Manoela também fez bonito como Isadora e Elisa em "Além da Ilusão". 

Na categoria Melhor Ator de Novela ao menos houve a lembrança da novela das seis de Alessandra Poggi. Antônio Calloni foi um dos indicados e seu desempenho como o esquizofrênico Matias foi extraordinário. Murilo Benício, que se destacou como Tenório, e Marcos Palmeira, que viveu seu melhor momento na televisão como Zé Leôncio, ambos em "Pantanal", também foram indicações justas.

sábado, 24 de dezembro de 2022

Feliz Natal!



Quero desejar a todos os meus leitores um Feliz Natal. Após dois anos de pandemia, o avanço da vacinação contra a covid-19 fez com que a vida fosse retomada aos poucos e com ela a programação televisiva, agora não mais dominada por reprises. Novamente contei com a presença dos fiéis seguidores e leitores, tanto os que apenas leem as postagens quanto os que fazem questão de comentar. Já são mais de 220 mil seguidores no Twitter, 48 mil no Instagram e quase 50 mil no Facebook. Que todos tenham muita saúde, paz, vacina no braço e tudo de melhor sempre. A partir de segunda (26) as listas da tradicional retrospectiva do blog serão iniciadas. Até lá.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Tudo sobre a primeira coletiva online de "Vai na Fé", a próxima novela das sete

 A Globo promoveu na quinta-feira passada, dia 15, a primeira coletiva online de "Vai na Fé", a nova novela das sete, escrita por Rosane Svartman e dirigida por Paulo Silvestrini, que estreia em janeiro de 2023. Participaram a autora, o diretor e os atores Sheron Menezzes, Carolina Dieckmann, Bella Campos, Samuel de Assis, Carla Cristina Cardoso, Zecarlos Machado, Claudia Ohana, Che Moais e Elisa Lucinda, além da produtora Mariana Pinheiro. Fui um dos convidados e conto tudo sobre o bate-papo. 

Carolina Dieckmann comentou sobre sua volta às novelas: "O que me fez voltar foi a possibilidade de fazer um trabalho que me encantou. Paulo me falou um pouco da Lumiar e comentou que o marido dela tiraria um ano sabático e meu marido também estava tirando um ano sabático. Aquilo para mim já deu um estalo. E a personagem nunca quis ser mãe. E ela vai ter uma situação com a mãe envolvendo uma doença, nem sei se poderia dar esse spoiler, mas que também me tocou muito. É uma advogada criminalista. Está sendo um desafio passar confiança nesse papel", se animou a atriz.

Sheron Menezzes falou sobre sua primeira protagonista e dos desafios além da atuação: "Dançar e cantar são coisas que eu amo fazer, mas morro de vergonha. Venho de um trabalho que também tive que cantar e dançar. Eu adoro isso. Tenho gostado muito e me descoberto. Tenho entendido que consigo fazer. Cada cena passa por cima de algo que mexe comigo. Antes não fazia por medo e agora tenho que fazer por trabalho.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Apesar dos furos, primeira parte de "Todas as Flores" se mostrou um novelão

 A primeira parte da nova novela do Globoplay chegou ao fim na quarta-feira passada (14) com a disponibilização do último bloco de cinco capítulos. Escrita por João Emanuel Carneiro e dirigida por Carlos Araújo, "Todas as Flores" é uma novela que não se envergonha de ser novela. Nada de sequências que parecem série ou enredos mirabolantes, a trama é um folhetim que reúne todos os elementos que costumam fazer sucesso no gênero. A produção será dividida em duas partes por causa da estreia do "BBB 23" em janeiro. A primeira tem 45 capítulos, enquanto a segunda tem 40 e começa a ser disponibilizada em abril do ano que vem (o texto tem spoiler).


"Todas as Flores" é um conto de fadas moderno, um thriller contemporâneo regado por histórias de amor, vingança e redenção. Maíra (Sophie Charlotte), uma jovem perfumista com deficiência visual, foi criada pelo pai em Pirenópolis, em Goiás, acreditando que a mãe tivesse morrido. Uma mentira que seu pai contou para proteger a filha do desprezo da mãe, que a rejeitou quando nasceu. Muitos anos depois, Maíra se depara com uma desconhecida a sua porta. É Zoé (Regina Casé), sua mãe. Sem revelar sua verdadeira intenção, Zoé reaparece pedindo perdão à filha por tê-la abandonado. Como em um sonho que se transforma em pesadelo, Maíra vivencia as mais fortes emoções de sua vida. No mesmo dia em que descobre que sua mãe está viva, seu pai morre, assassinado por Zoé. Sem desconfiar de nada, Maíra embarca para o Rio de Janeiro, onde será usada pela mãe para garantir a sobrevivência de sua irmã caçula, Vanessa (Letícia Colin). E o que seria um recomeço feliz ao lado da sua família se transforma em uma longa e perigosa jornada para Maíra. 

A história foi muito corrida no primeiro capítulo. Houve um atropelo de acontecimentos desnecessário, até para uma novela mais curta. Tudo o que foi exibido poderia ser desmembrado em até três capítulos sem provocar um clima arrastado.

domingo, 18 de dezembro de 2022

"100 anos de Rádio no Brasil" é um documentário que merece ser prestigiado

 Nesta sexta-feira, dia 17, a Globo promoveu um evento no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, sobre o documentário da GloboNews, coprodução com o Globoplay e a rádio Globo, sobre os cem anos de rádio no Brasil. Fui um dos convidados e a produção merece ser prestigiada. 


Há 100 anos, desde as comemorações do centenário da Independência do Brasil, o rádio faz parte das nossas vidas informando, divertindo e emocionando. Com direção do jornalista e cineasta Kleyton Cintra, o  longa “100 anos de Rádio no Brasil” mostra a trajetória desse importante meio de comunicação no país e traz depoimentos de artistas como Fernanda Montenegro, Dóris Monteiro, Gilberto Gil e Maria Bethânia, que contam como ele foi fundamental para impulsionar as suas carreiras.   

Fernanda Montenegro lembra a época das radionovelas e as suas primeiras experiências como atriz. Já Gil ressalta o efeito multiplicador do rádio. Bethânia e Doris falam das músicas que escutavam e como isso as incentivou a seguirem a carreira de cantoras.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

O ano de 2022 foi trágico para os realities

 Há anos que os realitites viraram uma espécie de galinha dos ovos de ouro para as emissoras. O custo de produção não é muito alto, há uma boa venda com cotas de patrocinadores e um retorno positivo da audiência. Uma soma bem-sucedida. Com a pandemia do novo coronavírus, os formatos ficaram ainda mais populares em virtude do maior número de pessoas em casa sem muitas opções de entretenimento na televisão aberta diante de tantas reprises de novelas ---- as inéditas tiveram gravações interrompidas. Porém, em 2022 o resultado foi trágico. 


Tudo começou com o fiasco do "BBB 22" no início do ano. Após duas temporadas que foram um fenômeno de audiência e repercussão ----- turbinadas pelos participantes carismáticos e pela já mencionada questão da pandemia -----, o reality naufragou. A grata surpresa foi a apresentação de Tadeu Schmidt, que substituiu brilhantemente Tiago Leifert. A estreia do quadro "Big Terapia" com Paulo Vieira também foi um acerto. Mas a seleção do elenco se mostrou equivocada logo no começo e o favoritismo do Arthur Aguiar deixou tudo ainda pior. Provas cansativas, jogos da discórdia que não funcionaram e competidores que se recusavam a jogar. 

É verdade que a audiência não foi ruim. Embora a média tenha ficado abaixo do "BBB 20 e 21", os números não representaram um fracasso. E houve um ótimo lucro para a emissora com os patrocinadores. No entanto, a repercussão foi muito baixa e a maior comprovação da falta de entusiasmo do público com os participantes foi o chamado 'pós-reality'.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Jeniffer Nascimento e Kiko Mascarenhas formaram uma boa dupla em "Cara e Coragem"

 A atual novela das sete, escrita por Claudia Souto e dirigida por Natalia Grimberg está na reta final. "Cara e Coragem" não foi uma novela que teve a comicidade como uma de suas principais características, ao contrário do que acontecia com sua antecessora, "Quanto Mais Vida, Melhor!". São raros os momentos engraçados da história, que é movida por uma gama de mistérios cansativos. Mas houve uma dupla que se destacou justamente por conta da veia cômica: Jéssica e Duarte. 


Jeniffer Nascimento e Kiko Mascarenhas apresentam uma deliciosa sintonia em cena e os atores já têm experiência na pele de perfis cômicos. Os personagens carregam aquela essência de 'dupla atrapalhada' que raramente falha na ficção. Jéssica sempre se meteu em várias furadas para ajudar Duarte, um faxineiro que criou uma segunda identidade (o 'estrangeiro' Bob Wright) para aproveitar uma vida de luxo que nunca teve. Ela acabava interpretando uma espécie de motorista particular do seu amigo. Mas também virava a 'salva-vidas' do colega quando algo dava errado. 

Os personagens estão ligados ao enredo principal porque viram uma mulher, que tinha a mesma tatuagem de Clarice (Taís Araújo), trocando pneu em plena Avenida Brasil. Depois foi explicado que era Anita (Taís Araújo).

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Quem ainda aguenta "The Voice Brasil" ?

 A primeira temporada do "The Voice Brasil" estreou em setembro de 2012 e foi um baita sucesso. O êxito de audiência, crítica e público fez o formato ingressar de vez na grade da Globo. Porém, dez anos se passaram e a décima primeira temporada, que estreou em novembro deste ano, já não tem nem um terço da repercussão que o programa teve um dia. Não por acaso, a atual edição começou bem mais tarde (em novembro ao invés de setembro ou outubro) porque o número de episódios diminuiu. E não é difícil entender as razões para tamanho desgaste. 


As reformulações são mínimas em virtude do formato ser baseado no original holandês, o que já prejudica qualquer tentativa de maiores novidades a cada ano. Lulu Santos está desde a primeira temporada, de 2012. Nada contra o cantor, um dos mais queridos do país, mas não há criatividade que salve qualquer originalidade em suas análises. São sempre as mesmas observações. Michel Teló está desde 2015 na atração e vencendo as disputas todo ano, vale lembrar. Iza foi um sopro de novidade em 2019, mas também já nem tem muito o que acrescentar de diferente. Gaby Amarantos saiu do Kids e foi para o adulto, ou seja, nem pode ser considerada algo novo. Mas a verdade é que o formato já se esgotou. Mesmo que o júri fosse 100% renovado, não haveria impacto. 

O público está cansado da mesmice das dinâmicas. A fase mais empolgante é a das batalhas, mas as demais não despertam interesse e ainda há o fato do vencedor(a) não emplacar. O termo "A voz do Brasil" virou uma piada. Quem ganha some da mídia assim como os perdedores. Não emplaca músicas, não faz sucesso, enfim.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Tatá Werneck segue fazendo do "Lady Night" o maior sucesso do Multishow

 O "Lady Night" é o maior sucesso do Multishow desde a sua estreia, em abril de 2017. Já são sete temporadas com ótimas entrevistas bem-humoradas conduzidas por uma genial Tatá Werneck. O talk show virou o trunfo da programação anual do canal a cabo. A primeira, a segunda, a terceira, a quarta, a quinta e a sexta temporadas tiveram 25, 20, 25, 13, 11 e 15 episódios, respectivamente. A atual, a sétima, também tem 15, repetindo o número de bate-papos da edição de 2021. 


Como mencionado em textos anteriores, a apresentadora se adapta a qualquer entrevistado. Tatá consegue sentir até onde pode ir com cada pessoa. E sempre se prepara antes. É visível que as piadas e deboches são bem mais 'pesados' com entrevistados mais jovens ou quando já são seus amigos pessoais. Há um maior respeito e brincadeiras mais leves com figuras experientes, como Tony Ramos, o grande nome da atual temporada. Aliás, a presença do veterano apenas constata o quanto Tatá é respeitada e querida pela classe artística. O ator estava nervoso e inicialmente inseguro, mas foi se soltando até imitar um 'bonecão do posto' durante uma encenação com a humorista. Foi sensacional. E vale destacar também os momentos emocionantes da conversa. A elegância de Tony é admirável.

E a entrevista com Sabrina Sato foi a mais hilária. A apresentadora não conseguia acompanhar o raciocínio rápido de Tatá, o que rendeu uma avalanche de trapalhadas, onde nem a entrevistadora conseguia segurar o riso. Foi o bate-papo que mais divertiu Tatá e o público.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Nicolas Prattes vive grande fase em "Todas as Flores"

 A novela de João Emanuel Carneiro vem colecionando elogios. "Todas as Flores", folhetim exclusivo do Globoplay, está com uma ótima aceitação e há uma ansiedade com os cinco capítulos semanais disponibilizados toda quarta-feira, fruto dos bons ganchos do autor. E uma das tramas mais atrativas é a protagonizada por Diego, interpretado com brilhantismo por Nicolas Prattes. 


A saga do personagem é praticamente uma novela paralela. Tanto que Diego aparenta ser o mocinho da história, pois sofre tanto quanto Maíra (Sophie Charlotte), a mocinha. O rapaz passou por uma sucessão de desgraças logo no primeiro capítulo, onde vivia em total desespero. Passava necessidades com a mãe e os dois irmãos menores, teve o barraco onde morava com eles derrubado pela prefeitura, conseguiu pegar as economias da família mas foi furtado logo depois e para culminar pegou carona com um ricaço que atropelou e matou uma inocente enquanto dirigia bêbado. 

Diego estava tão no buraco que acabou aceitando a proposta do sogro de Olavo (André Loddi), o sujeito que assassinou uma mulher enquanto dirigia alcoolizado. Luís Felipe (Cássio Gabus Mendes) ofereceu dinheiro para que o assumisse o crime de seu genro. Diego acabou aceitando e foi para a cadeia.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Fracassada e sem credibilidade, "A Fazenda 14" virou uma chacota nacional

 Pior do que está não fica. A frase conhecida por um humorista que se candidatou a deputado poderia ser aplicada em "A Fazenda 14". Mas o reality da Record consegue sempre surpreender negativamente, o que anula a expressão que virou uma espécie de meme nas redes sociais. No caso da décima quarta edição do formato dirigido por Rodrigo Carelli sempre dá para piorar. Se a temporada já estava com a mão no troféu da pior de todos os tempos, agora o título foi finalmente oficializado. 

Como já mencionado em um texto anterior, até na primeira semana o reality demonstrou que não teria um bom caminho pela frente. Isso porque em uma dinâmica com jornalistas convidados foi exposto que quase todos os participantes já haviam se comunicado sobre a entrada no jogo e até combinaram estratégias. Como houve um vazamento antecipado dos nomes pela imprensa, vários já entraram em contato uns com os outros para planejar o que fariam. 

É verdade que "A Fazenda" nunca primou pela ética e muito menos credibilidade. Várias situações deixam evidente a manipulação descarada da produção e um dos principais elementos que proporcionam a interferência é o chamado "Poder do Lampião", onde há sempre um poder secreto que é lido no dia da formação da roça.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

"Mar do Sertão", "Cara e Coragem" e "Travessia" têm algo em comum: a falta de história

 A atual fase novelística da Globo não anda nada boa. A única inédita que vem correspondendo na audiência é "Mar do Sertão", a produção das seis. Já "Cara e Coragem" e "Travessia" patinam nos números. A das sete está a menos de dois meses do seu fim e o fracasso é um fato. Já a das nove ainda está no começo e pode reverter ao longo dos meses. No entanto, é perceptível que os três folhetins têm a falta de enredo como ponto comum. 

"Mar do Sertão" teve um início dos mais promissores com uma trama clássica de vingança. No entanto, o autor resolveu todo o 'plot' com menos de um mês de história no ar. Zé Paulino (Sérgio Guizé) foi dado como morto, teve uma rápida passagem de tempo de dez anos, e o mocinho logo voltou sem nenhuma explicação convincente para o público de como sobreviveu ao longo dos anos e nem como ficou rico. E sua volta não teve nenhum impacto porque os personagens reagiram como se o rapaz estivesse voltando de uma viagem e não saído de uma cova. Não deu para entender a intenção de Mário Teixeira em aniquilar seu enredo de uma forma tão primária. 

Mas então qual o motivo da novela das seis ter uma boa audiência? É fácil explicar. Todos os personagens exalam carisma e a trama tem bastante leveza. O enredo é sustentado por esquetes nos núcleos secundários e parte do público se contenta com isso. Porém, não há um arco narrativo. O conflito central anda em círculos e Tertulinho (Renato Góes) virou um vilão repetitivo que planeja matar Zé Paulino desde a estreia. Vários personagens somem e voltam sem maiores explicações. E o romance dos mocinhos nem tem mais o que caminhar porque Zé e Candoca (Isadora Cruz)  nem demoraram muito tempo separados.

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Brilhantemente defendida por Sophie Charlotte, Maíra é uma ótima mocinha de "Todas as Flores"

 Nada pior para uma novela do que uma mocinha idiota. O excesso de ingenuidade de uma protagonista funcionava há mais de 30 anos, mas tem muito tempo que a fórmula da burrice utilizada para o roteiro andar não é mais aceita pelo público. E João Emanuel Carneiro soube construir Maíra com várias nuances que deixam clara a esperteza da personagem brilhantemente vivida por Sophie Charlotte em "Todas as Flores". 

Vale lembrar que os dois maiores fracassos do autor se deram com folhetins onde as mocinhas eram exageradamente burras. Em "A Regra do Jogo" e "Segundo Sol" era impossível o telespectador sentir qualquer empatia por Toia (Vanessa Giácomo) e Luzia (Giovanna Antonelli), respectivamente. Claro que as tramas foram um fiasco pelo conjunto da obra e não por culpa exclusivamente das protagonistas, mas não deixa de ser uma observação relevante. Até porque João também criou protagonistas que eram inteligentes e davam a volta por cima, como Preta ("Da Cor do Pecado"), Donatela ("A Favorita") e Nina ("Avenida Brasil") ---- ok, a questão do pendrive foi um acidente de percurso. 

Maíra reúne as melhores características das mocinhas mais queridas do autor. A perfumista deficiente visual nunca foi boboca. E a esperteza da protagonista sempre foi mostrada de forma sutil. Mesmo sem declarar abertamente, ficava claro que a personagem nunca acreditava 100% em Zoé (Regia Casé) e principalmente Vanessa (Letícia Colin).

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

"Escola Base - Um repórter enfrenta o passado" é um documentário corajoso

 O Globoplay estreou no dia 10 de novembro um novo documentário: "Escola Base - Um repórter enfrenta o passado". Ao contrário do que costuma acontecer em produções da plataforma de streaming da Globo, a produção não foi dividida em episódios. São quase duas horas (uma hora e 46 minutos) com depoimentos sobre o caso que ficou conhecido como um dos maiores erros da imprensa brasileira. 


Brasil. Ano de 1994. Uma denúncia de assédio a crianças de quatro anos dentro da própria escola. A comoção popular provocada pela cobertura na imprensa fez a vida dos denunciados virar do avesso antes mesmo de o inquérito policial ser encerrado. Apesar das acusações dos pais dos alunos e do primeiro delegado responsável pela investigação, o aprofundamento da apuração mostrou que os denunciados eram inocentes e o caso virou um escândalo nacional. Com uma reportagem no Jornal Nacional, Valmir Salaro foi o primeiro repórter a noticiar a acusação. Vinte e oito anos depois, ele procura as vítimas da injustiça e fica frente a frente com elas, seus descendentes e outros personagens dessa história revisitada no documentário, dirigido por Eliane Scardovelli e Caio Cavechini.

 “Vou voltar para uma história que há 27 anos me atormenta”, declara o jornalista no documentário, um projeto do próprio Valmir Salaro e do jornalista Alan Graça Ferreira, seu amigo e colega em pautas no ‘Fantástico’. “Desde que eu soube que aquelas pessoas eram realmente inocentes, eu passei a falar sobre o caso e era uma voz solitária. Sempre sou convidado para falar sobre o assunto em faculdades de jornalismo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Passagem de tempo prejudica narrativa de "Todas as Flores"

 A novela exclusiva do Globoplay está no capítulo 30. "Todas as Flores" tem se mostrado um novelão e é muito melhor do que as três tramas inéditas da grade da Globo. João Emanuel Carneiro está inspirado. No entanto, na última leva de capítulos (do 25 ao 30, disponibilizados semana passada) houve uma passagem de tempo que prejudicou a linha narrativa da história. 


 No capítulo 28 houve uma passagem de tempo de alguns meses. Isso porque Maíra (Sophie Charlotte) descobriu que estava grávida de Rafael (Humberto Carrão) algumas semanas depois que Vanessa (Letícia Colin) percebeu que estava grávida de Pablo (Caio Castro) e usou o fato para dar um golpe da barriga em Rafael. O intuito do avanço no tempo foi exibir o nascimento do filho de Vanessa e assim iniciar o conflito envolvendo a vilã e o mocinho, já que os dois passaram a morar juntos em uma cobertura no Leblon. 

Porém, a saída do autor deixou toda a linha narrativa sem rumo. A barriga de Maíra não cresceu com o passar dos meses. Nem a de Jéssica (Duda Batsow), que foi inseminada na fundação que trafica pessoas e virou colega de quarto da mocinha. Ou seja, a passagem de tempo só aconteceu para Vanessa. A impressão se concretiza quando as situações envolvendo os núcleos paralelos seguem exatamente iguais ao período antes do avanço dos meses.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Mauritânia rouba a cena e destaca Thalita Carauta em "Todas As Flores"

 A novela exclusiva do Globoplay vem apresentando um enredo central dos mais atraentes. João Emanuel Carneiro tem proporcionado para o público conflitos dignos de um bom dramalhão em "Todas as Flores". Porém, há uma personagem que vem roubando a cena desde a sua primeira aparição: Mauritânia, vivida pela sempre ótima Thalita Carauta. A personagem é de um núcleo secundário, mas já entrou para o principal e desde então só cresce em cena. 


A saga de Mauritânia é claramente inspirada no clássico "Uma Linda Mulher", filme de 1990, protagonizado por Richard Gere e Julia Roberts. Atriz de filmes pornôs e ex-prostituta, a personagem começou a novela enfrentando dificuldades em arrumar novos trabalhos por conta da idade. Os diretores queriam atrizes mais novinhas para os longas adultos. Para culminar, ainda vivia uma relação tóxica com o malandro Joca (Mumuzinho). Mas tudo mudou quando conheceu Raulzito (Nilton Bicudo) no velório de um ex em comum. O ricaço propôs um relacionamento e ela topou, mesmo desconfiada. 

Na verdade, o irmão de Guiomar (Ana Beatriz Nogueira) queria se vingar da esposa, Patsy (Suzy Rêgo), porque ouviu uma conversa da mulher o ridicularizando e torcendo para morrer logo. Isso porque Raulzito estava com uma doença terminal. Então, iniciou um namoro com Mauritânia e deixou todos os seus bens para a personagem.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Casal formado por Brisa e Oto é o maior acerto de "Travessia"

 A atual novela das nove vem tendo um início conturbado. "Travessia" tem enfrentado várias críticas a respeito da fragilidade de seu roteiro, dos conflitos pouco interessantes e dos vários furos que a história apresenta. A audiência também não anda correspondendo. Mas entre tantos erros presentes na trama que estreou há pouco mais de um mês, há algum acerto? A resposta é sim. O casal formado por Brisa (Lucy Alves) e Oto (Romulo Estrela) é o maior êxito do folhetim até então. 


 O curioso é que Glória Perez acertou em algo que costuma ser uma das maiores dificuldades das novelas: os mocinhos. Não é incomum os protagonistas acabarem ofuscados pelos enredos paralelos e romances secundários. É complicado criar um par central que caia no gosto do público. A própria autora já enfrentou muitos problemas em folhetins anteriores. O sucesso de Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo Benício), em "O Clone" (2001), foi quase uma exceção. Basta lembrar o fracasso do romance de Sol (Deborah Secco) e Tião (Murilo Benício) em "América" (2005) ou o de Maya (Juliana Paes) e Bahuan (Márcio Garcia), em "Caminho das Índias" (2009), além dos péssimos mocinhos que eram Morena (Nanda Costa) e Theo (Rodrigo Lombardi) em "Salve Jorge" (2013). 

 Agora, em "Travessia", Gloria teve uma preocupação para desenvolver a relação dos personagens. Não houve uma construção rasa e apressada. O famigerado amor à primeira vista, que funcionava há muitos anos, mas que passou a ser a ruína de qualquer casal na teledramaturgia, não aconteceu. Brisa e Oto vivenciaram um clichê que raramente falha na ficção: o ranço à primeira vista.

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

"Encantado`s" é um encanto de série

 O Globoplay estreou nesta sexta, dia 18, mais uma série exclusiva: "Encantado`s". Uma coletiva presencial com o elenco, as autoras e a equipe foi realizada na última quarta-feira, dia 16, no Kinoplex Globoplay no Leblon, Rio de Janeiro, e fui um dos convidados. O clima era de alegria diante da realização de uma produção escrita por duas mulheres pretas com um elenco majoritariamente preto, sem o estereótipo da violência como sustentação do roteiro. As gravações ainda foram feitas na época da pandemia do novo coronavírus e todos conseguiram produzir sem problemas a primeira temporada de onze episódios, sendo que o primeiro e o segundo foram exibidos no evento. O público presente se divertiu genuinamente.


A série conta a história de dois irmãos, Olímpia (Vilma Melo) e Eraldo (Luis Miranda), que aos 50 anos precisam lidar com a morte do pai e assumir a gerência de um local que funciona como supermercado durante o dia e, à noite, vira a escola de samba Joia do Encantado. Cabe a Olímpia, proprietária e gerente-geral do "Encantado`s", a gestão sustentável do comércio. E a Eraldo, presidente da Joia do Encantado, a missão de realizar o próximo desfile do grêmio recreativo. Conectados pelos laços sanguíneos e pelo amor que os une, os dois vivem encontros e desencontros na tentativa de conciliar suas distintas maneiras de seguir os sonhos. 

Criada pelas roteiristas Renata Andrade e Thais Pontes, que assinam a obra em parceria com Chico Mattoso e Antônio Prata, responsáveis pela redação final, a série é fruto da oficina de humor para roteiristas negros realizada pela Globo em 2018. Renata classifica a trama como uma comédia de sonhos e a descrição se mostra perfeita.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Clarice voltou e "Cara e Coragem" continua ruim

A atual novela das sete da Globo chegou ao capítulo cem no dia 22 de setembro. Após muitas tentativas da emissora para emplacar a trama de Claudia Souto, dirigida por Natalia Grimberg, a realidade que impera é que a produção se tornou um caso perdido. "Cara e Coragem" até apresentou um ponto a mais de audiência que a sua antecessora em seus meses iniciais, mas já está empatada com a deliciosa "Quanto Mais Vida, Melhor!" e sem um terço da repercussão. Praticamente ninguém comenta nas redes, ninguém se importa com o enredo e as cenas apresentadas não ajudam. 


O único mote da história é o mistério do assassinato de Clarice (Taís Araújo) e não há mais nada de relevante a se contar. Para culminar, nem mesmo o conjunto de mistérios envolvendo o crime desperta interesse. Aliás, houve claramente uma intervenção da Globo para tentar erguer a produção: a antecipação da grande revelação sobre a falsa morte da personagem. Isso porque Clarice não morreu e estava em coma. Anita (Taís Araújo) é apenas uma 'sósia' mesmo e não a empresária fingindo ser outra pessoa. A escritora certamente não tinha planejado soltar o 'spoiler' tão cedo. Até porque a produção fica no ar até janeiro de 2023. A falta da intenção em revelar o enigma fica clara pela narrativa. A notícia não impactou em nada o roteiro. 

São raros os acontecimentos relevantes. Se o telespectador abandonar a novela por duas semanas e voltar depois, verá que não perdeu nada e tudo segue na mesma. Quem mais perde com isso são os atores. A novela é recheada de cenas burocráticas. Ou seja, são sequências que não despertam emoção, raiva, riso, nada. Porque não há situações que provoquem algo em quem assiste. É impossível se sentir envolvido pela história que está sendo contada.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

O show de Kelzy Ecard em "Todas as Flores"

 A novela exclusiva do Globoplay vem apresentando capítulos que prendem o telespectador. João Emanuel Carneiro anda bastante inspirado em "Todas as Flores". E entre os vários acertos do folhetim está o elenco bem escalado. São vários talentos, tanto na trama central quanto nas secundárias e terciárias. Kelzy Ecard é uma das que arrebataram o público logo de cara. Isso porque sua personagem vive uma sucessão de desgraças (o texto tem spoiler). 

Dona Dequinha é a mãe do rapaz que mais sofre na história: Diego, interpretado pelo ótimo Nicolas Prattes. Também é mãe de Jéssica (Duda Batsow) e Biel (Rodrigo Vidal). A família teve sua humilde casa demolida pela prefeitura no primeiro capítulo e ainda perdeu o pouco que tinha de dinheiro em um furto. Foram todos morar a rua, mas Diego foi parar na cadeia depois que aceitou a proposta de um ricaço para assumir um crime que não cometeu. Acabou enganado e a mãe precisou lidar com um filho na prisão e dois passando fome junto com ela. 

Para culminar, Dequinha sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e ficou internada em um hospital público. Enquanto estava impossibilitada, os dois filhos acabaram caindo nas garras de Galo (Jackson Antunes), um morador de rua envolvido com o esquema de tráfico humano promovido por Zoé (Regina Casé), a grande vilã do enredo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Ana Beatriz Nogueira foi uma ótima surpresa em "Todas as Flores"

 Todo ator tenta evitar ficar marcado como intérprete de um tipo só. E a armadilha costuma acontecer quando o profissional vai muito bem na pele de um determinado perfil de personagem. Aí todo autor o escolhe para viver perfis parecidos. O telespectador sabe de vários casos assim. Não é algo raro na teledramaturgia. Por isso é tão bom ver Ana Beatriz Nogueira como Guiomar em "Todas as Flores", novela original Globoplay, escrita por João Emanuel Carneiro e dirigida por Carlos Araújo (o texto tem spoiler). 


 A atriz é uma das mais talentosas do país e engrandece qualquer elenco. Sempre bom vê-la em cena. Mas Ana já estava virando quase uma expert em mães narcisistas, controladoras e interesseiras. Vinha de uma sequência em seus últimos trabalhos. A mais lembrada é Eva, de "A Vida da Gente", exibida em 2011 e reprisada ano passado por conta da pandemia. Foi seu melhor papel na carreira. A autora Lícia Manzo repetiu a bem-sucedida parceria com a amiga em "Um lugar ao Sol", encerrada no início do ano, e a 171 Elenice era um dos trunfos da novela das 21h. Entre outras mães controversas que a intérprete defendeu tão bem estão a Ilana, de "Caminho das Índias" (2009); a Emília, de "Além do Tempo" (2015); e a Néia, de "Rock Story" (2016). 

 Guiomar chegou para quebrar a sequência. João Emanuel deu a oportunidade para a atriz viver uma mãe amorosa, íntegra, compreensiva e doce. Um perfil que muita gente não imaginava ver sendo interpretado por Ana Beatriz Nogueira. Não por falta de talento, mas por falta de oportunidade dada pelos demais escritores. E como o papel foi bem defendido.

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

"Ilha de Ferro" deveria ter parado na primeira temporada

 A primeira temporada de "Ilha de Ferro" foi disponibilizada no Globoplay no dia 14 de novembro de 2018. A série teve repercussão e muitas críticas. A trama protagonizada por Cauã Reymond teve altos e baixos, mas foi uma produção caprichada. O elenco foi bem escalado e os episódios finais tiveram uma boa dose de adrenalina. Foi ótimo também ver um roteiro ambientado em uma plataforma de petróleo. A Globo exibiu a série, com nove capítulos, em sua grade em agosto de 2021. Já a segunda temporada estreou no serviço de streaming da emissora no segundo semestre de 2019 e na TV aberta no dia 25 de agosto deste ano (o último episódio é nesta quinta-feira, dia 10).


Criada por Max Mallman e Adriana Lunardi ---- com supervisão de Mauro Wilson e direção de Guga Sander e Roberta Richard e direção geral e artística de Afonso Poyard ----, a segunda temporada de "Ilha de Ferro" começa depois de uma passagem de tempo de três anos. Agora Dante (Cauã Reymond) é pai. Na verdade, pai solo. Depois que Bruno (Klebber Toledo), seu irmão, foi preso, ele assumiu a paternidade de Maria (Alice Palmar), mas a vida mudou mesmo após Leona (Sophie Charlotte) os abandonar. Com a filha, mas sem as presenças do irmão e da mulher, o petroleiro é um cara cada vez mais solitário.

Júlia (Maria Casadevall) foi embora, Buda (Taumaturgo Ferreira) morreu, e o amor de Dante é cada vez mais a PLT 137. Sua obstinação aumentou a produtividade da plataforma, ainda que às custas do bem-estar da equipe.

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

"O Rei do Gado" sempre vale a pena ver de novo

 Um dos maiores sucessos de Benedito Ruy Barbosa começa a ser reexibido no "Vale a Pena Ver de Novo" nesta segunda-feira (07/11). "O Rei do Gado" é um dos grandes clássicos da teledramaturgia e um dos trabalhos mais elogiados do autor. Mas não é a primeira reprise. A Globo já reprisou a produção em duas ocasiões: em 1999 e em 2015 na comemoração dos 50 anos de emissora. A novela também foi transmitida pelo Canal Viva em 2011. Ou seja, é a quarta vez que a história é contada para o público. Agora a decisão foi tomada em virtude do recente sucesso do remake de "Pantanal", escrito pelo mesmo Benedito.


 A tradicional história do ódio entre duas famílias, cujo conflito é aumentado com o amor nascido entre seus herdeiros, foi abordada pelo autor e conquistou o público. A rivalidade entre os Mezenga e os Berdinazi era o eixo central da primeira fase da trama (passada em 1943), que durou sete capítulos e foi impecável. Antônio Fagundes e Tarcísio Meira protagonizaram ótimos embates e os fazendeiros que se odiavam foram brilhantemente interpretados por eles.

 Antônio Mezenga e Giuseppe Berdinazi eram homens poderosos, determinados e extremamente passionais. Defendiam seus interesses com unhas e dentes e a principal razão da grande rivalidade entre eles era a faixa de terra que ficava na divisa das duas fazendas ----- cada um era dono de um cafezal. Mas os eternos rivais não contavam que seus filhos se apaixonassem.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Reprise de "O Beijo do Vampiro" no Viva matou a saudade da última boa novela de Antônio Calmon

 A ousadia de Antônio Calmon lhe rendeu um estrondoso sucesso, em 1991, com a novela "Vamp". A trama que falava de vampiros e tinha um clima totalmente 'thrash' marcou a teledramaturgia e até hoje é lembrada pelo público saudosista. Em 2002, onze anos depois, o autor resolveu reviver a temática e escreveu "O Beijo do Vampiro", que fez uma legião de fãs, conquistados com a 'nova geração' vampiresca integrante da última boa novela de Calmon. A produção sempre foi uma das mais pedidas na internet para ser reprisada, mas como não foi um sucesso de audiência o desejo nunca foi realizado pela Globo. No entanto, o canal Viva, após ter lançado uma nova faixa de reprises, finalmente colocou a novela no ar.


 A reexibição, que está em sua última semana, reforçou todas as qualidades da história muito bem estruturada por Calmon. Muitos tinham até o receio da chamada memória afetiva ser a responsável pela saudade da produção e se decepcionar com a reprise. Mas a produção envelheceu muito bem. A trama, dirigida pelo saudoso Marcos Paulo, virou uma febre e teve até álbum de figurinhas. As crianças e os adolescentes foram os principais fãs do folhetim, que teve um grandioso elenco, personagens cativantes e uma enredo bem construído, repleto de efeitos especiais considerados ousados para a época. Um enredo de amor, entremeado por elementos sobrenaturais, drama, humor e a clássica luta do bem contra o mal foram as principais marcas do folhetim.

 A trama começa no século XII, com o vampiro Bóris Vladesco (Tarcísio Meira) se apaixonando perdidamente pela princesa Cecília (Flávia Alessandra), que vive um romance com o conde Rogério (Thiago Lacerda). No dia do casamento da princesa com o conde, o vampiro mata o noivo de seu grande amor em um duelo, assim como toda sua família.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

"Cine Holliúdy" manteve o bom humor e a leveza na segunda temporada

Baseada no filme homônimo de sucesso, exibido em 2013 ---- escrito e dirigido por Halder Gomes e coproduzido pela Globofilmes ----, "Cine Holliúdy" estreou sua primeira temporada em 30 de abril de 2019 na Globo. A série escrita por Marcio Wilson e Claudio Paiva teve um ótimo retorno da audiência e agradou. O resultado foi a garantia de mais duas temporadas. A segunda estreou no dia 23 de agosto, quase três anos depois, por conta do atraso das gravações em virtude da pandemia do novo coronavírus. 


Com direção artística de Patricia Pedrosa, a série segue explorando acontecimentos, símbolos e referências da cultura nordestina, brasileira e do pop mundial da década de 70, usando como pano de fundo uma narrativa divertida com a disputa entre cinema e TV. A fórmula não apresentou desgaste e a produção se mantém cativante. Ainda na primeira temporada, Francisgleydisson (Edmilson Filho) tinha o cinema como única atração cultural de Pitombas. Mas o protagonista não contava com a chegada da televisão, sua grande adversária. Por isso, decidiu fazer filmes em 'cearensês', com apoio de Marylin (Letícia Colin) e a despeito do prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele). 

Agora, o ano é 1974. Com a TV já establecida, o cinema de Francisgleydisson está cada vez mais vazio e decadente. Filmes, novelas, Copa do Mundo, festas regionais, discoteca, musicais e parque de diversões: tudo ao alcance do público. A cidade de Pitombas preseencia o auge da cultura dos anos 70, mesmo passando a impressão de ter parado no tempo.

terça-feira, 1 de novembro de 2022

"Travessia" tem início confuso e pouco crível

 A nova novela das nove está há menos de um mês no ar. E já era esperado uma certa dificuldade na audiência inicial de "Travessia". Após uma novela de sucesso, como o remake de "Pantanal", há um natural luto do público, ainda mais diante de um folhetim que apresenta temáticas totalmente opostas da produção recém-terminada. A história de Glória Perez fala de tecnologia e metaverso, enquanto a anterior parecia um enredo de época diante de tantos personagens avessos até ao uso de celular. Mas é preciso pontuar: não é somente por conta de saudades da trama passada que a atual enfrenta certa resistência do público. 


Gloria Perez resolveu iniciar seu enredo de forma confusa. O primeiro capítulo teve um amontoado de acontecimentos que poderiam ter sido divididos em três ou quatro capítulos sem deixar o ritmo arrastado. Houve uma correria desnecessária a ponto da protagonista mal aparecer. Brisa apareceu brevemente na infância ao lado de Ari e logo houve uma passagem de tempo, mas utilizando a vida da Chiara (Jade Picon) como 'medidor' dos anos. Chiara parecia a protagonista. Tanto que Grazi Massafera dominou a estreia e Débora morreu em um trágico acidente de carro pouco depois de parir a filha. 

A impressão não mudou com o passar dos capítulos. O foco continua sendo Chiara e agora o deslumbramento de Ari (Chay Suede) com uma vida de luxos. Nada contra os personagens, até porque é cedo demais para maiores análises, mas o envolvimento do casal não desperta interesse até porque o rapaz está se mostrando um oportunista sem caráter. E ela é uma patricinha fútil e e com comentários xenofóbicos. As cenas estão ficando repetitivas.

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Reprise de "A Favorita" reforçou a potência da trama central e os vários problemas dos núcleos secundários

 A reprise de "A Favorita" no "Vale a Pena Ver de Novo" está em plena reta final. A decisão da Globo de reprisá-la surpreendeu muita gente, afinal, a novela de João Emanuel Carneiro tem cenas fortes. Infelizmente, a suspeita do público foi confirmada. A reprise foi mutilada. Mas houve uma preocupação em cortar muito mais os núcleos paralelos do que o central. Até as cenas icônicas pesadas foram exibidas na íntegra, como o assassinato de Salvatore e de Gonçalo, mas várias cenas com frases irônicas da grande vilã foram eliminadas. Uma pena. E, apesar das edições grosseiras, a reexibição confirmou o que todos já sabiam: a potente trama central fez a história entrar para a galeria de grandes produções da teledramaturgia, enquanto quase todos os núcleos paralelos merecem o esquecimento. 

  A novela foi emblemática porque começou a ser exibida para o público sem as 'determinações' clássicas a respeito de quem era mocinha e quem era vilã. O telespectador não ficou na condição privilegiada de saber o contexto do enredo, muito pelo contrário, ele simplesmente passou a fazer parte daquela trama, podendo ser enganado ou não pelas duas principais personagens. Eram duas versões de uma mesma história e a pergunta exposta no teaser chamava atenção: "Quem está falando a verdade?". Um dos atrativos era justamente bancar o detetive, analisando o comportamento dos perfis.

O público se viu na mesma condição dos personagens, não podendo julgar quem acreditava ou não em quem. Afinal, o telespectador ficou tão em dúvida quanto várias figuras pertencentes ao enredo tão bem trabalhado pelo autor. Porém, João, muito inteligentemente, soube induzir com competência, abusando de estereótipos clássicos em folhetins.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Tudo sobre a coletiva presencial de "Todas as Flores", a nova novela do Globoplay

 A Globo promoveu uma coletiva presencial da nova novela do Globoplay nesta segunda-feira, dia 24. O evento reuniu elenco, criadores, convidados e imprensa para celebrar a estreia de "Todas as Flores", nova novela Original Globoplay, criada e escrita por João Emanuel Carneiro com direção artística de Carlos Araújo. Realizado no Xian - Rooftop do Bossa Nova Mall, no Centro do Rio de Janeiro, o encontro marcou a chegada dos cinco primeiros episódios da trama na plataforma, liberados na última quarta-feira (19). A cada semana, cinco novos capítulos serão disponibilizados, sempre às quartas-feiras, até o dia 14 de dezembro, quando se encerra a primeira fase da novela. A segunda fase está prevista para chegar ao Globoplay no primeiro semestre de 2023. Toda obra entrará no catálogo com e sem audiodescrição. 

"O orgulho que nós temos com esse trabalho é gigante. 'Todas as Flores' fala de coisas que são importantes para a sociedade brasileira, e tudo isso com uma das melhores dramaturgias que a gente colocou nas nossas telas nos últimos anos, algo que só seria possível com a maestria de João Emanuel Carneiro, com a direção do Carlos Araújo e com esse elenco incrível, maravilhoso. Essa é uma noite de festa, de celebração. Estamos em festa pela repercussão avassaladora da novela", afirmou Erick Brêtas, diretor de Produtos Digitais e Canais Pagos da Globo. 

 O autor João Emanuel Carneiro ressaltou sobre a experiência pioneira de fazer uma novela para o streaming: "Ter 'Todas as Flores' no streaming é uma aventura diferente. Os episódios são mais concentrados, e eu sou um autor de ganchos e viradas, gosto de brincar com a história. Acho que me adaptei muito bem.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

"Todas as Flores": o que esperar da nova novela do Globoplay?

 A nova novela de João Emanuel Carneiro estava prevista para substituir o remake de "Pantanal" e tinha o título de "Olho por Olho". No entanto, em uma mudança de planos, a Globo resolveu transferir a trama para o Globoplay e assim sair na frente da HBO Max, serviço de streaming da HBO que planejava lançar um folhetim em breve (agora o projeto está suspenso). Com a alteração, a história ficou mais curta: 85 capítulos. E haverá um pausa no final do ano por causa da estreia do "BBB 23" em janeiro. A primeira parte ficará com 45 capítulos. Para não dividir as atenções, a plataforma exibirá os 40 restantes a partir de abril, após o término do reality. 


Uma das premissas de "Todas as Flores" é evidenciar o paradoxo entre 'essência' e 'aparência'. O bairro da Gamboa e a empresa Rhodes & Co. Tailleur são os principais universos que representam esse antagonismo ao transitar por mundos que contrastam o 'ser' (uma vida simples, desprovida de ganância ou posses) e o 'ter' (uma vida de status social, riqueza e consumo), respectivamente. A novela conta com muitas locações reais no bairro da Gamboa, que fica localizado na região portuária do Rio de Janeiro e é um dos principais redutos do samba carioca. Entre as locações do bairro e arredores que podem ser vistas na novela, destacam-se a Pedra do Sal, o Largo São Francisco da Prainha, a Ladeira da Conceição e o Porto Maravilha. 

A equipe da novela usou como referência os casarões antigos do bairro, com fachadas pequenas e interiores compridos, para reproduzir o interior dos lares de Judite (Mariana Nunes) e Seu Darci (Xande de Pilares) nos Estúdios Globo. Diversos elementos que compõem a personalidade ou profissão dos personagens estão espalhados pelos cenários como parte do trabalho da produção de arte assinada por Moa Batsow.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

"Mar do Sertão" diverte, mas tem claros problemas de desenvolvimento

 A atual novela das seis da Globo estreou no dia 22 de agosto. Está há dois meses no ar. "Mar do Sertão" vem se mostrando um folhetim agradável e com muitas cenas cômicas que entretêm, protagonizadas por um elenco repleto de talentos. E a história ainda está no início. Todavia, já fica perceptível que Mário Teixeira tem sérias dificuldades para desenvolver sua narrativa e não é a primeira vez que o autor demonstra fragilidade na condução de um enredo. 

A história apresentou um dos mais conhecidos clichês da teledramaturgia: o mocinho que protagoniza um triângulo amoroso, sofre um acidente, é dado como morto e volta para se vingar. Mas o escritor resolveu tudo em menos de um mês. Zé Paulino (Sérgio Guizé) sofreu um acidente enquanto estava com Tertulinho (Renato Góes) e desapareceu nas águas. Pouco tempos depois, o vilão descobriu que o rival não tinha morrido e foi até o hospital para matá-lo. Pensou que tinha conseguido, mas o herói escapou. Candoca (Isadora Cruz) ficou desolada, mas ninguém viu a reação da mocinha com a trágica notícia porque houve um atropelo de acontecimentos. 

Houve uma passagem de tempo de um ano para que Candoca se casasse com Tertulinho. No dia do casamento, Zé Paulino voltou para a fictícia cidade de Canta Pedra e presenciou a cerimônia. O telespectador até hoje não sabe como o rapaz se recuperou, como conseguiu sobreviver durante meses e nem o seu plano de vingança.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Tudo sobre a terceira coletiva online de "Todas as Flores", a nova novela do Globoplay

 A Globo promoveu na última sexta-feira, dia 14, a terceira coletiva online de "Todas as Flores", nova novela do Globoplay, escrita por João Emanuel Carneiro e dirigida por Carlos Araújo. Participaram do encontro virtual o autor, a assistente de direção Nathalia Santos e os atrizes Regina Casé, Letícia Colin, Mariana Nunes e Sophie Charlotte. Fui um dos convidados e conto sobre tudo o que rolou no bate-papo. 


Sophie Charlotte contou um pouco sobre a sua protagonista: "Minha personagem vive em harmonia com o pai. Tem deficiência visual, estudou e é formada em farmácia. Sonha em ser perfumista, profissão do pai (vivido por Chico Diaz). A vida dela é transformada com a chegada da mãe. A Maíra achou que ela tinha falecido quando era bebê. No mesmo dia que aparece o pai da Maíra falece. Ela então resolve ir pro Rio de Janeiro conhecer a irmã, Vanessa, e inicia sua jornada. A Letícia ser minha irmã foi um presentaço. A gente precisa de muita confiança e parceria para enfrentar situações de risco como é o caso das personagens. Tenho pela Letícia um afeto. Maíra chega nessa relação de coração aberto e aos poucos vai vendo que não é aquilo que ela esperava. É uma relação muito complexa. Há uma atração que as une e vivências de vida que as repelem. Maíra ainda acaba se apaixonando pelo noivo da irmã, o que gera um combustível para a Vanessa. A Maíra tem sido de uma transformação imensa na minha vida. Ter entrado em contato com pessoas com deficiência visual tem sido uma transformação para sempre. É um divisor na minha vida. Consegui entender a importância da luta contra o capacitismo. A Maíra convive com uma deficiência, mas isso não a define", observou a atriz.

Letícia Colin comentou sobre a parceria com a colega que interpreta sua irmã e a conduta de sua vilã: "A Sophie é um luxo. Uma colega dessas. Fico emocionada em ouvir a Sophie falando. Isso me faz lembrar o dia que vi a Maíra dela nascendo. Tive a honra de ver uma das primeiras vezes que a Maíra surgiu. O trabalho da Sophie é um primor. É incrível ver o comprometimento dela com essa obra. O trabalho dela é arrebatador.

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

"A Fazenda 14" é um verdadeiro circo dos horrores

 É verdade que o reality mais famoso da Record nunca primou pela ética e muito menos transparência. Quem acompanha desde a primeira edição sabe bem. A falta de nível, situações que aparentam de todas as formas uma manipulação e o elenco recheado de nomes controversos sempre foram a maior identidade do formato, ainda que qualquer reality show tenha sua dose de baixaria ao longo do percurso. Porém, em "A Fazenda 14" tudo vem dando errado desde o início. O pouco (e bem pouco, quase nada) de 'credibilidade' que o programa tinha foi jogado na lata do lixo. 

Até na primeira semana o reality demonstrou que não teria um bom caminho pela frente. Isso porque em uma dinâmica com jornalistas convidados foi exposto que quase todos os participantes já haviam se comunicado sobre a entrada no jogo e até combinaram estratégias. Como houve um vazamento antecipado dos nomes pela imprensa, vários já entraram em contato uns com os outros para planejar o que fariam. Eles mesmos já deixaram escapar isso várias vezes. Pétala, por exemplo, disse que Thomaz chegou a propor para fazerem um casal. 

Ainda na primeira semana, antes mesmo da primeira eliminação, já houve um barraco generalizado onde as protagonistas foram Deolane e Deborah. E o nível de xingamentos foi tão pesado que parecia um ódio antigo e não que surgiu na casa. 'Cadela', 'cachorra' e 'putinha' foram só algumas entre muitas ofensas proferidas pela dita advogada.

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Reprise de "Alma Gêmea" no Viva repete o êxito de um dos maiores fenômenos de Walcyr Carrasco

 O Canal Viva acertou em cheio com a reprise de "Alma Gêmea", que está em plena reta final. Escrita por Walcyr Carrasco, a história foi uma das melhores novelas do autor e um dos maiores fenômenos de audiência do horário das seis. A trama chegou a marcar impressionantes 53 pontos, com picos de 56, no último capítulo, índice inimaginável na época, e impossível de ser alcançado hoje em dia até mesmo em uma novela de horário nobre. A história de época que tinha a reencarnação como tema central conquistou o público e foi um grande sucesso.


Logo no primeiro capítulo (exibido no dia 20 de junho de 2005), Luna (Liliana Castro), grande amor da vida do floricultor Rafael (Eduardo Moscovis) ---- que criou uma espécie de rosa branca especialmente para a amada ----, leva um tiro durante um assalto (planejado pela invejosa Cristina para ficar com as joias da prima) e morre, para o desespero do florista e da mãe (Agnes - Elizabeth Savalla) da pianista. Mas o sentimento que unia o casal era tão intenso que a mulher voltou na pele de uma índia (Serena - Priscila Fantin), para reencontrar o amor de sua vida.

Vinte anos se passam, e aquela criança, que nasceu em uma aldeia indígena, vira uma bela mulher. Já Rafael segue amargurado com a vida e infeliz sem Luna ----- apesar de ser constantemente cortejado por Cristina (Flávia Alessandra) ----- e se fecha em seu mundo de sofrimento e solidão, mesmo tendo um filho (Felipe - Sidney Sampaio) com sua falecida mulher.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Tudo sobre a segunda coletiva online de "Todas as Flores", a nova novela do Globoplay

 A Globo promoveu na primeira segunda-feira de outubro, dia 3, a segunda coletiva online de "Todas as Flores", novela de João Emanuel Carneiro, exclusiva do Globoplay. Participaram os atores do núcleo da empresa Rhodes: Fábio Assunção, Humberto Carrão, Yara Charry, Camila Alves, Thalita Carauta e Nicolas Prattes. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo. 


Fábio Assunção analisou o comportamento de seu vilão: "O Humberto teve uma infância e adolescência na rua, na Gamboa. Através do convívio com Zoé (Regina Casé) acaba aprendendo a sobreviver a essa situação de abandono. E vai ascendendo financeiramente com golpes de uma maneira não muito correta. Apesar da paixão que tem pela vida, é contraditório, dúbio, vulnerável e tem fraqueza de caráter. Tem um casamento com a Guelmar, vivida pela Ana Beatriz Nogueira. Casa para ter uma melhor condição de vida. Ele tem um amor pelo filho, vivido pelo Humberto Carrão, mas tem o desejo de alcançar o poder dentro de uma empresa que é a Rhodes. Não é um personagem fácil de explicar. Ele vive em um mundo elitizado que não se identifica, mas é muito ressentido. Não é um cara de bem com a vida. É bastante bifurcado. Estou apaixonado pelo Carrão. A gente divide muitas afinidades em relação ao Brasil e ao trabalho. É uma sorte estar nesse trabalho com ele. A nossa afetividade é atropelada pela trama porque temos muitas cenas e nenhum são de papos sinceros entre pai e filho. É uma paternidade atravessada", observou o ator.

Humberto Carrão comentou sobre a trajetória de seu perfil: "Meu personagem é o Rafael. Sou filho dos personagens do Fábio Assunção e Ana Beatriz Nogueira. Gravo quase tudo na Rhodes, empresa criada pelo bisavô do meu personagem. É a razão da vida do trabalho da família. Há um peso em cima do Rafael pela mãe para herdar aquilo tudo, mas nunca foi o objetivo dele.