A Globo promoveu na quinta-feira passada, dia 15, a primeira coletiva online de "Vai na Fé", a nova novela das sete, escrita por Rosane Svartman e dirigida por Paulo Silvestrini, que estreia em janeiro de 2023. Participaram a autora, o diretor e os atores Sheron Menezzes, Carolina Dieckmann, Bella Campos, Samuel de Assis, Carla Cristina Cardoso, Zecarlos Machado, Claudia Ohana, Che Moais e Elisa Lucinda, além da produtora Mariana Pinheiro. Fui um dos convidados e conto tudo sobre o bate-papo.
Carolina Dieckmann comentou sobre sua volta às novelas: "O que me fez voltar foi a possibilidade de fazer um trabalho que me encantou. Paulo me falou um pouco da Lumiar e comentou que o marido dela tiraria um ano sabático e meu marido também estava tirando um ano sabático. Aquilo para mim já deu um estalo. E a personagem nunca quis ser mãe. E ela vai ter uma situação com a mãe envolvendo uma doença, nem sei se poderia dar esse spoiler, mas que também me tocou muito. É uma advogada criminalista. Está sendo um desafio passar confiança nesse papel", se animou a atriz.
Sheron Menezzes falou sobre sua primeira protagonista e dos desafios além da atuação: "Dançar e cantar são coisas que eu amo fazer, mas morro de vergonha. Venho de um trabalho que também tive que cantar e dançar. Eu adoro isso. Tenho gostado muito e me descoberto. Tenho entendido que consigo fazer. Cada cena passa por cima de algo que mexe comigo. Antes não fazia por medo e agora tenho que fazer por trabalho.
Tem sido muito gostoso. A Sol vem em um momento muito importante. O nome da novela também é importante. Precisamos voltar a ter fé. E cada um a sua fé. Sol é uma mulher que tem seus problemas mas levanta com um sorriso no rosto. Ela cozinha, ajuda a mãe nas quentinhas, pega ônibus, vai fazer show, enfim, igual a tantas mulheres. As mulheres vão ligar a televisão e se identificar com ela. É gostoso a gente se olhar e se identificar. Eu como telespectadora gostaria de ver essa novela", admitiu a intérprete.Cláudia Ohana falou brevemente sobre seu retorno aos folhetins: "Com a pandemia fiquei afastada do mundo. Voltar à novela é voltar à vida. O mundo voltando ao normal. É um prazer pra mim. A minha personagem trabalha com rituais e eu amo isso. A fé te traz coragem, felicidade. É o que é preciso para viver", contou a atriz. Che Morais, que vive o marido de Sol, comentou sobre a preparação para o trabalho: "A preparação foi sensacional. Gosto de fazer pesquisa. Uma relação muito boa com os colegas. Acredito muito na força do coletivo. O Carlão representa muito isso. Carlão é um motorista de Uber, um empacotador, um pedreiro, essa pessoa que acorda cedo para trabalhar", descreveu o ator.
Samuel de Assis analisou seu personagem: "Ben é um advogado bem-sucedido que está cansado da vida dele. Quer tirar um ao sabático para realizar o sonho que ele tinha de fazer faculdade e virar um defensor público. A preparação foi linda porque é um tipo bem diferente de tudo o que já fiz. Ele tem uma calma que eu não tenho. Fui me informar com bastante amigos advogados para passar uma naturalidade no texto. Foi uma preparação muito bonita com a Carol Dieckmann e a Sheron. Está sendo uma delícia trabalhar com elas. E é muito importante uma família principal ser preta em uma novela", ressaltou o ator que brilhou recentemente em "Rensga Hits".
Rosane Svartman fez um resumo comparativo de suas obras: "Totalmente Demais' era o universo da moda e 'Bom Sucesso' o da literatura, mas 'Vai na Fé' não tem um único universo, é uma novela mosaico. Tem o universo da Lumiar, que é da vida alternativa, fora do cotidiano urbano. Tem o universo jurídico, temos a universidade, onde falamos de meritocracia. A gente tem o universo do Lorenzo (Zé Loreto) que é o do mundo artístico e pop, e temos uma personagem muito positiva que é a Sol. São vários universos que dialogam. Mas apesar de nenhum dos assuntos da novela ser religiosidade, há isso fazendo parte da construção de alguns personagens. E isso me despertou interesse. O fato da personagem ser evangélica ter causado atenção da imprensa me provocou reflexão. Porque a Elisa (Marina Ruy Barbosa) e a Paloma (Grazi Massafera) eram mulheres de fé. A Paloma falava com a santa na praça e isso não foi colocado como uma novela religiosa. E no contexto da vida da Sol é normal ela ser de uma família cristã. Meu interesse é trazer personagens que dialoguem com o público. E eu amo personagens cantando. Porque a gente vive cantando. As músicas de cena às vezes aparecem uma vez e não vão estar na novela toda, mas tem a ver com a narrativa. O Lui Lorenzo é fã do Lulu Santos, então vai ter bastante Lulu. As cenas de flashback tem mais funk melody. E em um dos cenários, que é o da igreja, há um coral e ali terá música gospel. A música permeia a novela. Aprendi ao longo do caminho que podemos falar de qualquer assunto às sete da noite, só precisa saber como. Podemos misturar leveza, humor e emoção. É uma mistura que funciona. A novela é um grande diálogo com o telespectador", analisou a autora.
Paulo Silvestrini complementou: "Assim como a novela é múltipla, a nossa sonoridade também pretende ser. Do Funk ao Gospel parece uma transição improvável, mas muito positiva. E nossa trilha é muito pop. A gente não elege como protagonista nenhum estilo musical. Ela flerta com todos os gêneros que achamos pertinentes. Temos uma família cristã e as práticas cristãs a fazem conviver com uma trilha gospel porque os personagens cantam ou ouvem música gospel, mas a novela não é sobre isso. A realidade é nossa inspiração, mas a gente faz ficção. Nossos universos são inventados, mas a gente quer que as pessoas se identifiquem. Rosane tem uma atenção com as pautas contemporâneas e não tem assunto proibido. O compromisso nosso é tratar com delicadeza e respeito temas que são sensíveis ao público brasileiro", observou o diretor.
Carla Cristina Cardoso descreveu sua personagem: "A Bruna é a típica mulher brasileira. Tenho Brunas na família. Minha mãe foi uma Bruna. As mulheres vão se identificar. A Bruna é uma resistência, uma típica personagem suburbana. Achou na família da Sol uma fortaleza. Mesmo não sendo daquela fé, foi um alicerce para ela. As duas são tão próximas que engravidaram quase ao mesmo tempo na adolescência. A Bruna é uma mulher que tentou ser uma boa mãe, mas ela perdeu o link com a filha. Vão ter momentos muito importantes de mãe e filha, mas muitos momentos de coleguismo. E esses momentos de coleguismo atrapalham a criação da filha. Foi tanto coleguismo que quando ela tentou ser mãe foi tarde", constattou a atriz que esteve recentemente em "Além da Ilusão" e também trabalhou com Rosane em "Bom Sucesso".
Elisa Lucinda comentou sobre sua volta aos folhetins: "A minha volta é em uma hora ótima. A hora da utopia. Muita coisa do que sonhei do ponto de vista da equidade no trabalho eu tenho visto na TV Globo. To amando o que estou vivendo. Na preparação chorei muito vendo aquele monte de gente preta junta. Com talento. Há muitos anos isso só aconteceria em uma novela de época para vivermos escravos. É um avanço. O texto da Rosane é maravilhoso, assim como o cuidado do Paulinho. O que mais me fez feliz no convite para viver a Marlene na novela foi interpretar uma evangélica. Justamente para não fazer aquele evangélico tão carregado de estereótipo. Justamente para não contaminá-a com minhas críticas ao neopentecostalismo. Ela se vê muito na filha. E não é à toa que meu pai de santo me disse 'Vai na Fé' quando perguntei se deveria voltar a fazer novela", se emocionou a veterana.
Bella Campos, após o sucesso de Muda, em 'Pantanal', contou um pouco sobre seu novo papel: "A Jenifer tem conflitos como qualquer garota da idade dela. E um deles é estar em uma faculdade com pessoas totalmente diferentes dela. Vai ser muito bonito ver a personagem desbravando isso e deixando a adolescência, acreditando que pode trazer um futuro melhor para a família. Há conflitos com a mãe, a avó, mas tudo envolvido com muito amor e muito afeto. A Jenifer vai sofrer bullying na universidade, mas acredito que vai se posicionar bem em relação a isso. Não vai deixar que atrapalhe os objetivos dela. Talvez seja algo que a impulsione a ser mais e mais. Fico muito orgulhosa de estar contando a trama da primeira pessoa da família a entrar em uma universidade. Espero que no futuro essa história não precise mais ser contada, mas infelizmente ainda é a realidade de muitas famílias pretas brasileiras", enfatizou a atriz.
Zecarlos Machado comentou sobre sua parceria com Claudia Ohana e a saga de seu personagem: "Eu e Claudia estamos ansiosos para começar nossa jornada porque ainda gravamos pouco. O Fábio é um cantor e ator. Na história ele primava muito pela fama, pelo consumo. Quando ele se dá conta chega uma hora que há um esgotamento da alma e perde o sentido da vida. Aí ele larga tudo para viver esse amor. A novela está trazendo uma questão necessária para o mundo que estamos vivendo, que é a cura da espiritualidade com uma medicina mais natural. O olhar mais para natureza. Isso é fundamental para o atual momento que vivemos. O meu personagem tem uma pousada que traz uma ligação dele com a espiritualidade. A Sol representa uma espiritualidade e o meu personagem uma conexão com a natureza. Precisamos dessa visão mais olística do mundo e acho que vamos penetrar por esse caminho. E minha volta à Globo me traz muita alegria. Só tenho a agradecer a Rosane e ao Paulinho. E acho que formo com a Cláudia um casal apaixonante. Somos pais da personagem da Carolina Dieckmann e nosso desafio é resolver os problemas amorosamente", analisou.
Mariana Pinheiro fez questão de falar sobre o clima nos bastidores: "Qualquer novela é um grande desafio, são projetos intensos. Meses convivendo com aquelas pessoas e criando relações. No caso de 'Vai na Fé', além de ser um desafio, tem uma leveza muito grande. Sinto isso na relação dos atores e na equipe. Nunca experimentei um projeto em que uma autora fosse tão próxima da produção, estando fisicamente presente. É um ganho pro projeto. E nunca presenciei tamanha diversidade na equipe, não só o elenco como já mencionado", observou a produtora.
A primeira coletiva online de "Vai na Fé" mostrou um elenco animado, refletindo o clima que tem sido visto nas primeiras chamadas na Globo.
Estou ansiosa, muito empolgada! Desde que "Além da Ilusão" acabou que não assisto as novelas.
ResponderExcluirPantanal valia a pena
ExcluirQue saudade que eu tava de ler suas impressões sobre a história, sobre a dramaturgia.
ResponderExcluirSe com um pano de fundo Rosane Svartman já criava novelas encantadoras, imagine então com o mosaico que ela descreveu! Acredito que "Vai Na Fé" será repleta de acertos, com o planejamento cuidadoso da autora, principalmente quando se trata de abordar temáticas sociais e primar pela diversidade em suas obras.
ResponderExcluirGuilherme
espero que Vai na Fé seja muito bom e muito melhor do que aquele horror de Cara e Coragem que atualmente está sendo exibido no horário das novelas das sete
ResponderExcluirSérgio, passando pra desejar que Seja um Natal maravilhoso pra ti e teus e tudo de bom para 2023! beijos, chica
ResponderExcluirLo mejor del mundo para usted
ResponderExcluirBeso
Olá, tudo bem? Nitidamente, a TV Globo tentará dialogar com os evangélicos... Abs e Feliz Natal! Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirSucesso para a novela. Será bem interessante.
ResponderExcluirBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
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ResponderExcluirTb estou, chaconerrilla.
ResponderExcluirQue honra te ter aqui, Rosaane!!!!!
ResponderExcluirTomara, Guilherme.
ResponderExcluirEu idem, annonimo.
ResponderExcluirBjs, Chica.
ResponderExcluirConncordo, Anderson.
ResponderExcluirBejo, recomenzar.
ResponderExcluirVerdade, Fabio.
ResponderExcluirAbçs, Emerson.
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