A atual novela das sete estreou em maio e desde então tem sido motivo de alegria para a Globo. A trama de Alcides Nogueira e Mário Teixeira conseguiu elevar ainda mais os índices da bem-sucedida "Alto Astral" e até agora tem mantido uma média geral em torno dos 24 pontos, que é um número bastante significativo. E a novela é muito bem produzida, apresentando ainda várias características que o horário costuma exigir, como o humor escrachado, por exemplo. Entretanto, "I love Paraisópolis" tem pecado em alguns pontos que acabam afetando a trama como um todo.
Com mais de dois meses no ar, o enredo central ainda não disse a que veio. Talvez o maior erro dos autores tenha sido exibir a viagem de Mari (Bruna Marquezine) e Danda (Tatá Werneck) a Nova York logo na primeira semana. A boa sintonia entre personagens pôde ser vista e elas formaram uma ótima dupla. Parecia que as irmãs de coração protagonizariam vários momentos cômicos e dramáticos. Porém, não demorou muito para que se afastassem em virtude dos acontecimentos da novela. Embora seja 'vendida' como coprotagonista, Danda está avulsa na história e Mari tem ficado entre cansativas idas e vindas com Benjamin (Maurício Destri).
A mocinha até agora tem como seu maior conflito a sua indecisão a respeito da sua relação, que aumentou ainda mais depois que Margot (Maria Casadevall) engravidou do mauricinho. São idas e vindas constantes. Grego (Caio Castro) completa este imbróglio amoroso e segue apaixonado por Mari e brigando com Benjamin. O traficante, aliás, foi envenenado pela mãe de Benjamin e ainda sofreu um atentado, implicando em um afastamento de Paraisópolis.
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sexta-feira, 31 de julho de 2015
quarta-feira, 29 de julho de 2015
"Terra Nostra": um sucesso que marcou época
Exibida entre 20 de setembro de 1999 e 2 de junho de 2000, "Terra Nostra" foi mais um fenômeno de audiência de Benedito Ruy Barbosa, depois do autor ter colhido os frutos do imenso sucesso de "O Rei do Gado" em 1996. A novela ----- reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" em 2004 ---- foi dirigida por Jayme Monjardim e teve o romance de Matteo e Giuliana como foco central de uma trama que contou um pouco sobre a imigração italiana no Brasil.
Ambientada entre o final do século XIX e início do século XX, a maior parte da história se passa nas fazendas de café do interior de São Paulo, locais cobiçados por vários italianos que vêm ao Brasil procurando melhores condições de trabalho. O enredo focou na importância da imigração na formação da sociedade brasileira através do casal interpretado por Ana Paula Arósio e Thiago Lacerda, que precisou enfrentar inúmeros obstáculos e várias adversidades para ficar junto.
A trama foi iniciada em 1894 com o navio Andrea I deixando o porto de Gênova, na Itália, e cruzando o Oceano Atlântico, transportando várias camponeses italianos que fugiam da crise econômica do seu país para tentar a sorte em terras brasileiras. Afinal, os fazendeiros estavam precisando de mão de obra nas plantações de café depois da libertação dos escravos.
Ambientada entre o final do século XIX e início do século XX, a maior parte da história se passa nas fazendas de café do interior de São Paulo, locais cobiçados por vários italianos que vêm ao Brasil procurando melhores condições de trabalho. O enredo focou na importância da imigração na formação da sociedade brasileira através do casal interpretado por Ana Paula Arósio e Thiago Lacerda, que precisou enfrentar inúmeros obstáculos e várias adversidades para ficar junto.
A trama foi iniciada em 1894 com o navio Andrea I deixando o porto de Gênova, na Itália, e cruzando o Oceano Atlântico, transportando várias camponeses italianos que fugiam da crise econômica do seu país para tentar a sorte em terras brasileiras. Afinal, os fazendeiros estavam precisando de mão de obra nas plantações de café depois da libertação dos escravos.
terça-feira, 28 de julho de 2015
Consuelo é um dos poucos acertos de "Babilônia" e destaca o talento de Arlete Salles
"Babilônia" é um dos maiores (senão o maior) fracassos da Globo. Os inúmeros problemas da fraca história de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga já foram amplamente abordados e enumerados desde que a trama estreou. Porém, em meio a tantos problemas e equívocos ---- incluindo até mesmo a inicialmente promissora rivalidade entre Inês e Beatriz, que se esgotou por completo ----, a novela tem um ponto positivo: a preconceituosa Consuelo, vivida pela grande Arlete Salles.
A personagem é um poço de conservadorismo e intolerância. Mãe do prefeito Aderbal Pimenta (Marcos Palmeira), político homofóbico que usa o eleitorado evangélico para conseguir votos, a mulher é uma religiosa fervorosa e vive vomitando declarações preconceituosas aos quatro ventos. Este perfil, infelizmente, é um tipo muito comum na sociedade e representa a parcela da população que não tolera quem é diferente ou não segue a sua cartilha. E ela começou pequena na trama, mas foi crescendo ao longo dos meses.
Consuelo, além de servir como espelho para tantas situações deploráveis que acontecem na vida real, tem uma comicidade 'espontânea'. E muita desta característica peculiar vem do show de Arlete Salles na comédia. As declarações daquela mulher amargurada são tão hipócritas e absurdas que soam engraçadas, principalmente quando a atriz apresenta um festival de caras e bocas, elevando propositalmente o tom da 'defensora dos bons costumes'.
A personagem é um poço de conservadorismo e intolerância. Mãe do prefeito Aderbal Pimenta (Marcos Palmeira), político homofóbico que usa o eleitorado evangélico para conseguir votos, a mulher é uma religiosa fervorosa e vive vomitando declarações preconceituosas aos quatro ventos. Este perfil, infelizmente, é um tipo muito comum na sociedade e representa a parcela da população que não tolera quem é diferente ou não segue a sua cartilha. E ela começou pequena na trama, mas foi crescendo ao longo dos meses.
Consuelo, além de servir como espelho para tantas situações deploráveis que acontecem na vida real, tem uma comicidade 'espontânea'. E muita desta característica peculiar vem do show de Arlete Salles na comédia. As declarações daquela mulher amargurada são tão hipócritas e absurdas que soam engraçadas, principalmente quando a atriz apresenta um festival de caras e bocas, elevando propositalmente o tom da 'defensora dos bons costumes'.
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Sem graça e repleto de equívocos, "Tomara que Caia" é uma boa ideia mal executada
A missão da Globo para preencher o espaço vago desde o fim do "Sai de Baixo" tem sido muito difícil. A faixa 'pós-Fantástico' se transformou em um grande problema para a emissora. Já foram várias tentativas, entre elas os fracassos "Norma" e "Batendo Ponto" (ambos cancelados rapidamente), a série "SOS Emergência", além de realities como "Jogo Duro" e "Hipertensão". O "SuperStar", apesar de perder algumas vezes para o "Programa Silvio Santos", se mostrou uma boa opção. Entretanto, com o fim da competição musical, mais uma aposta foi feita pelo canal, que estreou no dia 20 de julho: o "Tomara que Caia".
A atração, antes mesmo de estrear, contou com inúmeras chamadas que criavam várias dúvidas a respeito da identidade do formato. Afinal, é game ou humor? A pergunta já era uma dica sobre o conteúdo do programa, que mistura as duas características e transforma o público em protagonista. A cada semana, o elenco se divide em dois times de quatro pessoas, onde um é o espelho do outro. Ou seja, o ator X de um grupo interpretará o mesmo personagem do ator Y da equipe rival. A mesma cena tem que ser interpretada pelos dois quartetos e é o telespectador o responsável pelos momentos de substituição ----- quando um grupo não está agradando, há uma votação por meio de um aplicativo no celular (parecido com o esquema do "SuperStar"), onde está disponível a opção "Tomara que caia" ou "Tomara que fique".
Heloísa Périssé, Daniele Valente, Eri Johnson e Ricardo Tozzi formam uma equipe e Fabiana Karla, Priscila Fantin, Nando Cunha e Marcelo Serrado compõem a outra. Todos atuam em uma espécie de cenário e diante de uma plateia ---- nos mesmos moldes do "Sai de Baixo" e "Vai que Cola" (do Multishow).
A atração, antes mesmo de estrear, contou com inúmeras chamadas que criavam várias dúvidas a respeito da identidade do formato. Afinal, é game ou humor? A pergunta já era uma dica sobre o conteúdo do programa, que mistura as duas características e transforma o público em protagonista. A cada semana, o elenco se divide em dois times de quatro pessoas, onde um é o espelho do outro. Ou seja, o ator X de um grupo interpretará o mesmo personagem do ator Y da equipe rival. A mesma cena tem que ser interpretada pelos dois quartetos e é o telespectador o responsável pelos momentos de substituição ----- quando um grupo não está agradando, há uma votação por meio de um aplicativo no celular (parecido com o esquema do "SuperStar"), onde está disponível a opção "Tomara que caia" ou "Tomara que fique".
Heloísa Périssé, Daniele Valente, Eri Johnson e Ricardo Tozzi formam uma equipe e Fabiana Karla, Priscila Fantin, Nando Cunha e Marcelo Serrado compõem a outra. Todos atuam em uma espécie de cenário e diante de uma plateia ---- nos mesmos moldes do "Sai de Baixo" e "Vai que Cola" (do Multishow).
sexta-feira, 24 de julho de 2015
Monica Iozzi e Otaviano Costa formaram uma dupla perfeita no "Vídeo Show"
O "Vídeo Show" está há mais de 30 anos no ar. Ao longo destes anos foram muitos quadros, muitas mudanças e, claro, muitos apresentadores. As pessoas que mais marcaram no comando deste tão longevo programa foram, sem dúvida, Miguel Falabella, Cissa Guimarães, Angélica e André Marques. Mas, após um período turbulento (onde as alterações no formato foram catastróficas, incluindo a apresentação de um desconfortável Zeca Camargo), pode-se constatar que a atração acertou em cheio na escolha de Monica Iozzi e Otaviano Costa como titulares da atração vespertina da Globo.
A sintonia da dupla pôde ser vista logo na estreia, no dia 6 de abril. E seria perfeitamente normal um certo estranhamento no começo, afinal, eles se conheceram poucos dias antes de iniciarem a nova fase do programa. Mas o entrosamento foi visto rapidamente. Os dois não se levam a sério e nem procuram seguir engessados na apresentação, muito pelo contrário. Eles simplesmente brincam o tempo todo e riem deles mesmos, além de debocharem do próprio "Vídeo Show", caso tenha alguma matéria não muito 'interessante'.
Otaviano faz inúmeras piadas e exagera nas brincadeiras, enquanto Monica demonstra extremo constrangimento com as atitudes do colega. É justamente este contraponto que diverte, deixando o programa com um ar de intimidade, tanto para quem assiste, quanto para quem participa. A descontração está presente do primeiro ao último minuto, sem soar como algo forçado ou artificial.
A sintonia da dupla pôde ser vista logo na estreia, no dia 6 de abril. E seria perfeitamente normal um certo estranhamento no começo, afinal, eles se conheceram poucos dias antes de iniciarem a nova fase do programa. Mas o entrosamento foi visto rapidamente. Os dois não se levam a sério e nem procuram seguir engessados na apresentação, muito pelo contrário. Eles simplesmente brincam o tempo todo e riem deles mesmos, além de debocharem do próprio "Vídeo Show", caso tenha alguma matéria não muito 'interessante'.
Otaviano faz inúmeras piadas e exagera nas brincadeiras, enquanto Monica demonstra extremo constrangimento com as atitudes do colega. É justamente este contraponto que diverte, deixando o programa com um ar de intimidade, tanto para quem assiste, quanto para quem participa. A descontração está presente do primeiro ao último minuto, sem soar como algo forçado ou artificial.
quinta-feira, 23 de julho de 2015
Pedro e Karina: o casal mais popular de "Malhação Sonhos"
O tradicional ditado 'os opostos se atraem' costuma funcionar muito bem na ficção. É difícil um casal deste tipo, cuja relação começa com brigas cômicas e depois vira amor, dar errado na teledramaturgia. Portanto, é perfeitamente compreensível o êxito do par Pedro (Rafael Vitti) e Karina (Isabella Santoni) em "Malhação Sonhos". Desde o início ficou claro que a dupla cairia nas graças do público. E de fato caiu. O sucesso de 'Perina' é incontestável e logo na primeira semana de temporada ficou perceptível que a dupla seria um dos pontos altos da história.
Karina é uma menina sem vaidade, com baixa autoestima e que se culpa pela morte da mãe (ela faleceu em seu parto). Apaixonada por muay thai, usa a luta como uma válvula de escape para seus conflitos internos. Tem na figura da irmã (Bianca - Bruna Hamu) um porto seguro e é superprotegida pelo pai (Gael - Eriberto Leão). No começo da trama, teve uma paixão platônica por Duca (Arthur Aguiar) e demorou para perceber que na verdade estava gostando do Pedro, garoto que despertou sua fúria logo no primeiro encontro (quando a menina o flagrou tocando violão no restaurante do pai e da mãe dele).
Já o garoto é um típico trapalhão que, ao perceber o temperamento agressivo da garota, fez questão de apelidá-la de Esquentadinha assim que a viu. E foram os constantes e acidentais esbarrões que acabaram aproximando os dois. Apaixonado por música e guitarrista de uma banda, Pedro é responsável por inúmeras pérolas e sua irmã mais nova (Tomtom - Bianca Vedovato) consegue ser mais madura que ele.
Karina é uma menina sem vaidade, com baixa autoestima e que se culpa pela morte da mãe (ela faleceu em seu parto). Apaixonada por muay thai, usa a luta como uma válvula de escape para seus conflitos internos. Tem na figura da irmã (Bianca - Bruna Hamu) um porto seguro e é superprotegida pelo pai (Gael - Eriberto Leão). No começo da trama, teve uma paixão platônica por Duca (Arthur Aguiar) e demorou para perceber que na verdade estava gostando do Pedro, garoto que despertou sua fúria logo no primeiro encontro (quando a menina o flagrou tocando violão no restaurante do pai e da mãe dele).
Já o garoto é um típico trapalhão que, ao perceber o temperamento agressivo da garota, fez questão de apelidá-la de Esquentadinha assim que a viu. E foram os constantes e acidentais esbarrões que acabaram aproximando os dois. Apaixonado por música e guitarrista de uma banda, Pedro é responsável por inúmeras pérolas e sua irmã mais nova (Tomtom - Bianca Vedovato) consegue ser mais madura que ele.
terça-feira, 21 de julho de 2015
Camila Queiroz: a grande revelação de "Verdades Secretas"
A sua missão não era nada fácil: estrear logo como protagonista em uma novela das onze da Rede Globo. E em uma trama inédita que era a aposta da emissora na faixa, após a produção de quatro remakes. Para culminar, o horário tardio permite cenas mais ousadas, onde a nudez passa a fazer parte de várias cenas. Ou seja, era um conjunto de fatores bem assustador para uma iniciante. Mas, contrariando todas as desconfianças, Camila Queiroz vem tirando de letra o desafio e se tornou a grande revelação de "Verdades Secretas".
A protagonista da trama de Walcyr Carrasco é um tipo que exigiria muita entrega até mesmo de uma atriz mais experiente. Arlete é uma menina de 16 anos, do interior de São Paulo, que sonhava em ser modelo. Ela acabou vindo para a cidade grande com a mãe Carolina (Drica Moraes), que tinha acabado de se separar do marido, e se instalou na casa de Hilda (Ana Lucia Torre), sua avó. Ainda tentando se adaptar ao novo 'mundo', a garota logo foi contratada pela agência de Fanny (Marieta Severo) e achou que o seu sonho finalmente começava a se realizar.
Porém, Arlete ganhou o nome 'artístico' de Angel e descobriu que tinha se enfiado em um esquema de prostituição, onde as modelos faziam parte do chamado 'Book Rosa'. O excesso de ingenuidade da personagem poderia irritar, mas isso não acontece porque o autor soube construir muito bem este perfil e Camila a defende com extrema competência.
A protagonista da trama de Walcyr Carrasco é um tipo que exigiria muita entrega até mesmo de uma atriz mais experiente. Arlete é uma menina de 16 anos, do interior de São Paulo, que sonhava em ser modelo. Ela acabou vindo para a cidade grande com a mãe Carolina (Drica Moraes), que tinha acabado de se separar do marido, e se instalou na casa de Hilda (Ana Lucia Torre), sua avó. Ainda tentando se adaptar ao novo 'mundo', a garota logo foi contratada pela agência de Fanny (Marieta Severo) e achou que o seu sonho finalmente começava a se realizar.
Porém, Arlete ganhou o nome 'artístico' de Angel e descobriu que tinha se enfiado em um esquema de prostituição, onde as modelos faziam parte do chamado 'Book Rosa'. O excesso de ingenuidade da personagem poderia irritar, mas isso não acontece porque o autor soube construir muito bem este perfil e Camila a defende com extrema competência.
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Com "A Vida da Gente" e "Sete Vidas", Lícia Manzo comprovou que sabe retratar com maestria a alma humana
O Brasil sempre teve grandes autores de novelas. Tanto que o folhetim virou uma das grandes marcas do país, sendo referência em vários lugares do mundo. A Globo exporta produções com grande facilidade e as histórias já foram traduzidas em diversos idiomas. Uma das receitas deste sucesso é a pluralidade do time dos escritores. Cada um tem características específicas, o que implica na identidade de sua obra. E, mesmo tendo escrito apenas duas novelas, pode-se afirmar que Lícia Manzo vem se destacando neste cenário da teledramaturgia.
A autora (que também é atriz, diretora, produtora e roteirista) já colaborou em vários episódios do extinto "Sai de Baixo", escreveu, em parceria com colegas, uma temporada de "Malhação" (2003/2004) e estreou como titular na linda série "Tudo Novo de Novo", em 2009, sendo supervisionada por Maria Adelaide Amaral. Mas foi em 2011 que Lícia se tornou mais conhecida do grande público em virtude da impecável "A Vida da Gente", sua primeira novela. Ela emocionou o telespectador com uma história extremamente delicada e dramática. E se ainda havia alguma dúvida do seu talento, a mesma foi aniquilada depois de quatro anos. Afinal, a escritora voltou a sensibilizar com a linda "Sete Vidas", terminada recentemente (primeira semana de julho).
Não é qualquer autor que consegue retratar a alma humana tão bem quanto Lícia. Seu estilo lembra muito o de Manoel Carlos, uma vez que também costuma utilizar as situações cotidianas para desenvolver a história e seus personagens são quase todos de classe média. Outra semelhança é a ausência de núcleo cômico, focando somente nos dramas. Porém, a autora tem uma sensibilidade maior para a abordagem das relações.
A autora (que também é atriz, diretora, produtora e roteirista) já colaborou em vários episódios do extinto "Sai de Baixo", escreveu, em parceria com colegas, uma temporada de "Malhação" (2003/2004) e estreou como titular na linda série "Tudo Novo de Novo", em 2009, sendo supervisionada por Maria Adelaide Amaral. Mas foi em 2011 que Lícia se tornou mais conhecida do grande público em virtude da impecável "A Vida da Gente", sua primeira novela. Ela emocionou o telespectador com uma história extremamente delicada e dramática. E se ainda havia alguma dúvida do seu talento, a mesma foi aniquilada depois de quatro anos. Afinal, a escritora voltou a sensibilizar com a linda "Sete Vidas", terminada recentemente (primeira semana de julho).
Não é qualquer autor que consegue retratar a alma humana tão bem quanto Lícia. Seu estilo lembra muito o de Manoel Carlos, uma vez que também costuma utilizar as situações cotidianas para desenvolver a história e seus personagens são quase todos de classe média. Outra semelhança é a ausência de núcleo cômico, focando somente nos dramas. Porém, a autora tem uma sensibilidade maior para a abordagem das relações.
quinta-feira, 16 de julho de 2015
Duca e Bianca: o casal que representa o romantismo clássico em "Malhação Sonhos"
"Malhação Sonhos" apresenta uma pluralidade de pares românticos. Cada um tem uma característica mais específica, embora todos sejam repletos de sentimento. O casal 'Duanca', por exemplo, consegue mesclar o tradicionalismo do par romântico novelesco com a imperfeição que acomete todo ser humano. O romantismo clássico é representado fielmente na relação, que é movida justamente em torno do sentimento que nunca morre. Duca e Bianca são os típicos mocinhos, ao mesmo tempo que fogem dos esteriótipos ---- ela bem mais que ele, vale ressaltar. Os dois protagonizam uma bonita história, que está diretamente ligada ao tema 'Sonhos', e os atores convencem em cena.
A trama que envolve o casal é muito semelhante ao romance vivido por Gael (Eriberto Leão), lutador de artes marciais, que se apaixonou por Ana, uma jovem sonhadora que amava as artes cênicas. Ele nunca aceitou a profissão da mulher, mas o sentimento que os unia era mais forte. Já Duca é um aluno de muay thai que cai de amores por Bianca, uma menina que sonha em ser atriz e 'coincidentemente' é filha do seu grande mestre. Praticamente uma história que se repete, entretanto, com a possibilidade de um final feliz, o que não aconteceu com o pai da mocinha.
As brigas de Gael com sua esposa eram muitas e ele ficou viúvo com o nascimento de sua segunda filha, Karina (Isabella Santoni), pois Ana faleceu no parto. Antes desta tragédia, a atriz foi quase abusada por Lobão (Marcelo Faria) enquanto se arrumava em seu camarim. Ou seja, vários dramas pesados atingiram a família. Mas o destino de Duca e Bianca têm tudo para ser bem diferente desta traumática história de amor protagonizada por Gael e Ana.
A trama que envolve o casal é muito semelhante ao romance vivido por Gael (Eriberto Leão), lutador de artes marciais, que se apaixonou por Ana, uma jovem sonhadora que amava as artes cênicas. Ele nunca aceitou a profissão da mulher, mas o sentimento que os unia era mais forte. Já Duca é um aluno de muay thai que cai de amores por Bianca, uma menina que sonha em ser atriz e 'coincidentemente' é filha do seu grande mestre. Praticamente uma história que se repete, entretanto, com a possibilidade de um final feliz, o que não aconteceu com o pai da mocinha.
As brigas de Gael com sua esposa eram muitas e ele ficou viúvo com o nascimento de sua segunda filha, Karina (Isabella Santoni), pois Ana faleceu no parto. Antes desta tragédia, a atriz foi quase abusada por Lobão (Marcelo Faria) enquanto se arrumava em seu camarim. Ou seja, vários dramas pesados atingiram a família. Mas o destino de Duca e Bianca têm tudo para ser bem diferente desta traumática história de amor protagonizada por Gael e Ana.
terça-feira, 14 de julho de 2015
"Além do Tempo" estreia com trama clássica, belas imagens e tom teatral
O amor pode durar muitas vidas e sempre haverá uma chance para recomeçar, independente dos percalços que aparecerem pelo caminho. "Além do Tempo" tem esta premissa e a autora Elizabeth Jhin pretende abordar este já conhecido enredo através do casal Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso), os mocinhos de sua trama. A nova novela das seis, dirigida por Rogério Gomes (com Pedro Vasconcelos na direção geral), estreou nesta segunda-feira (13/07) com a missão de substituir a impecável "Sete Vidas", e a autora já mostrou que abusará do dramalhão clássico para prender o público.
Passada no século XIX, a primeira fase terá cerca de 70 capítulos, ou seja, será bem longa. Principalmente se comparar com "Sete Vidas", que apresentou apenas 106 capítulos. A nova trama terá praticamente esta duração antes da passagem de tempo. Esta mudança, aliás, é um dos principais atrativos da novela. Não serão 10 ou 20 anos e sim 150. E a proposta da autora é justamente reencarnar todos os personagens da trama principal para mostrar a força do amor do casal protagonista, que resiste além do tempo ----- honrando o título do folhetim. Porém, claro que há um risco. Será uma alteração brusca, praticamente uma outra novela. Mas a ousadia é válida.
E o enredo ainda tem um passado que influi diretamente no desenvolvimento do início da história. Isso porque Emília (Ana Beatriz Nogueira) trabalhava e vivia com um grupo de espetáculos mambembes. Seu codinome era Allegra e, em uma de suas apresentações, conheceu Bernardo (Felipe Camargo), por quem se apaixonou, sendo correspondida. Mas o rapaz era filho único da Condessa Vitória (Irene Ravache), que não aceitou o romance de seu filho (ligado à nobreza italiana) com uma 'plebeia'.
Passada no século XIX, a primeira fase terá cerca de 70 capítulos, ou seja, será bem longa. Principalmente se comparar com "Sete Vidas", que apresentou apenas 106 capítulos. A nova trama terá praticamente esta duração antes da passagem de tempo. Esta mudança, aliás, é um dos principais atrativos da novela. Não serão 10 ou 20 anos e sim 150. E a proposta da autora é justamente reencarnar todos os personagens da trama principal para mostrar a força do amor do casal protagonista, que resiste além do tempo ----- honrando o título do folhetim. Porém, claro que há um risco. Será uma alteração brusca, praticamente uma outra novela. Mas a ousadia é válida.
E o enredo ainda tem um passado que influi diretamente no desenvolvimento do início da história. Isso porque Emília (Ana Beatriz Nogueira) trabalhava e vivia com um grupo de espetáculos mambembes. Seu codinome era Allegra e, em uma de suas apresentações, conheceu Bernardo (Felipe Camargo), por quem se apaixonou, sendo correspondida. Mas o rapaz era filho único da Condessa Vitória (Irene Ravache), que não aceitou o romance de seu filho (ligado à nobreza italiana) com uma 'plebeia'.
segunda-feira, 13 de julho de 2015
"SuperStar" atinge seu objetivo ao entreter e lançar bandas promissoras no mercado musical
Quando o "SuperStar" estreou em 2014, na Globo, houve um grande estranhamento em relação ao programa. O esquema de votação (através de um aplicativo) começou apresentando problemas e a competição musical (como era de se esperar) foi comparada ao "The Voice Brasil". Porém, passado este período de 'adaptação', a atração chegou ao fim se mostrando um grande acerto, emplacando, inclusive, vários competidores no mercado musical. E a segunda temporada ---- que estreou em abril deste ano e chegou ao fim neste domingo (12/07) ----- manteve basicamente toda a fórmula, fazendo apenas algumas alterações.
A apresentação continuou com a talentosa Fernanda Lima, tendo André Marques como companheiro para explicar as etapas da competição e entrevistar convidados na plateia. Rafa Brittes entrou no lugar de Fernanda Paes Leme para conversar com as bandas aprovadas e a repórter é um poço de carisma, além de desenvolta. Já o time de jurados foi completamente reformulado: Dinho Ouro Preto, Fábio Jr. e Ivete Sangalo saíram, cedendo os lugares para Paulo Ricardo, Thiaguinho e Sandy.
No começo das audições, 35 bandas se apresentaram, onde 24 foram aprovadas com cada jurado apadrinhando 8 delas. A repescagem foi uma das novidades, proporcionando para dos grupos musicais eliminados uma segunda chance. O Super Passe também foi uma boa surpresa, uma vez que destacou mais os jurados, dando a eles o poder de salvar uma das três menos votadas da noite ---- sendo que duas saíam obrigatoriamente.
No começo das audições, 35 bandas se apresentaram, onde 24 foram aprovadas com cada jurado apadrinhando 8 delas. A repescagem foi uma das novidades, proporcionando para dos grupos musicais eliminados uma segunda chance. O Super Passe também foi uma boa surpresa, uma vez que destacou mais os jurados, dando a eles o poder de salvar uma das três menos votadas da noite ---- sendo que duas saíam obrigatoriamente.
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Aclamada por público e crítica, "Sete Vidas" foi uma novela que primou pela sensibilidade
"O que é bom dura pouco." Esta frase conhecida pode ser aplicada facilmente ao segundo folhetim de Lícia Manzo na Globo. "Sete Vidas" chegou ao fim nesta sexta-feira (10/07), exibindo um último capítulo recheado de sensibilidade e cenas emocionantes, onde todo o contexto da trama foi fechado com maestria. O horário das seis foi premiado com uma produção que priorizou o cotidiano, excluindo a presença de vilões clássicos. A vida era a antagonista de todos. A novela teve apenas 106 capítulos e ficou cerca de quatro meses no ar. A curta duração evitou qualquer tipo de enrolação, mas não há como negar que deixou um gosto de quero mais.
Após o êxito da elogiada "A Vida da Gente", Lícia se aventurou novamente no horário das seis com uma história que tratava de arranjos familiares. Inicialmente prevista para a faixa das 23h, a duração da obra foi aumentada (seria ainda mais curta do que foi), mas o conjunto não foi mexido. E a autora apenas comprovou a sua competência ao contar uma história tão bem construída e envolvente quanto a exibida em 2011, marcando, na época, sua estreia como autora solo. As novas famílias (nem tão novas assim, diga-se) foram abordadas com um extremo detalhismo e a humanidade dos personagens cativou o telespectador, que logo se viu mergulhado naquele enredo tão bem elaborado.
O drama do solitário navegador Miguel (Domingos Montagner), que doou sêmen anos atrás no Estados Unidos, implicando no surgimento de cinco vidas, despertou atenção logo no primeiro capítulo, quando o mesmo iniciava sua saga, que era atormentada por um traumático acontecimento do passado. Toda a trama foi brilhantemente entrelaçada pela autora, onde a história de cada um foi sendo contada à medida que as semanas se passavam.
Após o êxito da elogiada "A Vida da Gente", Lícia se aventurou novamente no horário das seis com uma história que tratava de arranjos familiares. Inicialmente prevista para a faixa das 23h, a duração da obra foi aumentada (seria ainda mais curta do que foi), mas o conjunto não foi mexido. E a autora apenas comprovou a sua competência ao contar uma história tão bem construída e envolvente quanto a exibida em 2011, marcando, na época, sua estreia como autora solo. As novas famílias (nem tão novas assim, diga-se) foram abordadas com um extremo detalhismo e a humanidade dos personagens cativou o telespectador, que logo se viu mergulhado naquele enredo tão bem elaborado.
O drama do solitário navegador Miguel (Domingos Montagner), que doou sêmen anos atrás no Estados Unidos, implicando no surgimento de cinco vidas, despertou atenção logo no primeiro capítulo, quando o mesmo iniciava sua saga, que era atormentada por um traumático acontecimento do passado. Toda a trama foi brilhantemente entrelaçada pela autora, onde a história de cada um foi sendo contada à medida que as semanas se passavam.
quinta-feira, 9 de julho de 2015
Isabelle Drummond viveu seu melhor momento em "Sete Vidas"
Mesmo ainda criança, vivendo a Emília do "Sítio do Pica-Pau Amarelo" --- depois de pequenas participações em "Laços de Família" e "Os Maias" ---, Isabelle Drummond já mostrava que seu futuro no mundo das artes cênicas seria promissor, como de fato foi. Desde então, ela já esteve em seis novelas, onde pôde se destacar em três delas, quando ganhou perfis que fizeram jus ao seu talento: "Caras & Bocas" (Bianca), "Cheias de Charme" (Cida) e "Sangue Bom" (Giane). Mas foi em "Sete Vidas" (cujo fim será exibido nesta sexta-feira) que a atriz viveu seu melhor momento na carreira.
Júlia foi uma das personagens mais importantes da novela e Lícia Manzo confiou plenamente no talento da intérprete. Ela era uma das sete vidas do título e se Miguel (Domingos Montagner) foi o responsável por todo o desenvolvimento da história, pode-se afirmar que a menina foi o grande elo de ligação de todas as pontas do enredo tão bem construído pela autora. E, por ironia, era a única que não tinha qualquer laço sanguíneo com o doador de sêmen, o que deixou a trajetória da personagem ainda mais atrativa e rica dramaturgicamente.
O grau de dificuldade deste papel era muito alto e uma profissional um pouco mais limitada não conseguiria fazê-lo com tanta competência. Júlia iniciou com Pedro (Jayme Matarazzo) uma saga para encontrar seus outros irmãos, mas se apaixonou por ele (sendo correspondida) e viu sua vida virar de cabeça para baixo.
Júlia foi uma das personagens mais importantes da novela e Lícia Manzo confiou plenamente no talento da intérprete. Ela era uma das sete vidas do título e se Miguel (Domingos Montagner) foi o responsável por todo o desenvolvimento da história, pode-se afirmar que a menina foi o grande elo de ligação de todas as pontas do enredo tão bem construído pela autora. E, por ironia, era a única que não tinha qualquer laço sanguíneo com o doador de sêmen, o que deixou a trajetória da personagem ainda mais atrativa e rica dramaturgicamente.
O grau de dificuldade deste papel era muito alto e uma profissional um pouco mais limitada não conseguiria fazê-lo com tanta competência. Júlia iniciou com Pedro (Jayme Matarazzo) uma saga para encontrar seus outros irmãos, mas se apaixonou por ele (sendo correspondida) e viu sua vida virar de cabeça para baixo.
terça-feira, 7 de julho de 2015
O que falta em "Babilônia", sobra em "Malhação", "Sete Vidas" e "Verdades Secretas"
Comparar produções que estão no ar nem sempre é producente. Afinal, cada uma tem suas características e as temáticas, embora usem os vários clichês presentes na teledramaturgia, acabam sendo distintas. Entretanto, analisando os inúmeros problemas de "Babilônia" e as várias qualidades de "Malhação Sonhos", "Sete Vidas" e "Verdades Secretas", todas exibidas na Globo, fica difícil não explorar esta gama de diferenças tão evidentes.
"Babilônia" se mostrou uma novela fraca, independente das inúmeras mudanças feitas em virtude da forte rejeição que a história sofreu. O enredo central escrito por Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, baseado na rivalidade de Beatriz (Glória Pires) e Inês (Adriana Esteves), se mostrou frágil e insustentável para tantos capítulos. Tanto que os embates entre as vilãs cansaram e o tema em torno do assassinato de Cristóvão já deu o que tinha que dar há muito tempo. E as tramas paralelas já eram limitadas e ficaram ainda mais perdidas após as mudanças no roteiro.
As idas e vindas de Alice (Sophie Charlotte) e Evandro (Cássio Gabus Mendes) não despertam interesse e o romance da filha de Inês com o cafetão Murilo (Bruno Gagliasso) foi completamente aniquilado, ficando sem a menor lógica. Os demais núcleos ficam deslocados e os personagens não provocam empatia alguma.
"Babilônia" se mostrou uma novela fraca, independente das inúmeras mudanças feitas em virtude da forte rejeição que a história sofreu. O enredo central escrito por Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, baseado na rivalidade de Beatriz (Glória Pires) e Inês (Adriana Esteves), se mostrou frágil e insustentável para tantos capítulos. Tanto que os embates entre as vilãs cansaram e o tema em torno do assassinato de Cristóvão já deu o que tinha que dar há muito tempo. E as tramas paralelas já eram limitadas e ficaram ainda mais perdidas após as mudanças no roteiro.
As idas e vindas de Alice (Sophie Charlotte) e Evandro (Cássio Gabus Mendes) não despertam interesse e o romance da filha de Inês com o cafetão Murilo (Bruno Gagliasso) foi completamente aniquilado, ficando sem a menor lógica. Os demais núcleos ficam deslocados e os personagens não provocam empatia alguma.
sexta-feira, 3 de julho de 2015
A complexidade de Miguel e o show de Domingos Montagner em "Sete Vidas"
Nada mais gratificante para um ator do que ganhar um perfil complexo para interpretar. Isso proporciona sempre grandes cenas para o intérprete, que precisa vivenciar todas as angústias e mostrar as nuances daquele personagem. E é o que vem acontecendo com Domingos Montagner desde a estreia da primorosa "Sete Vidas", novela das seis que lamentavelmente está perto de seu fim. Ele ganhou um tipo desafiador, brilhantemente escrito pela autora.
Miguel é a figura que move toda a história de Lícia Manzo e o protagonista transborda complexidade. Atormentado por um trauma do passado, o navegador tem uma séria dificuldade de se relacionar com o outro, de criar vínculos, expressar sentimentos, enfim, de viver. Isso porque, quando adolescente (interpretado por Jesuíta Barbosa), ele viu o pai (Celso Frateschi) abusando sexualmente da menina por quem era apaixonado e o confrontou, provocando uma briga séria. A mãe do rapaz (vivida por Cláudia Netto) ouviu tudo e foi atrás do filho, que saiu de casa a toda velocidade em uma moto. Esta perseguição acabou culminando no acidente que matou a mãe, atingida em cheio por um caminhão.
Desde então, a vida deste homem passou a ser um verdadeiro inferno. Além de ter se culpado pela morte da mulher que mais amava, ele ainda achava que havia cometido uma injustiça com o pai. Todo o trágico conjunto deixou Miguel introspectivo e cada vez mais isolado. Porém, uma atitude sua no passado foi a responsável por uma armadilha do destino: ainda adolescente, doou sêmen nos Estados Unidos para ganhar dinheiro e cinco filhos foram originados, sendo que todos eles acabaram se encontrando por meio da internet anos depois.
Miguel é a figura que move toda a história de Lícia Manzo e o protagonista transborda complexidade. Atormentado por um trauma do passado, o navegador tem uma séria dificuldade de se relacionar com o outro, de criar vínculos, expressar sentimentos, enfim, de viver. Isso porque, quando adolescente (interpretado por Jesuíta Barbosa), ele viu o pai (Celso Frateschi) abusando sexualmente da menina por quem era apaixonado e o confrontou, provocando uma briga séria. A mãe do rapaz (vivida por Cláudia Netto) ouviu tudo e foi atrás do filho, que saiu de casa a toda velocidade em uma moto. Esta perseguição acabou culminando no acidente que matou a mãe, atingida em cheio por um caminhão.
Desde então, a vida deste homem passou a ser um verdadeiro inferno. Além de ter se culpado pela morte da mulher que mais amava, ele ainda achava que havia cometido uma injustiça com o pai. Todo o trágico conjunto deixou Miguel introspectivo e cada vez mais isolado. Porém, uma atitude sua no passado foi a responsável por uma armadilha do destino: ainda adolescente, doou sêmen nos Estados Unidos para ganhar dinheiro e cinco filhos foram originados, sendo que todos eles acabaram se encontrando por meio da internet anos depois.
quinta-feira, 2 de julho de 2015
"Além do Tempo": o que esperar da próxima novela das seis?
Substituir uma novela impecável como foi "Sete Vidas" não é uma tarefa fácil. E curiosamente não é a primeira vez que Elizabeth Jhin enfrenta este desafio. A autora também encarou a responsabilidade em 2012, quando substituiu a aclamada "A Vida da Gente", da mesma Lícia Manzo, no horário das seis. Porém, na época, ela não cumpriu o objetivo. A trama ("Amor Eterno Amor") foi fraca e deixou muito a desejar. Agora, o desafio se repete e a responsabilidade é grande com seu novo folhetim, cujo título é "Além do Tempo".
Dirigida por Rogério Gomes, a trama ----- com cenas gravadas em São José dos Ausentes e Bento Conçalves, no sul do país ---- terá duas fases. A primeira será passada no século XIX e durará cerca de 80 capítulos. A passagem de tempo terá 150 anos, migrando o enredo para os dias atuais. Ou seja, Elizabeth Jhin novamente irá tratar de vidas passadas, após ter abordado o espiritismo em "Escrito nas Estrelas" e "Amor Eterno Amor". Porém, nesta produção a cabala também será abordada. E a autora optou por algo bem ousado, afinal, o elenco principal permanecerá nos dois tempos. Como o público enxergará esta 'reencarnação grupal' é um mistério. Pode funcionar muito bem, ou ser um grande equívoco.
A novela contará a história de Lívia (Alinne Moraes, que volta aos folhetins após um recesso de quatro anos) e Felipe (Rafael Cardoso vivendo mais um mocinho), cujas almas estão ligadas há várias encarnações, fazendo com que ambos se sintam felizes quando estão juntos. Ela é de família humilde e, por ordens da sua mãe (Emília - Ana Beatriz Nogueira), está voltando para o convento onde foi criada, mas não quer ser freira e nem tem vocação para a vida monástica.
Dirigida por Rogério Gomes, a trama ----- com cenas gravadas em São José dos Ausentes e Bento Conçalves, no sul do país ---- terá duas fases. A primeira será passada no século XIX e durará cerca de 80 capítulos. A passagem de tempo terá 150 anos, migrando o enredo para os dias atuais. Ou seja, Elizabeth Jhin novamente irá tratar de vidas passadas, após ter abordado o espiritismo em "Escrito nas Estrelas" e "Amor Eterno Amor". Porém, nesta produção a cabala também será abordada. E a autora optou por algo bem ousado, afinal, o elenco principal permanecerá nos dois tempos. Como o público enxergará esta 'reencarnação grupal' é um mistério. Pode funcionar muito bem, ou ser um grande equívoco.
A novela contará a história de Lívia (Alinne Moraes, que volta aos folhetins após um recesso de quatro anos) e Felipe (Rafael Cardoso vivendo mais um mocinho), cujas almas estão ligadas há várias encarnações, fazendo com que ambos se sintam felizes quando estão juntos. Ela é de família humilde e, por ordens da sua mãe (Emília - Ana Beatriz Nogueira), está voltando para o convento onde foi criada, mas não quer ser freira e nem tem vocação para a vida monástica.