Júlia foi uma das personagens mais importantes da novela e Lícia Manzo confiou plenamente no talento da intérprete. Ela era uma das sete vidas do título e se Miguel (Domingos Montagner) foi o responsável por todo o desenvolvimento da história, pode-se afirmar que a menina foi o grande elo de ligação de todas as pontas do enredo tão bem construído pela autora. E, por ironia, era a única que não tinha qualquer laço sanguíneo com o doador de sêmen, o que deixou a trajetória da personagem ainda mais atrativa e rica dramaturgicamente.
O grau de dificuldade deste papel era muito alto e uma profissional um pouco mais limitada não conseguiria fazê-lo com tanta competência. Júlia iniciou com Pedro (Jayme Matarazzo) uma saga para encontrar seus outros irmãos, mas se apaixonou por ele (sendo correspondida) e viu sua vida virar de cabeça para baixo.
Além do horror que sentiu de si mesma por sentir atração por um irmão, ela ainda se chocou quando descobriu que todo o tempo que perdeu se punindo não serviu de nada, uma vez que não era filha do doador 251, o Miguel. A relação péssima que tinha com sua mãe, Marta (Gisele Fróes), foi completamente aniquilada.
Todos estes momentos exigiram muito de Isabelle, que correspondeu à altura. As cenas lindas protagonizadas com Jayme emocionaram e as discussões interpretadas com sua ótima parceira Gisele transmitiam muito bem a imensa distância que separava mãe e filha. Ela ainda fez inúmeras boas sequências ao lado de Letícia Colin, intérprete da Elisa, melhor amiga, prima, e praticamente uma irmã de Júlia. As confidências serviam para expor todas as angústias da personagem, que enfrentou uma verdadeira montanha-russa de emoções.
É até difícil somar as vezes que Júlia chorou na novela, mas, apesar deste excesso de lágrimas, a filha de Marta passou longe de ser considerada uma chata dramática. Até porque o perfil foi muito bem delineado pela autora e todo o sofrimento era perfeitamente compreensível. Isabelle vivenciou aquilo tudo mostrando do que era capaz. Não é por acaso que a atriz declarou várias vezes que estava felicíssima fazendo "Sete Vidas" e que havia se apaixonado por aquele projeto, elegendo, inclusive, a personagem como a melhor que já fez. Aliás, este folhetim faz parte da lista daqueles que agradam tanto o elenco quanto o público.
A Júlia viveu várias fases na trama e, após esta sucessão de conflitos, ela mergulhou em uma relação com Felipe (Michel Noher), o último dos sete filhos, depois da tentativa frustrada de ficar com Pedro, que já estava com Taís (Maria Flor). Foram muitos momentos bonitos vividos ao lado do argentino e a mesma ainda se aproximou de Miguel, virando uma confidente dele. Tanto que a menina foi a responsável pela virada na vida do protagonista. Graças ao seu empenho, o ex de Lígia (Débora Bloch) descobriu que não havia cometido uma injustiça com o pai e tinha razão na grave acusação (de abuso sexual) feita na época.
Isabelle até protagonizou uma das cenas mais bonitas da novela com Domingos Montagner, na penúltima semana, quando Júlia ouviu todo o desabafo de Miguel, fazendo questão de consolá-lo e ajudá-lo. Sobre o grau de importância da personagem, vale lembrar ainda que foi justamente ela a responsável por uma trégua entre os irmãos, convidando todos para um parque de diversões. Aquela sequência, com todos se divertindo feito crianças ---- enquanto tocava a linda Reckoner (Radiohead), versão instrumental de Vitamin String Quartet ----, foi a mais tocante da trama.
"Sete Vidas" está chegando ao fim e Isabelle Drummond só tem motivos para comemorar ---- não só ela, diga-se de passagem. Júlia foi um presentão de Lícia Manzo e proporcionou para a atriz uma sucessão de cenas difíceis. É a sua melhor personagem da carreira até agora e merece ser lembrada com muito carinho, não só pela a intérprete, quanto pelo o público também.
Ela, Debora Bloch, o Domingos Montagner e o Jayme Matarazzo viveram seus melhores momentos. Texto perfeito.
ResponderExcluirA novela acaba amanhã e eu já tô chorosa! Belle deu show e ganhou uma personagem maravilhosa. Serei eternamente grata a Lícia! Muito bom seu texto. Tô sumida mas sempre de olho! Bjkkkkk
ResponderExcluirEssa menina merecia um papel desses depois daquela ridícula Geração Brasil.
ResponderExcluirConcordo plenamente.
ExcluirÓtima análise, Sérgio! A alegria de acompanhar esta obra prima passou por várias outras alegrias, inclusive a de ver a excelente Isabelle Drummond devidamente reconhecida num papel digno do seu talento. Jovem e com uma segurança, uma maturidade cênica de fazer inveja a muitos veteranos. Todas as parcerias dela foram lindas, com Colin, Carvalho, Matarazzo, Noher,Montagner e as cenas com Bloch me fizeram desejar uma outra novela com as duas. Eu já conhecia o trabalho dessa estrela, mas me apaixonei pela sua sensibilidade e delicadeza na pele de Júlia. Que venham novas novelas da Manzo para que Isabelle Drummond nos dê novas alegrias!
ResponderExcluirParabéns pela postagem! Ela merecia! E eu endosso tudo o que você colocou com propriedade nesse texto. Júlia foi uma personagem incrível e a Isabelle a interpretou com total entrega. Já com saudades!
ResponderExcluirJúlia foi um presente pra ela e será difícil ela ter outra personagem dessa tão cedo. Com toda razão ela diz que foi sua personagem favorita. E tinha que ficar com o Pedro mesmo, Júlia sempre o amou.
ResponderExcluirIsabelle Drummond se supera a cada novo trabalho.Gostei especialmente das cenas dela com o Michel Noher, no capítulo de ontem, quando Júlia se confessa dividida entre ele e seu amor por Pedro. Michel também esteve ótimo.
ResponderExcluirUma novela linda e uma personagem maravilhosa. A personagem com certeza vai deixar saudades. Como você e a triz mesmo disse, a Júlia foi o melhor papel da Isabelle e merece mesmo ser lembrada. É incrível como Lícia traz para tela personagens tão humanos, que lembram tanto a realidade. Miguel, Júlia, Bernardo... Todos deixarão saudades. Parabéns pelo texto
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ResponderExcluirConcordo, Sérgio.
Não vi muitos trabalhos de Isabelle Drummond, mas por tudo que cheguei a ver em 'Sete Vidas' deu para constatar o seu talento, doçura e expressividade. De fato, ela desenvolveu um personagem de grande relevo na novela.
Vou tentar ver o último capítulo.
Abraço.
Ah, fico feliz quando vejo atores desabrochando a cada personagem, exercitando a sensibilidade, pois foi o que observei na Isabelle ao interpretar Júlia. Ela poderia ter transformado a personagem numa mocinha chata, mas teve a sensibilidade de entender o tom de cada diálogo, gesto que a Lícia escrevia. Amo assisti-la em cena e nas entrevistas que dá: ela é natural, não se rendeu ao estrelismo, acredito que seja este o diferencial para fazer um personagem humano e não caricato.
ResponderExcluirSérgio, estava com saudades de vir aqui. Abraços!!!
Oi, Sérgio!
ResponderExcluirExiste na atualidade uma tendência na literatura teen de fantasiar as relações entre meio-irmãos. Sei que não foi esse o tema da novela, mas um chamariz por uma audiência nas chamadas antes do início da novela. Eu mesma pensei na possibilidade de irmãos se relacionarem e depois da descoberta surgir alguma discussão social nesse sentido.
Parabéns para Isabelle Drummond! Sou fã e torço por ela!
Beijus,
É tão gostoso poder ligar a tevê depois de um dia de trabalho e se deparar com a elegância e a beleza dessa linda atriz! Que personagem encantador ela transformou a Júlia! Eu chorava junto quando ela chorava e sorria ao ver ela feliz com seu amado Felipe (pena que o final sabemos é com Pedro, mas tudo bem, a sintonia com o Jayme Matarazzo também é ótima). Vai fazer falta no meu dia a dia! JÁ ESTÁ FAZENDO! como sempre, seu blog certeiro nas observações! olhos de águia!
ResponderExcluirEu realmente concordo contigo Sergio!!!
ResponderExcluirBeijos e beijos e boa noite!!!
http://simplesmentelilly.blogspot.com.br/
Olá, Sérgio! ainda hoje comentei com minha filha que essa novela foi ótima por ter trazido uma história diferente da convencional, e a Isabelle era um dos meus personagens favoritos, com seu discernimento e orientação positiva o tempo todo. Ótimo registro, concordo plenamente contigo. Isabelle mostrou maturidade artística. Abraços!
ResponderExcluirSergio, ela brilhou, de fato. De certa forma, esteve presente em todos os momentos marcantes da novela. Merecidos os elogios que lhe fez. Bjs.
ResponderExcluirViveram mesmo, Yasmin!
ResponderExcluirTá sumida mesmo, Flávia! bjsssss
ResponderExcluirMerecia msm, anonimo.
ResponderExcluirMt bom seu comentário, Thomas. Concordo plenamente com vc e todas as parcerias da Isabelle na novela deram certo mesmo.Que saudade já está dando. abçs!
ResponderExcluirObrigado, Olívia. Tb tô com saudades já!
ResponderExcluirJúlia sempre amou o Pedro mesmo, Gabriella. Bjsss
ResponderExcluirTb gostei mt dessas cenas, Elvira. bjs
ResponderExcluirMt obrigado, Porlapazyporlavida lc. Isabelle tem motivo para comemorar o papel, foi o melhor dela mesmo. Licia é uma autora fantástica e sou fã mesmo. A novela ficará na memória.
ResponderExcluirMe diga se conseguiu ver, Vera. bjssss
ResponderExcluirCléu, tb estava com saudades de vc. E adorei seu comentário, concordo plenamente. bjs
ResponderExcluirInteressante, Luma. Mas nesse caso eles nem eram irmãos mesmo. Tb torço mt pela Isabelle. bjs
ResponderExcluirBeatriz, mt obrigado. E fico feliz que gostei do blog. Tb concordo que foi mt prazeroso ver Isabelle atuando e assistir a uma novela tão delicada. Ela teve msm sintonia com Michel e Jayme. Saudades já da novela. bjssss
ResponderExcluirObrigado, Lilly. bjs
ResponderExcluirA novela foi ótima mesmo, Bia. Que vazio ela deixou. bjsssss
ResponderExcluirEsteve mesmo, Marilene. bjssss
ResponderExcluirEla esteve ótima mesmo, se mostrou uma atriz amadurecida, eu só não gostei muito dela não ter ficado com o Felipe, sinceramente eu preferia ela com ele do que com o Pedro mas amei a novela assim mesmo!
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