sexta-feira, 30 de março de 2018

O que está acontecendo com as trilhas de novelas?

A trilha sonora sempre foi uma parte fundamental da telenovela. Além dos personagens, casais, conflitos, mocinhos e vilões, é preciso ter também músicas complementando as cenas e integrando o conjunto do folhetim. Tanto que, ao longo de mais de cinquenta anos de novelas, foram várias canções que marcaram, virando referência de determinada trama, personagem ou casal. E o sucesso era tamanho que vários LPs (Long Play ou Disco de Vinil), e posteriormente CDs, eram vendidos aos milhares.


Exemplos, então, não faltam. Como ouvir "Dona", do Roupa Nova, e não lembrar imediatamente da icônica Viúva Porcina (Regina Duarte) em "Roque Santeiro" (1985)? Ou então ouvir "Love By Grace" (cantada por Lara Fabian) e não pensar na marcante cena da Camila (Carolina Dieckmann) raspando os cabelos em "Laços de Família" (2000)? A própria trama de Manoel Carlos, por sinal, virou uma das principais referências em trilha sonora. Vide "Balada do Amor Inabalável" (Skank) como tema das passagens pelo Leblon e "Man I Feel Like a Woman!" (Shania Twain) como tema dos passeios de lancha de Cintia (Helena Ranaldi), entre outros.

Já "Palpite", cantada por Vanessa Rangel, lembra imediatamente o casal Milena (Carolina Ferraz) e Nando (Eduardo Moscovis) em "Por Amor" (1997). "Wishing on a Star" (Cover Girls) virou uma lembrança triste da morte de Daniela Perez em "De Corpo de Alma" (1992). "Velha Infância" remete ao romance açucarado de Edwiges (Carolina Dieckmann) e Cláudio (Erick Marmo) em "Mulheres Apaixonadas" (2003), enquanto "Corazón Partido" (Alejandro Sanz) marcou a sofrida Shirley (Karina Barum) em "Torre de Babel" (1998).

quinta-feira, 29 de março de 2018

Vivian foi uma ótima contratação do "Big Brother Brasil"

A décima oitava edição do "Big Brother Brasil" tem conseguido entreter o público e vem se beneficiando do fenômeno "O Outro Lado do Paraíso", herdando ótimos índices de audiência. Entretanto, a maior surpresa do reality em 2018, curiosamente, não está competindo por um milhão e meio de reais e muito menos aparecendo no programa comandado por Tiago Leifert. Ela é Vivian Amorim, vice-campeã do "BBB 17".


Contratada como repórter do "BBB 18" e apresentadora da "Rede BBB" ---- programa feito especialmente para a internet que a emissora lançou ano passado ----, a ex-BBB 17 se mostrou uma escolha bastante acertada. Fernanda Keulla, campeã do "BBB 13", também foi escolhida para a função e trabalha com a colega em esquema de revezamento, formando uma boa parceria, embora dificilmente apareçam juntas.

O desempenho de Vivian como repórter evidencia sua habilidade em lidar com as pessoas, sempre se divertindo com todos e interagindo em meio a questionamentos sobre o futuro do jogo.

terça-feira, 27 de março de 2018

Na pele do íntegro Patrick, Thiago Fragoso virou um dos destaques de "O Outro Lado do Paraíso"

Atores talentosos sempre merecem espaço na televisão e parece uma afirmação óbvia. Mas não é. Isso porque, lamentavelmente, há muito ator sem talento que emenda uma novela na outra somente pelo fato de ser bonito, preenchendo a cota de "galãs". Várias vezes a competência é deixada de lado. Felizmente, intérpretes que honram as artes cênicas também conseguem seu espaço, embora alguns tenham bem mais dificuldades. Thiago Fragoso, por exemplo, é um dos mais bem-sucedidos. Ele une talento, beleza e carisma. Não por acaso virou um dos destaques de "O Outro Lado do Paraíso", atual sucesso das nove da Globo.


O íntegro Patrick entrou na novela de Walcyr Carrasco na segunda fase e não demorou para se firmar como um dos pontos positivos do enredo. O melhor advogado criminalista do país foi o maior responsável pela volta por cima de Clara (Bianca Bin), ajudando a mocinha a ficar com as telas milionárias de Beatriz (Nathalia Timberg), virando o braço-direito da protagonista, ajudando a heroína em todo o seu processo de vingança, mesmo discordando de algumas atitudes. O parceiro, então, virou melhor amigo e logo nasceu um clima entre os dois, embora ambos tenham tentado deixar de lado qualquer sentimento mais forte.

A torcida pelo casal, obviamente, só foi crescendo e o público passou a "shippar" "Clarick", tendo todos os motivos para isso. A construção dessa relação foi feita sem pressa pelo autor e o laço entre eles ficou cada vez mais forte. Se o ator escalado fosse mediano ou limitado, com certeza nada disso daria certo. Provavelmente, perderia espaço no roteiro, virando um mero coadjuvante.

sexta-feira, 23 de março de 2018

"Tempo de Amar" não foi a primeira e nem será a última novela que fracassou com o romance dos mocinhos

"Tempo de Amar" chegou ao fim na última segunda-feira (19/03) e um de seus problemas foi a condução do casal protagonista. Os mocinhos não tiveram química e Alcides Nogueira não soube reverter o jogo, deixando Maria Vitória (Vitória Strada) e Inácio (Bruno Cabrerizo) separados quase a novela toda. E os mocinhos não ficaram juntos no final, comprovando o fracasso do par. Vicente (Bruno Ferrari) roubou o posto de herói e ficou com o coração da mocinha no fim. Porém, esse não é o primeiro e nem será o último caso de pares principais que não deram certo na teledramaturgia.


Glória Perez, por exemplo, é a autora que mais sofreu desse mal. Ela não conseguiu emplacar vários mocinhos e o casal mais lembrado é Maya (Juliana Paes) e Bahuan (Márcio Garcia), em "Caminho das Índias" (2009). Apesar do clichê da mocinha rica não conseguir ficar com o mocinho pobre (ela era de uma casta superior a dele), o romance não emplacou. A química entre os atores foi nula e Márcio estava inexpressivo no papel, que ainda era bastante limitado. Aliás, um contexto bem semelhante ao de "Tempo de Amar", pois a trama também teve uma boa audiência, apesar desse fiasco.

O constrangimento da situação, por sinal, foi inevitável. O personagem praticamente sumiu do enredo e ganhou uma namorada (vivida por Thaila Ayala) perto da reta final, se casando com ela em uma cena de menos de quinze segundos no último capítulo. E era o  retorno de Márcio à Globo, após um longo período na Record, onde apresentou "O Melhor do Brasil" com muito êxito. Uma volta desastrosa.

terça-feira, 20 de março de 2018

"Orgulho e Paixão" estreia focada no humor e apresenta um delicioso começo

Sai de cena uma trama repleta de dramalhão e entra um enredo mais voltado para comédia e romances juvenis na faixa das seis da Globo. "Tempo de Amar" fechou seu ciclo nesta segunda-feira (19/03), cedendo o lugar para "Orgulho de Paixão", novela que marca a estreia de Marcos Bernstein como autor solo, após ter trabalhado como colaborador em várias obras e ter sido co-escritor de "Além do Horizonte" (2013), problemático folhetim das sete. É uma quebra de estilos bem grande, da mesma forma que ocorreu quando o modorrento enredo anterior substituiu a movimentada "Novo Mundo".


A nova trama é baseada no universo de Jane Austen, explorando vários livros da famosa escritora inglesa. Ambientada no início do século XX, em 1910, no fictício vilarejo Vale do Café, no interior de São Paulo, a novela, dirigida por Fred Mayrink, tem sua história original tirada de "Orgulho e Preconceito", um dos livros mais populares da autora, publicado em 1813 ---- que conta a vida da determinada Elizabeth, a segunda de cinco filhas de um proprietário rural, que não se interessa em casar, se preocupando mais em trabalhar, até conhecer Darcy, por quem implica e se apaixona.

Mas o autor também mesclou várias outras obras de Austen em seu folhetim, inserindo personagens de "Razão e Sensibilidade" ---- relata a vida das irmãs Elinor e Marianne ----, "A Abadia de Northager" ---- a heroína Catherine imagina aventuras num clima gótico ----, "Emma" ---- a jovem que passa a vida planejando o casamento de terceiros e "Lady Susan" ---- a bela e encantadora viúva.

segunda-feira, 19 de março de 2018

"Tempo de Amar" teve uma linda embalagem, mas pecou no ritmo e na história

A novela das seis de Alcides Nogueira e Bia Corrêa do Lago, dirigida por Jayme Monjardim, estreou no final de setembro e chegou ao fim nesta segunda-feira (19/03), cumprindo sua missão de manter bons índices de audiência para a faixa na Globo ---- derrubou apenas um ponto da antecessora, a primorosa e bem-sucedida "Novo Mundo". E foi uma novela bonita, com diálogos refinados e belíssimas imagens, incluindo figurino e cenários. Todavia, a produção pecou bastante no enredo e no ritmo, que se arrastou ao longo dos meses, testando a paciência de quem assistia.


O autor baseou seu folhetim no argumento de Rubem Fonseca, que ambientava a história de amor dos mocinhos entre 1886 e 1888, época em que ocorre o movimento abolicionista. Mas, decidiram mudar o contexto para os anos 20 (entre Portugal e Rio de Janeiro, filmando em locações lindas do Rio Grande do Sul). E não foi apenas essa a mudança de percurso dos escritores. Desde o início, ficou claro que seria quase impossível sustentar a trama apenas na separação e, consequentemente, no reencontro de Maria Vitória (Vitória Strada) e Inácio (Bruno Cabrerizo). A necessidade de outros conflitos era vital para o roteiro não ficar limitado. Mas, infelizmente ficou.

O primeiro erro foi juntar os protagonistas de forma tão súbita e pouco consistente. Aquele amor à primeira vista encantava noveleiros nos anos 70/80, mas não cabe mais no mundo atual. Mesmo sendo um enredo de época. A exceção fica por conta do desenvolvimento desse amor. Se o autor ou a autora souber conduzir com precisão, a chance de arrebatar o público é quase certa.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Ótima como Clara em "O Outro Lado do Paraíso", Bianca Bin fez por merecer uma protagonista no horário nobre

Protagonizar uma novela é um desafio para qualquer ator, incluindo os mais experientes. E quando não é um casal de mocinhos e, sim, uma única personagem? E no horário nobre da Globo? Com certeza, é ainda pior para o intérprete. Se fracassar, a mancha em sua carreira será inevitável. Ser o responsável pelo mote central de um enredo é uma missão complicada, exigindo um grau de entrega muitas vezes exaustivo. Mas, Bianca Bin conseguiu driblar todas as armadilhas possíveis e vive seu melhor momento na pele da vingativa Clara, em "O Outro Lado do Paraíso".


A heroína do fenômeno de Walcyr Carrasco correu um risco alto de ser rejeitada nas primeiras semanas, pois apresentava todas as características irritantes de uma mocinha. Era excessivamente ingênua, passiva e totalmente manipulável. Caiu na lábia do conquistador e violento Gael (Sérgio Guizé) com facilidade e não reagia diante das declarações arrogantes da sogra, Sophia (Marieta Severo), e da cunhada, Livia (Grazi Massafera). Para piorar, mesmo apanhando do esposo várias vezes, se negava a denunciá-lo --- como ocorre mesmo na vida real. Ou seja, um teste de paciência para o telespectador.

A questão que a humanizava, despertando empatia do público, era a tragédia envolvendo o seu pai, morto quando garimpava as suas terras em busca de esmeraldas. Esse trauma, inclusive, deixava a protagonista firme em relação ao terreno do avô, Josafá (Lima Duarte), negando qualquer chance de garimpo e enfrentando as intimidações da sogra e do marido.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Ao construir o cativante Vicente, Alcides Nogueira admitiu o fracasso de seu mocinho em "Tempo de Amar"

"Tempo de Amar" está em sua última semana e o maior erro da bonita novela de Alcides Nogueira e Bia Corrêa do Lago, dirigida por Jayme Monjardim, foi a construção e condução de Inácio (Bruno Cabrerizo). O mocinho da história se mostrou um sujeito passivo, bobo e extremamente ingênuo, abusando da paciência de quem assistia. Para culminar, ganhou um intérprete fraco e bastante inexpressivo. Ou seja, não demorou para se apagar no enredo. E quem acabou terminando de 'enterrar' o protagonista foi Vicente (Bruno Ferrari), um tipo que era exatamente o seu oposto.


A verdade é que o único conflito relevante do folhetim das seis estava em torno do reencontro dos mocinhos. Inácio e Maria Vitória (Vitória Strada) se apaixonaram subitamente, se envolveram e acabaram se separando logo na segunda semana de trama, em virtude das várias armações de todos que os cercavam. Como esse era o único trunfo do autor para despertar alguma expectativa no público, ele adiou o quanto pôde o aguardado momento. Entretanto, enrolou demais e acabou caindo em uma armadilha que o próprio escritor criou ao juntar a mocinha com Vicente.

Os protagonistas ficaram nada menos do que dois anos separados e Inácio foi feito de idiota por Lucinda (Andreia Horta) praticamente a novela inteira. Enquanto isso, Maria Vitória se envolvia com Vicente, um sujeito íntegro, simpático, justo, que nunca tolerou injustiças e sempre lutou pelos seus ideais. Ainda esbanjou compreensão e paciência, mesmo sabendo que a então namorada tinha um amor do passado que jamais esqueceu.

terça-feira, 13 de março de 2018

"Orgulho e Paixão": o que esperar da próxima novela das seis?

"Tempo de Amar" foi uma novela tradicional e teve a cara do horário das seis. Conseguiu bons índices de audiência, mas não explodiu e a repercussão foi baixa, além do ritmo ter se arrastado. Entre erros e acertos, cumpriu seu papel. A substituta não promete ser muito diferente e tem a missão de ao menos manter a média da faixa da Globo. Isso porque será baseada nas obras da escritora inglesa Jane Austen e manterá o clima de época, ambientada no século XX, explorando encontros e desencontros amorosos (o enredo da trama recém-terminada foi um grande e quase interminável desencontro, diga-se).


Chamada de "Orgulho e Paixão" (em alusão ao romance "Orgulho e Preconceito", de Jane), a novela --- cujo clipe pode ser visto aqui --- será o primeiro trabalho solo de Marcos Bernstein, após ter fracassado com "Além do Horizonte", folhetim das sete escrito com o colega Carlos Gregório em 2013. Apesar do mal momento citado, o roteirista e cineasta também trabalhou como colaborador de João Emanuel Carneiro na irretocável série "A Cura" (2010) e de Lícia Manzo na primorosa "A Vida da Gente" (2011), por exemplo. Agora chegou a hora de provar que também sabe conduzir uma produção sozinho. Um desafio.

Os personagens viverão conflitos sociais e de conduta, sempre se contrapondo aos desejos pessoais de cada um. Um fictício Vale do Café, no interior de São Paulo, será a principal ambientação do enredo. Os mocinhos são Elisabeta (Nathalia Dill), uma mulher à frente do seu tempo, com pensamentos igualitários e interesses atípicos de uma jovem do século XX, e Darcy (Thiago Lacerda), um homem de caráter e bem sisudo.

sábado, 10 de março de 2018

"BBB 18" aproveita o sucesso de "O Outro Lado do Paraíso" com o retorno de Gleici e empolga público

A edição desta sexta-feira (09/03) do "Big Brother Brasil 18" entrou para a história do reality com momentos que com certeza ficarão na memória dos fãs do formato. A produção do programa aproveitou com habilidade o estrondoso sucesso de "O Outro Lado do Paraíso" no retorno de Gleici e provocou uma deliciosa catarse no jogo, resultando em uma virada bastante aguardada desde a eliminação falsa da participante na terça-feira (06/03), quando disputou a preferência popular com seus dois amigos: Paula e Mahmoud.


Gleici ficou no quarto de cima da casa por três dias e viu o que os colegas conversavam na casa. Obviamente, não descobriu tudo que deveria e nem teria tempo para isso. No entanto, o momento em que a menina percebeu que não tinha sido eliminada provocou momentos hilários, principalmente quando Tiago Leifert tentou acalmá-la para os demais não ouvirem. O período em que ficou no segundo andar não chegou a render muito, mas a internet ficou em êxtase e fez vários memes (montagens de fotos usando expressões cômicas) comparando com o retorno da mocinha da novela das nove.

A produção, que não tem nada de boba, resolveu aproveitar a ideia dos internautas e fez uma chamada citando o enredo de Walcyr Carrasco: "Hoje tem um retorno digno de novela no BBB". Ainda exibiram Gleici falando "Não imaginam o prazer que é estar de volta", frase dita por Clara (Bianca Bin). Para a sorte da Globo, a participante é fã da trama e repetiu essa frase inúmeras vezes enquanto esperava seu retorno.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Morte de Demétrio comprova o descaso de "Deus Salve o Rei" com os atores veteranos

Há pouco mais de dois meses no ar, "Deus Salve o Rei" vem se mostrando uma novela caprichada e com uma superprodução. Os figurinos e cenários são de encher os olhos. A história, no entanto, ainda não disse a que veio. Foram poucos os acontecimentos relevantes até então, mas ainda há potencial para render bastante, vide a recente guerra exibida. Já o outro problema da novela de Daniel Adjafre, que merece uma maior atenção, é o elenco. São poucos personagens, exigindo demais dos principais, ocasionando em uma inevitável repetições de conflitos. E essa quantidade insuficiente acaba implicando em uma quase ausência de veteranos.


Dá para contar nos dedos de uma só mão os intérpretes mais experientes da trama das sete da Globo. E um dos poucos era Tarcísio Filho, que vivia o íntegro Demétrio, fiel escudeiro do Rei Augusto (Marco Nanini). O personagem foi assassinado durante uma emboscada de Catarina (Bruna Marquezine), aproveitando a guerra entre os reinos de Artena e Montemor. A saída dele deixou o elenco ainda mais escasso de veteranos, além de terem retirado um dos perfis mais promissores do enredo.

Era um prazer ver Tarcísio de volta aos folhetins e com um papel aparentemente atrativo. O ator protagonizava boas cenas com Marco Nanini e o personagem tinha tudo para desmascarar Catarina mais adiante, provocando uma boa virada no roteiro. Essa morte não foi nem um pouco significativa para o andamento da trama e pareceu gratuita, reforçando o descaso do autor com os intérpretes mais velhos.

quarta-feira, 7 de março de 2018

"Malhação - Vidas Brasileiras" tem estreia apressada e com protagonismo claro

"Em cada vida, várias histórias." "Malhação - Vidas Brasileiras" terá esse lema como maior identidade e a responsabilidade da nova temporada, que estreou nesta quarta-feira (07/03), é complicada: entrar no lugar do imenso sucesso "Malhação - Viva a Diferença", êxito de audiência, repercussão e crítica, escrito por Cao Hamburger. A missão de manter a qualidade da faixa é dita até pela autora, Patrícia Moretzohn, e o início da nova saga mostrará as pretensões desse enredo.


O Rio de Janeiro volta ao cenário da trama adolescente, mais especificamente o bairro de Botafogo, deixando São Paulo da temporada anterior de lado. E pela primeira vez "Malhação" terá um personagem maduro como protagonista: a determinada Gabriela, professora de Português e Literatura, que luta por uma educação de qualidade e se preocupa com todos os seus alunos, muitas vezes fazendo parte da vida de cada um. A talentosa Camila Morgado foi selecionada para esse posto e é um nome de peso.

Outra novidade da fase é a estrutura do enredo. Baseada na produção canadense "30 Vies", premiada série que estreou em 2011 e teve 11 temporadas, completando 660 capítulos ---- também é a primeira vez que "Malhação" se baseia em um formato de fora ----, a história tem um rodízio de protagonismo. A cada 15 dias, um aluno vira o personagem central do roteiro, tendo a professora como grande aliada para lidar com os conflitos.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Primorosa, "Malhação - Viva a Diferença" honrou seu subtítulo e será eternamente lembrada pelo conjunto de qualidades

Assim que estreou, no dia 8 de maio de 2017, "Malhação - Viva a Diferença" deixou a melhor das impressões. Pela primeira vez na história do seriado adolescente não havia um casal protagonista e, sim, cinco meninas totalmente diferentes que se conheceram em um vagão de metrô, inciando um laço futuramente indestrutível graças ao parto de uma delas. O nascimento do pequeno Tonico (Danilo Castro de Souza), ao som de Trem Bala (cantada por Ana Vilela), marcou o primeiro capítulo, arrebatando o público imediatamente, que logo se apaixonou pela forma como o quinteto central se conheceu. Uma promissora fase se anunciava.


E a promessa de uma grande história acabou sendo cumprida ao longo dos meses. A estreia de Cao Hamburger como autor solo na Globo se mostrou a melhor possível, após brilhantes trabalhos na TV Cultura, como o icônico "Castelo Rá-Tim-Bum" (1994/97), "Um Menino Muito Maluquinho" (2006), "Pedro & Bianca" (2012) e "Que Monstro Te Mordeu?" (2014). O escritor até já tinha trabalhado na Globo escrevendo a série "Cidades dos Homens", em parceria com outros roteiristas, entre 2002 e 2005, além de ter sido redador dos infantis "Disney Club" e "Disney Cruj" (1997 - 2002) no SBT. Acostumado a escrever para crianças, ele mostrou ter total habilidade para representar o mundo jovem e construir adolescentes reais, sem fantasiar ou fugir de temas mais densos.

Além da ousadia em ter cinco meninas protagonizando seu enredo e não um casal, Cao ainda trouxe a trama para São Paulo, após 24 temporadas tendo o Rio de Janeiro como ambientação. Essa mudança pode parecer boba, mas ajudou bastante para ''oxigenar'' o formato, principalmente através de vários diálogos tendo gírias paulistas sendo usadas, como o termo "treta" para se referir a brigas, pouco utilizada pelos cariocas.

domingo, 4 de março de 2018

Os vencedores da 60ª edição do desgastado "Troféu Imprensa"

Foi ao ar na noite deste domingo (04/03), a 60ª edição do "Troféu Imprensa". Comandada por Silvio Santos, a premiação contou com Márcia Piovesan (Revista "Tititi"), Sônia Abrão ("A Tarde é Sua" - Rede TV!), Nelson Rubens ("TV Fama" - Rede TV!), Flávio Ricco (Portal Uol e Diário de São Paulo), Ricardo Feltrin (Portal Uol), Keila Gimenez (R7), Marcelo Bartolomei (Revista Caras e Contigo), Jorge Luiz Brasil (Revista Minha Novela), Vivian Maranhão (TV Brasil) e uma grata novidade: Léo Dias (O Dia e Fofocalizando).



O maior absurdo segue sendo a escolha dos três finalistas para o juri selecionar o vencedor. Todos são definidos por votação popular (170 mil pessoas votaram pelo site do SBT e pelo Portal MSN) e isso resulta em situações inacreditáveis, como "Pega Pega" concorrer em Melhor Novela no lugar de "Novo Mundo" ou "Rock Story", por exemplo. Ao menos "A Força do Querer" saiu merecidamente vitoriosa, concorrendo também com "Carinha de Anjo", do SBT. O próprio sistema de votação do juri continua injusto, pois só cinco são escolhidos aleatoriamente em cada categoria. Ou seja, não são todos que votam em cada rodada. Se a questão é o tempo, bastaria selecionar os votos com comentários e os sem. Simples assim. Mas, infelizmente, esse tipo de reclamação é algo recorrente e nunca mudam. 

Voltando aos premiados, é importante questionar a categoria Melhor Programa Infantil, que já deveria ter sido extinta há tempos. Primeiro porque os programas do gênero se resumem aos canais a cabo e a única rede aberta que segue presenteando o público infantil é justamente o SBT. Ou seja, dois finalistas foram da emissora e ainda assim todos se resumem em exibições de desenhos e séries prontas. "Bom Dia & Cia" mais uma vez venceu (Imprensa e Internet), concorrendo com "Mundo Disney" e "Parque Patati e Patatá".

sexta-feira, 2 de março de 2018

Penúltimo capítulo de "Malhação - Viva a Diferença" emociona e tira o fôlego do telespectador

Resta apenas um capítulo para "Malhação - Viva a Diferença" fechar seu ciclo. E Cao Hamburger reservou momentos eletrizantes e emocionantes para esse final de temporada, fazendo jus ao imenso sucesso que a trama fez ao longo dos onze meses de exibição. O penúltimo capítulo presenteou o público com uma sucessão de ótimas cenas que merecem todos os elogios.


Em plena campanha da valorização do ensino público ---- a propaganda exibida no capítulo desta quinta-feira (01/03) passou a ser exibida em toda a programação da Globo -----, o autor resolveu tocar na ferida da ignorância e do conservadorismo através da difamação de Malu (Daniela Galli), que espalhou "Fake News" na internet com o intuito de destruir o colégio Cora Coralina. As fotos tiradas por K2 (Carol Macedo) resultaram em uma ira homofóbica --- em virtude do beijo de Lica (Manoela Aliperti) e Samantha (Giovanna Grigio) --- e depreciadora dos métodos de ensino de Dóris (Ana Flávia Cavalcanti).

A situação, obviamente, remeteu ao Movimento Brasil Livre, que iniciou uma intensa campanha contra uma exposição em um museu ano passado, chamando um dos artistas de pedófilo. E, na ficção, após muitas notícias falsas, houve depredação na escola pública, com direito a pichações e cartazes condenando "viados", "pornografia infantil", entre outros.