"Tempo de Amar" está em sua última semana e o maior erro da bonita novela de Alcides Nogueira e Bia Corrêa do Lago, dirigida por Jayme Monjardim, foi a construção e condução de Inácio (Bruno Cabrerizo). O mocinho da história se mostrou um sujeito passivo, bobo e extremamente ingênuo, abusando da paciência de quem assistia. Para culminar, ganhou um intérprete fraco e bastante inexpressivo. Ou seja, não demorou para se apagar no enredo. E quem acabou terminando de 'enterrar' o protagonista foi Vicente (Bruno Ferrari), um tipo que era exatamente o seu oposto.
A verdade é que o único conflito relevante do folhetim das seis estava em torno do reencontro dos mocinhos. Inácio e Maria Vitória (Vitória Strada) se apaixonaram subitamente, se envolveram e acabaram se separando logo na segunda semana de trama, em virtude das várias armações de todos que os cercavam. Como esse era o único trunfo do autor para despertar alguma expectativa no público, ele adiou o quanto pôde o aguardado momento. Entretanto, enrolou demais e acabou caindo em uma armadilha que o próprio escritor criou ao juntar a mocinha com Vicente.
Os protagonistas ficaram nada menos do que dois anos separados e Inácio foi feito de idiota por Lucinda (Andreia Horta) praticamente a novela inteira. Enquanto isso, Maria Vitória se envolvia com Vicente, um sujeito íntegro, simpático, justo, que nunca tolerou injustiças e sempre lutou pelos seus ideais. Ainda esbanjou compreensão e paciência, mesmo sabendo que a então namorada tinha um amor do passado que jamais esqueceu.
Ironicamente, o personagem reúne todas as características de um bom mocinho. Ao contrário do ''original'', que mais parece um herói dos folhetins da década de 70, época que o público tolerava o excesso de ingenuidade ou de passividade.
O amor construído entre Vitória e Vicente foi encantando e a química entre os atores se evidenciou logo na primeira cena. O rapaz, por sinal, salvou a vida da amada várias vezes, enquanto o dito mocinho era enganado pela vilã da novela. Para culminar, a atuação de Bruno Ferrari é merecedora de todos os elogios e não chega a ser uma surpresa. Ótimo ator, já havia se destacado protagonizando "Liberdade, Liberdade" (2016), ao lado de Andreia Horta. Ele convence em cena e consegue deixar um tipo 100% correto como Vicente cativante, escapando de qualquer chatice que porventura pudesse impregnar no papel.
Portanto, é perfeitamente compreensível que o idealista tenha roubado a cena e se transformado no verdadeiro mocinho da novela. Ao criar um tipo assim e construir um Inácio de forma tão equivocada, era óbvio que o segundo sairia perdendo feio. E o erro na escalação do mocinho acabou contribuindo ainda mais para a diminuição da importância do protagonista. Ele acabou virando um nada ao longo da história. Somente agora, na reta final, o autor parece ter se lembrado de inserir Inácio no enredo. Mas já era tarde. Tanto que o esperado reencontro do sobrinho de Henriqueta (Nivea Maria) com Maria Vitória teve sua emoção diluída. Demorou demais para acontecer ---- a cena foi exibida na semana de Carnaval, cinco meses depois da estreia da novela (uma enrolação que expôs a fragilidade do roteiro) ---- e perdeu o impacto, ao contrário do clímax que ocorre no argumento de Rubem Fonseca (que é a base do folhetim).
O contexto de "Tempo de Amar" deixa evidente que Inácio e Maria Vitória ficariam juntos no fim. Afinal, ele sofreu o folhetim inteiro e terminar longe da mulher que sempre amou seria premiar todas as maldades e manipulações que Lucinda fez ao longo do enredo. Seria a primeira vilã a ter seu objetivo alcançado na teledramaturgia. Entretanto, a víbora realmente deve sair vitoriosa e nem vai morrer. Afinal, Alcides Nogueira acabou engolido pelo seu próprio roteiro e seria no mínimo estranho a mocinha ficar com o mocinho, após ter dito inúmeras vezes o quanto ama Vicente e fazendo questão de enfatizar que nada vai separá-los ---- as cenas, inclusive, vem se mostrando bastante repetitivas nas últimas semanas, assim como todo o conjunto, expondo a limitação de um contexto que já deveria ter sido concluído há tempos.
E, como já citado, é muito injusto colocar a maior culpa em Bruno Cabrerizo. Ele realmente não convenceu, mas o autor também tem uma boa dose de responsabilidade na condução do protagonista. É preciso até citar, por exemplo o longo período em que Inácio sequer cogitou procurar sua filha com Maria Vitória ou então ir atrás do amor de sua vida, descobrindo o que havia acontecido com ela. O rapaz simplesmente acreditou nas mentiras da vilã e pronto. Também não teve vontade alguma de ir atrás de Seu Geraldo (Jackson Antunes), bom homem que o empregou no Rio de Janeiro, resolvendo crer em tudo de ruim que Lucinda falou do ex-chefe. Ele estava cego, enquanto era cuidado pela filha de Reynaldo (Cássio Gabus Mendes), não com amnésia.
"Tempo de Amar" é uma produção que deveria ter como principal característica um casal protagonista apaixonante. Afinal, o título já diz tudo. Porém, o par se mostrou equivocado e muito mal conduzido pelo autor. Maria Vitória teve uma sintonia muito melhor com Vicente, que acabou virando o mocinho da trama, roubando o coração da mocinha e de parte do público. Dá para entender.
Eu nunca mais vejo novela desse autor imbecil!Perdi meu tempo vendo essa merda de novela chata onde nada acontece só pra ver Vitória com Inácio no fim e agora ele me faz uma palhaçada dessas!Se não teve competência pra fazer um mocinho bom que melhore em outra novela não nessa.RIDÍCULO!!!!!!!!
ResponderExcluirUma novela que deu pra tirar um belo cochilo no final da tarde.Vai acabar e ninguém mais mais lembrar do contexto e pra piorar sempre que for lembrada terá esse mico no currículo do autor dizendo que teve que mudar o final pela rejeição do mocinho ruim.
ResponderExcluirNão adianta um texto maravilhoso se a condução toda tá errada e a história é um marasmo.Uma história que se chama Tempo de Amar e fracassa com os mocinhos já prova que é péssima.
ResponderExcluirOlá Sérgio tudo bem???
ResponderExcluirAcho essa novela linda, mas o casal principal se perdeu logo no começo da novela e agora fica difícil voltar...
Beijinhos;
Débora.
https://derbymotta.blogspot.pt/
Focando apenas na questão dos mocinhos, acho que realmente a única coisa que Inácio tinha a seu favor era o argumento original do Rubem Fonseca. Ainda é admirável a iniciativa de trazer atores novos, e Vitória Strada, por exemplo, mostrou um trabalho excelente. Já Bruno Cabrerizo esteve abaixo do que era esperado para um protagonista, poderia muito bem ser um daqueles italianos chatos e dessa forma não teria comprometido. Dizem que ele atuou bem nas novelas que fazia em Potugal, então de repente a escolha do ator se deu por isso. Há de se convir que realmente ele não tem 100% da culpa. Acho que foi um erro também a construção do par, que se apaixonou e trocou juras de amor logo no primeiro capítulo. Eriza e Afonsália provam que casais assim cansam rápido, ao contrário de Mavicente, que começou como uma amizade, evoluiu para uma paixão de Vicente por Mavi, e quando menos esperei já estava ansiosa para o momento em que Vicente se declararia. Bruno Ferrari esteve brilhante no papel do jovem idealista, que poderia realmente ter descambado para a chatice, como infelizmente aconteceu com Olímpia, por exemplo. Enfim, agora acredito que não tem mais como Inácio e Maria Vitória terminarem juntos, graças a Deus, e, a exemplo do que aconteceu em Caminho Das Índias, Vicente acabou se afirmando como protagonista da trama.
ResponderExcluirConcordo totalmente Sérgio.Inácio perdeu totalmente o posto de mocinho, Bruno Cabrerizo ficou totalmente apagado, o seu mocinho era mt mal construído e irritante e a atuação do ator deixou a desejar.O Bruno Ferrari, que começou como coadjuvante, roubou a cena e ganhou o posto de mocinho merecidamente, está ótimo, seguro no papel e o personagem é muito cativante, apesar de ser 100% íntegro.A quimica do Bruno e da Vitória é muito linda de se ver, o entrosamento deles é ótimo, considero o par Mavicente e a história deles o grande acerto da trama.Outros atores que se destacaram foram Tony Ramos, Marisa Orth(ótima vivendo uma personagem dramática) e Olívia Torres(apesar da personagem cansativa, mas ela esteve ótima).Mas essa novela já deveria ter acabado faz tempo, tá se arrastando ainda mais e repetindo situações a exaustão.
ResponderExcluirVocê tocou num ponto que não tinha parado pra pensar. Realmente a Lucinda teve todas as suas maldades recompensadas com esse final do Inácio.A primeira vilã que atingiu seu objetivo graças ao fracasso do autor.
ResponderExcluirOlá! Sua critica é muito pertinente. A maior parte do publico detesta mocinhos apáticos está aí O Outro Lado do Paraíso que não me deixa mentir quando a mocinha Clara era uma tonta o povo tinha raiva e a audiência ia caindo bastou ela dar uma guinada que o povo voltou correndo mesmo a estória tendo lá seus vários defeitos, outro exemplo, é o Joaquim de Novo Mundo que conquistou o publico por não ser um palermo (Tá certo que os autores exageram um pouco colocando ele como o cara que faz e acontece um pouco de humildade não faria mal a ninguém. Não é que ele não fosse humilde, mas o fato de tudo ser ele acabava irritando um pouquinho, mas nada que causasse ódio eu acho.) Ah e por falar em cara como não se lembrar de um mocinho deprimente como o "pasTéo" de Salve Jorge? Mocinho este que o publico detestava porque era um palerma. E as mocinhas insossas de Paola Oliveira? E a Regina de Babilônia? (Não! Eu não vi esse desastre eu vi uns dois capítulos pra ver se o trem era bom e enfim...) A Regina era uma mocinha ativa se a gente parar pra pensar, mas era uma ativa chata (sim tô sendo gentil porque ela era insuportável) ,ou seja, existe um limite na hora de construir um(a) mocinho(a). O publico quer se identificar com o protagonista da estória e ninguém quer se ver em um personagem tonto ou chato, aliás minto ninguém se enxerga nesse tipo de personagem é igual, por exemplo, o vilão ninguém se vê no papel do vilão todo mundo se vê no papel da vitima da estória sempre, mas não pode ser uma vitima tola tem que ser uma vitima esperta.
ResponderExcluirO Inácio de todas as palermices dele a que mais me irritou foi o descaso com a filha. O minimo que ele devia fazer era procurar saber mais, mas pelo jeito era aquela coisa ♪Tô nem aí, tô nem aí♫ A gente espera que o mocinho de uma novela seja um cara integro exceto se ele for um anti-herói como Romero Rômulo (Deve ter exemplo melhor, mas esse foi o único que me veio na mente agora) e um cara integro ao saber que tem uma filha não fica "de boas" e sem aquela desculpa que tava doente, cego e blá blá blá porque a pessoa quando quer principalmente quando o assunto é filho ela faz das tripas coração.
Ah não me espanta o Inácio ter acreditado na Lucinda afinal um cara que cai de amores por uma mulher logo de cara acredita em qualquer coisa. Amor a primeira vista pode existir? Pode. Deve ter mesmo já ouvi tantos casos, mas em novela não funciona, aliás o único que eu me lembro de ter dado certo foi o de Jade e Lucas em O Clone♥ porque a autora soube conduzir o problema não está exatamente no "amor a primeira vista" o problema está na condução.
Continua...
Se Inácio e Mª Vitória tivessem se apaixonado a primeira vista, mas ficassem naquela timidez tipica dos apaixonados, no flerte ou paquera, se tivesse toda aquela insegurança que se sente quando se esta afim de alguém, se eles tivessem conversado muitas vezes antes e só capítulos depois rolasse um sutil toque de mãos (Toque de mãos parece uma coisa tão sem graça, mas não é principalmente se o texto, os atores, a cena conseguirem transmitir para o publico toda a avalanche de sentimentos que esta por trás de um simples toque de mãos.) Enfim se as coisas fossem acontecendo aos poucos, mas não já querem colocar a carroça na frente dos bois. O publico torceu por Maria e Vicente porque foi instigando quando você vai formar um casal em uma trama primeiro você constrói os personagens individualmente depois você aproxima eles sem atropelos obviamente e do nada o povo está louco ansiando pelo primeiro beijo, não é simples?
ResponderExcluirNão é espantoso o publico torcer por vicente, pois ele é exatamente tudo o que o outro devia ser esses dias eu vi uma cena é que quase sempre eu tô ocupada no horário, mas nesse dia eu vi ele com a Mavi brincando com umas tintas e francamente? Química perfeita.
Sobre essa questão de atuação eu não gosto da atuação do Cabrerizo porque pra mim ele tá sempre igual em todas as cenas, mas ao meu ver o maior erro não está na atuação dele e sim na condução da trama, por outro lado tem uns personagens que são tão sem graça, mas os atores são tão bons que crescem na estória roubam a cena. Aí o vicente é um personagem bom nas mãos de um bom ator (Aliás, ele continua com a mesma carinha de quando era o Cadu irmão da miss Gari na inesquecível Malhação Vagabanda♥) o resultado não poderia ser outro.
Esse autor está em um dilema se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Como você bem lembrou se Mavi e Inácio terminam separados o objetivo da vilã será atingido com exito, por outro lado se Mavi e Inácio terminam juntos toda a estória dela com vicente que foi bem construída vai ser jogada fora e vai expor a fragilidade do romance de ambos porque nessa altura do campeonato pra Mavi e Inácio ficarem juntos o Vicente teria que morrer porque depois de tudo ela largar o Vicente por causa do Inácio deixa a situação bem sem sentido. "Ah mas o Inácio é o primeiro amor dela." Mas ela conheceu outro amor então isso não é motivo. E se caso o autor matar vicente pra juntar Inácio e Maria vai ficar claro que ele só fez isso pra que Lucinda não saísse vitoriosa, afinal ele não tem outro argumento pra separar Mavi e Vicente sem contar a maior parte do publico torce e com razão por Mavi e Vicente. E com certeza alguem vai dizer: "Ah mas a opinião do publico não importa." Então não sei se tu já ouvi falar de: A Morte do Autor. Eu vou resumir é uma teoria que diz entre varias coisas que a partir do momento que uma obra é lançada a opinião do autor é só mais uma no meio de um mar de opiniões, ou seja, a opinião do publico importa. E importa muito (tudo bem que certos autores ignoram a opinião do publico pra satisfazer seu ego, mas não vamos entrar nesse ponto.) Eu não sei qual é a opinião do autor sobre isso, mas se ele termina de um jeito que Lucinda saia com sucesso, ou seja Mavi e Inácio separados as pessoas que odeiam a vilã e querem Mavi com o pai de sua filha vão detona-lo se ele mata Vicente pra Mavi ficar com Inácio os shippers Mavi e Vicente (Eu não sei o nome desse shipe) vão detona-lo também e aí é uma coisa curiosa porque eu percebo que mesmo as pessoas que shipam Inácio e Mavi não odeiam Vicente ao ponto de querer que o personagem morra, mas essa porem é a unica forma de... Porque de outro jeito vai ficar bem estranho, Enfim ele vai ter que escolher entre agradar os gregos ou os troianos ou corre e deixa o bicho pegar ou fica e deixa ele comer.
Eu discordo que Lucinda seja a primeira vilã a ter seu objetivo alcançado. Estou revendo Explode Coração e Eugênia não só conseguiu separar Julio e Vera como ainda ajudou Julio e Dara a ficarem juntos. Devem ter outras por aí.
ResponderExcluirEntendo sua revolta, anonimo.
ResponderExcluirExato, Galdino.
ResponderExcluirÉ o que penso, Olivia.
ResponderExcluirIsso, Debora.
ResponderExcluirExato, Malu. Foi tudo mt mal conduzido.
ResponderExcluirÓtimo comentário, Welton!
ResponderExcluirNão é, Andressa???
ResponderExcluirÉ isso, Leitora...
ResponderExcluirMas ela conseguiu atingir sua missão, anonimo.
ResponderExcluirEu concordo com a sua análise e confesso que no começo eu não me interessei pela a novela e quando vi Maria Vitória e Vicente me apaixonei de cara e fiquei louca com o primeiro beijo deles e ele se declarando e com medo de perdê-la e depois disso eu não parei mais e fiquei fascinada por eles e vi que ela e inácio não tinha liga
ResponderExcluirEntendo, Cintia!!
ResponderExcluir