sexta-feira, 29 de julho de 2016

Merecida vitória de Julianne Trevisol foi o ponto alto de um "Super Chef Celebridades" que deixou a desejar

A quinta edição do "Super Chef Celebridades" estreou na primeira segunda-feira de julho (04) e chegou ao fim nesta sexta-feira (29/07). Mais uma vez o reality do "Mais Você" se mostrou um acerto do programa de Ana Maria Braga, embora a produção do formato siga se equivocando ao manter o esquema de votação popular, que sempre comete várias injustiças ao longo da competição. Porém, apesar da temporada ter sido agradável de ser acompanhada (assim como as anteriores), a disputa deste ano se mostrou inferior por alguns motivos.


E o principal fator que deixou a edição pior foi a ausência de Ludmilla Soeiro no juri fixo. A chef fazia parte da equipe desde a época em que o "Super Chef" estreou no "Mais Você", quando ainda nem era composto por celebridades. A sua saída foi uma surpresa negativa e nem se deram ao trabalho de explicar para o público a razão da 'quebra de vínculo'. Para culminar, o seu substituto não fez jus ao cargo. O chef Rafael Costa e Silva se mostrou apático e suas críticas pesadas não tinham o humor sarcástico da colega, o que muitas vezes causava a impressão de 'cansaço' por estar ali julgando os pratos.

A comparação entre os jurados, aliás, é inevitável. Se o "MasterChef", da Band, por exemplo, mudasse os três chefs causaria o mesmo estranhamento e perderia muito sem Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça. Foi exatamente o que houve com o "Super Chef Celebridades" sem a Ludmilla.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

O show de Marco Nanini em "Êta Mundo Bom!"

Ele é um dos grandes atores do país e ficou quase 14 anos vivendo o mesmo personagem em uma das séries mais longevas da Globo. Marco Nanini brilhou na pele do metódico Lineu Silva e foi um dos destaques de "A Grande Família", protagonizando a produção de sucesso ao lado da igualmente talentosa Marieta Severo. Após esse longo período dedicado ao seriado, o ator pôde voltar aos folhetins quando a trama da família Silva fechou seu ciclo no final de 2014. E Walcyr Carrasco deu a ele a oportunidade de um retorno em grande estilo em "Êta Mundo Bom" (assim como fez com Marieta Severo em "Verdades Secretas"), atual fenômeno das seis.


O autor escalou Marco Nanini para interpretar um dos tipos centrais da novela, o sonhador Pancrácio. O professor de filosofia não consegue sobreviver com sua formação, pois não consegue emprego e ainda vê sua profissão constantemente desvalorizada. Para conseguir dinheiro, ele acaba se fantasiando de vários personagens para pedir dinheiro nas ruas e com essa sua atividade 'paralela' consegue ajudar no orçamento. Ou seja, o perfil escrito por Walcyr possibilita para o ator uma gama de personalidades distintas, valorizando ainda mais o talento do intérprete.

Além do filósofo Pancrácio, Nanini já deu vida a mendigo, cego, vedete, Miss São Paulo, freira, índia, nadador das Olimpíadas de Londres, cigana, senhora em busca de doação para o lar de órfãos, ex-combatente, entre tantos outros tipos. As várias faces do personagem fazem do perfil fictício um ator tão talentoso quando o homem que dá vida a ele.

terça-feira, 26 de julho de 2016

"Liberdade Liberdade" mostrou que o Brasil não mudou tanto assim em pouco mais de 200 anos

A atual novela das onze, dirigida por Vinícius Coimbra, está em plena reta final e a produção se mostrou um bom folhetim, embora não tenha repercutido e nem envolvido tanto quanto prometia. A curta duração das cenas também deixou muito a desejar e o desenvolvimento de algumas tramas ficou devendo. Porém, um dos trunfos da história escrita por Mário Teixeira (com argumento de Márcia Prates) foi a exposição nua e crua de um Brasil que infelizmente não mudou tanto assim ao longo de pouco mais de 200 anos.


As situações apresentadas como pano de fundo de alguns personagens e núcleos, ainda que muitas vezes não conseguindo ser aprofundadas como mereciam, servem para observar que ainda há inúmeros 'resquícios' da época de 1808, incluindo alguns comportamentos e hábitos que não mudaram quase nada. Desigualdade, racismo, homofobia, exploração dos governantes, suborno, corrupção, estupro, abuso de poder, justiça que não tem nada de justa, enfim, não falta exemplo na história do início do século XIX que segue sendo observado nos dias atuais.

Logo no início de "Liberdade, Liberdade", Joaquina (Andreia Horta) ficou horrorizada ao conhecer a chamada 'parte suja' de Vila Rica. A área era imunda, repleta de escravos famintos em condições sub-humanas. Rubião (Mateus Solano), intendente da Coroa Portuguesa, com o intuito de impressionar a sua 'amada', fez questão de distribuir comida e prometeu melhorar o local.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Interpretando brilhantemente o sombrio Rubião, Mateus Solano se destaca em "Liberdade Liberdade"

O maior vilão de "Liberdade, Liberdade" é o assustador Rubião. Sombrio, extremamente cruel e com uma frieza apavorante, o personagem representa tudo o que há de pior em um ser humano. E a escolha de Mateus Solano para interpretá-lo foi certeira. Após o estrondoso sucesso na pele de Félix, em "Amor à Vida" (2013) --- que virou o seu melhor papel da carreira ---, o intérprete tirou um período sabático (com apoio da Globo) para descansar a imagem e voltou aos folhetins três anos depois da melhor forma possível.


Afinal, o seu atual papel representa o completo oposto do seu trabalho anterior. O que o Félix tinha de afetado, expansivo e debochado, Rubião tem de introspectivo, intimidador e sério. A única semelhança é a arrogância, pois de resto não sobra nenhum traço em comum. E nada mais desafiador para um ator do que dar vida a um segundo vilão seguido, mas cujas características em nada se assemelham ao outro perfil ---- até porque o homossexual carismático da trama de sucesso das nove tinha um forte lado humano e se redimiu da metade para o final da novela, o que jamais acontecerá com o canalha das 23h.

O intendente de Vila Rica matou Antônia (Letícia Sabatella), a mãe da protagonista Joaquina (Andreia Horta), logo no primeiro capítulo, e entregou Tiradentes (Thiago Lacerda) para a Coroa portuguesa, o levando para a forca --- na época em que era aliado do inconfidente. Sua lista de crueldades só aumentou desde a estreia da novela, deixando bem evidente todas as razões que o fizeram se transformar em um dos homens mais poderosos da cidade.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

A péssima construção dos casais de "Malhação - Seu Lugar no Mundo"

Um dos grandes atrativos de "Malhação" sempre foi a formação dos pares românticos. Afinal, o público alvo (adolescentes) é um dos que mais curtem apreciar a química dos casais. Principalmente nos dias atuais, onde o termo "Shippar" --- derivado do inglês 'relationship' (relação), que consiste em unir o nome dos personagens, comprovando o acerto do romance --- se popularizou tanto. Porém, a relação e o processo de construção de quase todos os casais estão entre os vários erros da atual temporada do seriado, escrito atualmente por Emanuel Jacobina.


O autor conseguiu a proeza de errar no desenvolvimento de todos os pares da sua história, levando em consideração que alguns deles eram bastante promissores. Isso acabou expondo ainda mais os problemas da história, que sempre apresentou sérias dificuldades de narrativa. O primeiro casal que teve sua trajetória interrompida foi o formado por Ciça (Júlia Konrad) e João (João Vitor Silva), pois o rapaz morreu logo na primeira semana. Entretanto, nesse caso, a situação era fundamental para o andamento do roteiro. Contudo, teria sido muito mais benéfico para o enredo uma construção mais detalhada da relação antes do acidente que vitimou o personagem.

E quando Ciça começou a ter uma outra trama romântica promissora, Emanuel cometeu o mesmo erro. O evidente romance que a personagem dúbia teria com Uodson (Lucas Lucco) serviria para humanizá-la através do jeito extremamente ingênuo do ogro burro e musculoso.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Brilhando em "Liberdade Liberdade", Andreia Horta prova que merecia uma protagonista há tempos

Ela estreou na televisão em 2006, interpretando Márcia Lemos Kubitschek na ótima minissérie "JK", exibida na Globo. Em 2007 foi para a Record onde atuou em "Alta Estação" (uma espécie de cópia da "Malhação") e no ano seguinte protagonizou a elogiada série Alice, um dos melhores seriados já produzidos pelo canal a cabo HBO. Ainda em 2008, Andreia Horta participou da novela "Chamas da Vida" (vivendo a Beatriz), na Record, e em 2010 fez parte do elenco da primorosa série "A Cura" (onde deu um show interpretando a íntegra Rosângela), permanecendo na Globo desde então.


Além dos trabalhos já mencionados, a atriz fez quatro novelas e uma série. Em "Cordel Encantado" (2011) viveu a Bartira, um papel pequeno, e em "Amor Eterno Amor" (2012) interpretou a periguete Valéria, onde se destacou bem mais, protagonizando muitas cenas cômicas. Em "Sangue Bom" (2013), ótima produção das sete, fez uma participação e emocionou ao lado de Sophie Charlotte na sequência mais tocante da trama, quando sua personagem (a Simone) morreu ao lado da irmã (Amora). Ela ainda mostrou seu talento na série "A Teia", ao dar vida a Celeste, e em 2014 convenceu na pele da geniosa Maria Clara, uma das filhas do comendador José Alfredo em "Império". 

Porém, apesar de várias ótimas atuações, Andreia não ganhava uma protagonista nas novelas. Ela chegou a ser escalada para a mocinha Tóia, em "A Regra do Jogo", mas a escolha foi logo mudada em virtude da escalação de Alexandre Nero para viver Romero Rômulo. Afinal, seria estranho os dois protagonizarem uma relação amorosa pouco depois de terem sido pai e filha na trama anterior. Ou seja, parecia que um papel de grande destaque nunca viria para atriz.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Apesar dos problemas evidentes, "A Garota da Moto" é uma boa iniciativa do SBT

O SBT começou uma nova empreitada na última quarta-feira (14/07) ao estrear "A Garota da Moto", logo após a reprise de "Carrossel", às 21h30 (na verdade só começou uns 15 minutos depois do término de "Velho Chico", na Globo). A emissora ---- que se fixou nas produções infantis, alcançando excelentes resultados de audiência e comerciais (vide os remakes bem-sucedidos de "Carrossel", "Chiquititas" e "Cúmplices de um Resgate") ---- agora se enveredou pelo ramo das séries em parceria com a Fox Brasil e a produtora Mixer.


Com texto de David França Mendes e direção de João Daniel Tikhomiroff, o seriado teve um processo lento até conseguir finalmente estrear. A produção começou em 2014, incluindo as seleções para a escalação do elenco, se estendendo até o início de 2015. As gravações foram iniciadas em agosto do mesmo ano e a estreia estava prevista para um ou dois meses depois. Porém, os atrasos foram inevitáveis (incluindo demora na liberação do orçamento) e adiaram para março de 2016. Depois mudaram para abril, até o lançamento ser marcado para julho, com direito a uma coletiva de imprensa.

O primeiro capítulo apresentou a história de forma bem didática, como se o telespectador fosse uma criança. Talvez seja o costume dos profissionais da emissora (ainda que trabalhando em parceria), já acostumados na segmentação da audiência, em virtude dos anos dedicados exclusivamente a produções voltadas para o público infantil.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

"Tamanho Família" reúne tudo o que um bom programa de domingo precisa ter

A promessa de um programa para Márcio Garcia era antiga. O ator estreou na Globo em 1994 como ator, chegou ao ápice com o michê Marcos em "Celebridade" (2003), mas tomou gosto mesmo pela apresentação ao comandar o "Gente Inocente" entre 1999 e 2002. Em 2005 foi para a Record e chegou a atuar, entretanto, se fixou como o apresentador do sucesso "O Melhor do Brasil", aos domingos. Voltou para a emissora que o lançou em 2008 com a garantia de que teria uma atração para chamar de sua. Apesar da (longa) demora de oito anos, ele finalmente ganhou o "Tamanho Família", que estreou no último domingo (10/07).


O programa ocupou a faixa vespertina anteriormente preenchida pelo "The Voice Kids" e "SuperStar". Com uma hora de duração, o formato é simples: Márcio Garcia recebe dois famosos por domingo, e cada um deles leva três familiares para participar das descontraídas conversas e brincadeiras propostas pelo apresentador. É a tradicional disputa entre figuras conhecidas em forma de game show, com a diferença em torno do conjunto. Afinal, a competição não é o foco principal, é apenas uma pano de fundo para o público conhecer um pouco mais a intimidade dos famosos, que também ganham homenagens.

As homenagens, inclusive, funcionam como uma espécie de "Arquivo Confidencial", quadro de sucesso do "Domingão do Faustão". Os familiares dos convidados dão depoimentos e alguns ainda encenam situações no palco para os homenageados. Óbvio que o intuito é provocar o choro, inserindo a cota de sentimentalismo que praticamente todos os programas de auditório costumam ter.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Delicada e ousada na medida certa, cena de sexo gay fez jus ao título de "Liberdade Liberdade"

Uma das cenas mais aguardadas de "Liberdade, Liberdade" foi exibida nesta terça (12/07). O autor Mário Teixeira já havia dito que escreveria a cena em que Tolentino (Ricardo Pereira) e André (Caio Blat) transam, após um longo período tentando resistir ao desejo que os unia. Obviamente, a declaração gerou curiosidade e especulação na imprensa especializada, sendo até benéfico para a repercussão da novela, que é bastante baixa. O objetivo, inclusive, foi mesmo atrair atenção. E o momento esperado fez valer a espera, quebrando mais um tabu na teledramaturgia brasileira.


A cena teve quase seis minutos e a direção competente de Vinicius Coimbra se evidenciou, havendo uma preocupação em explorar o ambiente e os corpos daqueles homens assustados com a situação que se encontravam. Inicialmente, a aproximação se deu como nas outras vezes, com André apoiando Tolentino, após o coronel ter sido mais uma vez humilhado por Rubião (Mateus Solano). No entanto, o instante de afeto resultou em um intenso beijo, representando claramente a explosão daquela gama de sentimentos reprimidos por tanto tempo.

Depois do beijo, André se afastou e se despiu, enquanto Tolentino tomava coragem e fazia o mesmo. Os dois ficaram nus e se aproximaram, cedendo ao desejo e ao amor que sempre nutriram um pelo outro. A sequência foi muito delicada e nada ficou explícito. O texto que antecedeu esse momento merece menção, pois fez uma complementação perfeita.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Grace Gianoukas não demorou para roubar a cena como Teodora em "Haja Coração"

"Haja Coração" estreou há pouco tempo e até então vinha se mostrando uma trama bem gostosa de se assistir, conseguindo, inclusive, um bom retorno da audiência. É uma pena que Daniel Ortiz tenha se perdido de algumas semanas para cá, deixando sua história cansativa e andando em círculos. Já há uma sensação de barriga, o que é preocupante, pois está no ar somente há pouco mais de um mês. Porém, deixando as questões de enredo um pouco de lado, o elenco, com algumas exceções, está ótimo. E, apesar de vários bons destaques até agora, tem uma atriz que não demorou para roubar a cena, brilhando desde a primeira aparição: Grace Gianoukas.


Na pele da arrogante e milionária Teodora Abdala, a atriz estava se destacando na trama das sete e protagonizando cenas hilárias, mesmo a personagem sendo uma quase vilã. Sua parceria com Tatá Werneck (que vive a filha Fedora) é perfeita e dificilmente essa dupla daria errado, pois são duas comediantes natas. Ela, cuja interpretação é bastante peculiar e teatral, ainda se destaca ao lado de Alexandre Borges, intérprete de Aparício (homem que só se casou com a empresária para dar o golpe do baú), além de ter outros ótimos companheiros de cena, como Cláudia Jimenez e Marcelo Médici ---- mais dois nomes especialistas em humor.

Grace é uma figura rara nas novelas e na própria televisão, pois sempre se dedicou mais ao teatro. Fez apenas pequenas participações em "Bang Bang" (2006), no remake de "Guerra dos Sexos" (2012) ---- ambas na Globo --- e, recentemente, em "Cúmplices de um Resgate" (2015), no SBT.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

"Velho Chico" apresenta sensível melhora e elenco se destaca

A atual novela das nove entrou em crise quando mudou de fase. Ao contrário da linda primeira fase, a segunda apresentou sérios problemas de continuidade em relação a alguns atores escolhidos, confusão sobre a época da história em virtude dos figurinos e um ritmo modorrento que afastou de vez o telespectador. A história de Benedito Ruy Barbosa e Bruno Luperi seguiu equivocada e sem atrativos por longos meses; entretanto, o folhetim teve uma sensível melhora e começou a fluir, finalmente. O capítulo em que Tereza conta para Santo que Miguel é seu filho, por exemplo, rendeu primorosas cenas e grandiosas interpretações.


A aguardada sequência foi interpretada magistralmente por Domingos Montagner e Camila Pitanga, totalmente entregues aos sentimentos dos personagens. A indignação e o choque de Santo puderam ser observados com nitidez, assim como a tristeza e o arrependimento de Tereza. O ator logo depois ainda protagonizou uma cena ótima com Giullia Buscacio, quando Santo fez questão de afastar Olívia de Miguel em um ato desesperado, deixando os filhos chocados e sem entender a furiosa reação. Gabriel Leone foi outro nome que merece aplausos. Ele, aliás, brilhou no momento em que Tereza conta para seu filho sobre o seu verdadeiro pai. A dor do menino pôde ser sentida.

E enquanto todos esses acontecimentos dramáticos eram exibidos, Lucy Alves e Marcelo Serrado se destacaram nos instantes em que Luzia e Carlos Eduardo elaboravam planos para afastar Tereza e Miguel, especulando sobre a revelação a respeito da paternidade de Miguel. A frieza com que os dois agiram despertou atenção, evidenciando a competência dos intérpretes ---- Marcelo, inclusive, conseguiu acertar o tom de seu vilão, que agora começa a crescer no enredo.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Perfeito como Candinho, Sérgio Guizé honra o protagonismo de "Êta Mundo Bom!"

Um dos maiores desafios de Walcyr Carrasco, Jorge Fernando e equipe era a escalação do protagonista de "Êta Mundo Bom!". Afinal, a novela conta a história de Candinho, personagem do clássico "Cândido, ou o otimismo", do filósofo Voltaire, que ainda foi interpretado pelo grande e saudoso Mazzaropi na adaptação da sátira para o cinema em 1954. Portanto, era uma responsabilidade imensa a escolha do intérprete para o folhetim. Mas, desde o primeiro capítulo, ficou perceptível que a produção se saiu muito bem na escalação e a escolha foi certeira. Sérgio Guizé está impecável.


O caipira ingênuo coube perfeitamente na figura do ator, que conseguiu incorporar o personagem de uma forma impressionante. O papel exige muitos riscos, pois qualquer deslize implica em uma caricatura desnecessária e prejudicial ao protagonista. Portanto, a figura central desta novela tem um peso ainda maior do que um perfil 'normal'. Há sempre uma linha tênue a ser seguida e Sérgio tem conseguido atingir o objetivo com louvor. Muitas vezes ele parece o Mazzaropi, até mesmo no jeito de andar e em alguns trejeitos, enquanto em outras imprime um tom particular para Candinho. Ou seja, é uma mistura mais do que bem-vinda.

O protagonista é o grande fio condutor da novela das seis e a representa tudo o que o enredo quer transmitir: o otimismo e a alegria de viver. Tendo como lema "Tudo o que acontece de ruim na vida da gente é para melhorar", frase dita várias vezes pelo professor Pancrácio (grande amigo e praticamente pai do rapaz), Candinho nunca perdeu o encanto pela humanidade, mesmo tendo sido separado de sua mãe assim que nasceu e virado um mero empregado rejeitado na família que o adotou.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

"A Terra Prometida" faz boa estreia e tem um conjunto melhor que "Os Dez Mandamentos"

Após muitos adiamentos e até uma segunda temporada totalmente errônea de "Os Dez Mandamentos", a Record finalmente estreou "A Terra Prometida". Com o primeiro capítulo exibido nesta terça (05/07), a emissora começou a exibir a sua nova novela bíblica, que nada mais é do que uma continuação da saga dos hebreus, já observada na produção anterior, conduzida por Vivian de Oliveira. Agora escrita por Renato Modesto, mas com a mesma direção de Alexandre Avancini, a trama exibiu um promissor início, apresentando uma maior preocupação na escalação do elenco e estruturação do enredo.


A novela começou bastante movimentada. O público pôde ver Josué (Sidney Sampaio) liderando os hebreus para derrubar a muralha de Jericó, provocando uma grande agitação em meio ao clima de tensão constante. Não parecia uma estreia e, sim, a exibição de cenas de um capítulo bem avançado. Nenhum personagem foi apresentado e foi difícil entender todo o contexto. Até mesmo o início da derrubada da muralha foi mostrado. Porém, cerca de meia hora depois, tudo ficou esclarecido: o folhetim começou no 'futuro', com sequências que só irão ao ar por volta do capítulo 60. O recurso não é novo e é constantemente usado em séries americanas, além de ter sido explorado em várias novelas da Globo. A diferença é que desta vez não se preocuparam em avisar o telespectador antes.

O autor merece elogios por ter apresentado logo no primeiro dia parte do que o público pode esperar dos próximos acontecimentos, causando, assim, uma certa expectativa a respeito de uma cena que tende a ser uma das mais aguardadas da história. Afinal, a derrubada da muralha de Jericó é quase uma "abertura do mar vermelho" da atual trama, sendo o ápice do enredo.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Morte de Raposo retira de cena um dos melhores personagens de "Liberdade Liberdade"

Nesta segunda (04/07), foi ao ar a morte de Raposo (Dalton Vigh) em "Liberdade, Liberdade". Após semanas sumido da novela, o personagem voltou de viagem e logo reiniciou a investigação a respeito do ladrão de seu baú de ouro. Ele acabou encontrando sua fortuna na casa de Rubião (Mateus Solano), que flagrou o 'quase sogro' e o alvejou pelas costas, matando o inimigo covardemente em uma ótima cena. O desfecho do poderoso fidalgo foi lamentável para o desenvolvimento da história e uma grande perda para o público.


O autor Mário Teixeira acabou retirando precocemente do enredo um dos melhores personagens. A cena foi brilhantemente Mateus Solano, que soube transmitir toda a tensão daquele sombrio momento, onde o frio Rubião se mostrou como é para o imponente Raposo, que tentou enfrentá-lo, sem sucesso, mesmo agonizando. Entretanto, falharam gravemente ao não mostrar nem a expressão de Raposo vendo o seu inimigo antes de morrer (podendo ao menos fechar o ciclo de Dalton Vigh em grande estilo) e o pai adotivo de Joaquina (Andreia Horta) tinha muito o que render na trama, faltando um mês para o seu fim. E deve-se lamentar ainda mais a morte do perfil, pois o mesmo ficou sumido por semanas da novela.

A viagem de Raposo ao Rio de Janeiro em nada contribuiu para o roteiro e só serviu para desaparecer com o personagem. Muito se especulou sobre esse sumiço, incluindo até um possível problema de saúde do ator.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Segunda temporada de "Os Dez Mandamentos" foi um erro e provou que a Record não sabe lidar com o sucesso

A segunda temporada de "Os Dez Mandamentos" estreou no início de abril, após um intervalo de quatro meses ---- a 'primeira fase' chegou ao fim em 23 de novembro de 2015. A autora Vivian de Oliveira tinha o desafio de contar a continuação da saga dos hebreus, mas sem o atrativo das dez pragas do Egito e dos embates entre os egípcios e o povo liderado por Moisés (Guilherme Winter). Para culminar, ainda tinha que inserir novos conflitos para os personagens que seguiram na história e interligá-los aos novos perfis que entraram. Não era uma tarefa fácil e a dificuldade pôde ser sentida ao longo dos três meses de exibição.


A Record, ao criar a continuação da trama, prejudicou todo o conjunto da obra. Primeiramente porque retalhou o último capítulo da novela, deixando em aberto todo o aguardado acontecimento envolvendo a entrega da tábua dos dez mandamentos para Moisés e tudo que isso implicaria posteriormente. O mínimo que o público merecia era a conclusão daquele instante tão esperado, o que não aconteceu, decepcionando e muito. O desfecho da 'primeira temporada' foi frustrante e não deixou de ser uma propaganda enganosa, pois só viu o final quem pagou (ou ganhou dos pastores) o ingresso do filme de mesmo título que a emissora lançou em todo país ---- na verdade um compacto dos capítulos do folhetim.

E, além de ter perdido a oportunidade de encerrar o vitorioso ciclo da novela em grande estilo ---- até porque a mesma foi o maior sucesso da história do canal ----, a Record ainda deixou a autora limitada na 'segunda temporada', que não conseguiu fazer milagres no roteiro. Afinal, não tinha muito o que ser contado ao longo dos três meses de exibição.

domingo, 3 de julho de 2016

"Criança Esperança" soube se atualizar e apresentou uma de suas melhores edições

A edição de 2016 do "Criança Esperança" foi uma grata surpresa. Após a ótima mudança no formato no ano passado, quando o evento completou 30 anos em 2015 ---- o tempo ficou menor e os shows bem mais intimistas, sem a estrutura de um grande espetáculo ----, a equipe conseguiu se superar, apresentando um programa ainda melhor e muito mais preocupado em exibir campanhas relacionadas aos atuais problemas da sociedade.


Comandado por Lázaro Ramos, Dira Paes, Leandra Leal e Flávio Canto, o programa teve pouco mais de uma hora de duração e soube preencher este tempo muito bem. Ao contrário de apresentações frias e desnecessárias que fizeram parte do formato ao longo dos anos, a atração mesclou shows intimistas com necessárias campanhas sociais, divertindo e emocionando. Ficou clara a inspiração no Teleton, do SBT, e, assim como ocorre na concorrente, funcionou do início ao fim, com a vantagem de não ser tão longo e exaustivo.

A bancada com os atores da emissora atendendo os telefonemas mais uma vez deu certo, despertando atenção do público e aumentando a motivação das doações. Eles, inclusive, também interagiam com os apresentadores, que faziam questão de interpelá-los com frequência.