segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Impactante e viciante, "Bom Dia, Verônica" já é a melhor série nacional da Netflix

 A Netflix há anos vem dominando o mercado do streaming e no Brasil não é diferente. No entanto, não foram muitas as séries nacionais produzidas pela provedora da Califórnia, Estados Unidos, que despertaram grandes atenções. "O Mecanismo" (2018), "Sintonia" (2019) e "Coisa Mais Linda" (2019), até então, eram as de maior burburinho e críticas positivas. Mas ainda assim, embora com boas qualidades, longe de provocarem grandes comoções. Agora, finalmente, uma série arrebatadora chegou ao público pela gigante do streaming: "Bom Dia, Verônica". 


Baseada no romance homônimo de Ilana Casoy e Raphael Montes (que escreveram o livro com o pseudônimo de Andrea Killmore), a série de oito episódios foi adaptada para a televisão pelos próprios autores e dirigida por José Henrique Fonseca. Como são poucos capítulos, não há o famigerado período de enrolação (ou 'barriga') e se engana quem pensa que esse mal só ocorre em novelas. Normalmente, séries que apresentam entre 18 e 23 episódios também sofrem do mesmo problema dos folhetins com momentos cansativos ou irrelevantes. Mas nada disso ocorre na produção que estreou no dia 01 de outubro na Netflix. 

A história mescla entretenimento da melhor qualidade com temáticas de grande importância para a sociedade e, infelizmente, ainda em voga. A série policial se aproveita dos vários clichês do gênero, mas também consegue surpreender em vários momentos, principalmente no sétimo e oitavo episódios. Tanto que o início do enredo encaminha o telespectador para um mistério que logo no segundo capítulo se torna menos relevante. Isso porque uma aparente história paralela resulta em um novelo macabro cuidadosamente desenrolado pela protagonista, Verônica (Tainá Muller), escrivã da polícia que trabalha em uma delegacia de homicídios. 

A primeira cena da trama, o suicídio de uma mulher em plena delegacia, após ter sido abusada por um maníaco sexual, choca Verônica. A personagem, casada e com dois filhos, mergulha na investigação do abusador e ainda dá uma entrevista incentivando mulheres a denunciarem. Mas a escrivã não imagina que sua aparição na televisão tira Janete (Camila Morgado) do estado de inércia de sua vida ---- um casamento movido pela violência, física e psicológica. A sofrida mulher é casada com Brandão (Eduardo Moscovis), um policial militar que tem sede de matar. Essa é a trama que mobiliza o telespectador a maratonar a série. 

Como é um produto restrito a uma pequena parte do público, por ser um serviço de assinatura, não vale expor outros acontecimentos marcantes da história para não estragar a surpresa de quem ainda não viu. Nada de spoiler. Mas o sofrimento de Janete sensibiliza quem assiste e a atuação de Camila Morgado é digna de prêmios. A sua entrega emocional impressiona em todas as cenas. E Du Moscovis assusta na pele do serial killer ---- o policial está entre os seus melhores papéis da carreira. Já Tainá Muller merecia uma protagonista há anos. Finalmente apostaram no talento da atriz, que correspondeu à altura. Verônica é defendida com brilhantismo e são muitas sequências densas ao longo da história. É uma personagem que desperta torcida logo de cara. 

O elenco ainda tem outros ótimos nomes que também se destacam, como Antônio Grassi (Wilson Carvana), Silvio Guindane (Nelson), Adriano Garib (Victor), Aline Borges (Tânia), César Mello (Paulo) e Elisa Volpatto, que dá show na pele da arrogante delegada Anita. A história explora com habilidade a questão da violência contra mulher, a ineficiência das leis brasileiras e a corrupção do sistema. A série surpreende na reta final com um desfecho não esperado e ainda exibe um gancho de tirar o fôlego para a nova temporada que certamente ocorrerá. 

"Bom Dia, Verônica" já merece ser considerada a melhor série nacional da Netflix e a primeira temporada está irretocável. A trama provoca indignação, medo, repulsa e tensão nas doses certas. Vale conferir. 

12 comentários:

  1. Não tem como no se envolver com essa série, é muito perfeita. Eu torci tanto pra que a Janete matasse o Brandão... Ainda bem que a diva Verônica fez isso

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  2. É a melhor da Netflix mesmo.

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  3. Eu nao vi ainda, mas depois de ler seu texto...

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  4. Tá todo mundo falando dessa série!

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  5. Eduardo Moscovis e Camila Morgado vivem os seus melhores momentos, são dois atores excepcionais.
    Gostaria de ver o Eduardo Moscovis mais valorizado nas novelas as duas últimas de participou não fizeram jus ao seu talento, acho ele o nome ideal para viver o José Leôncio do remake de Pantanal.

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  6. Já ouvi bons comentários dessa série mas nao tenho Netflix
    Big Beijos,
    Lulu on the sky

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