sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Há 20 anos no ar, "Altas Horas" foi o programa que melhor se adaptou ao momento de pandemia

 A pandemia do novo coronavírus afetou toda a programação televisiva. Do Brasil e do mundo. Os produtos mais afetados foram o do entretenimento, vide o agravamento da crise do setor cultural. E os programas de auditório sofreram uma inevitável descaracterização. Afinal, todos precisam da aglomeração das plateias. Porém, os apresentadores se viram obrigados a apresentar suas respectivas atrações de casa ou no palco sem ninguém presente (com exceção da produção). E quem melhor se virou com o inusitado novo formato foi Serginho Groisman. 

A maior identidade do "Altas Horas", que completou 20 anos no ar no dia 14 de outubro, era a plateia repleta de jovens estudantes e com uma proximidade muito grande com os convidados. Todos ficavam sentados em um auditório que fazia quase um círculo no estúdio. Era quase uma arena do entretenimento e da informação. O mesmo já acontecia desde a época do inesquecível "Programa Livre", no SBT. Enquanto não houver a vacina contra a COVID-19 nada disso será possível. Um hiato é inevitável. Mas se engana quem pensa que a alteração do formato afetou a qualidade da atração. 

Serginho foi muito inteligente ao mesclar conteúdo inédito com reprises. Ao invés de simplesmente reprisar programas antigos, como ocorria com o "Domingão do Faustão" e "Caldeirão do Huck", o apresentador exibe trechos de algumas entrevistas ou números musicais do programa e entrevista o convidado ou a convidada que esteve na época da exibição via vídeo-chamada.

Também tem sido fundamental na divulgação das "estreias" de novas reprises da Globo. Vide a deliciosa entrevista recente que teve com Vera Fisher, Reynaldo Gianecchini e Carolina Dieckmann para falar da volta de "Laços de Família" (2000) no "Vale a Pena Ver de Novo". 

As entrevistas remotas que Serginho vem fazendo duram cerca de dez a quinze minutos e enriquecem a atração. O "Conversa com Bial" iniciou esse recurso de uma forma muito bem-sucedida e Serginho acertou ao seguir com a mesma proposta, ainda que com uma duração mais curta. Outro ótimo momento foi um bate-papo descontraído do apresentador com Susana Vieira e Renata Sorrah relembrando "Senhora do Destino" (2004). Marina Ruy Barbosa e Felipe Simas também marcaram presença em vídeo-chamadas para uma homenagem ao sucesso do casal "Joliza" na época de "Totalmente Demais" (2016) e na reprise recém-encerrada. Vale destacar ainda sua entrevista com Marjorie Estiano para falar do especial "Sob Pressão - Plantão Covid". 

O êxito do "Altas Horas" com esse novo formato implicou na mudança no "Domingão do Faustão". Fausto no início apenas gravava vinhetas em casa e a reexibição dominava quase todo o tempo de programa. Algumas semanas depois, o comunicador começou a realizar entrevistas de sua casa em vídeo-chamadas. Ivete Sangalo foi um das convidadas. Agora Faustão já voltou ao palco com a nova temporada da "Dança dos Famosos", mesmo sem plateia. Mas é preciso apontar essa mexida da produção após o acerto de Serginho. Sinal que realmente funcionou.

Serginho Groisman sempre foi um dos melhores apresentadores do país e o "Altas Horas" o programa de maior qualidade na televisão aberta. O vitorioso novo formato apenas comprovou que nem uma pandemia será capaz de alterar isso. Está tudo igual, mas um pouco diferente. 

16 comentários:

  1. E é o único que eu assisto.

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  2. Eu amo esse programa e também adorei a ideia das entrevistas assim.

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  3. Muito bom esse programa.Leve, divertido! abração, tudo de bom,chica

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  4. Olá, tudo bem? Neste caso, o auditório participava ativamente do Altas Horas. Fazia perguntas e tal. Interagia. Os outros, como Conversa com Bial, não sentiram a ausência do público no estúdio... Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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  5. O show é leve, informativo e divertido. Portanto, não se surpreenda se for apreciado por muitos telespectadores e puder durar décadas. Isso é muito legal.
    Saudações da Indonésia.

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  6. Sergio, o programa sempre foi muito bom. Não gosto de reprises e o novo formato fez com que mantivesse a qualidade. Uma ótima abordagem. Abraço.

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  7. Já foi um ótimo programa, ótimas matérias, ótimo e papos, ótimos quadros, quando aos poucos o programa se perdeu. Serginho super alto astral, bem comunicativo já fez apresentações melhores.

    Agora o programa é só mais uma das exibições da Globo.


    É incrível como o Altas Horas deixou de ser o programa mais legal das madrugadas de sábado, com papo cabeça e música decente...pra virar a pior coisa que existe na TV aberta e que agora só leva sertanejos, forrozeiros, funkeiros e gente que acha que é artista quando só enche fanbase, fandom e fansite nas redes sociais.

    A Globo deveria mudar o nome do programa, porque já deixou há bastante tempo de ser exibido nas "altas horas".

    Além disso, jogaram o Supercine pra madrugada por causa dele.

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  8. Discordo, anonimo, mas respeito sua opinião.

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