A Globo promoveu na terça-feira passada, dia 17, a segunda coletiva virtual de "Volta por Cima", a próxima novela das sete escrita por Claudia Solto e dirigida por André Câmara. Participaram a autora, o diretor e os atores Fabrício Boliveira, Jéssica Ellen, Tereza Seiblitz, Amaury Lorenzo, Adanilo, Mari Aldeia, Tonico Pereira, Juliano Cazarré, Pri Helena, Iara Jamra, Isadora Cruz, Isabel Teixeira, Bia Santana, Rodrigo Garcia e Claudia Missura. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo.
Claudia Souto comentou sobre a essência de sua nova produção: "Todos os personagens da novela vão enfrentar muitos obstáculos, mesmo os secundários. Todos os meus personagens têm histórias. A proposta é dar a volta por cima na vida. Mostrar para as pessoas de casa não desistirem. O ser humano tem necessidade de histórias. Através delas a gente vivencia coisas que não vivenciaríamos nas nossas vidas. Acho que cada personagem da minha história vai estar ensinado alguma coisa para quem está em casa". O diretor André Câmara acrescentou uma informação: "Vamos desconstruir esse universo dos Bate-Bolas porque até hoje muita gente tem medo. É um universo muito rico".
Jéssica Ellen comentou sobre a sua mocinha e a representatividade na teledramaturgia atual: "A novela é muito humana. Atravessamos coisas que vivemos no nosso dia a dia, no nosso cotidiano. O nome da minha personagem tem o nome da minha avó materna, o que já a faz muito especial para mim. Roubei até umas características da minha avó e de uma prima para construir a Madalena, que começa a novela sem ter muito propósito, sem descobrir o real talento dela. Tem algo muito poderoso em fazer novela que é se comunicar com o país inteiro, que é uma responsabilidade muito grande.
Acho que há potencial na história para que o público queira acompanhar esses personagens. Estamos vivendo um momento muito feliz na televisão e no audiovisual. Pra citar a questão de protagonismos negros tem que falar de Zezé Motta e Ruth de Souza, que construíram esse chão que temos hoje de pessoas pretas na tela. Vamos ter três novelas na Globo com protagonismo negro. Gabz nas nove, eu nas sete e Duda Santos nas seis em novembro. Há 12 anos que estou na Globo e só agora estou vivendo minha primeira protagonista. Que bom que a Duda esperou bem menos tempo que eu e fico feliz com isso.Fabrício Boliveira falou sobre seu mocinho: "A conexão dos subúrbios vai conectar muito os brasileiros. A história se trata no subúrbio carioca, mas representa o subúrbio de todo o país. A relação do Jão com a dona Neusa, sua mãe, tem muita cumplicidade e sem a figura do pai. Ele sente falta do pai, mas o trauma bate nele no lugar da escuta para o feminino. A dificuldade que a mãe dele tem o deixa atento". Já Amaury Lorenzo, que interpreta o infiel Chico, noivo de Madalena, resumiu sobre o que espera da novela: "A Claudia escreve personagens muito carismáticos. Tudo o que o brasileiro noveleiro gosta".
Tereza Seiblitz analisou a sua personagem e seu retorno aos folhetins: "Vejo Doralice como uma mãe realizada. Ela é uma costureira que tem um problema no coração e se rebela contra a doença. Está sendo um desafio construir uma pessoa com essa vulnerabilidade. Acho uma sacada genial dessa novela abordar o transporte coletivo. O que me fez fazer essa novela foi o convite. Nesse tempo que fiquei afastada não tive convites para a TV. Estou muito feliz em voltar. A Doralice tem um encanto pelas duas filhas e me emociona fazer a esposa de um motorista de ônibus. Ela é uma mulher que costura e ele um homem que dirige. Acho lindo isso".
Adanilo comentou sobre a amizade entre seu personagem e o mocinho da novela : "Acho bonita a relação do Sidney com o Jão. A segunda vez que faço um personagem muito amigo do protagonista. Aprendo muito com meus personagens e tenho aprendido muito sobre companheirismo com ele. E vamos discutir a masculinidade porque o Sidney dá muitos moles com as mulheres, o que faz o Jão sempre discutir com ele. É um assunto importante para a sociedade hoje".
Juliana Alves contou sobre sua personagem: "Faço a Cida que é uma motorista de ônibus. Transitei por muitos subúrbios e nessa novela identifico muitos personagens na novela. Me encontro muitas vezes com a Cida. É uma composição através do texto, da direção e de mulheres que fazem parte da minha vida. Ela é uma figura inspiradora para mim. Vem de uma das maiores decepções da vida que é a perda de um grande amor, o que a faz dar a volta por cima na criação do filho dela. Fora a dificuldade que é dirigir um ônibus. Mas ela faz tudo com leveza e responsabilidade. Me inspirei em uma motorista de ônibus que conheci no interior de São Paulo e em uma enfermeira que conheci".
Mari Aldeia também comentou sobre o seu papel na trama: "É um orgulho fazer parte de uma novela em que olho para as pessoas e as enxergo na minha vida. Vanilda tem um bom coração, é muito observadora, inteligente e competente. É muito bacana olhar para a sociedade e vê-la representada na novela. Vejo minha vida na novela, o que me faz querer cada vez mais contar a história da Vanilda. Estamos aqui para evoluir e vemos a evolução dos personagens. Espero representar bem tantas mulheres pretas, vaidosas e que gostam de compartilhar notícias". Já Tonico Pereira foi breve sobre a sua participação na história: "Sempre trabalho pelo ser humano imbuído em todos nós. Fico feliz quando me dão a oportunidade de ser mais um ser humano".
Pri Helena adiantou um pouco do que esperar de sua personagem: "Cacá tem uma relação de muito afeto com a mãe, mas ela é capanga de um contraventor. Só que o mais legal dessa personagem é que ela vai tendo um encontro com um lugar humano e junto com a Cacá vou descobrindo as camadas. A própria personagem, que é criada só pela mãe, vai trazendo respostas e estou muito feliz".
Iara Jamra, que interpreta a mãe de Cacá, acrescentou: "Estou muito feliz em estar aqui. Eu não tive filhos, mas sou tia e as tias costumam até ser mais maternais que as mães. E quero que a Cacá nos surpreenda. Fazia muito tempo que não fazia televisão e agora vamos dar a volta por cima. E minha personagem faz umas fofoquinhas, tem comédia e na relação com minha filha por enquanto está tudo bem leve. E acho genial a novela ser em uma viação porque a população brasileira passa metade da vida dentro de transporte público".
Isadora Cruz expôs uma animação contagiante com sua personagem nova: "Roxelle foi mimada e adorada pelos pais, tudo o que ela faz eles acham lindo. Por isso ela tem uma autoconfiança tão grande. Vem de um lar de muito afeto, carinho e apoio. Ela vê na relação dos pais o que queria para ela. O pai é apaixonado pela mãe e faz tudo o que ela quer. Então a Roxelle colocou na cabeça que o Chico será esse amor dela. E ela é o retrato da mãe. A mãe aprova tudo o que a filha faz e as duas são muito falantes, tomam decisões, enfim, são as condutoras. A palavra chave da Roxelle é diversão. Sempre dão chances para atores sudestinos viverem nordestinos e dificilmente acontece o contrário. Por isso também é uma alegria enorme ver que um paraibana como eu ganhou a oportunidade de viver uma carioca. Estou indo contra o fluxo. É muito importante para mim voltar à televisão contando histórias nordestinas, como em 'Mar do Sertão' e 'Guerreiros do Sol', mas é muito bom também agora viver uma carioca, o que é desafiador para mim".
Isabel Teixeira analisou as diferenças entre sua nova personagem e a vilã, Helena, de 'Elas por Elas': "É uma construção totalmente diferente. A Violeta é uma composição que parte da palavra escrita no texto e da pesquisa que fui fazendo. Vi 'Vale o Escrito' para saber essa construção hierárquica porque ela foi criada na contravenção. É uma contraventora muito carismática. E é uma mulher que adora estar viva até porque no meio dela estar vivo é uma dádiva. Ela ama seu corpo, sua idade, adora namorar. Tem uma sexualidade aceitada por ela mesma, o que traz a sua humanidade. Ainda estou construindo a personagem. Não vejo a hora de chegar dia 30 para ter a resposta do público. Estamos dialogando com o público e não vejo a hora disso acontecer. E estou amando fazer uma novela atrás da outra e faria isso constantemente porque minha imagem só descansa quando eu morro".
Bia Santana falou sobre o universo que sua personagem abordará: "Faço a Tatiana e é um universo totalmente novo para mim. Não era nada imersa no universo do K-pop e do K-drama e a minha personagem é muito divertida. Estou ouvindo K-pop o dia todo. Confesso que é uma honra, mas dá medo também porque sei que é uma comunidade muito forte, o que dá uma responsabilidade grande abordar a cultura coreana".
Rodrigo Garcia comentou sobre seu vilão: "Vi 'Vale o Escrito' e o documentário sobre o Castor de Andrade porque meu personagem é um contraventor e o desafio é mostrar isso em uma novela leve das sete. O Renato Castilho vai ser perigoso e bem ruinzinho".
E Claudia Missura finalizou a coletiva com um resumo do seu papel na novela: "Faço a Tereza. Estou gostando muito e está impossível não me tornar gaúcha contracenando com o Juliano Cazarré em cena, que vive o meu marido. Está muito divertido fazer e no que depender de mim vou defender minha personagem porque ela tem atitudes duvidosas em alguns momentos".
"Volta por Cima" estreia na próxima segunda-feira, dia 30.
Genial
ResponderExcluir