As autoras Renata Martins, Jaqueline Souza e Grace Passô escreveram o elogiado especial "Falas Femininas", em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (8 de março), e o reflexivo "Falas da Terra", em homenagem ao Dia dos Povos Indígenas (19 de abril), da antologia "Histórias Impossíveis". Agora o trio desenvolveu mais uma produção repleta de qualidades, exibida nesta segunda-feira: o "Falas de Orgulho", em referência ao Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, comemorado no dia 28 de junho.
Ao contrário dos episódios anteriores, o terceiro acabou cercado de polêmicas e não por culpa das roteiristas, mas, sim, da emissora. Após sucessivos cortes em beijos entre mulheres e entre homens na novela "Vai na Fé", atual produto de maior sucesso da Globo, e também na série "Aruanas", uma avalanche de críticas passou a dominar as redes sociais e ficaram ainda maiores depois que o canal passou a anunciar o "Falas de Orgulho". Afinal, diante da censura em cima de cenas que apenas demonstravam o amor na teledramaturgia, a hipocrisia da empresa transbordou diante dos telespectadores.
Os próprios veículos de imprensa passaram a fazer necessários questionamentos e o nome de Amauri Soares, o novo responsável pelo setor de teledramaturgia da Globo, foi exposto como o autor das ordens para os cortes nos beijos homoafetivos.
Não por acaso, uma semana depois da repercussão em torno das matérias sobre a censura, surgiu uma ordem para que os beijos de Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman), e de Vini (Ghutierry Sotero) e Yuri (Jean Paulo Campos) fossem gravados. Ironicamente, as duas cenas foram ao ar na semana passada, antes da exibição do especial nesta segunda. Uma clara tentativa de apagar o incêndio e assim amenizar as críticas que o "Falas de Orgulho" receberia nas redes sociais do canal, ainda que a equipe da série nada tenha a ver com isso.E o episódio especial com o título de 'Sísmicas' provocou reflexões. Com metáforas e delicadeza, a trama teve como ponto focal o casal Lena (Ana Flávia Cavalcanti), mulher cis, e sua namorada Kátia (Kika Sena), mulher trans, que, depois que decidiram morar juntas na casa que Lena herdou da avó, passaram a enfrentar ameaças que colocaram o relacionamento em cheque. As personagens tiveram que lidar com fantasmas internos e externos que abalaram a estrutura do que estão construindo.
Tema frequente entre o grupo identitário, a ausência de um lar ou possibilidade de perdê-lo, em função de conflitos que costumam surgir a partir de cada realidade familiar, é abordada em paralelo à crescente especulação imobiliária nas grandes cidades. A construtora que comprou várias residência no bairro de Lena faz uma oferta pela casa que era da avó dela, o que mexe com Kátia. Rememorando episódios de violência e intolerância, a personagem traz o desejo de ter seu lugar no mundo enquanto ameaças reais se misturam á fantasia e invadem o espaço privado da casa. Juntas, Kátia e Lena tentam descobrir como enfrentar as dificuldades e superar toda essa turbulência do mundo de fora, que insiste em invadir o espaço privado da casa e estremecer a relação das duas. Mas, a partir do encontro com uma figura desconhecida (vivida por Nena Inoue), as duas vislumbram a sustentação necessária para seguirem em frente. O final emociona com a descoberta da identidade daquela estranha visita.
Além das três autoras Renata Martins, Grace Passô e Jaqueline Souza, a antologia "História Impossíveis" também é escrita com Thais Fujinaga, Hela Santana, Graciela Guarani e Renata Tupinambá. A direção artística é de Luisa Lima (diretora da excelente série "Os Outros") e direção de Thereza Médicis, Everlane Moraes, Graciela Guarani e Fábio Rodrigo e produção de Leilanie Silva.
Eu nao entendi nada. Aquela mulher era um fantasma???
ResponderExcluir"Falas De Orgulho" de fato primou pela sensibilidade e delicadeza, e nem mesmo as tentativas de Amauri Soares em ofuscar conteúdos relacionados à comunidade LGBTQIAPN+ nas atuais produções da Globo tornaram o especial exibido horas atrás menos encantador. Excelentes são as expectativas para "Falas Da Vida" e "Falas Negras", que certamente encerrarão com maestria a antologia "Histórias Impossíveis".
ResponderExcluirGuilherme
Todas as estórias dessa antologia tem sido surpreendentes. Quero muito acompanhar!
ResponderExcluirBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
Menino, vou ter que tirar um tempo pra ver esta obra, estou ficando por fora dos 'babados', rsrs.
ResponderExcluirBeijo
Gracias por la recomendación. Te mando un beso.
ResponderExcluirou uma visão, anonimo.
ResponderExcluirTomara, Guilherme.
ResponderExcluirVerdade, Emerson.
ResponderExcluirFoi bem interessante, Marly. bjs
ResponderExcluirBeijo, JP.
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