A nova novela das seis da Globo teve uma primeira semana tranquila. "Mar do Sertão", escrita por Mário Teixeira e dirigida por Allan Fiterman, iniciou sem correria ou atropelos. Aliás, analisando friamente, poucos acontecimentos relevantes ocorreram na trama. O principal objetivo foi apresentar e formar o triângulo amoroso central do enredo, composto por Candoca (Isadora Cruz), Zé Paulino (Sérgio Guizé) e Tertulinho (Renato Góes).
O trio protagonista vem dominando a narrativa e os demais personagens têm muito pouco tempo de tela. Os únicos perfis secundários que já sobressaíram na novela foram o prefeito Sabá Bodó, intepretado pelo sempre impagável Welder Rodrigues, e o malandro Timbó, vivido pelo ótimo Enrique Diaz. O político sem um pingo de escrúpulo protagoniza situações divertidas, mas que representam a podridão do Brasil em sua essência. Já o sofrido morador de uma casinha simples tem clara inspiração em João Grilo, interpretado por Matheus Nachtergaele em "O Auto da Compadecida". Tem uma vida miserável, mas se vira com o pouco que tem e, quando consegue, foge de trabalho. São tipos promissores.
Já o enredo principal preenche quase integralmente o tempo dos capítulos. O triângulo é um clichê de qualquer folhetim e o de "Mar do Sertão" lembra o de outra produção das 18h: o formado por Cassiano (Henri Castelli), Ester (Grazi Massafera) e Alberto (Igor Rockli) em "Flor do Caribe", escrita por Walther Negrão em 2013. Até o plot twist é semelhante porque Zé Paulino sofre um grave acidente com Tertulinho e é dado como morto.