quarta-feira, 11 de maio de 2022

Ótima como Celina, Ana Lucia Torre foi valorizada em "Quanto Mais Vida, Melhor!"

 A novela das sete de Mauro Wilson está perto de seu fim. O sentimento que já vai ficando é o de saudade. "Quanto Mais Vida, Melhor!" teve muitos acertos e um deles foi a boa escalação do quarteto protagonista. Mas os coadjuvantes também foram selecionados com precisão. Os secundários tiveram um bom espaço no enredo e um dos principais destaques foi Celina, vivida pela grande Ana Lucia Torre. 


A personagem é a principal vilã do folhetim e representa a típica mãe controladora que não aceita ver o filho tomando as rédeas da própria vida. Psicóloga aposentada, Celina é uma mulher que esbanja arrogância e elitismo. Sempre fez da vida de Rose (Bárbara Colen), sua ex-nora, um inferno. Nunca respeitou seu marido, Daniel (Tato Gabus Mendes), e sua adoração por Guilherme virou uma obsessão doentia. Agora o alvo da vez é Flávia (Valentina Herszage), a nova esposa do cirurgião. Tanto que uma medida mais drástica foi tomada pela matriarca: a interdição do herdeiro.

Todos os acontecimentos do núcleo de Guilherme (Mateus Solano) são movidos por Celina. A personagem é um elemento essencial para o roteiro. E a atriz tem sido valorizada como merece desde o início da produção. É sempre um prazer ver Ana Lucia Torre em cena. Uma profissional que engrandece qualquer elenco.

Suas cenas com Mateus são ótimas, assim como sua boa parceria com Tato Gabues Mendes. Aliás, a vilã tem leves traços cômicos pela forma debochada de falar, o que valoriza mais ainda a intérprete. Vide as sequências impagáveis protagonizadas por Ana, Evelyn Castro (Deusa) e Thardelly Lima (Odaílson). A veterana ainda vem brilhando ao lado de Valentina Herszage na reta final, pois os embates entre sogra e nora costumam render. 

E Ana Lucia Torre sabe interpretar vilãs como poucas. Seu melhor papel na carreira foi a víbora Débora, em "Alma Gêmea" (2005), reprisada atualmente no Canal Viva. A interesseira mulher era mãe de Cristina (Flávia Alessandra), a grande vilã da obra de Walcyr Carrasco, e ajudava a filha em todos os seus planos maquiavélicos. A parceria deu tão certo que as duas formaram a melhor dupla de vilãs do horário das seis. O telespectador amava odiar as cobras e aplaudir o desempenho das atrizes. 

Por sinal, a trama de sucesso das 18h serviu para 'oficializar' o carinho de Walcyr por Ana. Após ter interpretado brilhantemente a xucra Neca em "O Cravo e a Rosa" (2000) ---- também reprisada atualmente na nova faixa vespertina da Globo ----, o autor deu para a atriz sua melhor personagem da carreira em "Alma Gêmea" e a escalou para o remake de "O Profeta" (2006) ---- onde interpretou a inspetora Hilda ----, trama que marcava a estreia de Duca e Thelma como autoras, supervisionada por Carrasco. Depois participou de "Sete Pecados" (2007), vivendo a Anja Guilhermina; "Caras & Bocas" (2009), na pele da judia Esther; "Verdades Secretas" (2015), como Hilda; "Êta Mundo Bom!", como Camélia; "O Outro Lado do Paraíso" (2017), como Adnéia; e "A Dona do Pedaço" (2019), onde viveu a governanta Berta.

Ana é uma das melhores atrizes do país, embora não receba o devido valor dos demais autores. Sua carreira televisiva foi iniciada em 1977, na novela "Dona Xepa", quando viveu Glorita Camargo, uma perua falida. A partir desse trabalho, emendou várias outras tramas, como "Sinhazinha Flô" (1977), "Marron Glacê" (1979), "As Três Marias" (1980), "Ciranda de Pedra" (1981), "Corpo a Corpo" (1984), "Tieta" (1989), "Renascer" (1993), entre tantas mais. 

A atriz ainda tem uma carreira sólida no cinema e no teatro. O longa "Reflexões de um Liquidificador" (2009) foi aclamado pela crítica justamente devido ao grandioso desempenho da atriz, que também participou de filmes como "Quanto vale ou é por quilo?" (2005), "Primo Basílio" (2007) e do sucesso "Nosso Lar" (2010). Entre as peças teatrais que contaram com a atuação de Ana, há "Eles não usam black-tie", "Norma", "Seria cômico se não fosse sério" ---- peça que lhe rendeu uma indicação de Melhor Atriz ao Prêmio Shell ---- e "Como se tornar uma supermãe".

É muito bom ver um autor que está estreando seu primeiro folhetim na Globo valorizando Ana Lucia Torre. Mauro Wilson acertou em cheio quando escalou a veterana para viver Celina. E que a parceria iniciada em "Quanto Mais Vida, Melhor!" se perpetue daqui para frente. 

12 comentários:

  1. Ela interpretando demônias e outro nível,Vinicius

    ResponderExcluir
  2. Um dos vários trunfos de "Quanto Mais Vida, Melhor!" é o elenco criteriosamente escolhido para movimentar as tramas. A de Guilherme (Mateus Solano) se destaca pelo talento de Ana Lúcia Torre ao dar vida à megera Celina.

    Guilherme

    ResponderExcluir
  3. Ninguem faz vilãs melhor que ela.

    ResponderExcluir
  4. NAO CONSIGO ODIAR A CELINA!

    ResponderExcluir
  5. Interessante.

    Boa Tarde.

    https://duasirmasmaduras.blogspot.com/?m=1

    ResponderExcluir
  6. Ela é ótima como vilã!
    Desde Alma Gêmea que gosto do trabalho dela.

    Beijos!
    Ane
    De Outro Mundo

    ResponderExcluir