quinta-feira, 24 de março de 2022

Tudo sobre a terceira e quarta coletivas online de "Pantanal", a nova novela das nove

 A Globo promoveu nesta terça e quarta-feira a terceira e quarta coletivas online de "Pantanal", remake do sucesso de Benedito Ruy Barbosa exibido em 1990 pela extinta Manchete, adaptado por Bruno Luperi e dirigido por Rogério Gomes. Participaram da coletiva de terça a caracterizadora Valéria Toth e os atores Marcos Palmeira (José Leôncio), Jesuíta Barbosa (Jove), Alanis Guillen (Juma), José Loreto (Tadeu), Dira Paes (Filó), Gabriel Sater (Trindade), Guito (Tibério), Leandro Lima (Levi) e Bella Campos (Muda). 

Já o quarto bate-papo contou com a presença do cenógrafo Alexandre Gomes e os atores Karine Teles (Madeleine), Camila Morgado (Irma), Caco Ciocler (Gustavo), Silvero Pereira (Zaquieu), Victoria Rosseti (Nayara), Murilo Benício (Tenório), Isabel Teixeira (Maria Bruaca), Julia Dalavia (Guta), Paula Barbosa (Zefa), Juliano Cazarré (Alcides), Aline Borges (Zuleika), Lucas Leto (Marcelo), Gabriel Santana (Renato) e Cauê Campos (Roberto). Fui um dos convidados e conto sobre a conversa dos dois encontros virtuais. 

A caracterizadora Valéria Toth falou um pouco de seu processo: "Quis fazer uma novela digna da outra versão. O elenco é maravilhoso e coloquei todo meu amor e minha arte neste trabalho. Estou muito satisfeita e me emociono em cada chamada. Muitos atores que eu não conhecia e estou apaixonada por esse projeto.

Alguns personagens são mais complexos que outros. Não segui o caminho da primeira versão porque tentamos fazer coisas novas e originais. Mas claro que tem a ver com a novela passada.

Marcos Palmeira falou sobre sua presença no remake, após ter brilhado na obra de 1990: "É um novo ciclo. Uma novela que foi tão importante pra mim na época. Na versão original era uma novela aberta e agora já toda inteira fechada. Eu dedico esse trabalho ao saudoso Cláudio Marzo, mas o meu José Leôncio nada tem a ver com o dele. O do Cláudio tinha uma coisa mais sóbria. Agora acho que trouxemos algo mais amoroso. A gente amadurece dentro da própria história. Embora eu traga coisas da época também. Trago a tranquilidade do Cláudio. Está todo mundo experimentando bem esse novo trabalho até porque o Pantanal é algo imprevisível. E estou muito feliz", contou o ator. 

José Loreto falou um pouco sobre o Tadeu, vivido por Marcos Palmeira na trama original e agora pelo ator no remake: "Marquinhos tem sido tão sensível e generoso que foi um capitão mesmo desde a chegada ao Pantanal. Foi muito lindo ver o Marquinhos voltando a um trabalho que foi tão importante para ele na obra original. Trocamos figurinhas. Pedi a bênção. Ele sempre vem com uma palavra de carinho. Está sempre me instigando. E fica uma responsabilidade muito grande, mas ele deixa com uma leveza. O grande conflito do meu personagem é essa coisa de pai e filho. É muito lindo tudo isso", comentou o intérprete. 

Dira Paes analisou a trajetória da sua personagem: "A Filó é um personagem que faz aquela ponte que mostra os dois lados de uma mulher. De prostituta a mãe como se fossem opostos, mas são complementares. O interior do Brasil é muito machista e o universo existe na novela. Faz parte da nossa discussão. É um tipo complexo. Ela começa a vida muito cedo, não tem chance, se entrega para a prostituição e depois é resgatada. Mas o conto de fadas dela com o José Leôncio é atravessado por outra mulher. Quando ele vem com uma nova paixão que ele oficializa, Filó dá dois passos atrás. E ela acha que pode conviver com isso. Mas o choque de realidade a amadurece muito mais rápido. Vejo na Filó uma coisa muito contemporânea que é o amor sem apego, sem esperar do outro o mesmo reconhecimento. Isso dá para essa mulher uma dignidade e uma sabedoria. Ela vira uma referência", explicou a atriz. 

Guito comentou sobre a experiência de viver Tibério no remake: "Tenho muito do Tibério na minha vida real porque sou agrônomo. Mas não quis ver a primeira versão porque quis dar uma nova roupagem. Não só o Pantanal mudou como o mundo todo. Essa novela fez parte da minha vida. De uma certa forma sou um pouco o que sonhava em ser na época. E do Sérgio Reis (intérprete do personagem na versão original) eu trago pouco. Talvez só o nariz grande", finalizou aos risos. Gabriel Satter falou sobre o personagem vivido por seu pai, Almir Satter, na obra original: "Nunca quis um personagem como quis fazer o trindade. E a cada dia falo com meu pai e novas descobertas são feitas sobre o personagem", expôs o animado ator. 

Jesuíta Barbosa  falou sobre sua animação com a trama e a relação de seu personagem com Juma: "Quando surgiu a notícia que seria regravada 'Pantanal' eu fiquei interessado, principalmente pela figura da Juma. O Jove é um bom personagem porque está sempre como o oposto da Juma. Ele é mais feminino e ela mais masculina. E trouxe muita memória afetiva. Acabou dando tudo certo", resumiu o intérprete. Leandro Lima analisou seu papel: "Levi tem uma admiração por José Leôncio e é um cara mais solitário. Ele ama a Muda e faz de tudo por ela". Bella Campos acrescentou sobre a mudança de sua personagem: "O afeto da Juma pela Muda traz a grande virada dela. A minha personagem vai florescer ao longo da história. É uma mulher que nunca recebeu afetos na vida dela. Teve um trauma grande com a morte do pai quanto ela tinha quatro anos e vê a mãe degenerando. Cresce com um sentimento de tristeza, vingança e raiva. Não tem irmão, nem outra pessoa da família. Quando ela chega ao Pantanal tem essa identificação com a Juma", analisou a atriz.

Perguntei para Alanis Guillen sobre a dificuldade de dominar um papel tão difícil quanto a Juma e como foi sua relação com os animais, já que a foto com uma sucuri gigante foi uma das mais impressionantes: "O maior desafio é me manter cada dia mais fiel a ela aos meus sentimentos e o que ela provoca. É uma reconstrução porque as pessoas sempre recordam e comparam com a versão original. Agora é fazer um novo caminho sobre o que Juma quer contar. Já sobre a minha relação com os animais, você tem que ser um bicho para estar ali. Tem que ter muito respeito e parcimônia. Nesse caso da foto eu estava rodeada de pessoas que levaram a cobra até a mim. Me senti muito segura e a gente sabe que não é toda hora que podemos ficar com os bichos. Eles têm o tempo deles. Mas é muito gratificante. E obrigada pela sua torcida por mim, viu", finalizou a atriz porque sempre apostei nela para viver a nova Juma. 

O cenógrafo Alexandre Gomes falou um pouco sobre o seu trabalho: "Tudo o que a gente viu no Pantanal procurou trazer para a novela e reproduzir nas externas no Rio de Janeiro. As imagens do Pantanal é o que mais chama atenção. A principal força da novela é lá. Fizemos algumas intervenções, mas muito sutis. Não tem nenhum núcleo urbano mesmo. A trama da Juma tem uma parte toda no Pantanal e depois trazemos um pouco para o estúdio reproduzindo a natureza, as madeiras, o aspecto selvagem, a história dela virar onça, enfim. Uma linguagem de arquitetura que vimos lá e trouxemos para cá. O maior desafio foi trazermos o que foi construído lá para o estúdio", finalizou. 

Karine Teles comentou sobre o processo de construção de sua Madeleine: "Foi muito interessante continuar um personagem. Porque quando fui chamada a Bruna Linzmeyer já estava gravando a primeira fase. Meu trabalho de construção foi muito baseado no que a Bruna estava fazendo. Antes de começar a gravar pude assistir muitas cenas da Bruna, o que me ajudou bastante. E outra ajuda grande foi o trabalho de caracterização. A Madeleine é muito diferente de mim,, o universo dela é totalmente oposto ao que eu vivo. Fiz um bronzeamento artificial, o que nunca tinha feito, para o meu tom de pele ficar parecido com o da Bruna. Demorei um tempo para me acostumar. E ainda me sinto uma novata na televisão. Fui muito bem acolhida e a parceria com a Camila Morgado tem sido muito prazerosa", confessou a atriz. 

Juliano Cazarré falou sobre a empolgação com a trama: "Está sendo uma honra participar. Quando soube que a novela ia acontecer procurei a direção da casa e disse que queria muito fazer parte disso. Tenho reencontrado alguns amigos, como o José Loreto, feito amizade com outros, como o Marquinhos Palmeira. É um trabalho muito gostoso. O Alcides não nasceu no Pantanal, ele está vindo se vingar. É um desafio grande. Estou tentando mostrar o homem do campo como ele é", expôs o ator. 

Murilo Benício respondeu sobre Tenório que maltrata muito a Maria Bruaca na primeira versão: "Esse personagem ainda existe e aos montes. Falei até para o autor não aliviar muito para mim. É muito importante mostrarmos isso", falou o ator. Isabel Teixeira complementou sobre o casamento tóxico de sua personagem com Tenório: "Eu sei onde minha personagem começa e onde termina. Estudando essa linha, exponho um casamento longevo. Teve uma paixão da Maria Bruaca pelo Tenório. Mas no cotidiano, onde ela serve e cuida daquela casa, começam a achar normal algo que não é normal. O chão dessa personagem é totalmente destruído de uma hora para outra e ela tenta dançar sobre ruínas. Ela vai tentar reconstruir o chão dela. Não vejo a minha personagem como uma sofrida e vítima. Vejo uma mulher em movimento", analisou a intérprete. 

Camila Morgado falou sobre sua insegurança em entrar na trama na segunda fase: "Ganhar uma personagem que já foi feita por outra pessoa na primeira fase, no caso a Malu Rodrigues, gera uma insegurança e nos deixa vulnerável, ao mesmo tempo que isso é muito bom. E sou fã da Karine Teles. Viver a irmã dela é um privilégio. E são irmãs que se amam e se odeiam. Não são lugares de certezas. Fora que Irma nutre uma paixão platônica eterna pelo José Leôncio, né", comentou a atriz. Aline Borges admitiu a alegria de estar em uma trama tão marcante: "Estou muito honrada de estar nesta grande obra e em uma personagem que foi vivida pela grande Rosamaria Murtinho. A gente busca grandes personagens e grandes oportunidades. Trabalhar com o Murilo Benício, que eu sempre admirei, é outra honra. Eu sabia que não poderia ter como referência a Zuleika da primeira versão porque 30 anos se passaram. Comecei a me questionar porque uma mulher independente como aquela estaria com aquele ogro. Há algo que prende ela ali, uma dívida de gratidão. Mas não é só isso. Ela tem um amor por ele, há uma essência. Um sentimento, um tesão. Maria Bruaca não sabe da existência da Zuleika, mas a Zuleika sempre soube da Maria Bruaca", observou a atriz. 

Julia Dalavia sobre Guta e as cenas de nudez que marcaram o perfil na trama de 1990: "A personalidade da Guta erra muito transgressora na época, Mas hoje em dia podia ser uma amiga minha, podia ser a gente. Acho que a personagem que está vindo aí hoje é uma menina que luta pelo direito de se colocar no mundo como é e como se sente confortável. É um tipo muito próximo de mim. A questão da nudez que existiu em 1990 agora acho que é vista de forma diferente. Ela se sente confortável com o corpo dela e os desejos dela". 

Silvero Pereira analisou a forma como a temática do amor entre iguais será abordada após 30 anos, pois seu personagem se apaixona por Alcides: "O que tem de bacana nessa nova versão é a atualização. Meu maior desafio como Zaqueu, embora seja a mesma dramaturgia, é o tom diferente que vamos mostrar agora na forma de falar e de sentir. O mais mágico como artista é fazer a televisão chegar como entretenimento ao mesmo tempo que como informação e educação. Porque é o cotidiano. Trabalhei com o Cazarré no filme 'Serra Pelada' e não é difícil não se apaixonar por ele. Mas não dá para tratar a paixão do Zaqueu por como alívio cômico, seria um desserviço. Ainda não li como isso será desenvolvido. Mas a gente dialoga bastante. O Zaqueu dessa versão é muito emocional", comentou o ator. 

Paula Barbosa , intérprete da Zefa, falou sobre estar na novela de Benedito Ruy Barbosa, seu avô: "O trabalho do mau avô é uma lição de vida. Um sonho de 30 anos que estou podendo reviver. É nostálgico lembrar das reuniões de família. Tenho lembranças das músicas, das imagens, da mulher que virava onça. Conheci Pantanal pelas histórias do meu avô, eu nunca fui para lá. Nem agora que estou gravando eu fui porque estou só em estúdio. Está sendo muito emocionante para mim. Quase que o sonho do meu vô virando meu sonho", se emocionou a atriz. 

Perguntei para Lucas Leto, grata revelação de "Bom Sucesso", se o ator conversou com Tarcísio Filho e assistiu a algumas cenas do intérprete para viver o Marcelo na nova versão: "É uma grande honra fazer Pantanal. Tem 30 anos, mas é muito popular. Minha avó e minha mãe sempre falaram dessa novela. E quando surgiu o burburinho do remake eu até brinquei que faria a Juma. Sou uma cria do teatro e comecei a fazer televisão há quatro anos. É bom estar nessa outra linguagem. Comecei a gravar agora. A cumplicidade que eu tive em 'Bom Sucesso' estou tendo agora. Não consegui falar com o Tarcísio Filho, mas as cenas eu cheguei a ver e tenho visto. Tenho todo o apoio do Murilo Benício e da Aline Borges, o que deixa tudo mais fácil", respondeu o ator. 

As coletivas online sobre "Pantanal" mostraram a empolgação do elenco e o clima de superprodução do remake da Globo. Estreia dia 28. 

8 comentários:

  1. Nossa, quanta gente nessa coletiva.

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  2. Puxa, foi bem coletiva mesmo,rs...abração, lindo fim de semana, tudo de bom! chica

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  3. Nao consigo me animar com essa novela...

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  4. Vem ai mais um fracasso: novela com imagem de filme e atores sussurrando em tom monocórdio, e esse "logotipo" feito nas coxas com uma fonte do paint? Kkkk, a Globo morreu, só não vê quem não quer(ou é pago pra isso, rs)

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