sexta-feira, 25 de março de 2022

Apesar dos obstáculos e último capítulo decepcionante, "Um Lugar ao Sol" termina com mais qualidades que defeitos

 A estreia de Lícia Manzo no horário nobre da Globo foi complicada. "Um Lugar ao Sol" não teve um caminho fácil. Foram vários empecilhos que atrapalharam seu primeiro folhetim na faixa mais importante da emissora, após dois bem-sucedidos trabalhos às 18h com "A Vida da Gente" e "Sete Vidas". Foi uma novela impecável? Não. Mas mesmo contra todos os obstáculos e dificuldades, a autora conseguiu entregar para o público uma ótima história, repleta de cenas densas, boas viradas e conflitos bem construídos, cujo ciclo se fechou nesta sexta-feira, dia 25. 

A história contou a saga de Christian (Cauã Reymond) que tomou o lugar de seu irmão gêmeo, Renato, porque nunca aceitou o destino difícil que a vida lhe impôs. Inicialmente íntegro e repleto de princípios, o protagonista foi deixando seu caráter de lado pela ambição desmedida e acabou se transformando em um sujeito muito pior que o problemático e instável irmão que acabou assassinado quando tentou negociar a dívida do sujeito que era sua cópia e tinha acabado de conhecer. Os irmãos conviveram por apenas algumas horas. Não foi uma mera novela sobre gêmeos. Foi uma novela sobre um homem que conquistou seu lugar ao sol através de atos condenáveis e que foram se agravando a cada momento. 

A coragem em exibir uma trama onde o protagonista se transformava no vilão de sua própria vida merece muitos elogios. Lícia arriscou ao fazer com que o público virasse o julgador da vida de Christian. O telespectador era a testemunha, o promotor e o juiz. Tanto que foi impossível torcer por ele. Na verdade, a expectativa sempre foi em cima da derrocada do personagem.

E que folhetim desperta tal sentimento em torno do protagonista e não do vilão? O fato é que as produções da escritora passam longe do maniqueísmo de bonzinho versus malvado. Todos têm seus defeitos e suas virtudes. Todos se contradizem o tempo inteiro apontando o dedo para o outro sem olhar para si. Algo tão real que fica difícil abraçar algum personagem por completo. Muitos consideram isso um defeito, mas é uma qualidade que Lícia sempre teve. 

Christian não era um vilão porque não armava planos maquiavélicos contra os outros, mas acabou destruindo sua própria vida por dinheiro. O anti-heroi, mesmo em meio a tantas dificuldades, ainda conseguia sorrir quando era pobre. Mas desde que usurpou a vida do irmão nunca mais esboçou um sorriso sequer. Gargalhada muito menos. Passou quase o tempo todo sério e claramente infeliz. Dá para selecionar nos dedos de uma mão as cenas em que Cauã Reymond apareceu mostrando os dentes. A construção e a destruição do personagem foi brilhantemente realizada por Lícia e o ator conseguiu defendê-lo com talento. Cauã conseguiu até o que parecia impossível: tirar o seu carisma para o Christian. Isso porque o lado carismático do ator ficou todo para o Renato, que era um canalha adorável. Foram poucas cenas, mas marcantes. O gêmeo playboy era totalmente diferente do dito 'corretinho', mesmo sem o maniqueísmo do gêmeo bom e gêmeo mau. A escalação foi precisa. 

Aliás, que elenco admirável foi escolhido, incluindo vários nomes afastados das novelas há muitos anos. Denise Fraga emocionou em um perfil que passava longe da comicidade. Julia era uma alcoólatra que fracassava na carreira como cantora e nunca se movimentava para trabalhar em qualquer outra coisa. Foram muitas cenas lindamente interpretadas pela atriz e sua parceria com Gabriel Leone, intérprete do filho Felipe, funcionava. Regina Braga é outro nome raro na telinha que engrandeceu o time. Ana Virgínia era a psicóloga/psiquiatra que atendia vários personagens e dava ótimos conselhos, mas nunca os seguia em sua vida com a filha Julia. E o que comentar sobre Andréa Beltrão? Foram vinte anos afastada das novelas e voltou em grande estilo. Rebeca era quase uma Helena de Manoel Carlos. Recheada de bons conflitos envolvendo a questão da idade e como o mercado de trabalho menospreza mulher com mais de 50 anos, a atriz virou um dos maiores acertos da trama. O público se apaixonou pela personagem e tomou suas dores em todas as discussões com Cecília (Fernanda Marques, grata revelação), a filha insuportável da ex-modelo. Ana Baird também brilhou na pele de Nicole, personagem que sempre se menosprezava através de piadas ofensivas. Sua química com Otávio Muller, o simpático Paco, era visível. Por sinal, que delicada trama do personagem com Mel (Samantha Quadrado), filha que tinha de Síndrome de Down. Todas as cenas emocionavam. 

E entre os melhores personagens do enredo estava Bárbara. Alinne Moraes viveu um de seus melhores momentos na televisão. Mimada, egoísta e com tendências suicidas, a filha da caçula de Santiago (ótimo José de Abreu na pele de um tipo incomum em sua carreira) era uma dependente emocional. A única pessoa que realmente amava era a irmã Nicole, que cuidava dela desde criança enquanto a mãe de ambas sofria de bipolaridade. Nunca teve a atenção do pai e viveu um relacionamento tóxico com Renato. Tudo piorou quando Christian ficou no lugar do irmão e passou a tratá-la com completo desprezo. A atriz engrandecia qualquer cena. Dava gosto de ver. Já Ana Beatriz Nogueira repetiu a bem-sucedida parceria com Lícia, vista em "A Vida da Gente". Elenice começou como uma perua interesseira e divertia em vários momentos. Depois foi proferindo várias frases preconceituosas e elitistas até, na reta final, apresentar um processo de desenvolvimento do Mal de Alzheimer. A intérprete protagonizou sequências angustiantes e com um nível de realismo que impressionou. Marieta Severo foi mais um nome que enchia a tela. Noca representou a figura da avó sempre presente nas histórias da autora. Mas não era um poço de virtudes, vide o hilário golpe que deu em um senhor (Napoleão - Rui Resende) que estava à beira da morte. Marieta ainda fez uma boa dupla com Andreia Horta, que honrou o destaque de Lara. E o que comentar sobre Juan Paiva? Ravi arrebatou o público e virou o queridinho dos telespectadores. O ator conseguiu imprimir sutileza em sua interpretação, pois o personagem era neuroatípico por conta de complicações na época do parto. Ravi ainda representava uma espécie de consciência de Christian. 


O elenco em sua totalidade merece elogios, incluindo as participações que enriqueceram a história. Indira Nascimento emocionou com sua Janine; Maju Lima encantou com sua pequena Marie; Yara de Novaes despertou ódio e empatia com a sua Inácia; Lara Tremourox se destacou na pele da controversa Joy; Débora Duarte esbanjou delicadeza com Eva, que sofria de Alzheimer; Isio Ghelman divertiu com o picareta Alípio; Betty Gofman finalmente ganhou um papel sem qualquer caricatura, a professora Maria Antônia; Antônio Pitanga esteve muito bem como o cara de pau Gesiel; além de outras boas aparições, vide Ana Kutner (a médica Beatriz), Tonico Pereira (professor Romero), Inez Viana (Avany), Fernanda Nobre (Maria Fernanda) e as duas melhores participações da reta final: Reginaldo Faria (Aníbal) e Eduardo Moscovis (Edgar), que formaram lindos casais com Marieta e Andréa, respectivamente. Já no time fixo ainda é necessário aplaudir Renata Gaspar, que protagonizou impactantes cenas na pele de Sthepany, mulher que era espancada e foi morta pelo marido, Roney, o também talentoso Danilo Grangheia. Samantha Quadrado brilhou com sua doce Mel. Fernanda de Freitas viveu seu melhor papel na tevê com a personal Érica. E foi ótimo ver Daniel Dantas longe dos perfis bonzinhos e passivos que o marcaram na carreira. Túlio sobressaiu ao longo dos meses. 

 A verdade é que a saga de Lícia Manzo com a trama merecia até um documentário. A autora foi escolhida para escrever um novo projeto após a primorosa "Sete Vidas", exibida em 2015, e criou "Jogo da Memória", uma novela já totalmente escrita. A história acabou engavetada. Silvio de Abreu, então gestor da teledramaturgia, pediu para a escritora elaborar um novo roteiro e foi criada a atual produção ainda com o título de "Em Seu Lugar". Foi quando Lícia ouviu que iria para o horário nobre. Quando sua estreia parecia certa, houve um adiamento para a entrada relâmpago de Manuela Dias com "Amor de Mãe". Mas depois seria Lícia. As gravações finalmente foram iniciadas com Alinne Moraes e Cauã Reymond no exterior. Até que veio a pandemia. Os trabalhos foram interrompidos e retomados meses depois, repletos de protocolos sanitários. Para fechar o conjunto de obstáculos, foi reduzida de 150 capítulos para 107, que posteriormente acabaram desmembrados em 119 porque a Globo precisou adiar a estreia de "Pantanal" ----- a edição destruiu várias cenas e ganchos. Por precaução, a obra acabou finalizada antes de ser colocada no ar sem ter a chance de ser ajustada de acordo com a resposta da audiência. 

No entanto, a novela também teve problemas evidentes. Uns por erro de Lícia e outros por conta das limitações das gravações e cortes de capítulos. A autora quis fugir do clichê da trama clássica dos gêmeos, mas é incontestável que Renato fez falta. O bom e velho clichê do gêmeo voltando para desmascarar o que tomou seu lugar provocaria uma catarse e tanto para o enredo. Lícia também errou quando deixou apenas para a última semana a descoberta da verdadeira identidade de Christian. Deixou tudo corrido e não aproveitou todos os desdobramentos que a situação geraria. Houve um excesso de repetições ao longo da novela que seria facilmente solucionado através da descoberta aos poucos da farsa do protagonista. Santiago, por exemplo, poderia ter desvendado o crime do genro bem antes. Depois dele seria interessante ver Rebeca descobrindo tudo e posteriormente até Lara (Andreia Horta). Deixaria apenas Bárbara (Alinne Moraes) para o grande final. Mas a autora preferiu expor o protagonista apenas para Túlio (Daniel Dantas), Ruth (Pathy Dejesus), Joy (Lara Tremouroux) e, na reta final, Stephany (Renata Gaspar), quatro perfis que acabaram morrendo e não pelas mãos de Christian. 

Por sinal, o maior equívoco do roteiro foi a transformação de Stephany em chantagista. É verdade que a personagem nunca teve um caráter ilibado, mas ficou forçado vê-la resolvendo ameaçar Christian, justamente depois que ele emprestou seu apartamento para a irmã de Érica fugir das agressões do marido. O desfecho foi corajoso e impactante. Nunca uma trama de violência doméstica na teledramaturgia terminou com a mulher sendo assassinada. Serviu para expor como as leis frágeis do país funcionam. Ou melhor, não funcionam. Mas não havia a necessidade de inseri-la no conflito de Renato desta forma. Acabou, mesmo que involuntariamente, provocando outra reação em parte da audiência com sua morte já que foi interesseira. Abriu brecha para um clima de "já foi tarde". Algo que nem combinou com o estilo de Lícia. Vale até citar outro caso que destoou da narrativa tão boa da autora: Cecília sofreu um estupro, teve uma gravidez tubária, ficou internada, mas ficou nisso. Não houve qualquer levantamento sobre o abuso que a personagem sofreu. Ninguém nem soube. Não deu para entender o intuito da cena, pareceu gratuito.

Outro problema que a novela não conseguiu disfarçar foi a ausência de cenas importantes. E neste caso a culpa não é da autora e, sim, da redução dos capítulos e limitações em virtude dos protocolos sanitários. A queda do helicóptero de Túlio não foi exibida e era simplesmente o desfecho do maior canalha da história. A reação de Rebeca com o acidente também foi ignorada e já mostraram a personagem no velório. Ninguém viu o que Bárbara disse para o juiz quando devolveu a criança que tinha acabado de adotar. Não foi possível ver a terceira tentativa de suicídio de Bárbara porque a filha de Santiago apareceu no hospital sedada e com Nicole contando sobre o ocorrido. Enfim, foram muitos momentos que precisavam ser mostrados ao telespectador e sequer foram gravados. Fizeram falta. Ainda ficou uma impressão de cenas bruscamente cortadas e remendadas. A direção de Maurício Farias e equipe foi brilhante e a parceria com Lícia merece ser repetida, mas nem ele teve como camuflar certas situações incômodas. Fruto de uma novela feita apenas para tapar o buraco da grade até a estreia de "Pantanal", tratada como a galinha dos ovos de ouro pela Globo. 

A última semana foi repleta de acontecimentos e cenas emocionantes. A descoberta de Felipe a respeito de um tumor no intestino pareceu gratuito, mas a complicada situação serviu para constatar o amadurecimento de Júlia, que finalmente conseguiu se portar como mãe e não filha. Denise Fraga e Gabriel Leone brilharam. Cauã Reymond e Ana Beatriz Nogueira deram um show no esperado momento que Renato revelou se chamar Christian dos Santos para Elenice, o que expôs seu sadismo, afinal, só contou a verdade porque a mãe estava com Alzheimer. Otávio Muller emocionou quando Paco fez sua primeira apresentação teatral contando sua vida com a filha. A declaração a respeito da Síndrome de Down foi uma aula de sensibilidade da autora. E a libertação de Rebeca foi catártica. A personagem aceitou seus 50 anos e foi ser feliz, o que resultou no retorno para o mercado de trabalho. A modelo sempre teve como principal característica a quebra da quarta parede. Em todas as situações que protagonizava dava uma olhada discreta para a câmera, como se estivesse dividindo tudo com o telespectador. Não foi diferente no fechamento de seu arco dramático. 

O penúltimo capítulo marcou pela linda cerimônia da união de Ilana e Gabriela, o único par que se casou no final, o que não deixou de ser bem significativo. E o gancho foi de tirar o fôlego com o grave acidente sofrido por Christian e Ravi. A sequência foi muito parecida com a cena mais emblemática de "A Vida da Gente": o acidente de carro sofrido por Ana (Fernanda Vasconsellos), Manu (Marjorie Estiano) e Julia. Christian acabou atingido por um caminhão enquanto discutia com Ravi e os dois ficaram bem feridos. Mas conscientes. Até que uma caminhonete vermelha atingiu a dupla em cheio. Brilhante trabalho da equipe de Maurício Farias. Uma pena que tudo tenha ficado para o último capítulo. O erro mais imperdoável de Lícia. A autora desperdiçou uma gama de bons desdobramentos que a derrocada do protagonista geraria no enredo. Difícil acreditar que tenha sido o intuito da escritora adiar ao máximo a exposição da verdadeira identidade de Renato. A impressão que ficou é que o encurtamento da novela a deixou sem muita saída. Ainda assim, valeria ignorar várias situações que andaram em círculos para priorizar o principal 'plot' do roteiro. Nada pior para o público do que ver um final de trama corrido e sem aprofundamentos. 


O reflexo maior foi no último capítulo. Seria até melhor fingir que a novela acabou no penúltimo. Uma decepção em todos os sentidos. A aguardada catarse da revelação da identidade de Christian simplesmente nem foi gravada. O público só viu a reação de Lara porque o protagonista revelou a verdade no hospital. Ainda assim, a cena frustrou pela rapidez e falta de impacto. Nem a atuação de Andreia e Cauã melhorou o contexto. Como assim ignorar a reação de Bárbara sabendo que estava casada com um farsante? E Rebeca? Santiago? Nicole? Noca? Nada foi mostrado. Simplesmente surgiu uma cena com todos comentando sobre o crime de Christian como se já soubessem há alguns dias. Não fez sentido adiar ao máximo a maior explosão da novela para ignorá-la. Houve uma perda de tempo com a sequência do julgamento e momentos do irmão de Renato na prisão que nada acrescentou ao final. Aliás, ele nem abriu a boca em seu próprio julgamento. Para culminar, o desfecho de vários outros personagens foi jogado de qualquer forma. Elenice e Teodoro morreram de covid-19. Qual a necessidade de um desfecho assim? E ainda por cima narrado e não exibido... Aliás, qual a razão de inserir a pandemia no final se o enredo era contemporâneo e ignorou a doença? Bárbara terminar do jeito que começou foi realista, mas nem sequer exibir o seu tal novo namorado pareceu desleixo. E Noca passando pano para todas as atitudes de Christian? Não foi condizente com o que a personagem sentia por ele. O show de Aníbal tocando violão foi outra cena que nem precisava ser gravada. Tantas importantes foram eliminadas, enquanto outras desinteressantes ganharam tempo de tela. 


A única cena realmente boa do final foi a última com Ravi indo se encontrar com Christian na praia ---- uma lástima que não teve o momento do rapaz acordando do coma. Um acerto de contas emocionante e protagonizado com talento por Juan Paiva e Cauã Reymond. A chegada de Lara com Chico e a presença de Lud já mais crescida, em uma tentativa de Christian para reaver sua guarda, também emocionou. Ali ficou visível a escrita de Lícia Manzo. É aquela Lícia que o telespectador amou em "A Vida da Gente" e "Sete Vidas". As demais cenas do último capítulo nem pareceram escritas por ela. Frustrante para quem esperava um encerramento digno da potência de sua trama. 

"Um Lugar ao Sol" teve uma trajetória repleta de obstáculos, incluindo o descaso da Globo. O penúltimo capítulo ter sido exibido depois de 22h30 por causa do jogo Brasil X Chile foi apenas a comprovação de algo que era óbvio antes mesmo da produção ser colocada no ar, em novembro de 2021. Lícia Manzo não teve sorte em sua estreia no horário nobre. Mas mesmo diante de tantos problemas, incluindo algumas falhas da própria autora, o saldo final foi positivo. O texto magnífico, os personagens densos e os conflitos tão bem construídos engrandeceram a história. Foram quatro meses de dramaturgia de qualidade. A emissora, até como reparação, deveria produzir "Jogo da Memória" e exibi-la exclusivamente pela Globoplay em 2023. Lícia e o público merecem. 

34 comentários:

  1. SUAS CRÍTICAS FINAIS SÃO AS MELHORES QUE EXISTEM.

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  2. Ai, Sérgio, quanta falta me fazia contemplar as "molduras" de fim de novela que você monta como ninguém! Mesmo com alguns equívocos de condução de narrativa que não pouparam nem mesmo o derradeiro capítulo, entretenimento de qualidade não faltou em "Um Lugar Ao Sol" (2021), folhetim pelo qual aguardei desde o término de "Bom Sucesso" (2019), e que desde antes da estreia não recebeu um tratamento digno por parte da TV Globo. Seja para emissoras de televisão ou plataformas de streaming, encontro-me ávido por ler notícias sobre futuros projetos da autora. Sempre torcerei pelo sucesso de Lícia Manzo, principalmente devido ao estilo de escrita e à habilidade em criar perfis tão reais e de fácil identificação.

    Guilherme

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  3. Olá, Sérgio!
    Uma pena que a novela não teve o sucesso que merecia.
    O Plot da novela é um dos mais interessantes afinal não é todo dia que nós temos um protagonista vivendo um arco de queda. Geralmente nós temos heróis íntegros do início ao fim ou lindos arcos de redenção.
    Sobre maniqueísmo me lembro de uma entrevista do Martin onde ele comentava sobre e uma coisa que desperta a atenção é algo que ele fala a respeito de Hitler.
    "Hitler amava cães."
    Pq eu tô dizendo isso? Martin não é maniqueísta e a Lícia segue essa mesma linha. Mas o que tem haver Hitler gostar ou não de cães? Mas esse é o ponto. Os personagens da Lícia eles nunca vão ser 100% ruins, mas tbm não serão 100% bons. Ou seja um vilão dela costuma ter uma coisa positiva. Uma virtude. E um mocinho vai trazer algo negativo. Algum defeito. Mas uma parcela das pessoas que acompanham as tramas amam um maniqueísmo.
    "Mas Hitler amar cães não apaga o que ele fez."
    Claro que não. O que ele fez foi tenebroso e inominável.
    A questão é que o escritor ele se inspira muito na realidade. Ele pode criar um vilão terrível que faz coisas ruins e isso não vai chocar ngm, pq é o que se espera de um vilão. Mas se o vilão tiver uma atitude boa aí sim as pessoas ficaram assustadas pq ngm espera. E o mesmo vale para o mocinho. A gente espera nobreza, justiça, honra, bondade, virtude... Apenas coisas boas. Mas de repente ele tem uma atitude egoísta. Ele sente raiva. Rancor. Sentimentos negativos que não combinam com a ideia do herói.
    Mas autores como Lícia trazem a realidade e a realidade não é preto e branco. A realidade é cinza. Eu conheço pessoas incríveis que jamais fariam aquilo que Hitler fez, mas essas pessoas odeiam cães.
    É aí que mora a dualidade da questão. As pessoas (salvo raro excessões, tipo psicopatas) em sua totalidade elas não são completamente boas ou más.
    E aí vamos voltar para Christian e seu arco de queda.
    Ele era uma pessoa má? Não. Ele não era. Só que como todo ser humano ele possuía sentimentos negativos. Raiva, revolta, insegurança... Entre tantos outros. E junto a isso ele tbm possuía sentimentos nobres. E no caso dele os sentimentos ruins tornaram-se mais poderosos até por isso o personagem vai construindo um arco de queda.
    Ahh lembrei de outra protagonista vilã que nós tivemos: Amora de Sangue Bom. Mas ao contrário de Christian ela teve um arco de redenção/crescimento.
    E bem a autora teve mesmo seus erros e isso foi inegável, mas o maior erro foi da emissora com o descaso que teve com a novela. Descaso e desrespeito. E a gente vê essa diferença com o Marketing que estão fazendo em cima de Pantanal. Pra deixar a coisa mais ilustrativa a Globo é a Eva. ULAS é a Manu e Pantanal é a Ana.

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  4. Que bom quando apesar de tudo, o saldo é positivo! abração, lindo fds! chica

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  5. "Lícia também errou quando deixou apenas para a última semana a descoberta da verdadeira identidade de Christian. Deixou tudo corrido e não aproveitou todos os desdobramentos que a situação geraria."

    Falou tudo, Sérgio. Eu gostei muito da novela, mas esta última semana foi bem frustrante. Primeiro por causa do romance entre a Lara e o Ravi (um casal sem nexo, nada a ver). E o grande segredo do Christian só foi relevado no último capítulo... Foi tudo tão corrido que nem vimos a reação da Bárbara e do Santiago. Era para ser um grande momento de explosão, mas não mostraram nada... Mesmo a reação da Lara foi morna. Eu achei MUITO frustrante.

    No geral, foi sim uma boa novela, mas eu imagino como poderia ter sido melhor se tivesse sido mais bem trabalhada.

    Para mim, o ponto alto da novela foi a Rebeca. Uma personagem ótima, muito interessante. A entrevista dela falando sobre os desafios de se envelhecer foi muito legal. A cena em que ela se despede do Felipe também foi muito bonita. Foi uma personagem ótima, interpretada pela grande Andrea Beltrão.


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  6. sim, foi uma ótima novela q desandou no final e não só no último capítulo infelizmente. tb comentei da novela no meu blog. linda a primeira foto. sim, foi muito interessante o christian ficar mais parecido com o renato com o tempo, mas nao tanto. eu acho q christian até conseguiu gostar da bárbara. a falta de moral dela e os surtos q foram desencantando-o. mas christian nao podia julgar muito a esposa pq mesmo q nao escancaradamente ele nao era um poço de virtudes. sim, o elenco era fantástico. só feras. o excesso de doenças beirou o ridículo. nada foi justificado. se elenice ia morrer de covid nao precisava de alzheimer. alzheimer q curou de repente. elenice ficou lúcida, achou a casa da barbara, lembrava o q ia dizer e tempos depois lembrava tudo claramente no tribunal. achei uma pena estragarem o casamento tao comentado. estava ansiosa, mas foi atropelado pelos acontecimentos e perdeu completamente a magia do momento. sim, a correria final transformou o christian em um grande bandido e os outros em mocinhos. sim, noca tinha até mandado o renato bebado embora e demorou pra contar pra neta. nao fez sentido defender o rapaz. o show do anibal serviu pra thaine contar apressadamente a causa jurídica com o pai. outra cena q seria bom ter sido mais detalhada pela importância. nao precisava ter tribunal, mas as conversas com advogados e com a avó seriam muito fundamentais para explicar casos de pessoas como escravas e exploração infantil. thaiane foi sempre explorada. o ravi por milagre salvo foi esquisito tb. nao gostei nada da cena na praia. só me dava raiva de tantos momentos desperdiçados. sem falar no ravi com a lara, nada a ver. licia manzo devia ter sido mais respeitada. autoras despontando na emissora nao tem sido muito respeitadas infelizmente. ótimo texto. beijos, pedrita

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  7. Olá, tudo bem? Hoje publicarei o meu balanço final com os pontos positivos e negativos de Um Lugar ao Sol. Adianto aqui: faltou intensidade no último capítulo. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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  8. O melhor dessa novela foi o elenco espetacular,e o texto primoroso de Lícia Manzo, vale destacar o ótima direção de Maurício Farias
    Espero que produzam Jogo da Memória para o Globoplay, mas também temo pelo futuro da autora na emissora, após tantas demissões.

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  9. A novela tem qualidade. Pena que desandou nas semanas finais. O romance de Lara com Ravi não me convenceu, ela apaixonou-se num estalar de dedos? Se a história continuasse, certamente, ela largaria Ravi e correria para Cristian, tal como fez com Mateus. Nunca vi em Cristian/Renato uma pessoa má, um bandido. Ele teria que confessar seu erro, pagar por ele e recuperar sua vida como Cristian. A cena da praia com a presença de Lara de cara emburrada para ele, para mim poderia ter sido cortada. Bastavam Ravi e Chico. Ficou claro o desprezo dela por Cristian ou o amor enrustido. Fez-me mal a última cena. Ver Cristian sozinho com a linda menina que ele não esqueceu e foi buscar para adotar como filha. Ali, vi Cristan completamente livre de Renato, cheio de amor por Ravi e Chico. Lara não se ajusta nesta nova família que ele quer construir. Lara é rancorosa, julgasse a perfeitinha, nem parou para pensar que Ravi também mentiu o tempo todo, pois sabia que Cristian não havia morrido. Fui dormir mal com a cena final... detestando Lara, a sonsa Noca... Toda a desgraça de Cristian começou quando tentou ganhar um dinheiro para tirar Ravi da prisão, caindo nas garras dos traficantes... Até Ravi nega isto. Cambada de FDP.

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  10. Novelixo, nojo desse final, esse talarico ordinário do #Rançovi é o culpado de tudo, retardado, sonso, abobalhado, intrometido, ingrato, encosto, parasita, entregava tudo, Grilo falante insuportável, Ele quem sempre atrasou a vida e pôs o Christian em todas as enrascadas e soube muito bem se aproveitar das mordomias dada pelo Christian, manipulando a consciência do protagonista. Sempre atrapalhou Laristian. Lícia Manzo repetiu o seu maior erro nas novelas, separar o verdadeiro casal protagonista, igual fez com Ana e Rodrigo. #ULASPiorNovelaDas9

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    1. Ana e Rodrigo injustiçados mesmo, mas aqui quem errou e separou eles foi o Ravi? Mais que o Christian? KK...

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    2. Vc está narrando a mesma novela que eu assisti?O Cristian foi o único responsável pelo dominó que sua vida transformou ele gerou as consequências e fica evidente também as qualidades do texto da Lícia... Não consigo entender a torcida por um psicopata pq o comportamento do Cristian diz muito sobre sua personalidade doentia assim como a Ana ele renegou a Lara por diversas vezes.Novela é uma obra aberta e assim como a vida não é pq um personagem começar junto que deve terminar se fosse assim no casamento as pessoas simplesmente não poderiam ter a chance de recomeçar uma nova história ao sair de relacionamentos abusivos e destrutivos.As pessoas todos os dias começam novas histórias.E sim mesmo que não fosse o Ravi a Lara merecia uma nova história menos dolorida pra ela e as escolhas e as vezes que o Cristian renegou ela evidência mais isso e sim a Ana também teve um final condizente com as confusões emocionais dela,apesar que em momento algum julgo pq ela assim como a Manu era um personagem com camadas densas e tudo o que o Rodrigo se transformou como homem foi graças a relação sólida e o equilíbrio da Manu o Ravi também em momento algum usufruiu de forma a tirar proveito do Cristian ele nunca deixou de batalhar e até renegou toda a toxidade dessa amizade.

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  11. A Lícia Manzo escreve diálogos muito bons e sabe como abordar temas importantes de forma delicada. Mas nessa novela, ela errou na forma como conduziu a trama.
    A meu ver, o Christian não era uma pessoa do mal. Ele era um pobre coitado que resolveu pegar o lugar do irmão porque achava que teria uma vida melhor. Mas se deu mal e percebeu o erro, tanto que voltou para a Lara. Até aí, a história tinha coerência.
    Quando eles iam para a Argentina, eu pensei que ali seria o momento quando ele revelaria toda a verdade para a Lara. Ela ficaria revoltada num primeiro momento, depois o perdoaria (porque o amava muito) mas exigiria que ele contasse a verdade também para a Bárbara e a família. E então teríamos todos os desdobramentos. Seria interessante ver o que iria acontecer.
    Mas em vez disso, a autora escolheu outro caminho. Fez o Christian largar da Lara de novo (um erro imperdoável), voltar para a Bárbara, depois se envolver com a Stephany. A coisa foi ficando enrolada e a grande revelação ficou para o último capítulo.
    E foi feita de forma atropelada. Quando o Christian estava no hospital e falou tudo para a Lara, ela deveria ter ficado incrédula primeiramente (afinal, ela achava que o Christian estava morto). Mas não, ela reagiu quase como se já soubesse de tudo. Foi uma cena tão rápida e malfeita.
    E no caso da Bárbara, ninguém explicou como ela ficou sabendo. Não houve a cena, não houve catarse, nada!
    As cenas na cadeia foram necessárias, para mostrar o arrependimento do Christian. Mas a cena final na praia soou meio artificial, na minha opinião. O Christian perdeu perdão para o Ravi, mas o Ravi não falou nada sobre o fato de ter se envolvido com a Lara (que foi um ponto complicado. Achei que o Ravi foi meio traíra por se envolver com ela, pois ele sabia da paixão do Christian. Mas ninguém falou nada, ficou por isso mesmo). A Lara ficou lá com cara de emburrada, parecendo que estava com despeito. Sei lá, achei estranho. Sei que a ideia era mostrar a redenção do Christian e a reconciliação com o Ravi, mas achei que a cena não foi muito bem feita.
    É uma pena que a novela tenha tido esse final. Mas como você disse, também teve muitos méritos. E houve o problema de a novela já ter sido toda gravada, o que atrapalhou muito. Novela é obra aberta por natureza. Se ela não estivesse toda gravada, talvez a Lícia pudesse ter feito ajustes e ter produzido um fim melhor.

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  12. As coisas começaram a ficar estranhas quando Christian trocou Lara por um cargo na empresa. Não fez sentido, ele já tinha percebido que aquela vida era infeliz e já tinha decidido abandonar tudo. A Bárbara foi deixada de lado na reta final, passou tanto tempo falando sobre ter um filho, mas quando conseguiu nem foi mostrada a relação com a menina. Ela é quem deveria ter lutado pela guarda. Rebeca e Cecília precisavam de uma conversa final para se entenderem. O coma do Ravi foi desnecessário, só serviu pra fazer da Lara uma eterna sofredora. Lara e Ravi como casal foi estranho, mas compreensível.
    Discordo de você quando diz que Christian não despertou torcida nem identificação. Eu condenava as atitudes, mas nunca o vi como um canalha que merecesse morrer, dava sim pra enxergar os motivos e os conflitos internos, foi um protagonista bem interessante.
    A trama contou com vários atores que não são presença recorrente em novelas, foi um ponto muito positivo.
    Não foi a pior novela da história, talvez só pra quem espera que novela seja algo previsível, superficial e com limites bem definidos do bem e do mal.

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  13. Fim da novela,cheio de falhas as perucas,mal feitas a ,Noca tinha cabelo branco,no final ficou grisalho , aplique da Lara horrível,fim idiota não gostei .

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  14. A Globo tá ficando,uma tv sem nexo o BBB, só idiotices eu os bons filmes muito tarde não dá mais o que salva Netflix, tem bons filmes e séries.

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  15. Lara passa a novela inteira atrás do seu grande amor Cristian e no final fica Ravi .

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  16. Como sempre uma interessante e excelente análise.
    Abraços

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  17. Adorei sua resenha. Está bem cirúrgica.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está de volta com muitos posts e novidades! Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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  18. Guilherme, eu que fico honrado. E desculpe a demora, tenho demorado mais pra responder, mas sempre respondo!!!

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  19. Leitora, amo seus comentários e voce tava fazendo falta.

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  20. Sérgio, acho que você reparou que sou fã da Lícia né?! Por isso, como fã, fiquei bastante decepcionada com ULAS, depois de anos sem ver uma novela inédita na TV, resolvi voltar a ver muito por ser dela. E minha expectativa estava alta, até porque tinha visto duas novelas dela antes da estreia de ULAS, que foi AVDG e Sete Vidas que não assisti na época da exibição original e fiz uma maratona no Globoplay, simplesmente amei a experiência! Acho que meu maior problema com ULAS é que não vi muito estilo da Lícia na história. Quem já viu as novelas anteriores dela, consegue ver de cara o estilo dela, principalmente a sensibilidade das suas histórias. E eu senti que faltou isso em ULAS, uma novela com a cara dela. Acho que o maior mérito dela em AVDG e Sete Vidas, é o fato dessas novelas mesmo sendo do horário das seis, é que elas poderiam facilmente passar em outro horário, como o das nove ou das onze. Devido a toda a carga emocional e densidade delas. A impressão que eu tenho é que ela não entendeu muito o horário das nove e acabou indo para um caminho ruim, ficando claro que ela ainda não estava preparada para horário nobre. E vejo isso com mais um dos inúmeros erros da Globo em relação a produção dessa novela. Tanto a Lícia como a Manuela não estavam preparadas para o horário nobre e ainda faltou um suporte da Globo. E no caso da Manuela ainda acho pior que da Lícia, visto que Amor de mãe foi a primeira novela dela. Porém é inegável os erros delas. No caso da Lícia, eu vejo como determinante a construção do Christian e isso acabou matando a novela dela, fazendo uma comparação com AVDG, onde ficou claro que o maior acerto dela foi como ela construiu a Manu que era uma personagem tinha carisma e gerava empatia, diferente do Christian que foi se tornando cada vez mais odiável , considero ele o pior mocinho dela. A Lícia em AVDG usou um dos maiores clichês que são irmãs tendo um amor em comum, porém o mérito dela foi ter focado na relação das irmãs Fonseca e não ter caído no clichê de uma irmã boa e a outra má. Ela conseguiu dividir o público com as ações das irmãs sem cair no maniqueísmo. E infelizmente ela não conseguiu fazer isso com o Christian, o personagem foi perdendo a humanidade sem que a gente tivesse algum tipo de conexão ou empatia por ele. Outro erro dela, foi a construção da Lara, sinceramente nem parecia uma mocinha da Lícia, tanto que sua ausência ao longo da novela nem fez tanta falta. A personagem foi engolida pela Rebeca e a Bárbara. Aliás, a Rebeca, para mim, foi a protagonista moral da novela, era a personagem que a Lícia deveria ter focado, como você escreveu, uma típica Helena do Maneco, Andréa Beltrão arrasou na personagem. Por fim, minha maior chateação com a novela, foi ver que a Lícia tinha em mãos um bom material e por diversos fatores e pelos seus erros, a novela não atingiu o nível de excelência que poderia. Mesmo chateada com ela, achei um absurdo quando saiu a notícia da dispensa dela, para mim a Globo deveria colocar ela para escrever projetos para o Globoplay.
    Durante exibição de ULAS, eu li muito absurdos sobre ela, gente acusando ela de ser antiprofissional, por ter supostamente mudado a sinopse original da novela , falando que os atores que já fizeram novela dela, não gostavam de trabalhar com ela, o que me deixou surpresa, porque nunca tinha visto nada na mídia sobre isso e ela me parece ser gente boa. Teve um perfil que usava as especulações das escalações dos atores para ULAS como justificativa, eu sei que a Marjorie foi cogitada para fazer a novela dela, porém como Sob Pressão foi renovada, ela continuou na série e quem já viu ela falando de Sob Pressão consegue ver o quanto ela é apaixonada. Fora que ela não parece estar muito a fim de fazer novela. Enfim, fiquei feliz que a Globo encomendou uma nova novela para ela no horário das 6, na torcida pela escalação da Maria Eduarda de Carvalho que fez muita falta em ULAS. Espero que a Lícia tenha aprendido com os erros e que em sua próxima novela , ela consiga imprimir seu estilo.

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