A nova novela de João Emanuel Carneiro tem a missão de manter os altíssimos índices de audiência de "O Outro Lado do Paraíso" e já começou corrigindo o erro da trama anterior, escrita por Walcyr Carrasco: uma primeira fase longa e lenta demais. O autor resolveu condensar a primeira fase de sua história em nove capítulos, ao contrário dos 30 da antecessora. Porém, resolveu apostar em uma avalanche de clichês, repetindo a estratégia de seu colega, que se saiu muito bem (vários elementos, por sinal, lembram a história passada). E todos foram expostos em ritmo ágil, não poupando trama e nem ganchos.
A trama abordou muito bem o drama de Luzia (Giovanna Antonelli) e a bagunça que Beto Falcão (Emílio Dantas) 'provocou' na vida de todo mundo, incluindo a sua. O curioso é que as chamadas da novela focavam no protagonismo do cantor de axé em decadência e mal citavam a mocinha --- provavelmente pelo receio de parecer com a saga de desgraças iniciais da Clara (Bianca Bin) do folhetim recém-terminado. Nessa primeira fase, entretanto, ela é a grande personagem central em virtude da avalanche de tragédias que despencaram na sua cabeça desde que conheceu Miguel ---- nome falso do rapaz, que se fingiu de morto, induzido pelos picaretas Remy (Vladimir Brichta) e Karola (Deborah Secco).
Foram várias situações que movimentaram esse início de enredo, incluindo falsa morte, gravidez relâmpago, assassinato, roubo de bebê, embate de mocinha e vilã, briga entre irmãos, prisão, armações, fim de um coma, fuga de presídio, entre outros mais.
João Emanuel se preocupou em prender o público com sucessivas viradas, evitando maiores enrolações, bastante vistas em "A Regra do Jogo" (2015), sua última novela, inclusive. E realmente foi impossível não ter se envolvido com todos os conflitos recheados de clichês do gênero apresentados tão bem pelo escritor.
O único erro foi em apressar o romance de Luzia e Beto, assim como as descobertas de Karola e Remy sobre o novo amor do rapaz. Tudo aconteceu em apenas um dia e ficou pouco crível, até para comprar as declarações apaixonadas dos pombinhos. As constantes idas e vindas dos vilões a Boiporã, fictícia ilha afastada de Salvador, acabaram deixando a impressão de que o tal lugar onde o cantor se escondeu nem era tão distante assim. Mas, apesar disso, Giovanna Antonelli e Emílio Dantas se destacaram e demonstraram uma boa sintonia, assim como Vladimir Brichta e Deborah Secco, muito bem vivendo dois interesseiros. É preciso citar ainda o carisma de Thales Miranda na pele do sapeca Ícaro, filho mais velho de Luzia.
Já a dupla Karola e Laureta promete muito. Deborah e Adriana Esteves estão ótimas interpretando duas mulheres ambiciosas e se sobressaíram quando as personagens armaram para arruinar a vida de Luzia. A cena em que Beto foi atingido por uma paulada dada pelo ex-marido da mocinha ----- que empurrou o pai de seus filhos, provocando sua queda de um penhasco e a consequente morte do agressor ----- destacou o bom desempenho dos atores, promovendo mais uma virada no roteiro. Responsável por um crime acidental e grávida de Beto, a protagonista ficou sob os cuidados de Karola e acreditou quando a vilã confirmou a morte do cantor, escondendo o estado de coma do rapaz.
Meses se passaram e Luzia teve seu filho em um casebre afastado, após muito sofrimento. A vilã roubou a criança com a ajuda de Laureta, que até arrumou um feto morto para enganar a mocinha. Entretanto, Luzia logo desconfiou da dupla e partiu para cima de Karola, protagonizando uma excelente cena de briga, com direito ao enfrentamento do trio. Laureta impediu uma surra maior, salvando sua parceira e ameaçando a protagonista com uma arma. Karola ainda resolveu revelar seu intuito de roubar mesmo o bebê da rival, escondendo o fato da criança estar viva. Foi o bastante para a mocinha pegar uma faca e quase matar a inimiga, sendo logo impedida pela polícia, que a prendeu em flagrante. Giovanna Antonelli, Adriana Esteves e Deborah Secco fizeram a melhor cena delas até agora ---- certeza que muitas outras ainda virão.
Vale destacar também o momento em que Dodô (José de Abreu) e Naná (Arlete Salles) descobriram que Beto estava vivo, graças aos filhos Ionan (Armando Babaioff) e Clóvis (Luis Lobianco), que desmascararam todo o plano de Remy. O foco inicial foi apenas o núcleo central, priorizando poucos personagens. Todavia, o autor também expôs uma outra trama que promete um bom vínculo com a principal: a de Roberval (Fabrício Boliveira), motorista dos ricaços Severo (Odilon Wagner) e Claudine (Cássia Kiss). Ele se interessa por Cacau (Fabíula Nascimento), irmã de Luzia, e acaba protagonizando várias brigas com Edgar (Caco Ciocler), que também se envolve com a sonsa mulher. A questão é que um filho da empregada e o outro filho dos donos da luxuosa mansão. Porém, eles são irmãos (filhos da empregada da casa com o patrão). O personagem só descobre esse segredo através de Claudine, que revela tudo em seu leito de morte ---- uma pena, aliás, Cássia já se despedir da novela, morrendo pela terceira vez em uma obra de João (o autor a 'matou' também em "Cobras & Lagartos" e "A Regra do Jogo", bem antes do fim). O conflito desse contexto foi outro que acabou logo exposto pelo escritor, sem poupar trama. Fabrício Boliveira, Cláudia Di Moura, Odilon Wagner, Caco Ciocler, Maria Luisa Mendonça e Fabíula Nascimento já se sobressaíram.
A mudança de fase aconteceu nesta quarta-feira (23/05), saindo do ano 2000 e chegando em 2018. Luzia conseguiu fugir da cadeia ---- em uma sequência muito bem dirigida por Dennis Carvalho e Maria de Médicis ---- e foi para a Islândia com o melhor amigo Groa (André Dias, muito bem). O cantor de axé segue se fingindo de morto e acabou casando com a ex. A mocinha adotou o nome de Ariella, virou uma DJ famosa, e volta ao Brasil para reconquistar os dois filhos, sem imaginar que o terceiro está vivo sendo criado por Karola e Beto. Roberval ficou milionário graças a um golpe dado em uma ricaça e Laureta, passando anos na África, sem manter contato com a mãe (Zefa - Cláudia Di Moura). E vários novos personagens entram na história. Agora João Emanuel Carneiro tem o desafio de manter a agilidade da primeira fase, provocando novos desdobramentos tão atrativos quanto os já apresentados até então em "Segundo Sol". Que venha!
ESSA NOVELA É UMA CÓPIA DE O OUTRO LADO DO PARAÍSO!
ResponderExcluirTudo é por causa de OOLDP, PQP, que fanatismo.
ResponderExcluirOlá Sérgio tudo bem???
ResponderExcluirEstou gostando bastante dessa nova novela e estou ansiosa pra começar a nova fase...
Beijinhos;
Débora.
https://derbymotta.blogspot.pt/
Oi Sérgio!
ResponderExcluirEstou acompanhando a novela e gostando, alguma coisa que me havia escapado, fiquei sabendo agora, Graças a leitura de teu texto súper completo.
Abrçs
Oi Sérgio! De início essa novela não me atraiu, tanto que até desliguei a tv antes do primeiro capítulo acabar rsrs Mas não demorou muito pra eu gostar e essa novela realmente promete nessa nova fase.
ResponderExcluirUm detalhe que eu queria falar é a Giovanna Antonelli, que eu não botava fé nenhuma como essa mocinha, mas que me surpreendeu e muito e eu já adoro ela e quero ela tendo uma volta triunfal haha Mas da pra notar mesmo uma semelhança com a Clara de OOLDP, afinal a vida da mulher é uma sucessão de desgraças!!! Agora estou curioso pra ver como o JEC vai conduzir essa novela.
Abraços
Achei uma novela cheia de furos e tosca. E ainda falavam de O Outro Lado do Paraíso...
ResponderExcluirAcho que João Emanuel planejou mesmo foi essa segunda fase, com os conflitos já estabelecidos e os personagens bem pensados. A primeira fase foi boa mas me pareceu ter sido introduzida pra explicar melhor toda a trama, que é cheia de camadas e um pouco complexa ( como era A Regra do Jogo). Melhor exemplo disso é o próprio Beto Falcão que, agora, vive como Miguel sob a sombra do mito que se formou com sua morte e é infeliz com isso (melhor trama da novela com certeza). Acho que vem uma trama maravilhosa agora, bem movimentada e com esses temas maravilhosos desse autor. Ansioso pelos próximos capítulos.
ResponderExcluirBoa noite Sérgio, inda não assisti nenhum capítulo da nova novela, o sina digital aqui está complicado, espero poder assistir a partir da próxima semana, gosto do elenco, e creio que a novela promete.
ResponderExcluirNoite de paz e um bom findi!
Bjss no core!
Não é cópia, anonimo, mas que há semelhanças claras, há.
ResponderExcluirEu tb, Débora.
ResponderExcluirQue bom, Zilani!!!! bj
ResponderExcluirExatamente, Marcos. rsrsrs abraços
ResponderExcluirEu to gostando bastante, anonimo. Mas que há dois pesos e duas medidas, é óbvio.
ResponderExcluirQue pena, Diná. Tomara que resolvam logo. bjs
ResponderExcluirConcordo, anonimo.
ResponderExcluirUma novela comum, qualquer. Ainda falavam que ia ser melhor que o outro lado. Não é! Só o puxa saco do JEC que gostou (teledramaturgia) e o pau no cu do thallysbalm. Duvido ser melhor que a forca do querer.
ResponderExcluirA novela tá boa, mas ainda não acho espetacular.E aquela Família do Beto Falcão é uma cópia da Família Tufão de Avenida Brasil, só que sem a metade do carisma claro.E aqueles filhos da Luzia são chaaaaaaaaaaatos.A trama das lésbicas é mal feita e foi claramente criada para gerar polêmica, as personagens não têm carisma e já começou errado por causa da infidelidade.Os destaques por enquanto são a Adriana Esteves, Emílio Dantas, Giovanna Antonelli e Letícia Colin.Déborah Secco tá bem, mas exagera em algumas cenas.
ResponderExcluirAguardemos, anonimo.
ResponderExcluirTb ainda não acho espetacular, Dean. Longe disso.
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