terça-feira, 9 de janeiro de 2018

De um capricho impressionante, "Deus Salve o Rei" tem belíssima estreia

"Desde sempre, uma escolha diz o que você vai ser e o que vai viver. Uma escolha diz o que você terá e o que não terá. Uma escolha diz o que virá para o seu destino e para o seu reino. Desde sempre, você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você". Baseada nesta premissa ---- narrada em um criativo teaser mesclando várias épocas ----, "Deus Salve o Rei" estreou nesta terça-feira (09/01), substituindo o sucesso "Pega Pega", após uma intensa divulgação da Globo através de inúmeras chamadas e ações em mídias sociais sobre a nova produção das sete.


A novela é escrita pelo estreante Daniel Adjafre (em seu primeiro folhetim como autor titular, após vários trabalhos como colaborador na televisão e filmes em seu currículo) e dirigida por Fabrício Mamberti, idealizadores do ousado projeto, que quebra uma longa sequência de enredos contemporâneos em uma faixa quase sempre destinada a comédias leves. A última produção de época das 19h foi a fracassada "Bang Bang", em 2005, que não deixou boas lembranças para a Globo. Talvez por isso mesmo a emissora tenha investido tanto em divulgação na nova empreitada, fazendo de tudo para o grande público ser conquistado pela história medieval.

Tanto que pela primeira vez várias ações com fãs foram realizadas, cerca de três meses antes da estreia, já com o intuito de promover o enredo e apresentar a sinopse, além dos trabalhos gráficos em torno dos efeitos especiais e afins. Outro evento inédito foi a pré-estreia de "Deus Salve o Rei" em vários cinemas ao redor do país, realizada na segunda-feira, dia 8, e exibida para convidados especiais.
Eu, inclusive, fui convidado para assistir e meses antes cheguei a conhecer a cidade cenográfica da novela, incluindo o capricho dos figurinos e os cuidados com os efeitos em cenas de luta, por exemplo. Sem dúvida, é um dos maiores investimentos da Globo, principalmente levando em conta ser um folhetim das sete e não das nove.

A história central se baseia no acordo entre os fictícios reinos de Artena e Montemor. O primeiro é rico em água e o segundo em minério de ferro. Em troca do fornecimento de água de Artena, Montemor oferece minério. Tudo segue em paz por anos, mas o acordo acaba abalado com a morte de Crisélia (Rosamaria Murtinho), rainha de Montemor e avó de Afonso (Rômulo Estrela) e Rodolfo (Johnny Massaro). O rei de Artena, o íntegro Augusto (Marco Nanini), tentará manter a cordialidade, mas a filha Catarina (Bruna Marquezine) deixará sua ambição falar mais alto, contrariando sempre as decisões do pai. A premissa 'das escolhas que cada um faz', vista no teaser, se torna presente em virtude da recusa do príncipe Afonso em assumir o trono, principalmente depois de conhecer a plebeia Amália (Marina Ruy Barbosa).

Ou seja, é um folhetim clássico com toques de 'capa e espada', como costuma acontecer com frequência em filmes da Disney. As comparações com a aclamada série norte-americana "Game Of Thrones" acabam sendo inevitáveis, mas apenas parte do contexto se assemelha e vale lembrar que a premiada produção nunca foi a inventora de enredos medievais. O autor e o diretor, inclusive, já disseram que "Que Rei Sou Eu?" (exibida na Globo em 1989) foi a maior inspiração ---- aliás, a novela de sucesso de Cassiano Gabus Mendes era ambientada em 1786, três anos antes da Revolução Francesa. A atual não tem um ano definido com o intuito de deixar o contexto mais livre para criações.

O primeiro capítulo abusou das imagens deslumbrantes de castelos e paisagens captadas em viagens da equipe da novela por Islândia, Inglaterra, Irlanda, entre outros. O capricho dos figurinos e cenários impressionou, enchendo os olhos de quem assistia. A produção dessa trama não fica devendo a nenhum produto de fora, sem qualquer exagero. Em se tratando de enredo, houve um foco inicial na dificuldade de Montemor em conseguir água, expondo até a inutilidade de uma obra pública (qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência), que não conseguiu canalizar o recurso que abunda em Artena. A preocupação da rainha Crisélia destacou Rosamaria Murtinho e também expôs a imaturidade do príncipe Rodolfo ---- Johnny Massaro em um papel quase igual ao que interpretou em "Filhos da Pátria". A cena da batalha entre os soldados de Afonso com inimigos do reino também primou pela coreografia bem executada, culminando em uma quase morte do príncipe, que acabou sendo encontrado por Amália, fechando a estreia de forma redonda. Já a abertura, ao som de "Scarborouch Fair", cantada lindamente por Aurora, fez jus ao primor do folhetim. As imagens utilizadas são de um deslumbre só e, sem dúvida, o resultado já é um dos mais bonitos realizados pela Globo.

"Deus Salve o Rei" tem tudo para ser uma ótima trama, engrandecendo o horário das sete com um folhetim inovador para a faixa. Daniel Adjafre tem uma história promissora em mãos e a equipe de Fabrício Mamberti, por tudo o que tem sido visto, está promovendo uma estrutura raramente observada em novelas. O elevado investimento é notado em todos os momentos e resta torcer para que o enredo honre a qualidade da fotografia, cenários e figurino. É o mínimo que se espera.

32 comentários:

  1. Gostei bastante da estreia Sérgio. Cenário, figurino e fotografia ótimos. Pra mim, a única cena que deixou um pouco a desejar foi a da batalha, mas isso é perdoável pelo horário da novela. Na atuação, os grandes destaques do primeiro capítulo, na minha opinião, foram Johnny Massaro e Rômulo Estrela, a Marina também foi bem, mas a Bruna infelizmente estava muito robótica, ruim mesmo.

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  2. O que vc achou da atuação da Marquezine? Acha ela uma boa atriz?

    Queria aproveitar e sugerir que vc faça um texto sobre Gloria Pires. Não sei se reparou, mas ela já foi presa inúmeras vezes na ficção por crimes que não cometeu. Lembro que isso aconteceu em vale tudo, anjo mau, insensato coração... enfim, o que tá achando da Duda?

    Parabéns pelo texto.

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  3. Adorei a estreia. Nem lembro mais da outra...

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  4. Zamenzito, amei a estreia. Uma super produção de encher os olhos. Ver Rômulo Estrela e Marina Ruy Barbosa como protagonistas me deixaram muito felizes. Achei eles ótimos em seus respectivos papeis. Precisa nem falar o quão maravilhoso é ver Marco Nanini e Rosamaria Murtinho em cena né? Perfeito! Gostei do ator que faz o pai de Amália. E como não amar o médico? Sabia que conhecia ele de algum lugar. Maravilhoso!

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  5. Fiquei impressionado e lembrei do seu texto contando os bastidores dos figurinos, cenários e efeitos. Adorei.

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  6. Olá Sérgio tudo bem???


    Aaaa quero muito assistir essa novela, mas ainda não está disponível no globo play pra Portugal!!!



    Beijinhos;
    Débora.
    https://derbymotta.blogspot.pt/

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  7. Olá, Sérgio.
    Acho que nesta novela a mocinha será mais interessante que a vilã. Estou achando a Bruna muito robótica.

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  8. Vejo um grande duelo entre mocinha e vilã. Sou mais team Marina do que Bruna.
    big beijos

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  9. A novela tem tudo para arrebatar o público. O autor esta ensinando como se constrói um casal. Já shippando muito Amália e Afonso. Também to achando a Bruna robótica mas ta em tempo dela melhorar.

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  10. Estou vendo agora pelo Gshow pois estou viajando então fico meio perdida eu nem me toquei que o titulo Deus Salve o Rei era uma referencia a Deus salve a rainha. Apesar das minhas altas expectativas eu ainda não tenho uma opinião concreta sobre a trama.

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  11. Sérgio, essa novela promete!!
    Que riqueza de detalhes, que primor, que ambientes lindos e maravilhosos!!
    Estou encantada, apaixonada, totalmente enternecida pelo casal que está se formando....Ahh que lindo!
    Adoro castelos e tudo o que se refere à época medieval!!

    Amei estar de volta amigo!!
    E adorei mais ainda o seu belo texto, impecável como sempre!

    Tenha um lindo final de semana!! :))
    Beijos!!!

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  12. Oie Sérgio
    Que texto sensa!
    Estou encantada com a novela, o timing é perfeito!
    As atuações que geralmente no início de cada nova obra ficam um tantinho artificiais, estão sintonizadas, uma sincronicidade fantástica.
    Os atores estão inspirados.
    As tramas prometem.
    O casal de cara agradou e muitooooooooo!
    Sem falar no cenário, fotografia e figurinos né non???????
    Porque nem precisa falar é só se encantar e roer as unhas esperando pelo próximo capítulo <3
    Ameeeeeeeei <3
    Bjs Luli
    Café com Leitura na Rede

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  13. As atuações são, como dissemos, caricatas. E é compreensível, afinal, se já é difícil conseguir acertar na dramaturgia de ‘realidade’, imagina então na dramaturgia que extrapola nosso contexto. Estamos falando de monarquias, guerras entre reinos, idade medieval, e tudo o mais.
    Claro que os temas são universais, e poderíamos substituir a guerra entre reinos por guerra entre facções, ou o amor impossível de um nobre e uma plebeia com o amor difícil de um rico e uma pobre

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  14. Se tivessem colocado a Agatha Moreira e Leticia Colin nos papéis ficaria melhor como pode ser comprovado na novela Novo Mundo - cada uma é excepcional, atriz eficaz, consegue surpreender a cada novo personagem.
    Mas obviamente só colocaram a Bruna versus Marina por causa da guerras de fãs na internet.

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  15. O grande problema do enredo das novelas é a mesmice: um homem ou uma mulher ou ambos, do 1º ao último capítulo tentando sabotar e separar o casal de protagonistas.

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  16. Eu tb curti muito, anonimo. Mas eu adorei a batalha. De resto, concordo com seu comentário.

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  17. Mt obrigado, Raica. Olha, nunca achei Bruna uma boa atriz. Mediana e olhe lá. E estou achando péssima na novela. Mas quem sabe melhora com o tempo. E to amando a Gloria na novela, finalmente sendo valorizada como merece. Boa sugestão. bjsss

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  18. Idem, chaconerrilla. E endosso tudo o que escreveu. O médico é o querido Pascoal da Conceição, o eterno Dr. Abobrinha. Ótimo!

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  19. Ah, que pena, Débora. Quando disponibilizarem me conte. bjs

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  20. Te entendo perfeitamente, Adriana. E é ótimo vê-la de volta. Feliz 2018. bjão

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  21. Muito obrigado, Luli. =) Tb estou amando a novela. bjs

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  22. Anonimo, a única atuação artificial e exagerada que vejo é a da Bruna msm. Dos demais não vi.

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  23. Concordo, Izabel, mas elas acabaram de sair de Novo Mundo. Leopoldina ainda está fresca na memoria.

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