"Nada Será Como Antes" vem cumprindo menos do que prometeu. A série escrita por Guel Arraes, Jorge Furtado e João Falcão tem uma boa premissa, mas o enredo deixa a desejar, pois foca em situações não muito atrativas em detrimento da história do surgimento da televisão. Os dramas da ficção são fundamentais para o conjunto, mas, infelizmente, os que foram criados não prendem o telespectador, ainda mais em um formato semanal. Entretanto, a direção precisa de José Luiz Villamarim novamente se sobressai , extraindo o melhor do elenco muito bem escalado. E um dos grandes destaques é Débora Falabella.
A atriz estava longe da telinha desde a sua ótima participação em "Dupla Identidade" (2014), onde viveu a complexa Ray, namorada do serial Killer Edu (Bruno Gagliasso). Em 2015 ainda esteve em um dos episódios da série "As Canalhas", do canal a cabo GNT, mas não participou de nenhuma outra produção. O seu retorno é mais do que bem vindo e o seu papel faz jus ao seu talento, principalmente porque explora várias vertentes cênicas, incluindo uma deliciosa metalinguagem. Débora interpreta justamente uma atriz que enfrenta problemas pessoais e profissionais, precisando lidar com o julgamento da sociedade e com o inesperado rumo que sua carreira toma.
É um perfil muito atrativo, o que proporciona para a intérprete bons momentos na série. Verônica era uma atriz de rádio-novela que viu sua vida mudar quando conheceu Saulo (Murilo Benício), seu grande amor. Ele virou uma espécie de empresário da esposa e a fez ficar ainda mais famosa --- no caso, a sua voz.
Porém, após um período de paixão avassaladora, os dois acabaram terminando. Assim que descobriu que era estéril, o marido terminou a relação e escondeu a verdadeira razão. Alguns anos se passaram e o ambicioso rapaz, que trabalhava na rádio e sonhava na criação da televisão, conseguiu realizar seu maior objetivo através da TV Guanabara. Apesar do período separado da mulher, fez questão de contar com ela para estrelar a primeira telenovela do país.
E assim Verônica conseguiu o principal papel da trama: Anna Karenina. Não demorou para a atriz se destacar e a situação ainda culminou em uma reaproximação com Saulo. Entretanto, o revés veio quando sua personagem começou a ser ofuscada por Beatriz (Bruna Marquezine), que ganhou uma personagem no enredo somente por causa do seu caso com Otaviano (Daniel de Oliveira), o principal patrocinador da novela. A inimizade entre elas se tornou inevitável e a solução criada pela equipe foi transformar Anna em uma vilã. O resultado surtiu efeito e Verônica até acabou se entendendo com a rival, principalmente depois que esqueceu seu texto, sendo ajudada pela colega ao vivo. Todavia, a gravidez da atriz (originada na época em que ela e Saulo estavam separados) obrigou a sua saída da produção e o encurtamento do folhetim, resultando na antecipação da morte trágica da protagonista ---- se jogando na frente de um trem.
A chegada de um bebê ainda culminou no término da relação de Verônica e Saulo, que não aceitou criar o filho de outro, mesmo tendo cogitado a hipótese de adotar uma criança com a esposa. Ele até acaba assumindo o menino para melhorar a imagem da ex na sociedade, mas depois usa isso para se vingar, lhe tirando a guarda, após suspeitar de um caso da mulher. São dramas considerados banais e já vistos em inúmeros folhetins. Talvez seja até proposital, afinal, a série trata da criação da TV e das telenovelas. Todos esses dilemas da personagem destacam o talento de Débora Falabella, que consegue brilhar na pele de Verônica e deu um show nos momentos em que Verônica interpretou Anna Karenina. Sua parceria com Murilo Benício, por sinal, é ótima, evidenciando a sintonia que os dois têm fora da ficção (namoram desde "Avenida Brasil", onde viveram Nina e Tufão), formando um lindo casal. O par faz jus ao protagonismo da produção e dá vontade de torcer pelo romance deles, apesar de todos os problemas que os cercam.
Débora Falabella é uma grande atriz e já provou isso várias vezes, vide o seu desempenho irretocável como a drogada Mel em "O Clone" (2001), a elegante Sara Kubitchek em "JK" (2006), a personagem título de "Sinhá Moça" (2006), a patricinha Beatriz em "Escrito nas Estrelas" (2010), a desembaraçada Clarisse em "A Mulher Invisível" (2011), entre tantos outros bons trabalhos, incluindo os já mencionados no texto e seus papéis no cinema ---- "Lisbela e o Prisioneiro" (2003) e "Primo Basílio" (2007), por exemplo. Ela, inclusive, já foi escalada para a próxima novela das nove, escrita por Glória Perez ("À Flor da Pele"). Agora, em "Nada Será Como Antes", a atriz mais uma vez se destaca e prova que não pode ficar muito tempo afastada da televisão.
Essa série me decepcionou bastante, mas a Débora é maravilhosa.E parabéns pelo dia de hoje, Sérgio. Vc é o melhor crítico e o melhor comentarista. Te adoro!!!
ResponderExcluirEndosso o texto. A débora é maravilhosa sempre. Pena que essa série seja tão fraquinha.
ResponderExcluirTexto maravilhoso para uma atriz maravilhosa!
ResponderExcluirDébora não pode mesmo ficar mt tempo longe da televisão. Sua Verônica ´´e um primor de composição.
ResponderExcluirOlá, Sérgio...sim, penso eu-também- que a história do surgimento da televisão deveria ser, digamos, a trama protagonista e todo o resto secundária e pior,estas ainda pecam por serem poucas atrativas para o público, perfazendo um conjunto fraco ,muito aquém do que foi prometido, apesar do elenco ser bom. Sim, Débora Falabella é uma grande atriz e já provou isso várias vezes e está nos provando novamente como Verônica...belo final d semana,belos dias,abraços!
ResponderExcluirDébora Falabella é uma grande atriz mesmo, antes da serie começa achei que o grande destaque fosse ser a Bruna Marquezine ainda mais com as cenas de nudez dela, mas no final das contas quem carregou toda a serie toda foi o talento de sempre da Débora
ResponderExcluirDébora Fallabela é otima e merece todos os elogios, até porque carrega essa série fraquíssima nas costas.
ResponderExcluirA audiência é reflexo do quanto essa série decepicionou.
O seu formato merecia uma exibição de segunda a sexta, assim como SuperMax que perde o fôlego ao ser exibida só as terças.
Ambas as séries tem alta qualidade, mas precisariam ser exibidas mais vezes na semana para prender o público.
Debora Falabella é atualmente a melhor atriz do Brasil.Ela é fantastica !Atriz completa (teatro , cinema e televisão ) .Ela é ainda melhor no teatro , fiquei maravilhada (e isso que na tv e no cinema é otima). Nada sera Como Antes me decepcionou bastante mas a Veronica é maravilhosa ,uma grande personajem , e ainda sorprendera mais .Debora só merece elogios .
ResponderExcluirOI SÉRGIO!
ResponderExcluirEU ESTOU GOSTANDO DA SÉRIE, TALVEZ COMO DISSESTE, PELA ATUAÇÃO IMPECÁVEL DOS ATORES, MAS CONCORDO CONTIGO QUE ESTE FORMATO SEMANAL, DISTANCIA MESMO MUITO A SÉRIE DO ESPECTADOR.
UM ÓTIMO TEXTO COMO SEMPRE.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Concordo com sua ótima crítica, Sérgio. Débora Falabella está tendo a oportunidade de demonstrar outra faceta do seu talento.
ResponderExcluirA mim também,Fernanda. E muito obrigado pelo carinho e consideração. bjssss
ResponderExcluirVerdade, Galdino!
ResponderExcluirObrigado, anonimo.
ResponderExcluirPrimor mesmo, Samara.
ResponderExcluirÉ exatamente isso tudo que eu penso, Felis! abçs
ResponderExcluirQuem carregou foi a Débora mesmo, anonimo. De longe.
ResponderExcluirAnonimo, concordo plenamente quanto a Debora e ao formado de Nada Será Como Antes, que deveria mesmo ser diário. Mas Supermax não, essa já tem um formato msm de série semanal. abçs
ResponderExcluirMt obrigado, Zilani. bjs
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado, Elvira. bjs!!
ResponderExcluirEntra aí o primeiro erro estratégico da Globo: a narrativa de Nada Será Como Antes bebe diretamente na fonte das novelas e segue muito mais folhetinesca do que seriada. Os episódios não se fecham em si, deixam sempre um rabicho de expectativa para o que será apresentado na semana seguinte. A obra funcionaria muito melhor se tivesse sido apresentada como minissérie, com capítulos exibidos dia após dia. O problema é que a trama poderia muito bem ser apresentada como uma novela de época, com todas as reviravoltas que o melodrama enraizado permitiria.
ResponderExcluirEla é ótima. Não me conformo de não terem indicado a Débora para melhores do ano.
ResponderExcluirbig beijos
Muito obrigado, Fernanda! =DDD Que honra!
ResponderExcluirÉ verdade, Galdino.
ResponderExcluirObrigado,anonimo.
ResponderExcluirUm primor msm, Samara.
ResponderExcluirÉ exatamente isso, Felis. abçssss
ResponderExcluirQuem carregou foi a Débora msm, anonimo. De longe.
ResponderExcluirDébora é maravilhosa, anonimo. E discordo quanto a Supermax. No caso da série uma vez por semana é o apropriado msm. Já Nada será como antes é verdade. Merecia ser diária, como Justiça.
ResponderExcluirEla só merece elogios msm, anonimo. É fantástica!
ResponderExcluirMuito obrigado, Zilani! Bjão!!!
ResponderExcluirEla é genial, Elvira.
ResponderExcluirUM TESÃOZINHO DE MORENINHA PUTINHA FACEIRA!, ESSA DÉBORAZINHA FALA LOGO BELLA, NÃO SE ACANHE MINHA LINDINHA!.
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