A mocinha da obra de Rosane Svartman e Paulo Halm vivia na fictícia Campo Claro e desde que entrou na adolescência passou a ser importunada pelo padrasto com olhares intimidadores. O estopim se deu quando Dino (Paulo Rocha) tentou violentá-la, deixando a garota mais traumatizada e agressiva do que já era. E foi o bastante para ela fugir em busca de uma melhor condição de vida, com o objetivo de trazer a mãe e os irmãos ---- Gilda (Leona Cavalli), Dayse (Isabella Koppel) e Carlinhos (Kaik Brum) ---- assim que juntasse a quantia necessária para tal.
O assédio dentro de casa é uma das situações mais comuns no cotidiano de muita gente, infelizmente. Os autores souberam retratar isso de forma competente, conseguindo ainda lidar com as limitações que o horário das sete impõe em virtude da "Classificação Indicativa". E o interessante foi a consequência de todo esse trauma na vida da personagem, que é exposto a todo instante no folhetim.
O ataque do padrasto acabou com o psicológico de Eliza, que ficou extremamente agressiva e arredia, desconfiando de qualquer homem que se aproximasse dela.
A principal prova foi o início conturbado de sua relação com Jonatas (Felipe Simas), menino que a acolheu, ajudando e ensinando a sobreviver nas ruas de todas as formas. Após um longo tempo de convivência, ela viu o amor nascer entre os dois e finalmente se sentiu segura com alguém. A sua primeira vez com ele primou pela delicadeza, retratando lindamente toda a magia daquela entrega da menina que encontrou o amor da sua vida. Ele funcionou como um porto seguro, desarmando um pouco aquela agressividade usada como defesa.
Aos poucos, o constante temor de Eliza foi sendo atenuado e quando entrou no concurso Garota Totalmente Demais se viu praticamente obrigada a se moldar por completo. A convivência com Arthur (Fábio Assunção) fez a menina descobrir novos horizontes e se inserir em um meio social praticamente inimaginável tempos atrás. O agenciador de modelos acabou tendo também uma função vital na mudança daquela garota traumatizada. Todo o processo de 'renovação' da mocinha vem sendo acompanhado ao longo dos capítulos, assim como a crescente intimidade que passou a ter com seu 'professor' --- vide, inclusive, o sentimento que ambos passaram a nutrir um pelo outro, ainda que fiquem sempre confusos e temerosos.
Tanto que, inicialmente arredia, Eliza passou a se sentir segura com Arthur, assim como se sente com Jonatas. De forma gradativa, ela vem percebendo que nem todos os homens são que nem o padrasto. Entretanto, todo o trauma da mocinha voltou com a chegada de Dino ao Rio de Janeiro, juntamente com Gilda, Dayse e Carlinhos. Embora feliz com a presença da mãe e dos irmãos, a agora modelo se encontra em pânico só de imaginar todo aquele terror voltando para sua vida. E o pior é a falta de apoio da mãe, que ignora os apelos da filha e apoia cegamente o marido ---- outro fato, lamentavelmente, comum na 'vida real'.
Marina Ruy Barbosa está impecável no papel e Eliza já pode ser considerada seu melhor papel na carreira até então ---- o posto antes era ocupado pela patricinha Alice, de "Morde & Assopra". A atriz consegue passar muito bem todo o trauma que a sua personagem tem e o medo constante do padrasto. Já os autores vêm conduzindo toda esse drama com habilidade, mostrando que é possível, sim, inserir temas sérios em um folhetim das sete que prima pela leveza e bom humor.
O assédio é algo que precisa ser persistentemente combatido e o Dia Internacional das Mulheres ---- além de expor tantas outras lutas do sexo feminino ---- funciona como um importante alerta. A novela "Totalmente Demais", mesmo sem qualquer obrigação de promover bandeiras, tem conseguido retratar esse assunto da melhor forma possível e justamente através do drama da mocinha da história.
A novela fez uma ótima abordagem.
ResponderExcluirÉ tão real que embrulha o estômago. Ao contrário da novela anterior que era uma merda, essa honra o horário e o título.
ResponderExcluirÓtimo texto, a situação ta sendo mt bem abordada e o melhor de td ta td dentro do contexto da trama e além de servir pra retratar serve pra colocar ótimas reviravoltas na novela ,n ficou algo avulso nem panfletado,mt pelo contrario ficou dentro do contexto e serviu para criar ótimas reviravoltas,rosane e paulo gênios
ResponderExcluirVocê fez um ótimo texto sobre a temática e ainda associou ao Dia da Mulher. Parabéns.
ResponderExcluirConcordo. A trama é leve e engraçada mas sabe tratar de assuntos sérios com maestria. Gosto desses autores.
ResponderExcluirEu adoro essa novela e adoro esses autores desde malhação.E Sérgio você disse tudo nesse texto.
ResponderExcluirQueria saber sua opinião sobre a atuação do Helio De la Penha que pra mim está péssimo interpretando um advogado sério. Ao lado da Samantha achei que seria uma família mais comica. Ele é do humor, não está a vontade fazendo um personagem desse.
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ResponderExcluirGalera, não sei se são os personagens dela, ou é ela mesmo, mas acho essa atriz chata pra caralho. Sempre aquele jeitinho, os mesmos trejeitos, as mesmas caras... tipo so muda de uma novela para outra que ela faz é o nome das personagens... não sei o que é, mas acho que ela é chata e não acho boa atriz...minha opinião.
ResponderExcluirUm tema sério sendo tratado numa novela das sete. Me surpreendi positivamente.E ainda deixa a novela com uma dose de tensão bem boa. O gancho de quinta foi de perder o fôlego.
ResponderExcluirRealmente, Sérgio, este é um dos pontos altos da novela. A figura do Dino representa o pesadelo para Eliza, e o asco, para mim. Achei emocionante a cena em que Eliza convida a mãe e os irmãos a morarem com ela, contanto que Gilda abandone o marido, e esta se recusa.
ResponderExcluirEsse mal contra as mulheres tem que acabar. Há sempre alguma coisa que alguém possa fazer para coibir aos poucos essa peste que hoje infesta a sociedade. É revoltante.
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ResponderExcluirOi Sérgio,
A questão do assédio está mesmo sendo bem retratada para o horário. Ótimo destaque para o tema em face da celebração do Dia Internacional da Mulher.
Dino é meso asqueroso. Paulo Rocha está representante bem o repugnante personagem.
Mariana Ruy Barbosa está muito bem como Eliza.
Estou gostando muito da novela.
Abraço.
ResponderExcluirOps! Digo: Marina Ruy Barbosa.
Abraço.
O assédio merece ser abordado e bem explorado, já que ocorre com enorme frequência. E o pior é que, muitas vezes, as mães não o admitem, como está acontecendo na novela. Os problemas emocionais dele decorrentes se transformam traumas terríveis. Espero que saibam conduzir a novela, nesse aspecto, para um final claro, com punição adequada. Bjs.
ResponderExcluirTema difícil pra ser abordado em uma novela das 19hrs, os autores estão tendo muito peito e eu os admiro ainda mais por isso. Vale elogiar Marina que está ótima. Mas também merecem elogios Paulo e Leona ele provocando repulsa e ela raiva pela complacência, Gilda é irritante.
ResponderExcluirNão tem muito a ver com o tópico mas aproveitando que estamos falando da novela queria destacar as cenas lindíssimas da Carol no hospital com a irmã, provando assim que apesar de ser um pouco arrogante e armar das suas, no fundo é uma boa pessoa. Juliana arrasou, ela inclusive está em seu melhor momento, merecia essa personagem, sou fã!
Fez sim, Luciano.
ResponderExcluirConcordo, Renato.
ResponderExcluirMt obrigado, anonimo.
ResponderExcluirObrigado, Paula!
ResponderExcluirTb gosto, Nina.
ResponderExcluirQue bom que gostou, Ale!
ResponderExcluirTá péssimo mesmo, Fernanda!
ResponderExcluirRespeito sua opinião, Lucas!
ResponderExcluirFoi mesmo, Rafaella.
ResponderExcluirFoi emocionante, Elvira.
ResponderExcluirRevoltante mesmo, Lourisvaldo.
ResponderExcluirA novela é uma delícia, né Vera? bjs
ResponderExcluirTudo que tá sendo mostrado na novela, Marilene, é real. Infelizmente. bjs
ResponderExcluirExcelente comentário, Pâmela. É verdade, a abordagem tá ótima e os atores tão muito bem. Adorei o destaque na cena da Juliana Paes que foi linda mesmo. Ela deu show. bjs
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