Há quase dois meses no ar, "Além do Tempo" vem conseguindo apresentar uma história clássica de forma atrativa. Elizabeth Jhin escreve a sua terceira trama espírita e a autora resolveu apostar alto com esse seu folhetim (dirigido por Rogério Gomes e Pedro Vasconcellos), uma vez que o mesmo terá duas fases completamente distintas: uma no século XIX e a outra nos dias atuais. E a primeira fase, até agora, segue caprichada, despertando interesse pelos próximos desdobramentos, além de presentear os olhos com belíssimos figurinos e cenários deslumbrantes da época.
Apesar da narrativa lenta, a história tem apresentado boas cenas, e o enredo que envolve a rivalidade entre Emília (Ana Beatriz Nogueira) e Vitória (Irene Ravache) se mostra como o pilar de sustentação da obra. Toda a trama, direta ou indiretamente, está ligada ao péssimo relacionamento das duas. E o fato da Condessa achar que sua grande inimiga está morta deixa a novela bem mais interessante, em virtude da expectativa em torno desta descoberta, que promete uma ótima virada. Aliás, vale ressaltar que essa situação só está presente por causa do grandioso desempenho de Ana Beatriz Nogueira.
Emília morreria no início da trama e só voltaria na segunda fase, porém, o talento da atriz fez a autora alterar o rumo da história. Ela, então, salvou a mãe de Lívia (Alinne Moraes) através de um milagre provocado por Ariel (Michel Melamed), o anjo da guarda da mocinha. A atitude foi muito acertada e deixou o enredo mais propício para reviravoltas, sempre necessárias para o fôlego de um folhetim, que neste caso será relativamente longo (por volta de 161 capítulos).
Tanto que a volta de Bernardo (Felipe Camargo), filho desaparecido de Vitória e marido da rival da mãe, provocou uma boa movimentação no enredo. O reencontro de Emília com seu grande amor, inclusive, foi lindo e repleto de sensibilidade.
O plano de Lívia (Alinne Moraes), de trabalhar na mansão da Condessa para investigar sobre seu pai, também tem proporcionado bons momentos. A gélida senhora se afeiçoou à menina e 'promoveu' a criada, a colocando como sua acompanhante, depois que a mocinha salvou sua vida ---- ela passou muito mal e só não morreu por causa dos socorros da nova empregada. Essa situação, obviamente, desperta um grande interesse, afinal, a protagonista é neta da vilã e este carinho que começa a surgir entre elas é uma irônica armadilha do destino. Típico de um clássico folhetim. Todo este imbróglio ainda gera outros conflitos, como a inveja da governanta Zilda (maravilhosa Nivea Maria) e o ciúme da mimada Melissa (Paolla Oliveira).
A dissimulada noiva do Conde Felipe (Rafael Cardoso), aliás, forma uma boa dupla com a mãe, Dorotéia (Júlia Lemmertz). A chegada de Roberto (Rômulo Estrela) foi outro atrativo para esse núcleo de vilões. O irmão de Melissa é um canalha e tem como principal esporte seduzir as mulheres, se aproveitando da inocência delas. Sua principal vítima é a tonta Anita (Letícia Persiles), personagem que, por sinal, irrita pelo excesso de ingenuidade. E o relacionamento recente entre Dorotéia e o capanga Bento (Luis Carlos Vasconcelos) também ajudou a deixar essa subtrama atrativa, até porque o asqueroso vilão é braço-direito da Condessa e ainda assedia constantemente a cozinheira Rosa (Carolina Kasting), que tem um filho com ele e esconde de todos.
Ainda é preciso destacar o núcleo cômico da família de Mássimo Pasqualino (Luis Melo). Todos os atores estão muito bem e --- apesar de muitas vezes serem situações repetitivas --- as brigas e deslumbramentos envolvendo Salomé (Inês Peixoto), Bianca (Flora Diegues), Felícia (Mel Maia) e a empregada Rita (Daniela Fontan) são divertidas, servindo como um contraponto ao enredo mais melodramático envolvendo os personagens principais. E o romance de Gema (Louise Cardoso) e Raul (Val Perré) ainda é outro ponto a favor da novela. A relação recém-iniciada explora a questão do preconceito racial (a história é passada pouco tempo depois do fim da escravidão) e o ódio do filho da mulher, o mau-caráter Pedro (Emília Dantas), é o grande empecilho do casal. A química entre os atores, inclusive, é ótima.
A parte espírita fica por conta do cocheiro Ariel (Michel Melamed), que nada mais é do que um anjo da guarda de Lívia e Emília. Othon Bastos também entrou na novela para interpretar uma espécie de porta-voz de Deus. A autora só se equivoca mesmo na condução do casal protagonista. A demora em juntá-los, nem que seja por poucos capítulos, enfraquece a história de amor e deixa os dois personagens cansativos quando se encontram, sempre trocando acusações. Claro que todo folhetim precisa de conflitos para separar o par principal (assim como os demais), no entanto, o abuso desse recurso é prejudicial para despertar a torcida do telespectador. Acaba irritando mais, ao invés de criar simpatia pelo romance. Ao menos agora a aproximação está começando a ser desenvolvida.
E o desempenho de todo o elenco é merecedor de elogios, com destaque especial para a grande Irene Ravache, que dá um show por dia na pele da Condessa. Paolla Oliveira, Júlia Lemmertz, Nivea Maria, Emílio Dantas, Luis Melo, Ana Beatriz Nogueira, Louise Cardoso, Luis Carlos Vasconcelos, Alinne Moraes, Rafael Cardoso, Inês Peixoto, Rômulo Estrela, Flora Diegues, Dani Barros (Severa), Nica Bonfim (Dona Neném), Emílio Dantas, Carlos Vereza (Padre Luis), Felipe Camargo, enfim, vários atores estão se destacando e conseguindo brilhar ao longo da trama, cercada de cenários deslumbrantes, belas paisagens e figurinos caprichados.
"Além do Tempo" vem se mostrando uma ótima trama das seis e Elizabeth Jhin tem tudo para fazer desta produção a sua melhor obra. Essa primeira fase foi tão bem aceita, aliás, que o enredo migraria para os dias atuais (com todos reencarnados em situações diferentes) no capítulo 70; mas, segundo notícias divulgadas, a mudança de época só ocorrerá no 85, ou seja, em meados de outubro. E enquanto esta ousada mudança drástica não ocorre (será praticamente um outro folhetim), resta aproveitar a história retratada no século XIX e as qualidades vistas desde que a trama estreou.
A novela é linda.Nunca gostei dessa autora mas dessa vez ela tá sabendo escrever uma boa história.Sete Vidas foi bem substituída.
ResponderExcluirTambém acho a novela bem agradável, mas está enrolando demais pro meu gosto. Só que barriga mesmo tem a das sete que é horrível!
ResponderExcluirOI SÉRGIO!
ResponderExcluirESTOU ACHANDO MUITO BOA, GOSTO DE NOVELAS DE ÉPOCA, TOMARA QUE CONTINUE ASSIM.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Sete Vidas é muito superior, mas essa é bem feita e agradável. Eu tenho visto de vez em quando. Concordo com sua análise também acho que se manter esse padrão até o final, será a melhor novela da Elizabeth Jhin. Até porque as outras foram bem ruins.
ResponderExcluirNão acho essa novela maravilhosa, mas é assistível e bem feita. Só acho que mudar de fase será um erro.
ResponderExcluirEterna Magia foi uma boa ideia mal executada, Escrito nas Estrelas começou maravilhosa e se perdeu, e Amor Eterno Amor foi uma cafonice só. Além do Tempo realmente tem se encaminhado pra ser a melhor novela da Jhin se não se perder pelo caminho... Vamos aguardar.
ResponderExcluirAlém do Tempo é realmente uma bela novela e tem tudo pra ser a melhor da Elizabeth Jhin. Acho que o casal protagonista não está junto ainda porque a idéia da autora é justamente contar a história de um amor impossível, que só se concretiza mesmo em outra vida. Aliás, é justamente nessa passagem de tempo de 150 anos que a trama corre o risco de se perder. Essa história de todo os personagens reencarnarem juntos, com os mesmos nomes e as mesmas fisionomias, corre sério risco de soar forçadíssima até mesmo no contexto sobrenatural da trama. É evidente que vai haver um estranhamento, mas se a passagem de tempo for bem conduzida e a história da segunda fase for tão boa quanto a que está sendo exibida, esse estranhamento vai passar com o tempo.
ResponderExcluirAdoro a novela mas essa passagem de tempo me assusta porque é surreal demais. Pelo menos esticaram mais um pouco essa fase do século 19.
ResponderExcluirOlá Zamenza, tenho gostado bastante da novela, Sete Vidas foi muito bem substituída diga-se de passagem, não gostei do último trabalho de Elizabeth Jhin mas nesta novela a autora conseguiu acertar em cheio, ultimamente tem sido raro um autor conseguir acertar após uma novela fraca. Alinne Moraes está maravilhosa como sempre, mas os autores veteranos são os que mais me impressiona em especial Irene Ravache, ela merece todos os elogios. Gostei muito do fato de a novela misturar atores menos conhecidos com atores veteranos, algo que tem sido sido muito raro. Acho interessante a passagem de tempo que vai acontecer, isso é algo que pode inclusive evitar a barriga da 1 fase de que tanto o pessoal tem medo, mas só vendo mesmo para ter certeza. Se a passagem do tempo for bem contada não verei nenhum problema nisso, coisas novas serão sempre bem-vindas. No mais, a novela ate o momento esta sendo muito bem contada, e pensar que depois ainda teremos Candinho de Walcyr Carrasco, o horario das 6 é o me menos deixa a desejar.
ResponderExcluirDas porcarias da globinho é a menos ruim(pelo que leio por ai).
ResponderExcluirUm grandioso fim de semana.
ResponderExcluirOlá Sergio!
ResponderExcluirSempre acompanho seu blog e gostaria de sugerir uma postagem falando sobre o bom momento de Os Dez Mandamentos e sobre a tão aguardada das pragas! Abraços, John
A novela é muito bem produzida e o elenco é grandioso, mas a história deixa a desejar e a narrativa é lenta. Fazendo uma média, considero uma novela mediana. A pior da Globo atualmente é I love paraisópolis que não tem nada de novela e mais parece o Zorra. A Regra do Jogo teve um bom começo e só esperando para ver no que vai dar. Já Verdades Secretas é a melhor do ano, grande trama e ritmo frenético.
ResponderExcluirNão vejo sempre, Sérgio. Apesar de achar Sete Vidas muito superior, concordo que essa é bem feita e a primeira fase é caprichada mesmo.Destaque especial para Irene Ravache que é um espetáculo de atriz.Um abraço.
ResponderExcluirAlgo a comentar...
ResponderExcluirSou apaixonada por essa novela. Aliás, por quase todas as novelas das seis. Geralmente são as produções mais caprichadas. Ultimamente é difícil ver uma boa comédia no horário das sete e as novelas do horário nobre geralmente trazem consigo temas polêmicos e muitas situações e conflitos tipo "barra pesada". Há muito tempo que não vemos um romance verdadeiramente atraente, daqueles que geram empatia junto ao público.
"I love Paraisópolis" é uma trama patife.
"Verdades Secretas" é uma trama interessantíssima, porém Carrasco derrapa com texto banal. Uma pena!
"A Regra do Jogo" ainda está chegando.
Sobre narrativa lenta, eu comentei aqui no primeiro post sobre "Além do Tempo" que esse é o estilo de Elizabeth Jim. Nem todos os novelistas conseguem imprimir um ritmo frenético em suas histórias. Novelas com ritmo frenético e com sucessão de viradas conseguem entreter, porém apresentam muitas inconsistências na narrativa, que terminam por frustrar o público mais atento.
Lícia Manzo nos presentou com "Sete Vidas" e agora Elizabeth Jim nos presenteia com "Além do Tempo". Duas tramas maravilhosas e com características clássicas e adequadas a uma boa teledramaturgia. Enredos de fácil aceitação junto ao público, bons personagens com ótimos diálogos, bons ganchos e sobretudo lindas histórias de amor e emocionantes conflitos familiares e sociais.
O título do post é totalmente adequado ao que tem sido "Além do Tempo" até agora.
Abraços...
Olá, Sérgio! Gosto muito do cuidado com os acabamentos dessa novela, tudo lindo, bem feito! Irene Ravache está dando um show de interpretação com seu jeito contido que revela no olhar sofrido que tem, sim, sentimentos. Abraços!
ResponderExcluirFala Sérgio !
ResponderExcluirAlém do Tempo se mostrou uma grata surpresa pra mim. Depois da muito boa Sete Vidas, estava totalmente desanimada com a idéia de ter em seguida uma novela da Jhim. Primeiro porque não gostei de nenhuma das novelas anteriores dela e depois porque não curto em geral novelas com temáticas espíritas porque sempre acaba sendo a mesma coisa : um grande amor que é impossibilitato e acaba atravessando vidas; depois um ou os dois reencarnam mais na frente pra conseguirem viver esse amor. Para. Repete. Mudam os cenários, mudam os atores e a época, mas a tônica é sempre essa. Além disso, em geral são histórias extremamente melodramáticas e chorosas. Não me apetecem muito.
Mas Além do Tempo conseguiu prender o meu interesse pelas “inovações” anunciadas `tradicional trama espírita. A começar pela ótima idéia das duas fases interligadas pelo uso dos mesmos atores (representando a reencarnação, segundo a visão da autora) e pelos dramas semelhantes. Isso por si ó já seria muito legal, mas quando li que a idéia da autora é trocar o papel dos sofredores e dos carrascos na segunda fase, achei tudo ainda mais genial. Tá aí um exemplo de como explorar uma idéia abstrata e interessante com um instrumento narrativo inovador. Se conseguirem fazer direitinho, vai ser o máximo !
Muito legal também, é o fato de a história girar em torno de um relacionamento não-romântico saindo da mesmice que eu já citei de outras tramas espíritas. Os mocinhos Lívia e Felipe ficam quase em segundo plano e dão espaço para o desenvolvimento de várias outras histórias e romances… Gostei da não-saturação do casal nessas primeiras semanas. Sinceramente acho que o funcionamento do casal nesse núcleo principal parece irrelevante pra mim. Não acho que a história precise tanto deles assim. Ainda têm outros casais mais interessantes e que me agradam mais. Nesse sentido diria que a parte romântica não está nem um pouco cansativa, na minha opinião.
Bom, é isso.
Assisto Além do Tempo menos do que gostaria, mas do pouco que já vi gostei. Ter Alinne Moraes e Paolla Oliveira como personagens centrais já me faz ter vontade de assistir. E acho essa ideia da reencarnação no presente muito inovadora, acho que isso ou vai ser bom demais ou ruim demais. Estou ansioso por essa passagem. Elizabeth Jhin parece que está inspirada depois daquele sonífero que foi Amor Eterno Amor. Escrito nas Estrelas também começou ótima, mas na metade da trama criou uma barriga sem fim e espero que Além do Tempo não sofra disso. A novela dela que eu mais gostei foi Eterna Magia, justamente a mais criticada. Pena que tiraram toda a magia da novela com o tempo.
ResponderExcluirAbraços
Sergio realmente foi poreu estar te seguindo no twitter e ler os seus posts que me fizeram olhar com mais atençao p alem do tempo. Na verdade foi nessa semana que deu um estalo e agora ha menos de um mes para entrar na segunda fase estou bem atenta e curtindo.
ResponderExcluirO cenario indumentaria estao deslumbrantes isso realmente é um espetaculo.
Um bj e : #DEOLHONOSDETALHES :)
Concordo, Patrícia.
ResponderExcluirEntendo, Livian.
ResponderExcluirTomara, Zilani.
ResponderExcluirMt obrigado, Fernanda. Tb acho Sete Vidas melhor, mas essa é mt boa.
ResponderExcluirSerá uma ousadia, Samara.
ResponderExcluirMt bom seu comentário, Thamires. Concordo.
ResponderExcluirTem tudo msm, Maria. E é verdade, o objetivo é esse, mas ainda assim ,poderia ao menos juntá-los de vez em quando. A passagem de tempo será bem ousada, vamos ver no que vai dar. bjs
ResponderExcluirVdd, anonimo.
ResponderExcluirConcordo, livewere lu. A Sete Vidas foi bem substituída. Substituiu a péssima Boogie Oogie e foi substituída por uma boa. Tb não gostei de Amor Eterno Amor, mas essa tá mt bem feita. Tb acho que essa mudança de fase pode ser benéfica e será ousada, fato. bjsssss
ResponderExcluirPra vc tb, poesias.
ResponderExcluirJohnatan, aceitei a sugestão e já postei. abçs
ResponderExcluirConcordo que a pior da Globo é I Love Paraisópolis e a melhor Verdades Secretas, Jânio.
ResponderExcluirIrene é grandiosa, OX. abçs
ResponderExcluirObrigado, F Silva. Ótimo comentário e concordo com vc. Só discordo no texto do Walcyr que não acho banal e acho a novela a melhor do ano, mas tirando isso estou de acordo. E a novela está mt boa.
ResponderExcluirPerfeito, Bia .bjs
ResponderExcluirOi Raquel. Se mostrou uma grata surpresa pra mim tb, tá mt gostosa. E merece a boa audiência. Tb acho essa ideia da passagem de tempo, embora arriscada, genial. A autora tá conduzindo mt bem sua história. Tem sido bem agradável acompanhar.
ResponderExcluirEstou de pleno acordo, Ed. A novela dela que eu mais gostei tb foi Eterna Magia, a mais criticada. Mas essa tem td pra ser a melhor dela. E vc andava sumido. abçs
ResponderExcluirQue bom, Roberta. =) Vc é uma querida e tava sentindo sua falta. bjs
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