No dia 24 de outubro de 2014, a estreia de "Quatro por Quatro" completou vinte anos. A novela das sete que conquistou o público ficou marcada como uma das melhores tramas do horário e é a produção mais lembrada de Carlos Lombardi. A história, repleta de tiradas sarcásticas e sexuais ----- uma das marcas registradas do autor -----, apresentou 233 capítulos (o folhetim foi esticado pela Globo devido ao êxito) e fez um imenso sucesso do início ao fim, ficando nove meses no ar.
A missão da novela não era fácil. Afinal, estava substituindo o fenômeno "A Viagem", um folhetim que entrou na lista das melhores produções da Globo e foi um sucesso absoluto de audiência. Mas a bem escrita história de Carlos Lombardi soube conquistar o telespectador justamente através da comédia, gênero que foi pouco abordado na obra anterior. Com personagens populares e uma típica trama de vingança, a produção apresentou um conjunto de acertos.
As quatro protagonistas ------ brilhantemente interpretadas por Betty Lago, Elizabeth Savalla, Letícia Spiller e Cristiana Oliveira ----- tinham como objetivo a revanche. Humilhadas pelos seus respectivos homens, as mulheres se unem utilizando o lema 'Uma por todas, todas por uma".
Todas se conhecem em uma peculiar situação: um acidente de trânsito, onde uma bate no carro da outra. Elas acabam sendo presas por desacato e na cadeia descobrem que têm histórias de vida muito parecidas.
Abigail (Betty Lago) sempre lutou para manter seu casamento fracassado e foi humilhada pelo marido, o machista Gustavo, um famoso e respeitado médico, vivido pelo saudoso Marcos Paulo. Tatiana (Cristiana Oliveira) foi abandonada no altar pelo noivo picareta (Fortunato - Diogo Vilela). Auxiliadora (Elizabeth Savalla) foi trocada pelo marido Alcebíades (Tato Gabus Mendes) por uma mulher vinte anos mais nova (Elisa Maria - Lisandra Souto em seu melhor momento na carreira). Já Babalu (Letícia Spiller) flagrou o noivo mulherengo Raí (Marcello Novaes) com outra mulher.
Na cadeia, o quarteto combina o plano de vingança e o acordo é uma se vingar do ex da outra. Obviamente, a trama principal rende inúmeros conflitos, todos muito divertidos e atrativos, que movimentaram a novela. As quatro atrizes honraram o posto de protagonistas e tiveram uma sintonia incrível.
Betty Lago é uma figura sempre presente nas obras de Lombardi e este papel foi um dos melhores que o autor escreveu para ela. Elizabeth Savalla deu um show de atuação na pele da espalhafatosa Auxiliadora e vale destacar o momento que ela se disfarçou de mulata, virando a popular Maria do Socorro. Cristiana Oliveira convenceu interpretando uma mulher tímida e atrapalhada, cujo visual lembrava muito o de uma típica 'nerd'. Já Letícia Spiller fez de Babalu um fenômeno de popularidade e a personagem ----- a manicure esquentada e repleta de tiradas hilárias ----- foi a responsável pela guinada de sua carreira (lembrando que este era apenas seu segundo papel na televisão depois de ter brilhado como paquita da Xuxa.
Aliás, Letícia e Marcello Novaes formaram o melhor casal da novela, que até hoje é lembrado pelo público. Babalu e o mecânico Raí estão na lista dos melhores pares da teledramaturgia e a dupla protagonizou uma sucessão de cenas quentes, cheias de química, e com direito a muitas brigas também. O galinha, inclusive, é um tipo comum das histórias do autor: o descamisado mulherengo. Mas nenhum outro ator chegou perto da popularidade alcançada por Marcello. E a relação foi tão intensa que o romance da ficção migrou para a vida real.
Outro casal que se destacou foi o formado por Alcebíades e Elisa Maria, apelidada por Auxiliadora de Paquita Erótica. Tato Gabus Mendes protagonizou inúmeras cenas hilárias e o hipocondríaco personagem (que tinha pavor de doenças imaginárias) foi brilhantemente vivido por ele. Lisandra Souto teve grande sintonia com o colega de cena e também divertiu com sua perua fútil e interesseira.
Humberto Martins e a ainda criança Tatyane Goulart emocionaram com a trama do pai (Bruno) que lutava para conquistar a filha (Ângela), após tê-la abandonado quando nasceu, deixando-a com seu primo Gustavo. O marido de Abigail, aliás, não tinha caráter e fez de tudo para atrapalhar esta reconciliação, usando até mesmo a obcecada e perigosa Susana, que era perdidamente apaixonada por Bruno. A vilã manipuladora, inclusive, foi muito bem interpretada por Helena Ranaldi.
O Ralado (Marcelo Faria), amigo de Raí, foi mais um personagem que se destacou, formando um ótimo casal com Duda (Luana Piovani). É preciso lembrar ainda o entrosado casal Dona Fátima (Bete Mendes) e Seu Santinho (saudoso Jorge Dória), que eram pais de Babalu. E Danilo (Marcelo Serrado) era um rapaz que 'sofria' com o volume de sua calça de pijama cada vez que alguma mulher se aproximava dele. Outro tipo popular da trama.
Entre os bons nomes do elenco já citados, vale destacar também Drica Moraes, Tássia Camargo, Daniel Dantas, Françoise Fourton, Oswaldo Loureiro, Renata Fronzi, Marly Bueno, Neuza Borges e Bianca Byington. Uma curiosidade interessante é que o quarteto de protagonistas seria inicialmente vivido por Vera Fisher, Regina Duarte, Adriana Esteves e Malu Mader. Mas por vários motivos, todas acabaram recusando. E esta recusa foi a sorte grande de Betty Lago, Cristiana Oliveira, Elizabeth Savalla e Letícia Spiller, que fizeram bonito em cena.
"Quatro por Quatro" foi uma das melhores novelas de Carlos Lombardi e é a mais lembrada pelo público, sem dúvida. A abertura (cantada por Sandra de Sá) também foi marcante e a música 'Picadinho de Macho' fez muito sucesso, tocando em todas as rádios do país. A novela completou 20 anos em 2014 e sempre será divertido lembrar de como esta história foi gostosa de ser acompanhada.
ResponderExcluirOlá Sérgio,
Não vi 'Quatro por Quatro', mas acompanhei 'A Viagem', que foi uma excelente novela.
Pelas suas considerações pode-se depreender que a novela de Carlos Lombardi foi mesmo uma ótima trama. Vinte anos já? Tô 'bege'!-rsrs. Como o tempo passa rápido ... Ó céus!!!
Adorei ler e tomar conhecimentos dos detalhes da novela em foco.
Beijo.
Essa foi a única novela desse autor que prestou. Depois ele só escreveu porcaria repetitiva. Mas essa fez um merecido sucesso.
ResponderExcluirSaudades dessa novela! Nem lembrava que ela substituiu A Viagem. Imagino o medo do autor pela responsabilidade. Mas deu tudo certo e essa trama foi uma típica novela das sete. Não me lembrava de muitos detalhes colocados por vc. Voltei no tempo.
ResponderExcluirEu era nova quando essa novela passou, mas me lembro que adora e a história era ótima. Foi bom relembrar, Sergio. bjs
ResponderExcluirRaí e Babalu formaram um dos melhores e mais divertidos casais das novelas. Eu era fã deles e a trama bobinha da vingança das mulheres divertia. Mas depois dessa novela o Lombardi só acertou com Uga Uga.
ResponderExcluirAmei essa novela. Última do Lombardi que prestou. Depois só escreveu bomba com aqueles homens descamisados e sempre com o Pasquim. E claro: Raí e Babalu formaram um dos melhores casais da década de 90
ResponderExcluirVinte anos passam rápido mesmo. Adorei a novela e guardo boas recordações. O papel do Tato Gabus Mendes era hilário. Foi um coadjuvante que cresceu bastante. As protagonistas eram ótimas e não sabia que outras atrizes tinham sido escaladas antes. Ótima postagem, Sérgio.
ResponderExcluirMuita boa a retrô. Essa novela foi mt gostosinha. Pena que depois esse autor tenha errado tanto.
ResponderExcluirSérgio, essa novela foi ótima porque as bobajadas do Carlos Lombardi ainda era uma novidade boa. Depois ele começou a se repetir e abusar das cenas de pancadaria, homens sem camisa, etc. Mas o personagem do Marcelo Serrado que ficava excitado era de muito mal gosto. Aliás, essa é uma característica desse autor, a vulgaridade. Mas Quatro por Quatro foi boa mesmo.
ResponderExcluirA melhor novela do Lombardi. A dramática e marcante A Viagem foi substituída por uma comédia leve e escrachada. Vc detalhou bem as principais tramas da novela. Uga Uga foi uma novela mediana e todas as outras dele foram ruins demais. Por isso a Globo não fez questão nenhuma de mantê-lo em seu casting.
ResponderExcluirSérgio,
ResponderExcluiressa foi uma das minhas novelas favoritas
Ótimo dia pra você.
Big beijos
Lulu on the Sky
O povo daquela época era mais livre. Podia fazer uma novela assim sem medo de nada. Agora hoje com essa leis de moral e bom costume ZzZzZzZ, as pessoas ficaram mais caretas e os autores de TV perderam a identidade e a liberdade de poder falar o que quiser na TV. Uma pena!
ResponderExcluirÓtima retrospectiva. Vc já relembrou muitas novelas boas e essa sua sessão toda quarta está cada vez melhor.
ResponderExcluirNovela muito divertida e com núcleos ótimos. Interessante notar que substituiu a viagem, o que mostra a preocupação de satisfazer um maior numero de gostos e estilos de novelas.
ResponderExcluirSergio, como já lhe disse em outra postagem, gosto muito quando você faz retrospectivas. Você nos traz grandes sucessos e nos faz relembrar, com propriedade, acertos e erros de antigas novelas. Essa entrou em momento complicado, pois a anterior marcou. E conseguiu merecido sucesso. Bjs.
ResponderExcluirO tempo voa, Vera... rs E A Viagem foi antológica. Novela espetacular. Bjss
ResponderExcluirAnônimo, discordo pq amei Uga Uga. Mas depois ele errou em todas mesmo. Pena.
ResponderExcluirFoi uma responsabilidade e tanto, né Ana? Mas tudo deu certo mesmo e mereceu dar certo pq foi uma novela boa demais. bjs
ResponderExcluirQue bom, Barbie. bjs
ResponderExcluirRaí e Babalu formaram um casal sensacional, anônimo. O melhor da novela de longe. Não por acaso fizeram tanto sucesso. E tb acho que depois Lombardi só acertou com Uga Uga.
ResponderExcluirTb amei, Lisandra. Mas tb fui fã de Uga Uga. Depois dessa é que não gostei mais de nenhuma dele.
ResponderExcluirObrigado, Fernanda. Nossa, como eu me divertia com o Alcebíades. Considero até esse papel o melhor do Tato Gabus Mendes. Ele e a Paquita Erótica eram geniais. rs bjsss
ResponderExcluirValeu, anônimo.
ResponderExcluirSerá, Andressa? Mas eu fui mt fã dessa novela. Essa trama do personagem do Serrado eu tb achava de mal gosto. Mas no geral a novela era mt boa. Só que é verdade, a questão dos descamisados e das pancadarias viraram marcas do autor. bjs
ResponderExcluirQue bom que gostou, Anônimo. Eu amei Quatro por Quatro e Uga Uga. Mas depois detestei Kubanakan e Pé na Jaca, que só tinha o núcleo do Murilo Benício como atrativo .
ResponderExcluirÓtimo dia pra vc tb, Lulu. bj
ResponderExcluirTudo ficou mais careta com esse maldito politicamente correto, Vitor. abçs
ResponderExcluirQue bom que tá gostando, Ulisses. abçs
ResponderExcluirÉ verdade, Ricardo. Isso é curioso. Foram duas novelas de sucesso e com tramas e estilos completamente diferentes.
ResponderExcluirFico feliz que goste, Marilene! Faço pra vcs mesmo. bjssss
ResponderExcluirQuatro por Quatro foi muito divertida e seu sucesso foi merecido, Sérgio. Mas o grande destaque ficou por conta de Letícia Spiller e Marcelo Novaes com Babalu e Raí. Também adorei a Betty Lago, Helena Ranaldi (primeiro papel de destaque), Drica Moraes, Bete Mendes, etc. O único defeito da trama, talvez, tenha sido seu tamanho. Foi muitooooo longa. Mas de resto, considero mais uma grande novela das 19h.
ResponderExcluirNão gostei dessa novela, acho que o auge do Lombardi foi na década de 80 com a maravilhosa Vereda Tropical e a moderninha bebe a bordo. Ainda mais que essa substituiu a incomparável A Viagem.
ResponderExcluirAlexandra, alongaram por causa do sucesso que fez. E os grandes destaques foram mesmo Letícia e Marcello. Viraram o casal protagonista. Mas o elenco todo era mt bom.
ResponderExcluirSem problema, anônimo.
ResponderExcluirGrande momento de Tato Gabus e Lizandra Souto
ResponderExcluiradorava o Alce kkkkkkkk
Ahhhhhhhhhh
ResponderExcluire você esqueceu de lembrar o arraso que foi Bety Lago disfarçada de Calpurnia kkkkkkkkk
Saudades. ..
Tb adorava Tato e Lizandra, Claudio. Boa lembrança desse disfarce da Betty! Saudade msm.
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ResponderExcluirO Lombardi só errou em pé na jaca... Pois tanto Uga Uga quanto Kubanacan tiveram ótimos índices de audiência tanto que as duas foram espichadas e devolveram a audiência que tava sumida antes dessas novelas no horário das 19h.
ResponderExcluirLombardi é o cara...e o resto é gente careta sem senso de humor