quinta-feira, 31 de julho de 2014

"Boogie Oogie": o que esperar da próxima novela das seis?

A próxima novela das seis da Globo, que substituirá a lúdica "Meu Pedacinho de Chão", será de um estreante: Rui Vilhena. Argumentista português, o autor ---- que nasceu em Moçambique e passou a infância e adolescência no Rio e em Niterói ---- escreveu várias novelas para a RTP (empresa estatal portuguesa que inclui rádio e televisão públicas) e foi convidado por Aguinaldo Silva para ser um de seus colaboradores em "Fina Estampa" (2011). Após esta experiência, Rui acabou ganhando a chance de lançar um folhetim seu na emissora. A partir de então, nasceu "Boogie Oogie".


A história será passada na década de 70, trazendo de volta a discoteca, que fez tanto sucesso na época de "Dancin `Days". Aliás, esta característica acabou provocando comparações com a novela da Record, "Pecado Mortal", de Carlos Lombardi, recém-terminada, que também abordou a década em questão. Mas polêmicas à parte, a trama se beneficiará muito do período que usará como pano de fundo, uma vez que a trilha sonora marcou muitas gerações, assim como a moda, costumes, enfim.

Porém, as limitações da Classificação Indicativa atrapalharão a veracidade da obra. O uso de drogas (comum nos anos 70), por exemplo, não será mostrado, assim como bebidas alcoólicas e cigarro. As imposições do Ministério da Justiça, lamentavelmente, continuam prejudicando a produção de vários folhetins e agora não será diferente.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Os vencedores da 16ª edição do "Prêmio Contigo"

A décima-sexta edição do "Prêmio Contigo!" de Televisão aconteceu nesta segunda-feira (29/07), no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Encerrando a leva de prêmios das produções referentes ao ano de 2013 ---- embora tenha contado também com algumas indicações de 2014 ----, a premiação da revista mais uma vez esbanjou luxo e reuniu vários artistas do cenário nacional. Não houve muita surpresa entre os vencedores e a maioria das escolhas foi justa.


Ao contrário do que ocorreu nos anos anteriores, não houve transmissão do evento pela internet, o que prejudicou o acompanhamento do grande público. No entanto, através de várias fotos e divulgação dos premiados, o telespectador foi informado sobre tudo o que ocorria na festa. Apresentado por Taís Araújo e Lázaro Ramos, a premiação começou com a categoria Melhor Atriz Coadjuvante. E, mais uma vez, Elizabeth Savalla saiu vencedora pela sua brilhante atuação em "Amor à Vida", na pele da ex-chacrete Márcia. Ela disputou com Bruna Linzmeyer ("Amor à Vida"), Carla Cabral ("Pecado Mortal"), Giovanna Antonelli ("Em Família"), Tainá Muller ("Em Família") e Mariana Rios ("Além do Horizonte").

A segunda categoria foi Melhor Ator Coadjuvante. E Thiago Fragoso faturou graças ao seu Carneirinho, de "Amor à Vida". Niko foi um personagem ótimo, protagonizou ao lado de Félix um beijo histórico, e o ator o defendeu com competência, tendo novamente seu talento reconhecido.

terça-feira, 29 de julho de 2014

"Geração Brasil": uma novela com muito concurso e pouca história

Acabou a Copa do Mundo e a novela já está praticamente na metade. Não há mais desculpa. "Geração Brasil", infelizmente, não conseguiu se sustentar por muito tempo. Após uma estreia empolgante, a trama de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira começou a apresentar claros problemas no enredo, ou melhor, na falta dele. E à medida que os capítulos foram sendo exibidos, principalmente depois do período conturbado da Copa, foi possível constatar que há história de menos e concursos demais.


Isso porque até agora não houve uma trama ou um conflito que prenda a atenção do telespectador. O único personagem que apresenta algum drama é Jonas Marra (Murilo Benício). O protagonista é uma espécie de Steve Jobs brasileiro, construiu um império da tecnologia e descobriu que tem um aneurisma inoperável que pode matá-lo a qualquer momento. Porém, o personagem não se desenvolve e fica preso a situações repetitivas, como suas eternas discussões com a mãe (Gláucia Beatriz - Renata Sorrah) e idas e vindas com Pâmela (Cláudia Abreu), por exemplo.

Já os demais personagens (e são muitos, pois é elenco é grande) ficam soltos na novela, sem muita função. Manuela (Chandelly Braz) e Davi (Humberto Carrão) formam o casal protagonista mas não há conflitos na relação e nada que desperte algum interesse. Megan (Isabelle Drummond) tem como única função correr atrás de Davi e provocar sua rival.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

O talento de Osmar Prado

Osmar Prado é um dos grandes atores do país. Com uma carreira sólida no teatro, no cinema e na televisão, o ator tem bons motivos para comemorar o ano de 2014. Após se curar de um câncer nas amídalas, ele simplesmente voltou ao trabalho com todas as forças e foi escalado para duas produções que souberam aproveitar seu talento: "Amores Roubados" e "Meu Pedacinho de Chão".


Na microssérie exibida em janeiro deste ano, escrita por George Moura e Sérgio Goldenberg, dirigida por José Luiz Villamarim, Osmar deu vida ao poderoso e influente empresário Roberto Cavalcanti, que era traído por sua esposa Celeste. O ator deu um show de atuação na pele deste personagem e fez grandiosas cenas com Dira Paes, que interpretava sua mulher. Foram grandes momentos. E cerca de três meses depois, em abril, entrou na novela das seis, que já está perto de seu término.

Em "Meu Pedacinho de Chão", Osmar Prado pôde mais uma vez crescer em cena vivendo um poderoso coronel. No caso, o Coronel Epaminondas, que inicialmente aparentava ser o grande vilão da história, mas depois acabou virando apenas um velho reclamão e rabugento, com bons toques de comicidade.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Marjorie Estiano: o grande destaque da primeira fase de "Império"

A estreia de "Império" foi promissora. A primeira fase da novela já estava prometendo com atrativas chamadas e os quatro capítulos correspondentes honraram as qualidades apresentadas. Reginaldo Faria e Regina Duarte fizeram excelentes participações, Chay Suede convenceu na pele de José Alfredo jovem, enquanto que Vanessa Giácomo deu um show vivendo a doce e sofrida Eliane, não lembrando em nada a demoníaca Aline, de "Amor à Vida". Mas entre todas estas boas atuações, é preciso fazer jus ao desempenho grandioso de uma atriz que mais uma vez comprovou sua competência: Marjorie Estiano.


Escalada para viver a vilã Cora na primeira fase, Marjorie honrou a confiança de interpretar uma das personagens mais importantes da história de Aguinaldo Silva e que já está sendo interpretada pela grande Drica Moraes na segunda fase, iniciada nesta quinta-feira (24/07). Assim que surgiu no primeiro capítulo, a atriz já mostrou que roubaria a cena na pele de um perfil muito bem construído pelo autor. E de fato roubou.

Rancorosa, amargurada e fria, a personagem não pode ser classificada como uma simples vilã. Afinal, apesar de todas as características citadas e de ter arruinado o romance de Eliane com o cunhado José Pedro, a mulher mostrou uma preocupação extrema por sua irmã, a defendeu do agressivo marido (Evaldo - Thiago Martins) e,

quinta-feira, 24 de julho de 2014

"Meu Pedacinho de Chão" e a hipocrisia do Ministério da Justiça

Recentemente, foi noticiado em vários veículos da imprensa que o Ministério da Justiça passou a 'monitorar' "Meu Pedacinho de Chão", ameaçando proibi-la de ser classificada como 'Inadequada para menores de 10 anos', alterando para 'Inadequada para Menores de 12 anos', o que implicaria na proibição de sua exibição antes das 20h. A notícia é absurda por si só e acaba expondo a hipocrisia que reina nas vigilâncias em cima de atrações televisivas, que nada mais são do que uma espécie de censura disfarçada com um nome mais pomposo.


O argumento do Ministério da Justiça para a nova classificação do remake é a exibição de cenas de drogas lícitas (no caso o álcool). Isso porque há algumas sequências onde personagens, como Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi) e Coronel Epaminondas (Osmar Prado), bebem cachaça enquanto conversam em casa ou no bar. A Globo se comprometeu a tomar 'cuidado' para evitar a reclassificação.

Mas de acordo com o histórico do Ministério, toda esta 'polêmica' não dará em nada, até porque o remake escrito por Benedito Ruy Barbosa e dirigido por Luiz Fernando Carvalho chegará ao fim em agosto. Então nem haverá tempo hábil para qualquer medida e ainda que houvesse, ela também não seria tomada.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

"Tudo Pela Audiência": um divertido deboche aos formatos apelativos da televisão brasileira

Apostando mais uma vez no humor, após o grande lançamento do sitcom "Vai que Cola" em 2013, o Multishow estreou um novo programa na terça-feira da semana passada (15/07): o "Tudo Pela Audiência". Comandado por Tatá Werneck e Fábio Porchat, a atração tem uma proposta muito criativa: expor todas as apelações que costumam permear os canais abertos, satirizando vários programas de auditório que usam todos os subterfúgios possíveis com o intuito de elevar os índices do Ibope.


A ideia é ótima e o título do programa é extremamente apropriado. Afinal, o que se vê na atração é realmente um conjunto de situações apelativas com a intenção de elevar a audiência. Mas este conjunto nada mais é do que uma soma de vários programas de auditório conhecidos do grande público e que lutam diariamente (ou semanalmente) por uns pontos a mais no Ibope. O intuito é debochar das fórmulas já desgastadas mas que, por incrível que pareça, ainda funcionam.

São vários quadros apresentados ao longo do programa, que tem uma hora de duração e é exibido de segunda a sábado, às 22h30. Entre eles, há o 'Pra quem você tira o pastel?" ----- quadro que faz uma sátira ao 'Pra quem você tira o Chapéu', do 'Programa Raul Gil', do SBT -----, onde o convidado escolhe um pastel (dentro de cada um há o nome de alguém ou alguma coisa, no mesmo esquema do quadro original), que está grudado no corpo de uma mulher com um biquíni minúsculo.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Com trama central atraente e todos os ingredientes de uma boa novela, "Império" tem ótima estreia

A missão não é simples: elevar os baixos índices de audiência obtidos durante a exibição da problemática "Em Família" no horário nobre da Rede Globo. Porém, o primeiro capítulo de "Império", que estreou nesta segunda-feira (21/07), foi bastante animador e a história mostrou potencial para alcançar este árduo objetivo. A primeira fase (que terá quatro capítulos), passada na década de 80, começou a ser contada e todos os clichês de um bom folhetim estão presentes.


A novela começou com uma cena no Monte Roraima (localizada na América do Sul, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana), com José Alfredo (Alexandre Nero) mostrando para sua filha favorita (Maria Clara - Andreia Horta) um local que é sagrado para ele ---- pois lá está uma cruz com o nome de Sebastião Ferreira (Reginaldo Faria), o homem que lhe deu tudo na vida. Depois desta sequência, há uma ida ao passado ---- recurso que já virou um dos maiores clichês das novelas e minisséries da Globo ----, onde toda a trama do protagonista, que enriqueceu e virou o dono de uma grande rede de joalherias --- chamada Império ---, se inicia.

José Alfredo procura abrigo na casa do irmão Evaldo (Thiago Martins) e da cunhada Eliane (Vanessa Giácomo), no Rio de Janeiro, em busca de uma oportunidade na cidade grande. Mas ao invés de arrumar um emprego, ele acaba encontrando um amor. E a mulher amada é justamente a esposa de seu irmão, que corresponde ao sentimento.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Luiz Fernando Carvalho acerta novamente ao inserir a chegada do inverno em "Meu Pedacinho de Chão"

"Meu Pedacinho de Chão" não é uma novela movimentada, pelo contrário, há uma escassez de acontecimentos relevantes. O ritmo é muito devagar e a história contada não apresenta muitas possibilidades de conflitos. Portanto, provocar uma virada em uma trama deste tipo é praticamente impossível. Mas, surpreendendo a todos, Luiz Fernando Carvalho conseguiu dar um novo fôlego à novela com a chegada do inverno.


Em mais uma sequência de encher os olhos, o diretor apresentou para o telespectador uma sucessão de imagens lindíssimas, com a neve começando a cair, cobrindo toda a Vila de Santa Fé, para a surpresa e alegria dos personagens. Os flocos brancos vindos do céu, ao som de uma tocante trilha, eram pura poesia. E o bonito momento serviu para marcar uma espécie de nova fase da trama; só que ao invés de ocorrer alguma reviravolta no roteiro, houve uma drástica mudança em toda a estética da produção.

Toda a cidade cenográfica ficou coberta de neve e gelo (artificiais, obviamente), e todo o colorido forte cedeu espaço para cores mais suaves e gélidas. O mesmo aconteceu com o figurino dos personagens, que passaram a usar roupas ainda mais espalhafatosas e incrementadas, como se todos estivessem no Polo Norte.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Repleta de problemas, "Em Família" chega ao fim marcada como a pior novela de Manoel Carlos

Para o alívio da Globo e de muitos atores envolvidos, chegou ao fim, nesta sexta-feira (18/07), "Em Família". A última novela de Manoel Carlos, lamentavelmente, não fez jus ao seu respeitado currículo, foi repleta de problemas, não conquistou o público, não repercutiu, e terminou sendo o pior Ibope da história do horário nobre da emissora (tendo uma média ainda pior do que o fracasso "Salve Jorge"). Sem dúvida, um trabalho para ser esquecido, mas que acaba ficando marcado como o pior folhetim de Maneco.


A história, que teve três fases, começou num ritmo muito arrastado, desanimando quem assistia. O equívoco da parceria Maneco/Jayme Monjardim voltou a ficar evidente. Mas a segunda fase ---- com o surto de Laerte, que enterrou Virgílio vivo, provocando uma virada na trama ---- apresentou bons conflitos, fortes cenas e despertou interesse em relação aos futuros acontecimentos que a novela apresentaria na terceira fase. Entretanto, assim que a terceira parte foi iniciada, vários problemas foram ficando bem claros. 

Além do ritmo ter voltado a ficar muito arrastado, a questão das idades dos personagens ficou inverossímil. Vanessa Gerbelli (Juliana) foi escalada para viver a tia de Júlia Lemmertz (Helena), que por sua vez era filha de Natália do Vale. Já Thiago Mendonça foi escolhido para viver Felipe, o irmão de Clara, um rapaz mais velho que Giovanna Antonelli, e Ana Beatriz Nogueira foi colocada como mãe de Gabriel Braga Nunes.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

"Império": o que esperar da próxima novela das nove?

Autor de sucessos como "Tieta", "Pedra sobre Pedra" e "Senhora do Destino", Aguinaldo Silva terá a chance de voltar aos bons tempos com "Império", próxima novela das nove. Substituta da fracassada e problemática "Em Família", a nova trama terá que aumentar o baixíssimo Ibope do horário nobre e, por tudo o que tem sido visto nas chamadas, a chance de elevar os índices é bastante alta.


Aguinaldo parece disposto a escrever um novelão. Ele mesmo chegou a dar esta declaração várias vezes. O autor tem um grande currículo, mas tem errado em suas últimas produções. "Duas Caras" foi uma trama com muitos problemas e deixou a desejar; a série "Lara com Z" (derivada da boa "Cinquentinha" ---- seu último acerto até então) foi uma bobagem e a novela "Fina Estampa" foi um festival de situações constrangedoras, culminando em um deboche final, que riu da cara do telespectador. 

Agora, com "Império", após algumas desconfianças iniciais, Aguinaldo parece inspirado. As chamadas estão bem atrativas e a história terá duas fases (a primeira com três capítulos). Os primeiros capítulos, ambientados em 1989, acompanharão a chegada de José Alfredo (Chay Suede/Alexandre Nero), vindo do nordeste, à casa do irmão, Evaldo (Thiago Martins), em Santa Tereza, no Rio de Janeiro.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Com personagens carismáticos e bons dramas adolescentes, "Malhação Sonhos" apresenta um começo promissor

Após um período de recesso para a exibição dos jogos da Copa do Mundo, "Malhação" voltou ao ar nesta segunda-feira (14/07), com uma nova temporada chamada de "Malhação Sonhos". Dirigida por Luiz Henrique Rios, e escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, com supervisão de texto de Glória Barreto, a vigésima-segunda temporada estava prometendo uma boa história através de atrativas chamadas. E pelo que está sendo visto até agora, a boa impressão causada pôde ser confirmada.


O primeiro capítulo já começou com um número musical, evidenciando uma das principais características da nova fase. A música estará bem presente e para isso escalaram muitos atores oriundos de musicais no teatro. Mas este não será o único meio explorado pelos autores. A luta e as artes também farão parte da trama através de um Galpão que abriga a Escola de Artes Ribalta e o Centro de Artes Marciais do Gael (Eriberto Leão). Todos os personagens permearão estes três cenários e o objetivo de cada um será distinto: tem o lutador, a atriz, a cantora, quem tem domínio em duas das modalidades citadas, enfim.

A ideia é muito bem vinda, principalmente porque na atual temporada não terá escola, principal pano de fundo de várias temporadas, inclusive na bem-sucedida fase de 2012, escrita pela mesma equipe. O meio escolar foi bem substituído e por vários elementos muito ricos para o enredo.

terça-feira, 15 de julho de 2014

"O Rebu" estreia esbanjando luxo e qualidade no horário das onze

Após muita expectativa provocada pelas instigantes e impecáveis chamadas, estreou, nesta segunda-feira (14/07), "O Rebu". Escrito por George Moura e Sérgio Goldenberg, dirigido por José Luiz Villamarim e com fotografia de Walter Carvalho (a mesma equipe dos sucessos "O Canto da Sereia" e "Amores Roubados"), o remake de Bráulio Pedroso apresentou um primeiro capítulo grandioso, repleto de conflitos instigantes e que prendeu a atenção do início ao fim.


Esta primorosa trama foi uma verdadeira revolução na teledramaturgia há 40 anos e pôde-se constatar que continua sendo uma inovação e tanto. Passada em 24 horas, em sequência não cronológica, com conflitos se desenrolando em três tempos (as investigações da polícia, flashbacks de eventos ocorridos durante a festa, e acontecimentos em cima do passado dos personagens), a história de suspense exige atenção máxima do telespectador, especialmente neste remake de luxo, que terá bem menos capítulos do que a obra original ---- 36 ao invés de 112. E obviamente que várias alterações foram feitas, além da escolha da vítima e do assassino.

Logo no primeiro capítulo foi possível observar que os protagonistas mudaram de gênero. Isso porque em 1974, o anfitrião da grande festa, único pano de fundo para a trama, era Conrad Mahler (Ziembiski), que tinha uma relação aparentemente amorosa --- não havia nada claro devido ao período da Ditadura Militar e aos próprios tabus da época --- com seu protegido (Cauê - Buza Ferraz). Agora, a grande anfitriã é Angela Mahler (Patrícia Pillar), que tem uma relação forte e intensa com Duda (Sophie Charlotte), sua filha adotiva, embora nada envolvendo romance homossexual.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

"O Caçador": mais uma grande série brasileira que chegou ao fim

Com texto de Fernando Bonassi, Sérgio Goldenberg e Marçal Aquino, "O Caçador" ficou três meses no ar e chegou ao fim na última sexta-feira (11/07). Dirigida por José Alvarenga Jr. e Heitor Dhalia, a série, que contou a história de um policial que passou a viver clandestinamente, após sofrer uma grande injustiça e ter sua vida arruinada, começou já expondo toda a trama do protagonista, deixando os episódios seguintes focados quase que exclusivamente nas investigações que André (Cauã Reymond) fazia com seu trabalho de caçador de recompensas.


A fórmula era parecida com a usada em "Força-Tarefa", excelente série protagonizada por Murilo Benício, que tinha no comando praticamente a mesma equipe de roteiristas e o mesmo diretor (José Alvarenga Jr.). Porém, nesta produção, os dramas do protagonista eram bem mais pesados, assim como as cenas, repletas de terror psicológico e violência. E enquanto as investigações de André, para conseguir provar sua inocência, ficavam em segundo plano, as tramas policiais paralelas engrandeciam o seriado, prendendo  a atenção do público. 

Foram várias situações interessantes e bem desenvolvidas, onde André se colocava em sério risco para cumprir suas missões, em parceria com o também ex-policial Lopes (Aílton Graça), que trabalhava mais na procura de 'clientes' interessados em capturar ou achar alguém.

sábado, 12 de julho de 2014

Com um final surpreendente, "Segunda Dama" abre brecha para uma ótima segunda temporada

A série escrita e protagonizada por Heloísa Périssé ---- que também contou com a ajuda no roteiro de Paula Amaral e Isabel Muniz ---- terminou nesta quinta-feira (10/07). Com supervisão de texto de João Emanuel Carneiro e dirigida por Rogério Gomes, "Segunda Dama" começou repleta de todos os clichês dramatúrgicos que envolvem a história de irmãs gêmeas, mas chegou ao fim surpreendendo o telespectador.


A história de Marali e Analu foi muito bem construída e apresentada ao público aos poucos. Embora o primeiro episódio tenha deixado clara toda a trama da série, ao longo dos episódios foi possível observar que o passado das irmãs explicava toda a intensão da troca de identidade do presente. No início, não havia ficado clara a razão de Analu, a irmã rica e esnobe, ter proposto para Marali, a irmã pobre e ignorante, a inversão momentânea de papéis; entretanto, depois foi possível detectar a razão da vilã: assassinar a mãe de seu marido (interpretada magistralmente por Laura Cardoso, em uma participação especial), para que ele, como único herdeiro, passasse para a esposa todos os seus bens.

A grande virada da trama foi justamente quando Analu, vestida de Marali, empurra a senhora de cadeira de rodas em uma cachoeira, com o intuito de se livrar da inimiga, transformar Paulo Hélio (Dan Stulbach) no herdeiro e ainda incriminar a irmã gêmea, se livrando de qualquer suspeita, unindo o 'útil ao agradável'.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

O que esperar da temporada de 2014 de "Malhação"?

A próxima temporada de "Malhação, que estreia no dia 14 de julho, após o fim da Copa do Mundo. será escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, com supervisão de texto de Glória Barreto. Ou seja, a mesma equipe da ótima fase de 2012, que antecedeu a fraquíssima história de 2013, apelidada de "Casa Cheia", terminada recentemente. Portanto, as expectativas em cima da nova trama adolescente são bem altas.


Rosane e Paulo resolveram unir música, dança e esportes. Esta mistura será o foco principal da temporada, que se chamará "Malhação Sonhos". A união dos elementos se dará em uma fábrica de tecidos desativada, que abrigará a academia de artes marciais de Gael (Eriberto Leão) e a escola de artes Ribalta, comandada por Nando (Leo Jaime), personagem que volta ao ar após ter se destacado na bem-sucedida temporada de 2012, escrita pela mesma equipe de agora.

E obviamente que, como toda história adolescente, haverá romance, disputas, rivalidades e todas as questões que envolvem este universo. Sobre o elenco escalado, ainda não é possível tecer qualquer opinião, uma vez que os novatos precisarão mostrar, a partir da estreia, se foram ou não boas escolhas.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

"O Rebu": o que esperar da próxima novela das onze?

Desde que foi anunciado o remake da instigante novela de Bráulio Pedroso, exibida em 1975, houve uma grande curiosidade a respeito da produção desta história. Afinal, a trama foge do comum e na época foi uma verdadeira revolução na teledramaturgia. Isso porque o folhetim policial se resume em apenas um dia. Justamente o dia onde ocorre um assassinato durante uma festa de luxo, com todos os personagens presentes. A partir do fato, paira a dúvida sobre quem morreu e quem matou.


O instigante enredo desta vez será apresentado em apenas 37 capítulos, ao contrário dos 112 da obra original. E segundo os autores, obviamente para manter o suspense, a vítima será outra e não haverá mistério em cima de 'quem morreu', somente de 'quem matou'. Os 'teasers' do remake, anunciando a chegada de uma grande festa, seguidos de chamadas para lá de atraentes com um elenco grandioso e personagens misteriosos, despertaram interesse e o clima de suspense da obra promete ser um dos grandes atrativos.

Vale lembrar que George Moura foi autor da impecável microssérie "O Canto da Sereia", exibida em 2013, e da excelente minissérie "Amores Roubados", exibida em janeiro deste ano, onde ambas tinham uma boa dose de suspense e um clima de tensão constante.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Bons personagens, elenco talentoso e texto sarcástico seguem sendo os pontos fortes de "Pé na Cova"

A terceira temporada de "Pé na Cova" chegou ao fim nesta terça-feira (08/07) fazendo o mesmo sucesso das duas anteriores. E devido ao bom retorno da audiência, a Globo já garantiu a quarta temporada para janeiro de 2015. O fato da história escrita por Miguel Falabella ---- tendo colaboração de Artur Xexéo, Antonia Pellegrino, Alessandra Poggi, Flávio Marinho e Luiz Carlos Góes ----- ter estreado em janeiro de 2013 e ainda estar no ar é um feito e tanto, principalmente em um período onde a emissora tem evitado produzir séries muito longas, com exceção de "A Grande Família" (em seu último ano) e "Tapas & Beijos".


Mas na terceira temporada ficou mais evidente que o que sustenta a série é o texto. Repleto de críticas subliminares, acidez, deboche, escárnio e muito trocadilhos em torno dos erros de português dos personagens, a história diverte ao mesmo tempo que faz refletir a respeito de muitas mazelas sociais e problemas sócio-culturais do país. Este é o ponto forte da produção  e o maior merecedor de elogios. Miguel Falabella é um gênio da escrita e comprova isso sempre que se propõe a escrever um seriado cômico ou uma novela (gênero que segundo ele nunca mais irá se aventurar).

E obviamente que o elenco muito bem escalado (que foi crescendo ao longo das temporadas) é outro ponto forte de "Pé na Cova". Sabrina Korgut (Adenóide), Lorena Comparato (Abigail), Luma Costa (Odete Roitman), Mart`nália (Tamanco), Falabella (Ruço), Maurício Xavier (Marcão/Marcassa), Alexandre Zacchia (Juscelino), Karin Hills (Soninja), Karina Marthin (Giussandra), Marcelo Picchi (Deputado Sebonetti),

terça-feira, 8 de julho de 2014

As Helenas de Manoel Carlos

Uma das marcas de Manoel Carlos é, sem dúvida, a presença de uma personagem chamada Helena em suas obras. A primeira novela do autor, curiosamente, se chamava "Helena" (1952 - TV Paulista) e era baseada no romance homônimo de Machado de Assis. Mas ainda não tinha relação alguma com as nove mulheres que viriam a marcar presença em seus futuros folhetins.


A primeira Helena foi em "Baila Comigo" (1981). Vivida brilhantemente pela grande Lilian Lemmertz, a personagem deu à luz gêmeos (vividos por Tony Ramos), mas não pôde criá-los ao lado do pai (Joaquim Gama - Raul Cortez). Para 'resolver' a dura questão, entregou um deles a Joaquim e o outro criou com seu marido, Plínio Miranda (Fernando Torres). O forte enredo dramático proporcionou grandes cenas para todos os atores envolvidos, incluindo, claro, a saudosa Lilian. Não por acaso, o forte papel presenteou a atriz com inúmeros elogios à sua atuação.

Após este seu bem-sucedido trabalho, Maneco escreveu duas novelas que não contaram com uma Helena: a conturbada "Sol de Verão" (1982) e "Novo Amor" (1986 - Rede Manchete). Mas foi a partir de "Felicidade" que o autor passou a inserir a sua controversa protagonista em todas as suas histórias. No folhetim exibido em 1991, Maitê Proença foi a atriz escolhida para interpretá-la e convenceu na pele de

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Após início problemático, "SuperStar" evolui e encerra primeira temporada com saldo positivo

O reality musical que estreou no começo de abril, mirando no sucesso do "The Voice Brasil", chegou ao fim neste último domingo (06/07). O "SuperStar" encerrou sua primeira temporada com uma final onde todos já sabiam o resultado, mas que nem por isso deixou de ter ótimos momentos, com shows muito bons de todas as bandas finalistas. Vencida pela "Banda Malta" ---- tendo "Jamz", "Suricato" e "Luan e Forró Estilizado" como adversários ----, que mostrou superioridade desde a primeira apresentação (ela foi, inclusive, a primeira banda aprovada desta edição), a disputa musical já tem uma segunda temporada garantida para 2015.


O programa (oriundo de um formato israelense) sempre teve uma boa premissa e a escolha da equipe para comandá-la foi muito interessante: Fernanda Lima, André Marques e Fernanda Paes Leme foram os apresentadores, com maior destaque para Fernanda, enquanto que Ivete Sangalo, Dinho Ouro Preto e Fábio Jr. foram os jurados. Entretanto, no início não houve um bom entrosamento e a desorganização da atração ficou evidente. Os jurados falavam ao mesmo tempo, poucos eram os comentários relevantes, e os apresentadores pareciam perdidos.

Para culminar, as regras apresentadas eram muito confusas e foram sendo mudadas ao longo dos domingos, sem qualquer tipo de aviso com antecedência. Muitas vezes, a própria Fernanda Lima se mostrava surpresa com alguma nova regra dita em seu ponto eletrônico ---- recurso que quase todo apresentador usa, para saber através do diretor (a) a hora de ir para o comercial, etc.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Bruna Linzmeyer e Irandhir Santos emocionam com o casal Zelão e Juliana em "Meu Pedacinho de Chão"

Foi ao ar nesta semana uma das cenas mais aguardadas de "Meu Pedacinho de Chão". Após uma verdadeira saga acompanhando o amor platônico de Zelão (Irandhir Santos), o telespectador finalmente viu o capataz e Juliana (Bruna Linzmeyer) trocando um beijo apaixonado. E valeu a pena esperar. A cena foi linda, poética e os atores emocionaram, comprovando o acerto deste par romântico.


O empregado do Coronel Epaminondas (Osmar Prado) se encantou com a professorinha assim que a viu e graças a este amor arrebatador, o introspectivo e amargo homem abriu seu coração, mudando de postura. Se antes ele obedecia cegamente aos desmandos do seu patrão, depois deste encantamento, passou a enxergar as coisas com outros olhos. Tanto que não teve coragem de incendiar a escola onde Juliana daria aula. A partir de então, o público começou a acompanhar a saga de um apaixonado, que sofria constantemente pela mulher que julgava inalcançável.

Com o tempo, a professora foi percebendo o interesse de Zelão, e aos poucos gostando da ideia. Uma das cenas mais bonitas da novela, inclusive, é o momento em que Nando (Johnny Massaro) lê a carta que Juliana escreveu para o capataz, em resposta ao bilhete que o filho de Mãe Benta (Teuda Bara) mandou

quinta-feira, 3 de julho de 2014

O que há de errado em "Geração Brasil" ?

As chamadas de "Geração Brasil" prometiam uma ótima novela das sete. Os autores de "Cheias de Charme" pareciam inspirados com a nova trama e a expectativa para a estreia era alta. O primeiro capítulo honrou toda a espera: repleta de personagens populares, mostrando o mundo da tecnologia e se aproveitando do mundo digital que está em voga, o folhetim parecia promissor. Mas após umas duas semanas, os problemas já começaram a surgir.


Prejudicada pela Copa do Mundo, a novela precisou ficar uns dias fora do ar. Para resolver a questão, os autores foram muito criativos: criaram o reality Geração Brasil, para promover o sucessor do grande empresário Jonas Marra (Murilo Benício). Entretanto, até o reality começar, a novela ficou claramente enrolando a história. Mas quando a competição se iniciou, a impressão era de que a trama ia começar de fato, até porque o folhetim começou sendo contado no tempo passado e a partir de então tinha chegado no presente.

Entretanto, o reality show, que começou divertido, ficou cansativo e desinteressante. Já com esta fase fraca, a história precisou de uma pausa para a Copa e novamente Filipe Miguez e Izabel de Oliveira mostraram criatividade para o período de ausência da obra: fizeram Manu (Chandelly Braz) e Davi (Humberto Carrão) lançarem um desafio diário para o público através do aplicativo 'Filma-e', onde o telespectador

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Com uma ótima primeira temporada, "Questão de Família" engrandeceu a grade do GNT

Se aprimorando cada vez mais na produção de séries, o GNT encerrou nesta quarta-feira (02/07) "Questão de Família", uma de suas melhores produções. A história semanal ---- produzida pela Atitude Produções, de Mariza Leão, e escrita por Rodrigo Lages e Sérgio Rezende ---- estreou no dia 9 de abril e chegou ao fim honrando as qualidades apresentadas no início de sua exibição. A trama de um juiz de vara de família, que se vê envolvido em vários problemas familiares e dilemas amorosos, foi muito interessante de se acompanhar.


Pedro Fernandes é um tipo controverso e foi muito bem interpretado por Eduardo Moscovis. Ao mesmo tempo que o juiz esbanja ética na hora de fazer seus julgamentos, simplesmente segue às escondidas várias pessoas envolvidas nos processos julgados por ele. O intuito é investigar a rotina dos envolvidos e verificar quem é o mais certo para poder julgar com mais segurança e realmente fazer justiça. A atitude nada ética é uma espécie de vício que não consegue ser eliminado. Ao longo dos episódios, foi curioso vê-lo muitas vezes em situações perigosas e desconfortáveis.

E o principal drama do protagonista era sua família. Na infância, seu autoritário e violento pai (Fernandes) não lhe dava carinho e ainda vivia brigando com a mulher, mãe de Pedro e Marcos (Iano Salomão), que o traía e ainda abandonou a família tempos depois. A vivência difícil nunca foi esquecida e sempre surgia em sua mente.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Beijo de Clara e Marina na novela "Em Família" comprova que o tabu foi quebrado em "Amor à Vida"

Nesta segunda-feira (30/06), foi exibido na novela "Em Família" um selinho entre Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Muller). A fotógrafa pediu a namorada em casamento, as duas se emocionaram e trocaram um beijo que deixou muito a desejar. Pareciam duas amigas e não um casal. A cena foi fraca e sem emoção. Porém, as atrizes não tiveram culpa e se saíram muito bem no que foi proposto, pois o problema do par se deve exclusivamente ao autor, que não soube desenvolver a história adequadamente. Impossível se envolver com este romance. Clara se comporta feito uma adolescente boba e Marina se mostrar romântica depois de ter ficado evidente que ela era uma mulher prática, e até excessivamente sexual, não deu para engolir.


E em relação ao beijo, segundo Manoel Carlos, este foi o mais 'leve'. O de maior intensidade será exibido ao longo dos próximos capítulos da trama. Mas deixando a questão do casal 'Clarina' de lado, é preciso constatar que um dos maiores tabus que cercavam as novelas da Globo foi quebrado definitivamente por "Amor à Vida", através do sucesso do par Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso), que arrebatou o público. O beijo exibido no último dia da história de Walcyr Carrasco foi antológico, emocionante, e ainda serviu para acabar de uma vez (pelo menos é o que se espera) com a inútil polêmica que assombrava todo romance homossexual na ficção.

Voltando no tempo, por exemplo, pode-se afirmar com toda convicção que Clara e Marina morreriam na inesquecível explosão do Shopping em "Torre de Babel" (1998). Na época, o casal lésbico formado pelas atrizes Silvia Pfeifer e Christiane Torloni, que interpretavam Leila e Rafaela, foi rejeitado pelo público, 'obrigando' Silvio de Abreu a matá-las no atentado, junto com alguns outros perfis que não foram bem aceitos.