A atual novela das sete da Globo, escrita por Rosane Svartman e dirigida por Allan Fiterman, se encaminha para a sua reta final e "Dona de Mim" teve vários vilões. O principal foi Jaques (Marcello Novaes), que passou boa parte da trama triunfando em seus planos. Mas, entre os malvados do enredo, uma personagem despertou o carinho do público, muito por conta das suas complexidades e da interpretação da atriz: Tânia, vivida por Aline Borges.
A atriz entrega uma atuação irretocável, daquelas que atravessam o espectador pela intensidade e pela profundidade emocional. Sua Tânia é uma personagem multifacetada, construída com extrema inteligência dramática: ora firme, ora frágil; ora impenetrável, ora devastadoramente humana. Aline domina cada uma dessas camadas com uma precisão que impressiona.
O brilho de sua interpretação está justamente na forma como faz de Tânia uma figura sempre em tensão consigo mesma. Não há respostas fáceis na personagem e Aline abraça essa complexidade com coragem. Em seus silêncios, há uma vida interior borbulhando; em seus confrontos, há traumas e decisões acumuladas; em seus momentos de ternura, uma vulnerabilidade quase inesperada.
A atriz equilibra tudo isso sem nunca perder o eixo da personagem, desenhando uma trajetória emocional coerente, mas cheia de surpresas.Aline Borges transforma Tânia em um dos pilares dramáticos da obra. Sua presença em cena é magnética, capaz de alterar a energia de qualquer sequência e isso não vem do exagero, mas do controle. A atriz trabalha com sutilezas: um olhar que denuncia o que a personagem jamais diria em voz alta, um gesto rígido que revela o esforço de se manter firme, uma quebra de voz que expõe as fissuras internas. Cada detalhe é pensado e, ao mesmo tempo, profundamente orgânico.
O mais fascinante é que Aline faz de Tânia uma personagem impossível de se definir com uma única palavra. Ela transita entre força e fragilidade com uma naturalidade que só grandes intérpretes conseguem alcançar. Há momentos em que Tânia parece inabalável, sustentando o peso das circunstâncias com uma postura quase impenetrável; e, de repente, Aline deixa escapar uma rachadura mínima, mas suficiente para revelar toda a dor, as dúvidas e a solidão que a personagem carrega.
Essa capacidade de alternar registros com fluidez é um dos grandes trunfos da atriz. Aline trabalha muito com o subtexto: mesmo quando Tânia diz pouco, sentimos que dentro dela há um turbilhão. É como se o público tivesse acesso a camadas que a própria personagem tenta esconder, e isso acontece graças à precisão emocional que a atriz imprime em cena. Cada respiração tensa, cada pausa calculada, cada olhar que dura um segundo a mais constrói uma história paralela, quase invisível, mas pulsante.
Além disso, a intérprete confere a Tânia uma dimensão ética e psicológica que vai muito além do papel narrativo. Tânia não é simplesmente “boa” ou “má”; ela é moldada por vivências, frustrações e escolhas difíceis, e a atriz tem o cuidado de não julgar sua personagem. Ao contrário: ela a interpreta com uma empatia madura, permitindo que o público compreenda até suas atitudes mais controversas. Essa abordagem torna Tânia uma das figuras mais reais e instigantes de "Dona de Mim".
Não é por acaso que há uma genuína torcida para que a personagem se vingue de Jaques. Por isso mesmo, é preciso abrir um parênteses para reforçar que Tânia merecia um destaque maior na história. Um peso tão grande quanto o do Jaques era necessário, até para dar um mínimo de respiro para o telespectador em meio ao círculo vicioso das vilanias do vilão. Tanto que o assassinato de Ricardo (Marcos Pasquim) foi frustrante, após um longo tempo em que a 'vilã' ficou ao seu lado esperando uma volta por cima. Também havia a possibilidade de uma maior exploração a respeito do passado daquela mulher. Tinha tempo de sobra para desenvolver isso porque era um tipo cativante e nada óbvio.
Tânia que não se limitou ao papel de antagonista, vítima ou heroína. Ela é uma mulher contraditória, cheia de zonas cinzentas, e Aline Borges ilumina cada uma delas com uma sensibilidade admirável. É uma atuação que enriquece a narrativa, eleva o nível dramático da produção e confirma Aline como uma intérprete de enorme maturidade artística. Sua Tânia permanece com o espectador porque é humana, intensa e profundamente verdadeira, e isso só é possível graças ao talento da atriz.
Aline Borges é maravilhosa, tem uma presença hipnotizante em cena. E realmente Tânia merecia mais destaque, desde seu passado, seu enredo com Ricardo e principalmente na morte do Wanderson, outro personagem importante que teve sua morte passada em poucos minutos. O carisma, beleza,.elegância e talento que Aline entrega na Tânia cativou o público merecidamente. .
ResponderExcluiruma das grandes atrizes atuais, mas não vi esse novela. beijos, pedrita
ResponderExcluirOlá, tudo bem? A novela Dona de Mim desabou com o retorno de Ellen (Camila Pitanga). Totalmente desnecessário.... Abs, Fabio blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirÉ sempre bom deparar com um (a) artista talentoso (a) que nos surpreende com a obra que realiza.
ResponderExcluirBeijão
Quando há talento, o resultado é sempre ótimo!
ResponderExcluirDeixando aqui meus votos de um feliz Natal com um 2026 maravilhoso! Beijos nas bochechas!
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