Personagens da vida real ganham as telas em ‘Pablo & Luisão’, nova série Original Globoplay que estreou no dia 22 de maio. Baseada em experiências reais e vivências inusitadas da família do ator e comediante Paulo Vieira, a produção resgata as histórias do passado de uma dupla inseparável e sonhadora, Luisão (Ailton Graça), pai do artista, e Pablo (Otavio Muller), seu melhor amigo. E em meio a tantos acontecimentos surreais e divertidos dos dois está Conceição (Dira Paes), mãe de Paulo, o próprio comediante, interpretado por Yves Miguel na trama, e Neto (João Pedro Martins), seu irmão. Ambientada em Palmas, no Tocantins, a obra chega à plataforma com seus 16 episódios na íntegra, convidando o público para uma maratona leve, descontraída e emocionante.
A trajetória de Pablo, Luisão e Conceição se assemelha à de muitos brasileiros. Migrante no Tocantins, Luisão se tornou pai aos 19 anos e decidiu sair do interior de Goiás para criar os filhos na capital recém-formada do estado vizinho. Quando suas ideias não dão certo, ele faz piada e ninguém consegue ficar bravo porque sabe que tudo é feito por amor. Paulo, Neto, Conceição e Pablo – não necessariamente nessa ordem, como poderá ser constatado na série – são a razão de viver de Luisão. Quando a dupla de amigos se reúne, pode parecer que as furadas todas partem do Pablo e que Luisão apenas embarca nelas. Mas não é bem assim. Ambos têm ideias ruins na mesma proporção e um alimenta o outro. Tudo que Pablo faz não tem sentido se Luisão não está presente.
É com ele que compartilha suas piadas infames, divide o sonho de se tornar um vendedor de salgados bem-sucedido e apresenta as criações mais megalomaníacas e inovadoras que não vão dar em lugar nenhum, mas fazem Luisão vibrar. Pablo é um otimista incorrigível: cultiva uma certeza interior de que, independentemente do que acontecer, no final, vai dar certo.
Pablo é o cara que chora e Luisão é o que se irrita. Pablo é o tipo mais distraído, enquanto Luisão é o que dirige o carro. Pablo é capaz de mentir para polícia, já Luisão é daqueles que dispensa o arquiteto. São muitas as definições sobre esses dois homens que mexem com as estruturas de Palmas, mas, principalmente, de Conceição. A mãe de Paulo Vieira é uma mulher de origem pobre. Se casou cedo com Luisão e até hoje é comum ver os dois vivendo fragmentos da juventude interrompida pelo nascimento dos filhos. A relação do casal é afetuosa, embora controversa: ela sabe que o esquema tático vigente é Pablo e Luisão x Conceição, mas reconhece que a relação dos dois é verdadeira e faz bem para os amigos de longa data.
Completando a família, a dupla mirim Paulo e Neto. Mais que um irmão caçula, Neto sempre foi como um filho para Paulo, a quem protege do mundo. José Vitória da Silva Neto é o seu parceiro, são como uma dupla "firme e forte", cúmplices que vivem em seu universo particular. Paulo foi a primeira criança da família: neto mais velho de Vó Diléia (Jurema da Matta), primogênito de Conceição e o ajudante oficial de Pablo e Luisão. Em qualquer família, ser o número 1 pode significar muito, e na de Conceição e Luisão, a pessoa já nasce com responsabilidades. As de Paulo, por exemplo, eram cumprir as tarefas de casa e da fábrica de salgados, além de cuidar do irmão.
Aos poucos, o público conhece outras figuras que circundam as peripécias de Pablo e Luisão. Como no dia em que decidem visitar Tio Zé (Carlos Francisco), irmão de Conceição, e Tia Vera (Rejane Farias) em uma cidade ribeirinha, onde saem para caçar jacaré. E como explicar uma cerca elétrica capaz de dar choque mesmo desligada? Se a estrutura for fruto do trabalho conjunto dos dois, esse é o único resultado possível. Tudo pela insistência de Conceição em ver seu terreno murado e acabar de vez com os embates com a vizinha Zélia (Patrícia Pinho).
Entre toda as empreitadas da dupla dinâmica, a venda de salgados é o único investimento consistente e duradouro. Mas Pablo ganha um desafeto com a chegada de Seu Justino (Wilson Rabelo) para ajudar Conceição na produção da fábrica. Mais que amigos, viram pai e filha. Excelente cozinheiro e dono de um humor afiado e debochado, Justino sabe, como ninguém, dar nomes aos quitutes que faz, com direito a sobrenome marqueteiro. Da famosa "coxinha delíciammm" aos irresistíveis "pastel delíciammm" e "cheese delíciammm".
A trama também é recheada de participações ilustres, como as das atrizes Solange Couto e Karine Teles, logo no episódio de estreia. Líder da associação de moradores do bairro, a personagem de Solange tenta organizar a vizinhança quando Pablo e Luisão aprontam uma de suas confusões. Nessa atmosfera, entra em cena Karine, como Selma, uma jornalista disposta a entender e noticiar o conflito. Em outra ocasião, os amigos recebem uma proposta irrecusável do padre da cidade, vivido por Miguel Falabella, para vender salgados em uma romaria. Sebastião promete dar o que falar na paróquia e não demora para a dupla descobrir que o novo morador da região se trata de uma pessoa para lá de trambiqueira.
Quem também surge ao longo da série é Marcelo Adnet, como o oportunista Bigode, que convence a família de Paulo Vieira e todo bairro de que é vantajoso investir na criação de avestruz. É furada na certa, com direito a repercussão nacional. Em outro episódio, Pablo e Luisão são convidados por uma empresária musical, personagem de Grace Passô, a formar uma dupla sertaneja que tem tudo para ser um sucesso. Deslumbrados, os protagonistas nem imaginam o risco que correm. Chegam a estampar a capa do jornal com tanta história para contar. Já no episódio que fecha a temporada, Lima Duarte dá vida a um grande amigo do Tio Zé, contagiando a tela com emoção. Entre outros nomes consagrados no cinema, no teatro e na televisão, a série reúne Clarissa Pinheiro, Davi Pinheiro, Gero Camilo, Rodrigo Fagundes, Rafael Vitti, Welder Rodrigues, Grace Gianoukas, Evaldo Macarrão, Orã Figueiredo e mais.
A ideia da série surgiu das histórias que Paulo contava sobre sua família no Twitter, hoje chamado de X. Seus contos sobre as aventuras do pai e seu melhor amigo fizeram tanto sucesso que tinham que ser apresentados a um maior público. Os pedidos eram muitos e surtiram efeito quando o sonho virou realidade. A equipe responsável do Globoplay aceitou produzir e o trabalho levou mais de um ano. Paulo declarou que tiveram tempo para aprimorar o texto até colocá-lo em prática. E o cuidado valeu a pena. É uma situação melhor e mais absurda que a outra, o que provoca um riso fácil em quem assiste. Até porque a escalação do elenco foi perfeita. A sintonia deliciosa entre Ailton Graça e Otávio Muller norteia os episódios e Dira Paes fecha o trio com com o seu conhecido talento, tanto no humor quanto no drama. E impressiona como ficaram parecidos com as figuras reais, tanto fisicamente quanto na forma de falar. Isso é percebido em todos os episódios através dos impagáveis depoimentos colocados sempre no final de cada enredo. Uma sacada de mestre e que ajuda na identificação do público. É algo semelhante ao que acontece na trilogia de "Minha Mãe é uma Peça", filmes de sucesso protagonizados pelo saudoso Paulo Gustavo e que imagens de Dona Déa Lúcia, a mãe do ator que inspirou a Dona Hermínia, são exibidas na hora da subida dos créditos. Até mesmo as inserções de Paulo Vieira para explicar determinadas cenas divertem, o que é algo raro em produções que utilizam tal recurso. O risco de quebra de ritmo era alto, mas não acontece porque é apenas um breve complemento e utilizado com inteligência. E Paulo sabe como contar uma boa história, além de ter a vivência para expor o Brasil real. O humorista, redator, autor e ator é o que mais sabe fazer isso atualmente no audiovisual nacional.
A Globo não produzia séries realmente boas no humor há muito tempo. Após anos de sucesso com "A Grande Família", "Tapas & Beijos", "A Diarista" e "Toma Lá Dá Cá" --- citando apenas produções criadas a partir do ano 2000 ----, a emissora enfrentou um imenso hiato criativo. Nada salvava e quase todos os produtos iam direto para o canal a cabo Multishow e se resumiam a um show de gritaria, estereótipos e situações idiotas. Muitos estão até hoje no ar, mas sem qualquer repercussão e destinados apenas a um pequeno nicho. A novidade mais recente foi o péssimo "Tô Nessa", que fracassou por completo. Embora seja uma produção da plataforma de streaming, o novo seriado tem todos os ingredientes da televisão aberta e merece ser prestigiado por um público bem maior. É um sopro de esperança no humor nacional.
Criada por Paulo Vieira, com redação final de Paulo Vieira e Maurício Rizzo, ‘Pablo & Luisão’ é uma produção dos Estúdios Globo para Globoplay e TV Globo. Foi escrita por Bia Braune, Caíto Mainier, Maurício Rizzo, Nathália Cruz, Patrick Sonata e Paulo Vieira. A série tem direção artística de Luis Felipe Sá, direção de João Gomez, produção de Leilanie Silva e produção executiva de Claudio Dager. A direção de gênero é de Patricia Pedrosa. Os episódios são curtos e dá para maratonar os 16 sem dificuldades. A ótima repercussão que vem tendo nas redes sociais é fruto do êxito de um produto que tem o DNA brasileiro. É a melhor série de humor dos últimos anos.
Adorei ler aqui. Me inspirou a procurar para ver!
ResponderExcluirabração, chica
é mt bom
ExcluirPerfeito. Não lembro de ter rindo tanto, desde comecei a ver, reapresentação do Toma lá da cá, mas Pablo e Luisão supera. Nestes tempos complicados, uma deliciosa diversão.
ResponderExcluiré isso
ExcluirFiquei interessada nessa obra. Tive vizinhos e gente até mais próxima que tinha algumas dessas características: fazer planos mirabolantes, que sempre dão errado, sem, no entanto, se deixar "abater", rsrs.
ResponderExcluirBeijão
vai se divertir, marly
ExcluirOi!
ResponderExcluirNão tinha ouvido falar dessa série e que bom saber que é um acerto!
https://deiumjeito.blogspot.com/
é ótima
ExcluirQuero muito assistir. Parece ser incrível e bastante engraçada.
ResponderExcluirBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia