domingo, 16 de maio de 2021

Eva Wilma era uma das atrizes mais respeitadas e admiradas do país

 Em um ano já marcado por tantas partidas dolorosas, o Brasil perdeu mais uma figura amada e admirada por todos: Eva Wilma. A veterana faleceu neste sábado, aos 87 anos, às 22h08, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, vítima de um câncer no ovário, diagnosticado recentemente. Disseminado, levou a uma insuficiência respiratória. A doença foi descoberta no dia 7 de maio. A morte da querida atriz veio menos de duas semanas depois do falecimento de Paulo Gustavo, vítima da covid-19. 


Eva Wilma Riefle Buckup nasceu em 14 de dezembro de 1933 na cidade de São Paulo. Iniciou a carreira artística aos 19 anos, no Ballet do IV Centenário de São Paulo, abandonando a dança pouco depois, quando recebeu convites para integrar o Teatro de Arena e o programa "Alô Doçura", da TV Tupi. O seriado ficou dez anos no ar e a atriz dividia espaço na atração com o saudoso John Herbert, com quem se casou em 1955. Eva e John se separaram em 1976. Juntos, tiveram dois filhos, Vivien e John Hernert Jr., conhecido profissionalmente como Johnnie Beat. 

Três anos após a separação, Eva se casou com o ator Carlos Zara, que morreu em 2002. Ironicamente, a atriz contracenou com o último grande amor de sua vida em 1973, na primeira versão de "Mulheres de Areia," onde interpretou magnificamente as gêmeas Ruth e Raquel. Ele vivia o mocinho Marcos. Os talentosos atores só se casaram seis anos depois e nunca mais se separaram. Os dois eram um dos casais mais aclamados do mundo das artes cênicas junto com Tarcísio Meira e Glória Menezes, além dos saudosos Paulo Goulart e Nicette Bruno. 

A atriz tem uma lista de personagens marcantes na televisão, cinema e teatro. Sua vida se misturou com a dramaturgia. Eva nunca escondeu o quanto amava atuar. E como atuava bem. Eva interpretou mocinhas de grande sucesso da década de 70 que foram vividas por outras colegas de talento, anos depois, em remakes que ficaram na memória do público. Ela foi a Jô Penteado na novela "A Barba-Azul" (1974), que foi interpretada por Christiane Torloni em "A Gata Comeu", de 1985. Também viveu com brilhantismo a Diná, da primeira versão de "A Viagem", em 1975. Coincidentemente, também defendida por Torloni no remake de 1994. E as já citadas gêmeas de "Mulheres de Areia," interpretadas por Glória Pires no remake de 1993. 

A veterana tem mais de 60 trabalhos só na televisão e mais de 60 peças teatrais,  além de 30 filmes. Uma carreira admirável e dedicada ao mundo das artes. Além das novelas já citadas, Eva engrandeceu o elenco de várias outras tramas, como "Roda de Fogo" (1978)"; "O Direito de Nascer" (1978); "Plumas e Paetês" (1980); "Guerra dos Sexos" (1983); "Que Rei sou eu?" (1989); "Pedra sobre Pedra" (1993); "Pátria Minha" (1994); "História de Amor" (1995); "O Rei do Gado" (1996); "A Indomada" (1997) ---- onde viveu um de seus maiores momentos na carreira na pele da inesquecível vilã Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque, que caiu na boca do povo com seus bordões em inglês ditos com um delicioso sotaque nordestino ----; "Desejo Proibido" (2007); "Fina Estampa" (2011); e "Verdades Secretas" (2015). Seu último folhetim foi "O Tempo não para", de 2019, onde viveu a cientista Petra. 

A atriz também era figura frequente em séries e a personagem mais marcante foi a médica Marta, do seriado "Mulher", de 1998, onde fez uma dupla maravilhosa com Patrícia Pillar. Foram muitas cenas de grande carga dramática. Aliás, Eva se destacava tanto no humor quanto na comédia. Não ficou estigmatizada por nenhum perfil e sua versatilidade ajudou muito nisso. Os autores não tinham receio de escalá-la para qualquer tipo. Sabiam que qualquer papel seria defendido com maestria. Fazia o público chorar e rir com a mesma facilidade. Quem se emocionava com a sua linda participação na primeira fase de "O Rei do Gado", na pele de Marietta Berdinazzi, também gargalhava com a sua atuação como Dona Maria I, na minissérie "O Quinto dos Infernos" (2002). 

Eva Wilma é mais uma triste perda para o país e o universo da teledramaturgia fica mais vazio sem uma de suas figuras mais respeitadas. A partida da amada atriz se torna ainda mais dolorosa levando em consideração o falecimento de Nicette Bruno, em dezembro do ano passado, aos também 87 anos. Duas mortes significativas em menos de seis meses. Não por acaso, grandes amigas e parceiras de teatro. Agora estão juntas em algum lugar. Vá em paz, Eva! 

14 comentários:

  1. Eu levei um susto pq nem sabia desse câncer no ovário e na idade dela ainda. Muito triste.

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  2. Eva Wilma, assim como outros veteranos, tem um vasto currículo repleto de interpretações magistrais em obras de sucesso da televisão, do teatro e do cinema, e fará muita falta com seu talento. Descanse em paz, Eva.

    Guilherme

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  3. Puxa, soube agorinha! Que tristeza.Ela era maravilhosa! Grande perda! abração,chica

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  4. Estou muito triste com a morte de Eva Wilma sem sobra de dúvidas uma das melhores atrizes brasileiras de todas os tempos, uma perda inestimável
    Que eu saiba ela deixou um trabalho póstumo na tv, a série Os Experientes que foi gravada em 2018, que até hoje está na gaveta da globo, aliás o também saudoso Flávio Migliaccio também está na série. O que a Globo tá esperando para lança-lá?

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  5. Olá Sérgio,
    A Eva Wilma era incrível. Os personagens que eu mais gostei dela foram A Altiva em A Indomada e a Dra. Marta no seriado Mulher. Que ela descanse em paz.

    Big Beijos,
    Lulu on the sky

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  6. Sergio,
    As perdas a cada dia
    vão nos deixando
    mais e mais pobres.
    Lamento.
    Obrigada pela matéria clara.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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  7. Uma atriz memorável. Que bom relembrar alguns dos seus papeis através de sua ótica. Estamos perdendo muitos artistas nos últimos tempos.

    Boa semana!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

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