terça-feira, 11 de maio de 2021

"A Vida Depois do Tombo" não explica muito, mas não esconde o objetivo: melhorar a imagem de Karol Conká

 O 'pós-BBB' de Manu Gavassi, Rafa Kalimann, Boca Rosa e Babu Santana, integrantes do time Camarote do "BBB 20", tirou o medo que muitos famosos tinham de entrar no "Big Brother Brasil". Na verdade, Boninho nunca convidou figuras 'conhecidas'. A primeira vez foi na vigésima edição. Mas deu certo. E o diretor resolveu repetir a estratégia no "BBB 21". Acabou tendo bem mais facilidade na escalação e conseguiu nomes de maior peso, como Karol Conká. Só que a cantora nunca imaginou o quão equivocada seria sua decisão. Sua carreira afundou e a vida virou uma catástrofe. Por conta desta avalanche, a Globoplay lançou no dia 29 de abril "A Vida Depois do Tombo".


Em um mergulho na história de Karol Conká antes, durante e depois do "BBB 21", o documentário busca mostrar, ao longo de quatro episódios de pouco menos de meia hora cada, se há alguma explicação para que, em 30 dias, a cantora tenha se tornado uma das maiores vilãs do Brasil, eliminada do reality com 99,17% dos votos. A produção revela momentos de sua infância em Curitiba com a família, a adolescência conturbada, o começo de sua carreira artística com a chegada do filho e a consagração como um dos maiores nomes do rap feminino do país. 

O maior intuito do produto é aproveitar o sucesso da recém terminada temporada do reality, tanto que foi lançado na última semana do "BBB 21", e tentar amenizar o estrago que a presença da cantora no "BBB" causou em sua vida. A Globo foi muito criticada em virtude do excesso de matérias e participações de Karol Conká em seus programas. Ela foi a primeira eliminada, vale lembrar, que foi ao "Domingão do Faustão", ser entrevistada. Depois passaram a chamar todos os eliminados para não ficar tão explícito o favorecimento. 

E o objetivo da emissora vem sendo bem-sucedido com a exploração da dificuldade que a cantora vem passando desde a sua eliminação, ao menos no retorno de audiência. "A Vida Depois do Tombo" já é a produção mais assistida do serviço de streaming. Foram mais de 700 horas consumidas só no dia da estreia. A série documental coloca Karol cara a cara com momentos dramáticos de sua passagem pelo reality, propondo um convite ao reencontro com ex-participantes que marcaram a sua trajetória no programa para um acerto de contas, agora fora da casa do "BBB". No caminho, a cantora tem a oportunidade de adentrar novamente na experiência do "Big Brother Brasil". E precisa tomar a decisão de seguir em frente ou abrir a memória para voltar a situações que ficaram mal resolvidas lá dentro. 

A única colega de confinamento que aceita se encontrar com Karol é Lumena, coincidentemente uma de suas poucas amigas da época de jogo. Carla Diaz e Arcrebiano não aceitaram e uma mensagem gigantesca em vários telões em volta da protagonista do documentário aparece avisando o cancelamento do reencontro. Beira o constrangimento. Também são exibidos alguns momentos de bastidores da preparação da cantora pouco antes de aparecer no "Domingão do Faustão". "Diz que você surtou", aconselha sua assessora. E há depoimentos da mãe e do filho da cantora, além do ex-marido (pai de seu filho) e alguns colegas de trabalho. É através das falas dos colegas de trabalho que fica claro o jeito difícil e arrogante de Karol. Seu ex chega a dizer que o comportamento no "BBB 21" foi apenas 'um pouco' pior do que é no cotidiano. 

Com direção geral de Patricia Carvalho, a equipe de ‘A Vida Depois do Tombo’, formada por Valéria Almeida (repórter e apresentadora do Bem-estar) e Patricia Cupello (uma das diretoras do programa Encontro com Fátima Bernardes), acompanhou intimamente a nova vida da cantora por mais 20 dias, após a sua saída do reality. Em plena pandemia, e com um momento da cantora recebendo a visita em sua casa de dois amigos sem máscara, o documentário mostra os bastidores da retomada de seus projetos profissionais e pessoais, além dos conflitos decorrentes de sua participação no programa.

Por meio de uma extensa pesquisa sobre a vida da artista, o projeto explora não apenas imagens e conteúdos do "Big Brother", mas também resgata todo o acervo de Karol Conká, trazendo memórias de shows, turnês por outros países, participações em outros programas de televisão e entrevistas com mais de 20 pessoas de seu convívio. A série documental revela, ainda, o processo de composição de sua primeira música após o "BBB" chamada "Dilúvio" --- cujo clipe foi lançado hoje, dia 11. Cada um dos episódios segue esse percurso tendo em paralelo a participação de Karol no "BBB 21". A cantora, vale ressaltar, apresentou sua nova canção na final do programa, vestida com uma roupa azul celeste e mantendo uma expressão de doçura. 

A série não esclarece muita coisa e nem provoca uma redenção. A explicação sobre o comportamento de Lucas lembrar o pai alcoólatra da cantora, já falecido, é colocada apenas no último episódio, mas ainda assim passa longe de justificar seus atos na casa. Há também a proibição da inserção das músicas de maior sucesso da cantora no documentário por conta de desavenças com antigos parceiros. O que só comprova seu temperamento difícil. E é preciso observar um pequeno trecho do documentário, quando Karol conversa com sua equipe e nega que tenha sido xenofóbica com Juliette. Aliás, a própria advogada diz que 'houve uma confusão', já que a sua cliente imitava o sotaque de Lumena. O fato é que foi amplamente divulgado nas redes sociais o vídeo da então participante dizendo: "Não, é o jeito, porque lá na terra dessa pessoa é normal falar assim. Eu sou de Curitiba, entendeu? É de uma cidade muito reservadinha. Tenho muita educação para falar com as pessoas, eu não desrespeito, eu não fico falando pegando nas pessoas". Vale lembrar que Juliette é da Paraíba. Ou seja, alguns erros foram reconhecidos, outros não. 

"A Vida Depois do Tombo" é um documentário original Globoplay, realizado pelo núcleo de Mariano Boni, diretor de gênero de variedades da Globo. A obra tem supervisão artística de Rafael Dragaud, direção geral de Patricia Carvalho, direção de Patricia Cupello, e roteiro de Valéria Almeida e Malu Vergueiro. 

8 comentários:

  1. Nem vou perder meu tempo.

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  2. Concordo com o texto e a mim nao convenceu. Desculpa.

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  3. Tenho vontade de ver esse documentário para entender até que ponto a Globo passou ou não pano para a Karol Conká. Eu acredito que as pessoas não mudem da noite para o dia. Ela nem me convenceu posando de santa no "BBB 101", não. Sobre o clipe, não sabia que tinha lançado. Depois vou dar uma olhada, pois apesar de odiar suas atitudes, adorei essa música (Contraditório, não? kkk).

    Boa semana!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

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  4. Olá Sérgio,
    Nem faço questão de ver esse documentário.

    Big Beijos,
    Lulu on the sky

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