segunda-feira, 30 de abril de 2018

"Estrelas" saiu de cena desgastado e sem deixar saudades

O "Estrelas" estreou em abril de 2006 com Angélica recebendo convidados em um sofá e conversando sobre amenidades. Parecia uma versão vespertina do inesquecível programa noturno da Hebe, exibido no SBT. Porém, pouco tempo depois tudo mudou. A apresentadora começou a frequentar lugares diversos, levando convidados famosos e papeando com eles. Assim ficou estabelecido o formato da atração, que chegou ao fim neste sábado (28/04), após 12 anos no ar.


O término do programa parecia cada vez mais próximo. Os sinais de desgaste ficaram transparentes à medida que a produção tentava sair da mesmice, sem sucesso. O caso se agravou no ano passado, quando houve até uma tentativa de mudança no título. O "Estrelas" virou "Estrelas Solidárias". As entrevistas relativamente curtas com os convidados saíram de cena, cedendo lugar para campanhas de ajuda a pessoas necessitadas, incluindo ONGs, asilos, enfim. Ou seja, virou uma atração assistencialista, mas sem dinheiro envolvido. A ajuda era dada através de trabalhos manuais de Angélica e suas "estrelas" famosas. Sem casa nova, reforma ou prêmios.

Não funcionou. Com todo respeito que a causa merece, as situações mostradas só pareciam interessantes para quem estava participando. Quem assistia logo se entediava. Agatha Moreira, Giovanna Lancellotti e Tony Ramos foram alguns dos participantes do formato, se emocionando com a vida e a rotina das pessoas que ajudavam momentaneamente.
Angélica era uma espécie de "líder" das campanhas humanitárias e também participava ativamente. Ótimo para eles e para quem era ajudado, mas para o telespectador era pouco atrativo. A ideia de reformular o programa foi válida, porém, não surtiu o efeito esperado.

Após essa tentativa frustrada, a atração ganhou o título de "Estrelas do Brasil". Isso porque os participantes famosos continuaram marcando presença, mas o objetivo passou a ser o foco em brasileiros que conseguiam o sucesso através da profissão ou de alguma habilidade específica. O "anônimo" apresentava um pouco da sua rotina, enquanto a apresentadora e o convidado conversavam animadamente com ele. Ou seja, um contexto praticamente igual ao que Regina Casé fazia em programas como "Muvuca", "Brasil Legal", entre outros. Também não funcionou a contento e resolveram aproveitar a chegada da Copa do Mundo para encerrar de vez o "Estrelas", cedendo o lugar para um especial com as mães de vários jogadores da seleção brasileira, comandado por Glenda Koslovski (estreia no próximo sábado).

A verdade é que o programa da Angélica nunca teve uma identidade. Sempre pareceu procurá-la, sem êxito. Mas foi um bom entretenimento ao longo dos anos, preenchendo bem a grade vespertina dos sábados da Globo. A apresentadora fazia ótimas entrevistas com os famosos e muitos viraram figuras frequentes. O bate papo era descontraído. O único erro do formato era a presença de um quadro de culinária, onde um ator/atriz/cantor(a) preparava um prato especial para Angélica. O equívoco nem era mostrar uma "celebridade" cozinhando ---- pelo contrário, até divertia ---- e, sim, ter um quadro desse tipo com Angélica expondo várias restrições alimentares (não come carne, frango e nem chocolate, por exemplo). Portanto, era lógico que a recusa em experimentar os pratos viraria uma constância. E virou, provocando saias justas desnecessárias e momentos constrangedores, como a apresentadora só provando o arroz, deixando o que foi realmente preparado de lado. Todavia, no geral, era um bom passatempo, entretendo quem assistia. As conversas fluíam e ficariam até melhores se a hora de cozinhar não existisse.

O último programa contou com a presença de Fátima Bernardes e Lília Cabral, fechando o ciclo do "Estrelas". O tema foi o Rio de Janeiro antigo e a apresentadora papeou com Fátima na Confeitaria Colombo, enquanto Lilia entrevistava funcionários do Copacabana Palace. No final, o trio se encontrou e Angélica se emocionou na hora da despedida, relembrando a sua trajetória no comando do formato. O programa teve altos e baixos ao longo dos respeitáveis doze anos que ficou no ar, mas os pontos positivos estavam cada vez mais apagados pelos negativos. Foi melhor mesmo encerrar de vez. Angélica tem tudo para trilhar outros caminhos na emissora e tomara que ganhe um bom formato em breve. Já essa atração realmente se desgastou por completo, saindo de cena sem deixar a menor saudade.

12 comentários:

  1. Não assistia há muito tempo. Já foi tarde.

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  2. Eu nunca gostei desse programa e me dava vergonha ver Angélica recusando provar os pratos.

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  3. Eu gostava desse programa e em dias de chuva, sábados à tarde, o assistia.Programa leve, bom de ver... Vamos ver o que virá! abração,chica

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  4. Acho q ela deveria voltar a atuar. Adorava ela como Cada Bela em Caça Talentos.

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  5. Olá Sérgio tudo bem???


    Realmente era um programa bem fraquinho... Foi bom ter chegado ao fim...


    Beijinhos;
    Débora.
    https://derbymotta.blogspot.pt/

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  6. A parte da culinária era triste mesmo, Brunaa...

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  7. Video Game voltou em uma semana, anonimo, e não deu boa audiencia. Ou seja, não volta mesmo.

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