Tudo sobre a coletiva online de "No Rancho Fundo", a próxima novela das seis

 A Globo promoveu nesta segunda-feira, dia 1º, a coletiva online de "No Rancho Fundo", a próxima novela das seis escrita por Mário Teixeira e dirigida por Allan Fiterman. Participaram o autor, o diretor e os atores Alexandre Nero, Andrea Beltrão, Mariana Lima, Larissa Bocchino, Túlio Starling, Welder Rodrigues, Titina Medeiros, Igor Jansen, Clara Moneke, Haroldo Guimarães, Rhaisa Batista, Eduardo Moscovis, Valdineia Soriano, Luisa Arraes, José Loreto, Iris Broken, Debora Bloch, Thardelly Lima, Leandro Daniel, entre outros. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo. 

Mário Teixeira explicou sua nova trama: "Essa novela é um retrato do Brasil e decidi fazer essa história a partir de uma família. Essa família representa muito bem um microcosmo da família brasileira. Os pais tiveram a grandeza de adotar várias crianças, o que é comum no nordeste. Esse elo familiar que a história tem com a realidade tem a ver com nosso sonho de ver as coisas dando certo. O diferencial dessa novela é que é uma produção das seis e a forma de contar. Esses arquétipos representam o nosso imaginário e são símbolos muito fortes. Os romances em si, apesar de serem mergulhos existenciais, todos eles se inserem no nosso imaginário. O que há em comum nas novelas é o amor, o ódio e a vontade de ser feliz. E em uma novela os atores são o diferencial. A ideia de trazer personagens de 'Mar do Sertão' surgiu junto com o Allan. Gosto de Balzac e ele faz isso: cruza perfis de uma história para outra. Essa é a melhor novela que já escrevi. São quase 30 páginas por dia e queria dizer que o processo está passando quase em branco para mim porque tem sido prazeroso demais". 

Allan Fiterman acrescentou: "Fico feliz em fazer essa novela de novo com o Mário. A família principal é a mais simples da novela e a mais rica em valores. Vamos ver essa família seguindo junto e transcendendo da pobreza para a riqueza. Apesar de termos dez personagens de 'Mar do Sertão' é uma história totalmente nova.

Tanto que Deodora passou um tempo na prisão depois de ter matado o filho por engano e agora surge como dona de cabaré e tendo uma história pregressa com a Zefa que será contada por flashback. E quero aproveitar a coletiva para contar que a abertura será cantada com a nova versão de No Rancho Fundo cantada por Elba Ramalho e Natascha Falcão", adiantou o diretor. A atriz e cantora complementou: "Estou muito feliz. Estou no elenco e também na trilha. Só tenho a agradecer." 

Andrea Beltrão contou como está sendo trabalhar na obra: "O que mais me encanta na novela é o texto do Mário e a forma como coloca a história. A direção do Allan também, assim como o elenco. Em um trabalho como esse, tão grande, todas as pessoas contribuem. O que me chama atenção representando a Zefa Leonel é ser uma mulher simples, que trabalha, tem quatro a cinco jornadas, ajuda o marido, enfim, tem esse encanto de representar uma simplicidade na vida que é o que tem de mais sofisticado na dramaturgia. Zefa é uma mulher incrível e todos nós conhecemos Zefas por aí. É uma honra dar voz e corpo a uma personagem dessa envergadura. Estou muito feliz". 

Alexandre Nero expôs sua animação: "Vou ser repetitivo porque falar do texto do Mário, do elenco e da equipe. Estou bem apaixonadinho. Estou me declarando para o mundo inteiro. Estou encantado pela novela, pelas pessoas. O texto do Mário e a direção são tão perfeitos que é algo novo para mim estar em um trabalho tão requintado. O texto nos leva a algo tão interessante que a vida consegue equilibrar a diversão com a dramaticidade. Estamos fazendo cenas muito engraçadas e extremamente emocionantes. Os personagens ficam transitando entre a comédia e o drama. Não tem nada mais delicioso para o ator do que isso. Estamos surfando nessa onda". 

Larissa Bocchino comentou sobre sua estreia na televisão: "É muito gratificante estar nessa novela. Minha primeira novela. Me sinto honrada em começar um trabalho com uma equipe tão unida. Está sendo uma escola e estou aprendendo muita coisa. Acho que o fato de fazer a primeira novela já é um encantamento por si só. Quando você estuda teatro você quer ser reconhecida de alguma forma. E Túlio é meu conterrâneo, também é de BH, fizemos testes juntos e depois fomos aprovados. Estamos construindo essa relação que é muito humana. Tem a questão da fábula e o amor romântico. A relação deles é muito humanizada. Temos camadas muito legais de trabalhar em cena. Estamos humanizando esses personagens e criando uma identificação maior com o público". 

Túlio Starling fez questão de elogiar a trama e a colega de cena: "Tem uma aposta na doçura e na candura que tem a ver com o gênero e ser uma novela das seis, onde é uma fábula. São duas pessoas jovens que estão se conhecendo e conhecendo até a sexualidade. Esse tempero do romantismo está dentro de todos os conflitos humanos. Arthur é um homem que está conhecendo sua própria fragilidade. Acho que o texto nos dá condição de construir um casal bem temperado e típico de novela das seis. Tem sei como adjetivar a experiência na trama. A gente como ator sabe que a experiência é coletiva e acontece dentro de uma dinâmica plural. Eu como estreante em novela de arco longo, porque fiz uma participação pequena em 'Pantanal', é algo gratificante. Minha parceria com a Larissa começou com uma generosidade que nunca tinha visto. Quando fui chamado para fazer o teste a Lari me mandou uma mensagem e não é toda hora que encontramos essa disponibilidade no colega". 

Mariana Lima foi sincera sobre a sua composição: "Quando fui fazer o teste para a personagem fiquei sem saber para que lado ir. Porque normalmente sou chamada para personagens mais dramáticos. E Tia Salete é totalmente fora do padrão das personagens que já fiz. Ela tem uma dor muito grande, foi muito abusada e por isso não aceita o sexo masculino. Ela tem um fogo danado dentro dela ao mesmo tempo que uma caretice e maluquice. É quadripolar. É um tipo rico e complexo porque carrega o arquétipo da tia maluca e chata, mas é uma costureira com muitas camadas. Salete é irmã de Zefa e eu já fui irmã da Andrea alguma vezes. É como se uma cuidasse da outra. Há um amor grande e bonito, embora tenha também uma falta de paciência. Salete ainda fala muitos termos bíblicos e é preconceituosa". 

Igor Jansen falou sobre os conflitos dos personagens da família central: "É uma relação genuína entre os irmãos. Cada um tem sua personalidade e a família é muito unida. É meu primeiro trabalho adulto, tanto eu como adulto e o personagem adulto. É uma responsabilidade diferente na minha carreira. É uma família que muita gente vai se identificar. Está ficando lindo". Dandara Queiroz complementou: "Apesar de já ter feito outros trabalhos como atriz, é minha primeira novela. Benvinda é uma menina que veio de uma comunidade indígena e estou trazendo coisas do meu passado. Minha família veio de uma região rural e é um processo que estou revivendo. É uma reconexão com minha ancestralidade", confidenciou a atriz. Guhierry Sotero também falou: "Está sendo muito único estar nessa novela e vivendo um personagem com sotaque, o que me tira da zona de conforto. Ele tem a dona Zefa como uma santa na vida dele e tem sido gratificante estar com essa galera que eu cresci assistindo".  Já Heloísa Honein se emocionou: "É uma família que permeia dificuldades, mas o amor se impõe. Estou emocionada em estar nesse elenco. Amo chegar para trabalhar e encontrar meus companheiros". 

Clara Moneke disse o motivo de ter topado o convite para a novela: "Quando saí de 'Vai na Fé' queria estar em um próximo trabalho em que pudesse me desafiar mais e saísse do meu natural. Nem imaginei que o universo estaria me preparando algo tão especial quanto 'No Rancho Fundo'. De início já me apaixonei pela Caridade e fiquei empolgada em fazer uma personagem tão diferente de mim. Kate tinha a alma carioca e agora é uma mulher nordestina, embora eu não queira generalizar o nordeste. Caridade é tudo o que a mulher brasileira é, um total retrato do que foi minha mãe, minha tia, minha avó... A batalha dela em não se acomodar é o que mais me encanta. Ela não tem vergonha do que ela é e para onde ela vai. É uma jovem já com responsabilidade de ajudar a família". 

Haroldo Guimarães desabafou sobre as críticas que se proliferaram nas redes sociais sobre a aparência dos personagens nas fotos de divulgação: "Sou ator desde 1993. Comentaram muito sobre as fotos que foram divulgadas da nossa novela. Um jornalista falou que eu era feio e sujo. Disse que eu e minhas filhas éramos mal vestidos. E eu sou do nordeste. Sei como funciona. Fiquei triste quando isso aconteceu e li no meu contrato tudo o que posso ou não falar. A novela não precisa ser 100% naturalista. Só que essa é a novela mais realista da história da teledramaturgia brasileira. Eu, como ator, nordestino e pessoa preta, fiquei chateado pela forma como fui tratado pela imprensa de cliques. Queria fazer esse desabafo. Não é verdade que estamos estereotipando o nordeste. Tem muito estudo para fazer essa obra. Meu personagem é um viúvo que cuidou das filhas sozinho", afirmou o ator. 

Rhaisa Batista adiantou sobre sua personagem: "Estou muito feliz em estar nessa família e minha personagem é adotada. Me sinto acolhida pela equipe e foi lindo nosso primeiro encontro. É uma família de mocinhas fofoqueiras. E é a primeira vez que faço uma novela em que retomo meu sotaque". A colega Andreá Bak acrescentou: "Fico feliz em construir essa família com Rhaisa, Clara e Haroldo. Me sinto em um paraíso. Ouvir o Haroldo falar é ouvir uma figura de pai comprometida que muito se assemelha à vida real. Eu venho de comunidade e aqui um vive a vida do outro, o que não enxergo como algo negativo. Essa percepção da minha vivência eu levei para minha personagem". 

Eduardo Moscovis comentou sobre a 'jornada dupla' que terá na Globo e seu novo papel: "Estarei dobrando em horários tão próximos. 'Alma Gêmea' vai reprisar e 'No Rancho Fundo' vai estrear. A primeira é de época e a segunda é atual. O convite veio do Allan e já trabalhei com ele algumas vezes. Também já tinha trabalhado com o Mário. Os personagens são muito bem desenhados. Fiquei muito surpreso no dia da primeira leitura com o elenco. Todo mundo já fazendo super bem. Estou amarradão. Meu personagem é avarento, mal humorado. É um o personagem mais chato da novela. Ele tem uma aura de resmungão, de velho. Estou curtindo um monte fazer. Tem sido um barato. É uma novela alto astral". 

Valdineia Soriano foi mais uma animada no time: "Estamos vivendo um momento especial na dramaturgia brasileira. Estou me sentindo privilegiada em viver a Dona Manuela e contracenar com Du é uma festa assim como é contracenar com Túlio. É uma equipe que te abraça. Acho que o público vai receber com muito amor. Dá um friozinho na barriga. Estou feliz e me divertindo com o elenco". Jorge Ritchie "Fazer o Torquato é um presente, mesmo sendo clichê falar isso. Contracenar com a Valdineia e o Du é um privilégio". 

José Loreto falou sobre o seu 'pé quente' nos últimos folhetins: "Veio do Tadeu de 'Pantanal' e do Lui Lorenzo de 'Vai na Fé'. Espero estar fazendo uma trilogia de sucesso agora com 'No Rancho Fundo'. São três personagens totalmente diferentes. Estou cheio de amigos incríveis do lado. Está sendo uma delícia fazer". 

Luisa Arraes explicou brevemente sobre sua vilã: "Blandina tem muito da Deodora e quando você faz uma vilã é difícil não se inspirar em todas as vilãs que vieram antes. Ela faz coisas de uma pessoa ambiciosa, mas é humana também. Ela ama a Dracena, ainda que roube ela". Nina Tomsic acrescentou: "A dupla é muito gostosa de fazer. Eu e Luisa não nos conhecíamos e a gente se diverte gravando juntas. As personagens Dracena e Blandina têm uma amizade forte. Estou feliz". E Fatima Patricio concluiu: "Dona Castorina é mãe de um cão chupando manga. Ela dá a vida pela filha, mas a Blandina vai se transformando. É uma mãe que sofre e passa maus bocados por conta dessa filha".

Isis Broken falou sobre a importância da representatividade: "Faço uma vilã carismática. Nós, mulheres nordestinas, somos castigadas pelo sol e Corina não quer mais ser iluminada pelo sol, quer ser luminosa. Tem um arco vilanesco e está sempre com um jogo de cintura porque já passou por muita coisa. Pega todas as pedras que jogaram nela para fazer um castelo. E estamos em um momento em que as três novelas da Globo estão com pessoas trans atuando. Eu agora nas seis, nas sete tem o Alan Oliveira e nas nove a Gabriela Medeiros". 

Debora Bloch contou como será reviver sua vilã: "Deodora terminou 'Mar do Sertão' matando o filho. Ela tenta envenenar a ex-nora, mas quem toma o veneno é o próprio filho. Ela vem de uma tragédia que ninguém se recupera. Agora dona do cabaré e sócia de Vespertino, com quem já fazia uma dupla de trambiqueiros. Vem uma mulher mais amarga e ruim, além do recalque de ter perdido seu posto de mulher de coronel. Ela só pensa em ficar rica de novo. O Mário escreve muito bem e as personagens têm camadas. Ela é divertida em alguns momentos, mas vem bem vilã. 'Mar do Sertão' foi uma novela gostosa de fazer e o texto do Mário é muito bom. E o Allan é um diretor muito agregador, trabalha com afeto, o que é ouro para qualquer elenco". 

Thardelly Lima falou da responsabilidade de interpretar novamente um papel: "Como a gente torna esses personagens tão interessantes quanto foi em 'Mar do Sertão'? Como tem uma passagem de dez anos, o Vespertino volta mais sagaz pelos anos perdidos na prisão. É uma oportunidade ótima porque podemos melhorar alguma coisa e entramos no lugar de preciosismo em melhorar o que a gente não gostou de fazer antes. Estou gravando muito com a Debora Bloch e estamos beirando a loucura do romance entre Vespertino e Deodora. O desafio é tornar esses personagens mais interessantes para o público não se cansar. 

Titina Medeiros resumiu o seu desafio: "Me sinto na responsabilidade de representar meu Rio Grande do Norte e não só trazer o artista nordestino, mas trazer a força da mulher seridoense. Nivalda é o cérebro da família. Somos um casal vilão. O estado do Sergipe é um berço cultural para mim. Sou fã de Mário, sou fã de Allan e estar com o Welder é bom demais". 

Leandro Daniel falou sobre o atual momento da teledramaturgia: "Essa história até passou a frente para ser contada porque estamos em um momento disso. O momento de falar sobre o Brasil profundo. 'Terra e Paixão' foi no Matogrosso do Sul, 'Renascer' agora é em Ilhéus... enfim... E Mário me ligou falando que o Floro Borromeu recomeçaria a vida e se eu toparia voltar. Por ele faço até malabarismo no sinal. Topei na hora".

Welder Rodrigues foi breve na análise a respeito da volta de Sabá Bodó: "Eu já imaginava uma continuação. Foi uma loucura no nordeste 'Mar do Sertão'. Vamos repetir com certeza pelo pouco que vi nas chamadas. Gravar com a Titina é fácil e prazeroso, assim como gravar com todos os colegas é fácil e prazeroso. A novela não era para estar agora estreando. Era para estar um caos e está sendo entregue a toque de caixa. Vocês leram na imprensa que tinha outra novela na frente e passamos. Mas Allan faz tudo de forma leve", concluiu o ator. 

"No Rancho Fundo" estreia no dia 15 de abril.