O remake do grande sucesso de Benedito Ruy Barbosa estreou na segunda-feira passada, dia 22, e vem impressionando pela qualidade artística da obra agora adaptada por Bruno Luperi e dirigida por Gustavo Fernandez. As imagens estão belíssimas, assim como a fotografia e a captação de cenas. No entanto, o que mais engrandeceu a primeira fase da história, que chega ao fim neste sábado (03/02), foi o elenco.
Logo no primeiro capítulo, o público foi presenteado com a volta de Maria Fernanda Cândido aos folhetins, ainda que em uma participação relâmpago. A atriz estava afastada da teledramaturgia desde "A Força do Querer", exibida em 2017, e ganhou uma personagem que não existia na versão original e foi escrita especialmente para ela: Cândida. A viúva protagonizou um ótimo embate com outro personagem que também foi criado apenas para a primeira fase do remake: Firmino. Interpretado por Enrique Diaz, o coronel tinha um quê de breguice em seu visual, mas metia medo.
A dona da fazenda enfrentava um período de quase falência e ainda assim não aceitou vender suas terras ao rival, responsável pela morte de seu marido. Pouco tempo depois, a personagem encontrou José Inocêncio (Humberto Carrão) jogado em sua fazenda e muito ferido.
A mulher o acolheu e, assim que se recuperou, o rapaz fez uma proposta para ficar com a fazenda. Ela aceitou e sumiu no mundo. A participação da atriz não durou nem dois blocos, o que foi uma pena. Mas Maria Fernanda Cândido abrilhantou a estreia do remake.
E os outros nomes do time foram tão grandiosos quanto Maria Fernanda e Enrique Diaz. A escolha de Humberto Carrão para viver o protagonista na fase jovem foi um acerto e o ator vem honrando a importância do papel. É nítido que está sentindo prazer em cena. E sua química com Duda Santos, intérprete de Maria Santa, também salta aos olhos. Vale lembrar que a atriz estreou na televisão na fracassada "Travessia", exibida ano passado, e agora ganhou um papel emblemático, ainda que de curta duração. Aproveitou seus momentos em cena e transmitiu toda a pureza e inocência de uma menina que nunca conseguiu sair de casa por conta da violência do pai.
Por sinal, Fábio Lago foi um dos maiores destaques deste início. A sua atuação foi visceral e Venâncio aterrorizou qualquer um apenas através de sua assustadora expressão facial. O pai de Santinha era um tipo que provocava ojeriza no telespectador diante de tudo o que ficava subentendido. Afinal, foi exposto através de detalhes que o jagunço abusou sexualmente de sua filha mais velha (que não aparece na história) e a expulsou de casa quando apareceu grávida, assim como cobiçava Santinha, ao mesmo tempo que tentava controlar seu desejo, o que fazia seu ódio e ciúmes aumentarem. Eram cenas pesadas e interpretadas com entrega. É preciso também aplaudir o trabalho de Belize Pombal, intérprete da esposa de Venâncio e mãe de Santinha. A angústia daquela mulher, que no fundo sabia o que seu marido fez e estava prestes a fazer novamente, comoveu o público. Quitéria tinha o sofrimento no olhar. Que atriz grandiosa! Merece muito mais oportunidades, após sua bem-sucedida estreia na televisão. Uma pena que os personagens tenham saído do enredo sem um final, assim como aconteceu na versão original.
Além dos profissionais mencionados, não é justo, nem muito justo e nem justíssimo deixar Antônio Calloni de fora. O ator foi um dos maiores nomes de "Além da Ilusão", novela das seis exibida em 2022, e fez uma deliciosa participação em "Vai na Fé" ano passado. Agora participou de apenas sete capítulos da primeira fase, mas deixou sua marca na pele do temido Belarmino. O intimidador coronel, vivido pelo saudoso José Wilker em 1993, tentou matar José Inocêncio duas vezes e agiu com uma frieza que impressionou. Calloni interpreta qualquer tipo de papel com brilhantismo, mas como vilão sempre se supera. Não foi diferente na atual trama. E entre os talentosos nomes do elenco é preciso citar ainda Quitéria Kelly (Nena), Evaldo Macarrão (Jupará), Adanilo (Deocleciano), Uiliane Lima (Morena), Chico Diaz (Padre Santo) e Edvana Carvalho (Inácia). A menção especial a Juliana Paes também é necessária, pois mais uma vez dominou a cena na pele de Jacutinga, cafetina vivida por Fernanda Montenegro na versão original. Uma missão das mais complicadas diante da possível comparação. A atriz deu um toque diferenciado na composição do papel e fez a personagem ter um tom mais ácido. Suas cenas com Duda Santos eram de uma delicadeza ímpar, especialmente as do parto de Santinha.
A primeira fase de "Renascer" em 1993 teve apenas quatro capítulos. Agora são 13 e a segunda será iniciada no dia 5 de fevereiro. O aumento foi um acerto de Bruno Luperi, conhecido por copiar e colar praticamente todo o enredo original, deixando de fazer mudanças necessárias. Ao menos na primeira fase, o neto de Benedito Ruy Barbosa saiu da mesmice e merece elogios. O tempo maior beneficiou a construção dos personagens e o elenco repleto de talentos. Vale lembrar que Boni, todo poderoso da Globo na época, exigiu que o autor encurtasse o início para o público não se apegar demais aos atores e acabar rejeitando a nova fase. Assistindo ao enredo novamente, dá para entender o medo do então diretor de programação.
Bom dia, Sérgio!
ResponderExcluirAté ontem essa novela dispensa comentários, pois está excelente, todos os atores, todos deram entrega total. Maravilhosos!!!
Pena que vai mudar o elenco.
Obrigada, Sérgio!
Bom final de semana com muitas alegrias.
Beijos, paz e luz.
Como sempre uma excelente análise.
ResponderExcluirAbraços e bom fim de semana
Muito boa sua análise!
ResponderExcluirMe deu vontade de ver!
Ane/De Outro Mundo
Todos sabemos que a TV entrou numa fase de reformulação, após a criação da Internet e dos serviços de streaming. Isso ficou claríssimo, em anos recentes. Agora estamos a testemunhar uma melhoria nas obras exibidas. Se isso tem a ver com a concorrência eu não sei, mas que sorte a nossa poder ver a excelência desses trabalhos. Que continuem assim, rsrs.
ResponderExcluirBeijo
Olá, tudo bem? A TV Globo corrigiu o erro da novela original Renascer O remake acertou em esticar a primeira fase. A história ganhou um melhor desenvolvimento. O público sentirá saudades. Comentarei no meu blog. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirQue bom ver o desenvolvimento atualizado da história. É bom eles terem deixado maior para não ter "correria" na narrativa.
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Um trabalho primoroso. Tenho vontade de assistir!
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE VERÃO do dia 03 de fevereiro à 06 de março, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. O JJ, portanto, está cheio de posts legais e interessantes. Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
Saudades, Fatyma.
ResponderExcluirBjs, Maria.
ResponderExcluirObrigado, Ane.
ResponderExcluirVerdade, Marly!
ResponderExcluirAbçs, Fabio.
ResponderExcluirConcordo, Monique.
ResponderExcluirAbçs, Emerson.
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