Fracasso aos domingos, "Pipoca da Ivete" não estourou

 A expectativa em torno do primeiro programa criado especialmente para Ivete Sangalo na Globo era alta. Foram muitas propagandas, ações de marketing, enfim, tudo para despertar a atenção do público para o "Pipoca da Ivete", que estreou no dia 24 de julho de 2022 e ficou no ar até o dia 2 de outubro do mesmo ano. Porém, a recepção ao novo produto foi a pior possível. A ponto de não ter o que elogiar ou até colocar como um ponto positivo. 

A primeira temporada do programa criado por Boninho, com direção de Creso Eduardo Macedo, foi um festival de erros. Ivete Sangalo, que sempre foi conhecida pela espontaneidade, ficou travada diante das obrigações de seguir o roteiro enfadonho de um formato que nem era ao vivo. Para culminar, todos os 'novos' quadros eram cópias baratas de outros já apresentados na própria Globo em produtos que não fizeram sucesso, como o "Se Joga", por exemplo. Era tanta disputa boba que o SBT assumia frequentemente o primeiro lugar de audiência com o "Domingo Legal", comandado por Celso Portiolli. 

Apesar do completo fiasco, a Globo insistiu com o programa em 2023. E a maior prova do quanto a edição do ano passado tinha dado errado foi a satisfação dada pela própria Ivete aos jornalistas na coletiva de lançamento da segunda temporada, que estreou no dia 17 de setembro e chega ao fim neste domingo, também dia 17.

A cantora reconheceu os problemas e prometeu que seria tudo diferente no segundo ano de atração, incluindo uma maior liberdade no palco em virtude das várias críticas. No entanto, infelizmente, tudo seguiu da pior forma possível. 

A única mudança merecedora de elogios foi a preocupação em deixar Ivete Sangalo mais solta no palco. Ficou visível o quanto a apresentadora estava mais à vontade podendo improvisar piadas com seus convidados e pessoas da plateia, sem a obrigação de precisar seguir um roteiro ou um texto pronto. Mas isso não bastava para deixar o programa atrativo. Os novos quadros mais uma vez eram apenas cópias de outros já vistos em toda a programação, incluindo a manjada homenagem feita a algum artista que estava participando do programa. E foram muitos nomes de peso que marcaram presença, como Juliana Paes, Clara Moneke, Renata Capucci, Susana Vieira, Samuel de Assis, entre tantos outros. 

E o único quadro 'inédito' era um formato baseado em uma atração coreana com duas temporadas, onde oito casais participavam da disputa, com os namorados cantando algum cover, enquanto as namoradas faziam suas apostas em dinheiro, passando pela votação do público onde o mais votado avançava de fase e o menos votado era eliminado, o que fazia o casal perder o dinheiro apostado. Uma chatice sem precedentes. E o pior: o quadro era longo demais e ocupava quase o tempo inteiro de programa. Fora que a proposta de ter pessoas cantando na tevê já está desgastado ao extremo e o fracasso do "The Voice Brasil" está aí para provar. Não por acaso, o SBT assumia a liderança em quase todo domingo. 

O "Pipoca da Ivete" entra para a lista de programas fracassados da Globo e que saem de cena sem deixar saudade. Ivete Sangalo não merecia uma atração tão equivocada e nem o público. A pipoca definitivamente não estourou.