segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Aracy Balabanian era uma gigante das artes cênicas

 O mundo das artes cênicas sofreu mais uma dura perda nesta segunda-feira (07/08). Aracy Balabanian faleceu, aos 83 anos, vítima de um câncer no pulmão diagnosticado em outubro do ano passado. A veterana optou por não fazer o tratamento e preferiu cuidados paliativos para ter um restante de vida longe de uma cama de hospital. O último registro da atriz foi feito por Claudia Raia, que levou seu filho, Luca, para a colega e grande amiga conhecer em julho deste ano. 


Filha de imigrantes armênios, Aracy nasceu em 22 de fevereiro de 1940 em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Se reconheceu como atriz aos 12 anos e estreou na televisão em 1964 na TV Record na novela "Marcados pelo Amor", migrando para a TV Tupi logo depois, onde virou um dos grandes nomes da emissora em produções como "Antônio Maria" (1968), "Nino, o italianinho" (1969) e "A Fábrica" (1971). Em 1972, foi para a Rede Globo, de onde nunca mais saiu. Na emissora esteve em inúmeras novelas de sucesso e se destacou em todas as produções que contaram com o seu talento. Emendou um sucesso atrás do outro. 

A atriz esteve no elenco do infantil "Vila Sésamo" em 1972 e depois passou a fazer praticamente uma novela por ano, vide "Corrida do Ouro" (1974); "Bravo!" (1975); "O Casarão" (1976); "Locomotivas" (1977); "Pecado Rasgado" (1978); "Coração Alado" (1980); "Brilhante" (1981); "Elas por Elas" (1982); "Guerra dos Sexos" (1983); "Ti Ti Ti" (1985); e "Que Rei Sou Eu?" (1989).

Em 1990, a veterana viveu um de seus maiores sucessos na pele de Dona Armênia em "Rainha da Sucata", escrita por Silvio de Abreu. "Vou botar esse prédio na chon" e "Minhas filhinhas" eram alguns dos bordões que caíram na boca do povo. 

Aracy logo virou uma das atrizes preferidas de Silvio de Abreu. Além das mencionadas "Guerra dos Sexos" e "Rainha da Sucata", o autor a escalou para reviver Dona Armênia em "Deus nos Acuda", de 1992, e a dupla repetiu a parceria de sucesso. Mas ainda era o início de uma dobradinha perfeita. O escritor deu para a atriz outra personagem que entrou para a galeria das mais marcantes: a Filomena Ferreto, de "A Próxima Vítima", em 1995. Uma mulher poderosa, fria e sem qualquer traço cômico. Mais um show de Aracy em cena que rendeu três troféus de Melhor Atriz. 

O ano de 1996 marcou a entrada da atriz em um dos seriados mais bem-sucedidos da televisão brasileira: o "Sai de Baixo". Sua presença na produção durou até sair do ar em 2002, o que correspondeu ao hiato que teve nas novelas. E que sucesso. Cassandra Mathias Salão virou uma das maiores figuras da inesquecível turma do Arouche. A dobradinha cênica com Miguel Falabella era garantia de gargalhadas, tanto do público quanto dos atores. Os improvisos de Miguel tiravam Aracy de qualquer concentração possível e sempre caía na risada, muitas vezes incontrolável por longos minutos, o que exigia a interrupção da cena. O programa voltou em 2013 em uma edição especial para o Canal Viva, com quatro episódios, e novamente Aracy se divertiu do início ao fim. Dava gosto de ver. 

A brilhante profissional também marcou presença em várias outras novelas, como "Da Cor do Pecado" (2004); "A Lua Me Disse" (2005); "Passione" (2010) ---- onde brilhou ao lado de Tony Ramos como Gemma Matolli ----; "Cheias de Charme" (2012); "Saramandaia" (2013); "Geração Brasil" (2014) e "Sol Nascente" (2016). Sua última aparição na Globo foi no especial "Juntos a Magia Acontece", exibido no final de 2019. Esteve no palco em quase 30 peças e quatro filmes contaram com sua maestria. 

Aracy Balabanian deixa um legado e muita saudade. A veterana não tinha filhos, mas deixou milhares de órfãos no Brasil. Que fique em paz! 

12 comentários:

  1. Uma atriz maravilhosa, foi extremamente competente, ia do drama para a comédia com suavidade e maestria. Possuía uma presença elegante, um rosto e uma voz marcantes e um talento nato. Aracy Balabanian ☆

    ResponderExcluir
  2. Sérgio, mesmo que ontem tenha sido a abertura do Criança Esperança, um dia de festa, foi um dia extremamente triste pela perda desta grande e maravilhosa atriz. Eu nunca me esquecerei dela falando " Ná Chon" em uma das novelas que atuou e depois foi convidada para repetir o mesmo papel em outra novela.
    Jamais me esquecerei dela e do Caco Antibes no Sai de Baixo. Que dupla maravilhosa, o Miguel Falabella e ela quase me matavam de tanto rir... Momentos inesquecíveis...Uma perda irreparável...Que triste...:(
    Desejo uma semana linda amigo!!
    Beijos!

    ResponderExcluir
  3. Sim, foi uma atriz incrivelmente talentosa, capaz de 'encarnar' numerosos personagens, todos muito diferentes entre si.

    Beijo

    ResponderExcluir
  4. Nossa, quantos talentos das artes cênicas e da música vínhamos perdendo há vários meses... Aracy Balabanian deixa um legado invejável com tantos perfis que marcaram merecidamente a história da teledramaturgia. Descanse em paz, Aracy.

    Guilherme

    ResponderExcluir