Tudo sobre a coletiva online da segunda temporada de "Aruanas" na Globoplay

 A Globo promoveu na terça-feira, dia 23, a coletiva online sobre a segunda temporada de "Aruanas", que estreou exclusivamente na Globoplay, serviço de streaming da emissora, nesta quinta-feira, dia 25 de novembro. A entrevista contou com a presença dos criadores Estela Renner e Marcos Nisti, do diretor artístico André Felipe Binder e das atrizes Débora Falabella, Taís Araújo, Thainá Duarte, Camila Pitanga e Leandra Leal. Fui um dos convidados e conto um pouco sobre o bate-papo. 

André Felipe Binder falou sofre a dificuldade das gravações diante do novo coronavírus: "A pandemia foi um grande desafio. Eram poucos os figurantes. E quase um baile de máscaras. A gente só via as pessoas com o rosto tampado. Foi o primeiro projeto que quando terminei pensei 'ufa'. Porque temia pela nossa segurança. Mas a Globo nos ajudou muito com o suporte. Além da dificuldade de trabalhar com poucos figurantes, a gente teve que gravar uma cena em um estádio. Foi uma experiência nova. Graças a Deus conseguimos organizar. Há duas cenas definitivas muito importantes nessa temporada. Uma é neste estádio e a outra é o gatilho para conhecer a cidade de Arapós. Não dirigi a primeira temporada, mas de casa me apaixonei pela história. Muito importante ter como pano de fundo a poluição industrial e como são as várias camadas por trás disso. Além de colocar o dedo na ferida, fala sobre o protagonismo feminino. Foi um enorme desafio. Um desafio gratificante", contou o diretor. 

O autor Marcos Nisti contou um pouco sobre o tema da nova fase: "A gente acertou muito na primeira temporada falando de Amazônia e o assunto estava muito em alta. Apesar da gente achar que não melhoramos nada das políticas públicas sobre esse tema, vimos que 87% da população brasileira está preocupada com a Amazônia. Que isso sirva de impulso no voto para mudar isso. Agora na COP 26 (Conferências das Ações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021) foi falado de combustível fóssil e é isso mesmo que abordaremos na segunda temporada, declarou o autor sobre a temática da nova fase.

"E a pandemia foi bem complicado para nós. Porque precisamos parar o projeto e depois seguir. Mas teve até um benefício porque teremos CPI na ficção e tivemos receio sobre o entendimento do público. Mas acabamos tendo uma CPI durante a pandemia. Então ficará muito mais claro e real. Por um lado foi bom termos mais tempo para aperfeiçoar esse projeto. A vida imita a arte. As forças vão se cruzando" complementou a autora Estela Renner. 

Camila Pitanga falou da importância da trama em sua carreira: "Esse projeto, com uma primeira temporada tão bem-sucedida, e que a segunda seja tanto quanto, é muito importante. Seja para esclarecer as pessoas, seja para entretê-las. Claro que isso não basta, precisamos que tenha ações do governo, das pessoas. Mas é um produto que me dá muito orgulho. A gente sente que tá contribuindo de alguma forma. E a CPI da ficção foi mais polida que a da realidade, tá. Na primeira temporada, minha personagem é quase uma esfinge. Agora a gente tem a oportunidade de entender a mulher, a pessoa e suas fragilidades, onde pela frente é fria e calculada, mas por trás é frágil como qualquer ser humano. Vamos conhecer os amores de Olga", disse a atriz. 

Leandra Leal, que vive a Luiza, não escondeu a empolgação com a série: "A primeira temporada para mim foi muito especial. Ficamos na floresta, a união forte da equipe. Enfim. Mas a segunda temporada também foi muito especial. Porque sair para trabalhar durante uma pandemia exigiu confiança com os seus parceiros e não sei se sairia de casa para qualquer trabalho. Foi com uma equipe que admiro. Venci o medo, mas me enchi de esperança. A gente vai conseguir. E foi muito bonito. E o grande enfoque da nova temporada é a questão da amizade entre elas (as protagonistas), além da questão ambiental, claro. E vou confessar que a minha maior preocupação é com a questão da continuidade", expôs a atriz aos risos. 

Perguntei a Débora Falabella sobre o arco dramático de Natalie na segunda temporada, após o forte abalo emocional da personagem no desfecho da primeira, quando descobriu o caso de sua melhor amiga (Verônica) com o seu marido, o que resultou em sua separação e no fim da amizade: "Elas têm uma relação de irmãs que atravessa a história. A Natalie tá mais arrasada com o rompimento com a Verônica do que com o marido. Ela vem com esse lado muito abalado e desequilibrado. Ela segue sendo uma jornalista e ativista que acredita no que fala, mas é claro que uma coisa vai invadindo a outra. Na primeira temporada ela tem um desequilíbrio maior porque teve também a questão do filho que perdeu. Essas personagens são heroínas porque estão em uma luta que é de todos nós. É um privilégio para mim", respondeu a atriz. 

Taís Araújo, intérprete da Verônica, falou sobre a riqueza dos perfis da série: "O mais legal dessas personagens todos é a humanidade. Nem vou falar de nós quatro, mas de todos. Porque todos acabam tendo alguma coisa errada e isso é muito bom dramaturgicamente. Mas fiquei arrasada com o final da temporada passada. E só digo que demora, viu", acrescentou Taís sobre a reconciliação entre as personagens que romperam no final da primeira temporada. 

Thainá Duarte contou um pouco sobre a trajetória de Clara na nova fase: "Ela começa namorando com o Felipe (Gustavo Falcão) e depois tem um triângulo amoroso. Eu vejo minha personagem muito mais determinada e segura a tomar suas próprias decisões. E acho importante mostrar como uma mulher que viveu um relacionamento abusivo pode ser depois disso. Ela também está como infiltrada na segunda temporada e falei até com um ativista do Greenpeace que também esteve infiltrado", finalizou a atriz.

A coletiva de "Aruanas" apresentou bem sobre o que o público pode esperar da segunda temporada e ainda deixaram no ar a grande possibilidade de uma terceira. Aguardemos.