Marcos Mion estreia na Globo com o pé direito

 A ida de Marcos Mion para a Globo foi a notícia que mais repercutiu no mundo do entretenimento em 2021. É verdade que a saída conturbada de Faustão e a ida de Luciano Huck para os domingos também foram matérias que renderam bastante. Mas todas as notas sobre a contratação de Mion tiveram um diferencial: a felicidade do apresentador com sua nova conquista. Gratificante ver um profissional tão realizado, cujo sonho começou a ser concretizado neste sábado, com a estreia do "Caldeirão com Mion". 

Mion não teve medo do ridículo e se permitiu. A verdade é que todo profissional que trabalha na concorrência e nunca esteve na Globo sonha em ir para a líder um dia. Mente quem nega. Normalmente, quando alguém acaba contratado, não há declarações de extrema felicidade ou fotos de deslumbramento com a nova 'casa'. Tudo para passar aquele ar de 'pés no chão' ou 'costume'. Mas o apresentador fez questão de dizer que era um sonho e rezava todo dia para ser contratado. 

Desde que o anúncio da contratação saiu na mídia, Marcos Mion não escondeu a emoção, fez foto com o crachá da Globo, ganhou 'festa' de recepção nos Estúdios Globo, brincou com seu deslumbramento, enfim, foram momentos de leveza em meio a tempos tão difíceis que todos têm vivido com a pandemia do novo coronavírus.

E a realização de ver o comunicador tão feliz ocorre porque quem o acompanha sabe que é fruto de merecimento. Não começou ontem. Tem uma longa e respeitada trajetória. 

O novo apresentador do "Caldeirão" estreou na tevê em 1999, como ator, na série "Sandy & Júnior". Em 2000, se transferiu para a antiga MTV  e apresentou o "Supernova" e fez um baita sucesso no comando do "Piores Clipes do Mundo" e o "Vale a pena Ver Direito" ---- os quadros, vale mencionar, estarão no novo "Caldeirão" com o título de "Isso a Globo mostra". Também teve passagens por Band e Record. Aliás, seu mais recente trabalho foi na emissora do bispo Edir Macedo. Graças a ele, o reality "A Fazenda" ganhou um novo fôlego. Não demorou até se firmar como o melhor apresentador do formato, que anteriormente tinha as apresentações sofríveis de Britto Jr. e Roberto Justus. Mion também teve seu próprio programa na Record ---- o "Legendários" (2010 - 2017) ----, apresentou o reality "A Casa", em 2017, e chegou a participar de algumas novelas. Seu vínculo acabou rompido por conta de divergências com Rodrigo Carelli, diretor de "A Fazenda". O clima pesado era visto pelo público, ainda que de forma sutil, na décima segunda edição, ano passado. 

A chegada de Mion fez muito bem para a grade da Globo. A escolha para substituir Luciano Huck no "Caldeirão" foi a melhor possível, o que já ficou claro na estreia. O quadro "Tem ou não tem" foi o único que Luciano não quis levar para os domingos e a produção resolveu mudá-lo com participantes famosos e seus familiares/amigos --- no caso da estreia com Paulo Vieira e Juliana Paes. Ou seja, virou uma espécie de "Tamanho Família", antigo programa de Márcio Garcia. E funcionou bem. Mion não disfarçou sua alegria, mas não conseguiu esconder o nervosismo, o que foi compreensível. Comandou bem a disputa e ainda teve um quadro novo, embora nem tanto. A competição envolvendo a adivinhação de uma música a cada rodada é uma espécie de "Ding Dong", quadro do extinto "Domingão do Faustão", com "Qual é a música", programa de sucesso comandado por Silvio Santos na década de 90 e reprisado atualmente no SBT. Lúcio Mauro Filho, acompanhado de uma banda, canta trechos e os convidados precisam acertar a canção. Foi um início dos mais agradáveis. 

É difícil entender a razão da Globo em afirmar que o "Caldeirão com Mion" irá apenas até dezembro ---- o plano é dar um programa para Ivete Sangalo em 2022. Marcos Mion tem tudo para dar certo na faixa vespertina dos sábados e resta torcer para que a emissora mude de ideia diante da boa repercussão e do sucesso de audiência ----- 16 pontos de média, 1,8 ponto a mais quando comparado às quatro semanas anteriores ---- do novo apresentador da casa.