Nesta segunda-feira (01/03), começou a ser reprisada "A Vida da Gente", folhetim que marcou a estreia de Lícia Manzo como novelista da Globo em 2011. E a autora não poderia ter estreado melhor. A novela é a terceira mais vendida da emissora no mercado internacional e um primor. O público já pedia a reprise nas redes sociais há muitos anos, mas nunca era atendido. Nem mesmo no Canal Viva. Porém, como as gravações de "Nos Tempos do Imperador", próxima trama das 18h, atrasaram por conta da pandemia do coronavírus, uma outra produção precisou ser colocada para substituir "Flor do Caribe" (2013). E finalmente o pedido dos telespectadores acabou aceito.
A história tem uma veia dramática arrebatadora e poucos personagens, o que acaba conquistando quem assiste com mais rapidez. Vide o irretocável primeiro capítulo apenas com os protagonistas no núcleo central. É fácil se sentir integrante daquela família. Íntimo daquelas pessoas. O êxito da autora foi total. Tanto na condução da novela, quanto na escalação do elenco e na boa e intensa repercussão que teve há dez anos. O telespectador foi conquistado imediatamente pela história das irmãs que se amavam e tiveram a linda relação rompida após uma tragédia causada por conta de uma sucessão de desentendimentos familiares.
O trio protagonista era composto por Marjorie Estiano, Fernanda Vasconcellos e Rafael Cardoso, que eram Manuela, Ana e Rodrigo: o triângulo amoroso que despertou torcidas fanáticas e proporcionou inúmeras cenas marcantes ao longo da trama. Manu e Ana eram irmãs que se amavam e se respeitavam, apesar da mãe Eva (Ana Beatriz Nogueira), que não escondia sua predileção por Ana e seu imenso desprezopor Manu. Ana, por sua vez, era apaixonada por Rodrigo e da relação nasceu Júlia (Jesuela Moro, na fase crescida). Após muitos dramas e conflitos, as irmãs resolveram fugir com a criança para iniciar uma nova fase e deixar os problemas para trás.
Porém, um grave acidente de carro ---- uma das melhores cenas (senão a melhor) de acidente da história da teledramaturgia ----, causa o coma de Ana e Manu se vê sozinha com a sobrinha em meio aos julgamentos de Eva e ao sofrimento de ver a irmã entre a vida e a morte. A personagem acaba se envolvendo com Rodrigo, formando um casal lindo e feliz ---- onde Marjorie Estiano e Rafael Cardoso transbordaram química. Porém, quando Ana acorda, anos depois, novos dramas ocorrem, enriquecendo ainda mais a novela, que também contava com outros núcleos, tão interessantes quanto o principal.
Lícia Manzo foi batizada como a 'discípula de Manoel Carlos' por causa do rico tratamento dado às relações familiares, característica que marca a carreira de Maneco. Porém, a autora mostrou que é muito mais que uma mera aprendiz, é uma profissional que sabe muito bem o que faz e o que escreve. Ainda evitou situações machistas tão comuns na obra do veterano. Conseguiu criar uma história primorosa e ainda fez com que todos os seus personagens parecessem reais.
Além de Ana, Rodrigo, Manu e Eva, vários outros tipos encantaram através de seus dramas e conflitos: Iná (Nicette Bruno), Laudelino (Stênio Garcia), Suzana (Daniela Escobar), Cícero (Marcelo Airoldi), Vitória (Gisele Froés), Sofia (Alice Wegmann), Nanda (Maria Eduarda), Dora (Malu Galli), Jonas (Paulo Betti), Cris (Regiane Alves), Lourenço (Leonardo Medeiros), Moema (Cláudia Mello), Seu Wilson (Luiz Serra), entre tantos outros. E também é preciso elogiar o elenco escalado, que, além de enxuto, foi muito bem escolhido e todos se entregaram do início ao fim.
A novela ainda ficou marcada pelas viscerais atuações de Marjorie Estiano e Fernanda Vasconcellos. A dupla brilhou e protagonizou inúmeras cenas que exigiram muito profissionalismo. Manu e Ana foram os melhores papéis na carreira de cada uma. E vale ressaltar os desempenhos de Nicette Bruno, Ana Beatriz Nogueira, Jesuela Moro, Rafael Cardoso e Gisele Froés. Ainda é preciso lembrar, também, a tocante abertura da novela. Um compilado de fotos e filmagens dos personagens era exibido enquanto tocava a linda música "Oração ao Tempo", na voz de Maria Gadú. Combinação que ficou perfeita no ar.
Em meio à briga de torcidas que o quarteto central causou na internet (em uma época onde comentar novelas nas redes sociais nem era tão comum), a autora optou por seguir a sinopse da trama e encerrou sua obra com Manu ao lado de Rodrigo e Ana ao lado de seu médico (Dr. Lúcio - Thiago Lacerda), exibindo um final emocionante, impecável e repleto de cenas lindas.
"A Vida da Gente" foi uma novela inesquecível e Lícia Manzo estreou sua primeira trama com pé direito. Valeu muito a pena acompanhar cada conflito, cada drama, cada diálogo e cada lágrima desse folhetim que ficou marcado pela intensidade e pelo realismo das cenas. Quem não conseguiu assistir em 2011 tem a oportunidade de ouro para ver agora. Já os que acompanharam, com toda certeza, assistirão novamente.
Que novela linda, essa que começou a ser reprisada hoje para nos fazer esquecer novamente da insossa "Flor Do Caribe" (2013)! Sérgio, concordo com tudo o que você escreveu, especialmente com a leve alfinetada no Manoel Carlos pelas nuances machistas dos folhetins dele. Cada cena de "A Vida Da Gente" (2011) cativa o telespectador de forma que sua antecessora direta na época, "Cordel Encantado" (2011) pareça menor em sua totalidade (e de fato o é), principalmente nas repetições com plots de sequestros. E só de pensar que no próximo mês uma nova obra de Lícia Manzo chegará, um sentimento de satisfação se faz presente no coração do noveleiro de bom gosto. Louco para ler os primeiros textos no blog sobre "Um Lugar Ao Sol".
ResponderExcluirGuilherme
FINALMENTE UMA NOVELA BOA DE VERDADE SENDO REPRISADA.
ResponderExcluirfinalmente vou poder ver. vai ser chato se for reduzida. beijos, pedrita
ResponderExcluirSérgio, querido amigo!!
ResponderExcluirEstá aí uma novela que vale a pena ver de novo em todos os sentidos!!
Relembrei trechos dela apenas com o que você descreveu e já despertou em mim uma vontade de revê-la!!!
Um grande beijo querido amigo!!
Adorei sua visita lá no meu cantinho, estava com muitas saudades!!!
Fica bem!!! :))))
Com uma resenha dessas não tem como não ficar com vontade de assistir à trama. Incrível que a novela já tenha 10 anos... Também aguardo ansioso pela reprise de "Morde e assopra" na telinha.
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está em Hiatus de verão entre 05 de fevereiro e 08 de março, mas não deixaremos de comentar nos blogs amigos. Também tem posts novos no blog.
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Até mais, Emerson Garcia
Essa novela deveria passar no horário nobre.
ResponderExcluireu sempre odiei as tramas do maneco por serem elitistas demais (passei a odiar bossa nova por causa das novelas dele), mas como vi um pouco de sete vidas (que espero reprise) e contrariando minhas expectativas passei a gostar da história, é que estou acostumado com tramas de heróis e vilões (gosto das mexicanas), preciso de um descanso e veio esta novela.
ResponderExcluirEssa novela estreou setembro de 2011, há 9 anos e 6 meses, falta um tempinho pra fechar com 10 anos kkkkmmmm
ResponderExcluirE impressionante o quanto a Fernanda Vasconcellos e marjorie estudando se entregaram durante essa novela
ResponderExcluirEu só acho que a manu não é o melhor personagem da marjorie porque tem a Dr carolina
ResponderExcluirConcordo com tudo, Guilherme!!!
ResponderExcluirAmem, anonimo.
ResponderExcluirDuvido, Pedrita, pq ela já é bem curta.
ResponderExcluirSaudades, Adriana.
ResponderExcluirQuem sabe, Jornalista.
ResponderExcluirDeveria, anonimo.
ResponderExcluirEntendi, Danilo.
ResponderExcluirOk, Marcio.
ResponderExcluirConcordo, anonimo.
ResponderExcluirIsso é, anonimo....
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