terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Retrospectiva 2019: os destaques do ano

Após cinco retrospectivas relembrando os artistas que deixaram saudades, os piores do ano, os melhores casais, as cenas mais marcantes e as melhores atrizes e atores de 2019, chegou a hora de listar os destaques do ano que passou. A última retrô do blog é sobre as produções que mais marcaram ao longo destes doze meses e foram vários trabalhos admiráveis que merecem menção. Vamos a eles.





"Espelho da Vida":
A novela de Elizabeth Jhin enfrentou dificuldades de audiência na faixa das 18h da Globo. E o início da trama se mostrou bastante arrastado. Porém, o enredo da autora sempre teve potencial e ganhou ritmo quando chegou quase na metade. O mistério que envolvia o assassinato de Júlia Castelo despertava interesse e as viagens no tempo da mocinha foram uma ousadia da escritora que funcionou. As relações entre os personagens estavam muito bem entrelaçadas e todos tinham alguma ligação com o passado. As várias teorias sobre os rumos do folhetim dominaram as redes sociais e a repercussão foi imensa. A trama foi a mais assistida da Globo Play enquanto esteve no ar e a terceira produção mais buscada pelo Google em 2019. Um feito e tanto. O final, então, foi repleto de adrenalina e cenas emocionantes. A produção foi um acerto. Vale destacar Vitória Strada, Alinne Moraes, Irene Ravache, Felipe Camargo, Rafael Cardoso, Clara Galinari, entre tantos outros bons nomes que deram um show.


"Bom Sucesso":
A atual novela das sete de Rosane Svartman e Paulo Halm, dirigida com maestria por Luiz Henrique Rios, é um fenômeno de audiência e todo o sucesso é merecido. Os autores, responsáveis pelas também ótimas "Malhação - Intensa" (2012), "Malhação Sonhos" (2014) e "Totalmente Demais" (2016), emplacaram outro produto de qualidade e conquistaram o público com uma história deliciosa que aborda a literatura com delicadeza, apresenta personagens bem construídos, forma casais apaixonantes e ainda explora viradas que emocionam e tiram o fôlego com boas doses de tensão. Impossível não se envolver com Paloma (Grazi Massafera), Marcos (Romulo Estrela), Alberto (Antônio Fagundes), Nana (Fabiula Nascimento), entre tantos outros bons e bem interpretados perfis. É o melhor folhetim das 19h desde "Totalmente Demais", ironicamente, também escrito por eles.



"A Dona do Pedaço":
Walcyr Carrasco é o coringa da Globo. Sempre que alguma faixa necessita de elevação da audiência o autor é chamado às pressas. E consegue cumprir a missão com facilidade. Após o fracasso de "O Sétimo Guardião", a emissora adiou "Amor de Mãe" e pediu para o escritor criar uma sinopse em duas semanas. Ele não só criou, como emplacou mais um imenso sucesso de público e repercussão. A saga da destemida Maria da Paz caiu na boca do povo e o enredo que mesclava famílias de matadores, bolos, o mundo das digitais influencers e golpes dos mais variados tipos de vilões funcionou. O autor sabe o que o povo quer e novamente conseguiu criar vários tipos populares, como Maria, Fabiana, Josiane, Agno, Chiclete, Vivi Guedes, entre tantos. Ainda evitou a famigerada 'barriga' (período de enrolação) inserindo um reality show dentro da ficção: o "Best Cake". Destaque para Juliana Paes, Agatha Moreira, Nathalia Dill, Sérgio Guizé, Paolla Oliveira, Suely Franco, entre outros que brilharam ao longo da trama, dirigida por Amora Mautner.


"Sob Pressão":
A melhor série de 2017 e de 2018 também foi a melhor de 2019. A trama de Jorge Furtado, com redação final de Lucas Paraizo, baseada no livro de Márcio Maranhão ("Sob Pressão - A Rotina de Guerra de um Médico Brasileiro"), e dirigida por Andrucha Waddington, manteve todas as qualidades. A história mescla ficção e realidade com uma propriedade impressionante e todos os dramas apresentados envolvem o público. A saga dos médicos que precisam lidar com toda a precariedade da saúde pública brasileira ganhou um outro conflito com os dramas pessoais dos protagonistas, como a perda do filho que Carolina esperava durante um sequestro angustiante, filmado em um primoroso plano-sequência no melhor episódio da temporada. Os conflitos mais uma vez arrebataram o público, assim como as várias participações especiais que engrandeceram os capítulos. Júlio Andrade e Marjorie Estiano novamente brilharam do primeiro ao último episódio e foram inúmeras cenas emocionantes protagonizadas por eles. A série seria encerrada, mas o sucesso foi tanto que a Globo mudou de ideia e decidiu produzir mais duas temporadas que serão exibidas em 2021. Que venham!


"Segunda Chamada":
A nova série da Globo ganhou o "apelido" de "Sob Pressão da Educação". Isso porque, assim como a série que retrata o caos da saúde pública nacional, a trama explora as inúmeras dificuldades que uma escola pública no Brasil enfrenta. A história, escrita por Carla Faour e Julia Spadaccini (dirigida por Joana Jabace), emocionou e impactou ao longo dos 11 episódios muito bem escritos e interpretados. A saga da sofrida professora Lúcia funcionou como uma espinha dorsal da primeira temporada, que ainda apresentou bons dramas de vários alunos que lutaram pelos estudos e outros conflitos densos envolvendo os demais professores. Débora Bloch, Thalita Carauta, Silvio Guindane, Hermila Guedes, Paulo Gorgulho, Linn da Quebrada, José Dumont, Felipe Simas e Teca Pereira foram alguns dos destaques. O sucesso garantiu a segunda temporada, que será produzida agora em janeiro e exibida em abril.



"Assédio".
A série de Maria Camargo, dirigida por Amora Mautner, foi disponibilizada completa pelo streaming Globo Play em 2018 e em 2019 exibida na grade da Globo. A trama é baseada no livro "A Clínica: A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih", de Vicente Vilardaga. Mas o sobrenome do médico, que abusou de suas pacientes enquanto várias delas estavam sedadas, foi alterado para Sadala na obra televisiva. O enredo é denso e muitas vezes de embrulhar o estômago. Todos os atores foram fantásticos, com destaque para Antônio Calloni na pele do protagonista. Adriana Esteves, Mariana Lima, Hermila Guedes, Paula Possani, Monica Iozzi e Elisa Volpatto são outros ótimos nomes. A emissora acertou quando decidiu exibi-la na íntegra e, coincidência ou não, pouco tempo depois, Roger voltou para a prisão --- o criminoso estava em prisão domiciliar e os investigadores descobriram que o médico forjou uma doença.

"Se Eu Fechar os Olhos Agora":
A minissérie foi exibida em abril e transbordou qualidade. A trama, escrita por Ricardo Linhares e baseada no livro homônimo do jornalista Edney Silvestre, foi bem desenvolvida e com boas doses de suspense em torno de um misterioso assassinato de uma jovem ninfeta. Débora Falabella, Mariana Ximenes, Antônio Fagundes, Murilo Benício, Xande Valois e João Gabriel D`Aleluia foram alguns dos destaques.



"Lady Night":
A quarta temporada do programa de maior sucesso do Multishow foi mais curta que as anteriores por conta da gravidez de Tatá Werneck ---- ela passou muito mal com constantes enjoos durante toda a gestação. Porém, o talk-show seguiu maravilhoso, vide as ótimas entrevistas com Chay Suede, Ana Maria Braga, Selton Mello e Rodrigo Santoro. A Globo ainda resolveu exibir as outras temporadas em sua grade, o que gerou um ótimo retorno da audiência.


Reprise de "Por Amor":
A Globo acertou em cheio quando decidiu reexibir um dos maiores sucessos de Manoel Carlos. Resultado: a novela gerou uma grande repercussão e levantou a audiência do "Vale a Pena Ver de Novo", marcando às vezes até mais que "Malhação". O público amou rever a vilania de Branca (Susana Vieira), o amor de Milena (Carolina Ferraz) e Nando (Du Moscovis), o drama da controversa Helena (Regina Duarte), a doce Sandrinha (Cecília Dassi), o amadurecimento de Eduarda (Gabriela Duarte), entre tantos outros conflitos do folhetim que marcou a teledramaturgia.


"Shippados":
A última série da saudosa Fernanda Young, que novamente escreveu em parceria com o marido Alexandre Machado, foi uma grata surpresa da Globo Play. Com Eduardo Sterblitch e Tatá Werneck como protagonistas, a trama abordou de forma melancólica a vida de duas pessoas solitárias e problemáticas que se apaixonaram em virtude da quantidade de semelhanças que os aproximavam.



"Tá no Ar: a TV na TV":
Para evitar o natural desgaste, Marcius Melhem e Marcelo Adnet resolveram encerrar o melhor programa de humor do país em sua sexta temporada, exibida no início do ano. As esquetes seguiram afiadas e criticando tudo e todos com um humor ferino. Entre os destaques, a "Vila Militar do Chaves" e a "Família Armas". Fará falta.


"Isso a Globo Não Mostra":
O quadro que virou o maior sucesso do "Fantástico" tinha a missão de ficar no ar por apenas cinco domingos. Mas o êxito das montagens de vídeos com situações vexatórias de políticos e ocorridas até na programação da própria Globo foi tamanho que acabou virando um produto fixo da revista eletrônica dominical. E não deixa de ser um "filhote" do "Tá no Ar", matando um pouco as saudades do outro formato.


"Aruanas":
A série é exclusiva da Globo Play, mas a emissora exibiu o início da ótima história sobre quatro destemidas ativistas ambientais para atrair público para o seu serviço de streaming. Débora Falabella, Leandra Leal, Taís Araújo e Thainá Duarte estão ótimas e honram o protagonismo de um enredo que ganhou ainda mais relevância em 2019, período catastrófico da Amazônia. Ainda é possível ver Camila Pitanga na pele de uma ambiciosa advogada.


"Topíssima":
Após anos apostando apenas em novelas bíblicas repetitivas, a Record resolveu voltar a produzir folhetins contemporâneos e acertou com a história bem escrita por Cristianne Fridman. Os mocinhos tiveram química, a autora ousou em algumas tramas, como a abordagem do aborto, e a audiência foi satisfatória.


"Que História é essa, Porchat?":
Fábio Porchat rescindiu seu contrato com a Record para buscar novos desafios. Uma atitude corajosa. E valeu a pena. O apresentador conseguiu emplacar um ótimo programa no canal a cabo GNT, fugindo daquele tradicional formato de talk-show que virou moda no país. Fábio reúne três convidados especiais por edição para ouvir histórias curiosas de cada um, incluindo a participação de pessoas da plateia, que também contam situações hilárias sobre algum momento da vida. São tantas histórias interessantes que várias viraram memes, como Fernanda Torres falando de sua passagem "totalmente drogada" pelo "Altas Horas", programa de Serginho Groisman na Globo. Chegou para ficar.


"Toda Forma de Amor":
A série LGBTQ+ produzida pelo Canal Brasil foi uma grata surpresa. Após quatro adiamentos (havia uma pressão para o produto não ir ao ar), a trama, dirigida pelo cineasta Bruno Barreto, finalmente estreou em outubro e teve apenas cinco episódios. Mas o enredo conseguiu envolver mesmo em uma curta temporada e a história explorou muito bem a diversidade através de bons conflitos dos personagens. Ainda havia um clima de mistério em torno de um serial killer que assassinava transsexuais. Gabrielle Joie ---- atualmente como Michelly em "Bom Sucesso" ---- era a protagonista trans Marcela e brilhou, assim como vários nomes do elenco, como Christiana Ubach, Daniel Infantini e Eucir de Souza.


"Sessão de Terapia":
A série de maior sucesso do GNT, que apresentou três temporadas primorosas protagonizadas por Zecarlos Machado como o terapeuta Teo, entre outubro de 2012 e setembro de 2014, ganhou uma versão exclusiva para a Globo Play. A trama é baseada na série israelense "Be Tipul", mas a quarta temporada é totalmente inédita. E como o ator principal está contratado da Record, Selton Mello, que dirigia a produção, virou o novo protagonista, o Dr. Caio. E Selma Egrei, psicóloga de Teo, também teve que sair, o que resultou na entrada de Morena Baccarin, talentosa atriz brasileira conhecida pelos trabalhos em produções americanas. Os dramas da série continuaram envolvendo o telespectador e o elenco é luxuoso. Além dos citados, David Júnior, Cecília Homem de Melo, Fabíula Nascimento e Livia Silva.


"Éramos Seis":
O quinto remake do romance de Maria José Dupré, baseado na novela exibida pelo SBT em 1994, mantém as qualidades vistas nas produções anteriores, além de algumas diferenças. Angela Chaves vem conduzindo bem essa versão exibida pela Globo e o folhetim prima pelo capricho da direção de Carlos Araújo. O elenco também foi escalado com precisão e Glória Pires brilha como Dona Lola, assim como vários outros intérpretes, vide Cássio Gabus Mendes, Nicolas Prattes, Kelzy Ecard, Carol Macedo, Simone Spoladore e Ricardo Pereira. O folhetim tem conseguido uma boa audiência, provando que enredos mais tristes ou mais densos não afastam o público quando bem expostos.

"Filhos da Pátria":
A segunda temporada da ótima série escrita por Bruno Mazzeo foi tão boa quanto a primeira. Ainda foi uma deliciosa sacada colocar a mesma família Bulhosa para viver outra época, no caso a Era Vargas. Todas as críticas ferinas da série foram diretamente direcionadas ao atual período do Brasil, provando que pouca coisa mudou de lá para cá. Fernanda Torres, Alexandre Nero, Johnny Massaro, Lara Tremourou e Jéssica Ellen foram alguns dos destaques.


"Hebe":
Por medo das críticas negativas que marcaram o filme sobre Hebe Camargo, a Globo desistiu de exibir a série sobre a maior apresentadora do país em janeiro de 2020. Porém, a série se mostrou bem mais completa e atrativo que o longa. Escrita por Carolina Kotscho e dirigida por Maurício Farias, a trama não faz um apanhado completo da vida de Hebe e nem procura ser fiel a todos os fatos, mas explora com competência parte da trajetória de uma das mulheres mais queridas pelos brasileiros e todas as suas controvérsias. Andrea Beltrão está maravilhosa como Hebe e acerta ao fugir da caricatura, imprimindo um jeito seu de copiar pequenos trejeitos da dama da televisão.











Foram seis retrospectivas até aqui. Nada melhor do que terminar o ano relembrando tudo o que foi bom no mundo televisivo. Todas as produções citadas merecem muitos elogios, provando que as emissoras presentearam o público com várias novelas, séries, minisséries e programas de qualidade. Essa é a última postagem do blog em 2019 e desejo aos leitores (tanto os que comentam quando os que apenas leem os textos) um 2020 com muita saúde, paz, realizações e prosperidade. Que ao menos seja melhor do que o problemático ano que passou. Feliz Ano Novo!


18 comentários:

  1. Vou sentir falta das retrospectivas. Sempre que acabam me dá um vazio.

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  2. ENCERROU EM GRANDE ESTILO.

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  3. E assim se encerra mais um ano com o melhor (e o pior também, risos) do que as emissoras de TV podem apresentar sobretudo em termos de teledramaturgia. Feliz Ano Novo, Sérgio, com muitas bênçãos, saúde, paz, sucesso, alegria, esperança, felicidade, e por que não, muitas análises das mais diversas atrações televisivas, no melhor blog do melhor criador! Abração!

    Guilherme

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  4. Mais uma retro maravilhosa enaltecendo Espelho da Vida, Bom Sucesso e A Dona do Pedaço, as melhores de 2019!

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  5. Feliz 2020, Serginho! E a ultima retro foi tão boa quanto as outras!!!!

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  6. eu gostei de cada segundo de espelho da vida.bom sucesso começou bem, está repetitiva e óbvia. tá no ar foi bacana, mas gostei muito de zorra. até pq zorra é mais inclusiva. amo isso a globo não mostra. a globo brinca com as críticas q recebe e ri do seu próprio elenco. queria muito ter visto aruanas. topíssima foi um show de violência contra a mulher e preconceito. antonio vivia mandando na sophia q tinha desejo. uma vergonha. machismo. é assim q violência contra a mulher começa. em topíssima existia as mulheres de família e as q não prestavam. um desserviço. q história é essa porchat é bom mesmo. gostei de toda forma de amor. foi uma boa série. magnífica 70 foi a grande série de 2019. beijos, pedrita

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  7. Muito bom ler retrospectivas.
    Muito bom mesmo.
    Obrigada,
    Liliane

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  8. Sérgio, você fez tanta retrospectiva perfeita que é até injusto citar uma só. Essa última fechou o ciclo em grande estilo. Parabéns pelo trabalho.

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  9. Olá, tudo bem? Adorei Espelho da Vida, mas como vc ressaltou, a novela enfrentou percalços em seu desenvolvimento. Por isso, não ganhou o meu voto de melhor novela do ano. Feliz 2020! Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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  10. Fico feliz demais lendo isso, anonimo. Dão trabalho, mas vale a pena.

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  11. Pra vc tb, Guilherme. Obrigado pelo carinho sempre.

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