sábado, 4 de maio de 2019

Herson Capri deu show e saída precoce de Aziz é um risco para "Órfãos da Terra"

A atual novela das seis de Duca Rachid e Thelma Guedes estreou na Globo com imagens belíssimas, direção primorosa de Gustavo Fernández, atrativos personagens e ritmo ágil. Até o momento "Órfãos da Terra" vem mantendo todas essas qualidades, prendendo o público através de ótimas cenas e bons acontecimentos. E um dos principais acertos do enredo foi o vilão Aziz Abdallah, interpretado com maestria por Herson Capri.


O poderoso sheik que se encantou por Laila (Julia Dalavia) transbordou maniqueísmo. Era o típico malvado sem qualquer camada ou nuances. Honra a expressão "mau feito um pica-pau". Sua única 'fraqueza' era o amor genuíno que sentia pela filha, Dalila (Alice Wegmann), e ainda assim tal sentimento nunca o impediu de cometer atrocidades, como assassinar Soraia (Letícia Sabatella), a sua primeira esposa, por conta do adultério cometido pela mãe de sua herdeira.

O papel só poderia ser vivido por um ator experiente, pois o risco de cair no exagero, até por se tratar de um perfil naturalmente caricato, era grande. E Herson foi uma escalação certeira das autoras. O intérprete dominou o personagem logo no início e se sobressaiu na história sem fazer esforço assim que surgiu em cena.
Não teve um só momento protagonizado por ele ---- ao lado de Alice Wegmann, Letícia Sabatella, Kaysar Dadour (Fauze), Julia Dalavia e Renato Góes (Jamil) ---- que não tenha valido a pena.

Aziz era o típico vilão que o público amava odiar. Não por acaso, foi o responsável pelos melhores ganchos até o momento. A expressão assustadora de ódio do ator impressionava e muitas vezes o texto não era necessário. Apenas o olhar já bastava para expor a fúria do milionário sheik. Impactante a cena do flagra que o pai de Dalila deu em Soraia e Hussein (Bruno Cabrerizo) em uma tenda no campo dos refugiados, assim como provocou arrepio a chegada do canalha durante a festa de casamento dos mocinhos.

O ator também protagonizou uma sequência forte com a grande Eliane Giardini no período em que Aziz ficou na cadeia, após ter invadido a festa dos refugiados com homens armados. Foi um enfrentamento que expôs o até então enigmático passado de Rânia com o sheik ----- ela era mãe de Soraia e o vilão casou com a menina contra a vontade de todos na época, assim como tentou fazer com Laila anos depois. É por isso que a saída de um personagem tão importante para o enredo desperta indignação de quem assiste. Embora as autoras aleguem a importância dessa morte para o andamento do roteiro, fica difícil não lamentar o término da participação tão luxuosa de Herson Capri.

Há anos o intérprete não tinha um papel tão bom na televisão. O próprio admitiu na coletiva de lançamento da novela que Aziz era o vilão mais terrível que havia interpretado. E vale lembrar que Herson já viveu muitos canalhas na ficção. Seu último perfil de relevância na teledramaturgia foi o corrupto Horácio Cortez, em "Insensato Coração" (2011). Mas o folhetim de Gilberto Braga e Ricardo Linhares era muito ruim. Ele até ganhou tipos interessantes em "Aquele Beijo" (2011) e "Rock Story" (2016), mas não marcaram. Esse poderoso sheik marcou o retorno triunfal do grande ator com um personagem que fez jus ao seu conhecido talento. Sua parceria com Alice Wegmann, inclusive, era promissora, ainda mais depois que pai e filha viraram inimigos em virtude do assassinato da primeira esposa do canalha. Vale uma menção especial ao último momento de Aziz com Jamil no hospital, minutos antes de falecer. A única vez que o sheik demonstrou um resquício de humanidade pedindo ao ex-capanga para cuidar de sua filha. Herson e Renato Goés emocionaram.

A morte de Aziz representa um risco grande para o roteiro de "Órfãos da Terra", ainda mais após a morte da já citada Soraia --- outro perfil de potencial que tinha caído nas graças do público. Retirar de cena o maior vilão do folhetim em menos de dois meses no ar expõe uma coragem de Duca Rachid e Thelma Guedes. As autoras, obviamente, têm muitas cartas na manga para futuras novas reviravoltas na trama. Resta saber se todas elas terão o efeito esperado sem a figura diabólica do sheik que disse a que veio logo no início.

19 comentários:

  1. o fôlego ou a falta de fôlego pra ver essa novela é uma delícia. que personagem. e eu adoro a coragem das autoras de matar logo no começo personagens tão emblemáticos. mas o autoritarismo dos árabes ricos e muçulmanos é muito parecido. beijos, pedrita

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  2. Eu gostei tanto do Gordo de "Rock Story". Ele me marcou muito. Toda vez que olho pro Herson lembro do "que isso, cara?" S2

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  3. Essas autoras tem um histórico de começarem muito bem uma novela e se perderem no meio do caminho.To vendo que isso vai se repetir agora.

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  4. Não acredito que meu personagem favorito morreu!!!!!!! EU NEM VI O CAPÍTULO HOJE!

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  6. Acho que o melhor papel do Herson capri foi o Coronel em Renascer

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  7. Herson Capri deu um Show de atuação como Aziz, sem dúvidas um dos melhores vilões que já passou pela telinha da Globo. Aziz era o personagem que mais gostava na novela e fiquei muito triste com a morte do mesmo. Mas, tecnicamente falando, mesmo o personagem sendo sensacional, Se continuasse na trama iria tornar a história repetitiva, pois a motivação do personagem era de ter Laila de volta e se vingar de Jamil. Ele saiu do Líbano e foi para o Brasil um país que ele não tem poder nenhum comparado ao que ele tem no Líbano. Não conseguiu atrapalhar o casamento de Laila e Jamil, no Brasil o casamento dele e Laila não é válido, ele foi preso e iria ser deportado para o Líbano novamente. Ele voltando para o Líbano não teria muito o que se fazer por lá, pois até a personagem que poderia causar um atrito para a permanência dele se concretizar na trama, foi morta que era a Soraia. Então o personagem não tinha mais motivação para continuar na trama, e as autoras nesse decorrer já passou esse legado de vilã para Dalila, que irá continuar o legado do pai, e ela tem motivação de sobra para ser uma vilã terrível e movimentar a trama assim como Aziz fez até o último momento.

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  8. Bom dia Sérgio. Desejo-lhe um bom domingo.
    Um abraço.

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  9. Tb adorei o Gordo, Chaconerrilla...Mas não marcou o grande público.

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  10. Torcendo para agora ser diferente, William.

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  11. Eu não disse que foi o Aziz, anonimo..Disse que foi um grande papel, após tantos apagados nos últimos anos...Abçs

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  12. Concordo com seu pensamento, Cléo. Mas Dalila teoricamente é a mesma coisa. Seu plano será vingar de Laila e ter Jamil de volta...Só muda o sexo do alvo...Tomara que não ande em círculos.

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    1. já estou vendo isso acontecer, e to mto chateada que o Carmo Dalla Vechia vai entrar na novela, ele acabou de sair de outra, e eu não gosto dele como vilão, muito repetido.

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  13. Bom Sérgio, acredito que elas tenham "retirado" o Sheik de cena para que Dalila ganhe mais destaque como antagonista. Aliás, mesmo estando supostamente na Inglaterra, até a própria filha tinha motivos para querer ver o pai morto. Como o Ator Herson Capri já tem mais tempo de casa e mais experiência como ator, acredito que seja uma oportunidade e tanto para que Alice Wegman possa brilhar com sua primeira antagonista de peso numa trama.

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  14. Nossa, agora fiquei com vontade de ver essa novela quando estrear.
    Deixei de ver o Herson Capri aparecer nas novelas e agora que estou revendo Felicidade, lá está ele: no seu papel de galã louro de olhos claros. "O que será este ator hoje?" - pensei.

    Que bom que ainda aparece.
    Alguém acima escreveu que o melhor papel dele (em novelas) foi em Renascer. Não sei. Acho que todos foram bons. Lembro do pescador de Tropicaliente.

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  15. Parece que a novela amorosa e humana que Duca Rachid e Thelma Guedes prometeram ao público está paulatinamente definhando e caindo na mesmice, e tudo por culpa delas mesmas, que abusam das repetições em folhetins desde "Cordel Encantado" (2011). Aliás, "Cama De Gato" (2009) foi de fato boa para quem assistiu a ela? Levando em conta o histórico das autoras, o melhor seria roteirizarem minisséries ou superséries, visto que, para elas, produções televisivas com duração muito longa em termos de capítulos ocasiona esgotamento na condução das tramas centrais. Sabe-se também que um ou outro autor da Rede Globo gosta de contar com certos atores e atrizes em suas "panelinhas", mas o que Duca e Thelma veem de tão extraordinário no Carmo Dalla Vecchia? Isso quando não ocorre apadrinhamento de autor para autor, como é o caso de Silvio de Abreu em relação a Daniel Ortiz.

    Guilherme

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