Com polêmicas, brigas e traições, "O Sétimo Guardião" parece uma novela amaldiçoada

A atual novela das nove da Globo fracassou. É um fato. Com uma audiência bem abaixo do esperado e uma repercussão nula, a história de Aguinaldo Silva, dirigida por Rogério Gomes, se arrasta e parece nem ter conteúdo até maio. Vários personagens desinteressantes e atores subaproveitados. O irônico é que todos os assuntos sobre os bastidores de "O Sétimo Guardião" rendem muito mais repercussão do que qualquer trama ou conflito que a ficção oferece. E não falta polêmica.

A novela enfrentou uma sucessão de problemas antes mesmo de estrear. Alunos do curso "Master Class", criado pelo autor há alguns anos, decidiram entrar na justiça exigindo a co-autoria da obra, pois, segundo eles, o enredo foi todo criado em conjunto com Aguinaldo durante as aulas. O escritor não aceitou e a briga judicial foi oficializada. Os alunos acabaram levando a melhor e a Globo se viu obrigada a exibir o nome dos envolvidos no encerramento da trama. Todos os dias até o último capítulo.

A produção até chegou a ser cancelada antes desse imbróglio por conta de um outro processo movido por Silvio Cerceau, o primeiro aluno que se sentiu ''lesado''. Aguinaldo, inclusive, já escrevia um novo folhetim. Mas, Silvio de Abreu, atual responsável pelo setor de teledramaturgia da emissora, convenceu o autor a voltar com o projeto.
E, observando tudo o que vem acontecendo, foi um grave erro. Era apenas o início de mais uma leva de dores de cabeça que estava prestes a ocorrer.

A estreia da novela foi muito bem-sucedida e o primeiro capítulo agradou. Parecia uma trama ousada e enigmática. Mas os problemas do roteiro foram logo aparecendo e um deles era o excesso de personagens sem função. Vários atores talentosos mal aparecem na história e até os que aparecem com certa frequência não têm papéis atrativos. Notícias na imprensa sobre a insatisfação de parte do elenco começaram a aparecer. E era compreensível.

Os problemas dos bastidores, após um certo tempo, pareciam 'amenizados'. Mas uma forte discussão entre Lília Cabral e Marina Ruy Barbosa foi exposta nos sites e jornais. O motivo seria um atraso da intérprete da mocinha Luz. Vários atores a esperavam e se aborreceram com o fato, incluindo Lília. A veterana, intérprete da vilã Valentina, teria chamado a colega de "mimada". Até mesmo os jornais que fazem parte da própria Globo divulgaram, como "Extra" e "O Globo". Mas as atrizes logo fizeram questão de desmentir o ocorrido. Se aconteceu ou não será impossível saber. A questão é que foi mais um fato dos bastidores que teve grande repercussão. Enquanto o conteúdo da novela seguia apagado e desinteressante.

Todavia, a maior polêmica ainda não tinha estourado. E explodiu na semana passada, aniquilando de vez o clima da produção do principal folhetim da emissora. José Loreto, intérprete de Júnior, traiu a esposa Débora Nascimento (atualmente em "Verão 90") com uma colega de "O Sétimo Guardião" e Marina Ruy Barbosa foi apontada como o "pivô". A atriz logo desmentiu, mas o escândalo se espalhou e tomou proporções dignas de um dramalhão mexicano de baixo nível. Várias atrizes deixaram de seguir Marina no Instagram e Débora e Loreto não desmentiram o envolvimento da ruiva.

A traição, contudo, vem rendendo outros desdobramentos. Notícias a respeito da inocência de Marina são constantes e, segundo fontes que sabem a respeito do assunto, o ator traiu a esposa com outra atriz, também casada, do elenco. Alguém viu os dois se beijando no camarim e contou para Giovanna Ewbank, esposa de Bruno Gagliasso, intérprete do mocinho Gabriel, que teria repassado a informação para Débora. O problema é que essa 'informante' nunca gostou da Marina e a colocou como culpada. Mas qual a razão de terem acreditado? Porque há mensagens com cantadas de José Loreto para Marina que foram flagradas por Débora no celular do agora ex-marido. Ou seja, além de ficar com outra atriz do elenco da trama, o ator ainda tentou ficar com Marina, que recusou. Quem seria a outra atriz? Parece até que há um diretor também envolvido no caso e por isso essas mensagens não foram expostas.

Para culminar, um perfil falso no Instagram divulgou informações sobre uma suposta "confraternização grupal" de atores famosos em Fernando de Noronha. Alguns presentes no elenco da novela, inclusive, além das próprias atrizes que deixaram de seguir Marina. Um festival de baixaria. Quem está falando a verdade? Será bem difícil descobrir, mas o fato é que isso tudo manchou bastante a imagem dos envolvidos e o escândalo nunca será esquecido; ao contrário da novela, cuja trama falhou em todos os aspectos. O irônico é observar um apedrejamento muito maior em cima das mulheres, deixando o principal culpado (Loreto) de lado. O típico machismo.

E ainda não acabou. Outros notícias recentes expõem uma briga entre Marina e Loreto nos bastidores. A atriz teria chamado o colega de covarde. Ela também, segundo informam, rompeu a amizade que tinha com Gagliasso em virtude do envolvimento da esposa do ator em toda essa polêmica. O clima anda tão desagradável nos bastidores que matar Júnior para retirar logo José Loreto do elenco virou uma forte possibilidade, embora o autor negue veementemente.

O festival de polêmicas em torno de "O Sétimo Guardião" ajudou a sepultar de vez qualquer chance da história de Aguinaldo Silva decolar. Até porque se o público não se preocupou em acompanhar o enredo nem por curiosidade em virtude de todos esses problemas de bastidores ---- a audiência segue baixa, em torno dos 28 pontos ----, não vai mais se interessar. Parece um folhetim amaldiçoado. E não é culpa do gato preto, pois León era um dos poucos acertos da produção. Mas nem o coitado está mais na novela. A situação está complicada.