segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Tudo sobre a coletiva da última temporada do "Tá no Ar: a TV na TV"

A Globo promoveu, na quarta-feira retrasada (12/12), uma coletiva da sexta e última temporada do "Tá no Ar: a TV na TV" nos Estúdios Globo, em Curicica, Rio de Janeiro. Fui um dos convidados e todos os presentes aguardavam em uma sala reservada para a imprensa os atores, que apareciam a cada intervalo de gravações. Não foi uma reunião com o elenco, pois todos estavam gravando vários quadros. Então, foi adotado um esquema de revezamento. Um ator era entrevistado por vez, durante uns 30 minutos. Foi assim ao longo do dia.


Todos participaram do encontro e a primeira entrevistada foi Luana Martau, que não escondeu a tristeza pelo fim do programa. Ela ainda falou do bom momento que viveu ao lado dos colegas e até comentou sobre a reprise de "Cordel Encantado" (2011) no "Vale a Pena Ver de Novo", sua segunda novela na Globo. Na pele da mimada Lady Carlota, aprendeu muito com Débora Bloch e Luis Fernando Guimarães, seus maiores companheiros de cena. E os dois eram figuras importantes do inesquecível "TV Pirata"(1988/1992), formato que já tinha muito do "Tá no Ar".

Márcio Vito foi o segundo entrevistado e também comentou sobre o sucesso da atração. Ainda fez uma observação sobre o atual momento político do país, respondendo a uma pergunta sobre o futuro do humor durante o novo governo. Welder Rodrigues chegou depois e esbanjou simpatia. Sua gargalhada deliciosa contagiou a todos e o clima de descontração foi a marca de sua entrevista.
Ao justificar sua alegria, o humorista chegou a falar do período delicado que passou na época que teve um tumor no fêmur. Aquele momento despertou a sua atenção em cima do que realmente era importante na vida. E o intérprete do genial Jorge Bevilacqua, do Jardim Urgente, disse que era um dos "apoiadores" do fim do formato porque valia a pena encerrar no auge.

Maurício Rizo, um dos roteiristas, mas que também integra o elenco, compartilhou da opinião de Welder. Segundo ele, é muito melhor fechar um ciclo deixando saudades e a ideia do encerramento já era levantada desde a quarta temporada. Mas só na sexta é que a coragem se fez presente. Aliás, Marcelo Adnet e Marcius Melhem foram os últimos entrevistados e demonstraram sintonia nessa decisão. Os humoristas e criadores da atração já têm outros projetos preparados e não esconderam a preferência pelo mesmo elenco. Obviamente, não divulgaram informações a respeito e ainda nem apresentaram o projeto para a Globo. Porém, prometem algo ousado e até polêmico.

Danton Mello foi um dos mais solícitos e o ator contou que evoluiu muito com o "Tá no Ar". Como o programa é recheado de esquetes muito rápidas, muitas com menos de um minuto, o intérprete precisou aprender sobre o ritmo de uma piada e como construir personagens sem qualquer bagagem. Afinal, em uma novela ou série há um certo tempo para o ator estudar o perfil e criar características. No humorístico isso não existe. Até porque, segundo Danton, em algumas situações ele chegou a refletir como seria o perfil de alguma esquete e se surpreendeu ao ver o figurino totalmente diferente do seu pensamento. O ator ainda falou sobre sua experiência na "Dança dos Famosos" e como ficou surpreso quando soube do tamanho de sua torcida.

Renata Gaspar comentou sobre a coragem do programa e fez questão de enfatizar que o elenco nunca foi o centro das atenções. A protagonista é sempre a piada. Eles são apenas as "escadas". A atriz também comentou sobre a boa aceitação da série "Pais de Primeira", que protagoniza ao lado de George Sauma: "É uma série muito amorosa que aborda vários assuntos de fácil identificação". Perguntada se a vontade de ter filhos aumentou por causa da trama, Renata disse que nunca quis ter herdeiros e como isso desperta surpresa nas pessoas, que sempre reagem com indignação e descrença. Chegou até a lembrar sobre uma matéria deprimente de um jornal que afirmou que essa falta de vontade se devia ao fato dela se relacionar com uma mulher. Logo depois, todavia, o assunto voltou a ser o "Tá no Ar" e a atriz até descreveu uma cena que protagonizou com Marcius em um hospital ----- os personagens transavam no lugar do tradicional berçário, com todos vendo através do vidro (o intuito era mostrar a concepção do bebê desde o início).

A foto feita por Estevam Avelar, com todo o elenco reunido, estava no clima de "final feliz anárquico". É uma imagem enigma, repleta de itens que contam a trajetória do humorístico. Tem a foca do "Jardim Urgente", o cocar do índio Obirajara, bandeira da escola de samba que foi uma das melhores paródias do programa, o quadro do militante revoltado, enfim. Vale prestar atenção nessa fotografia do texto.

Carol Portes, Verônica Debom, Georgiana Góes foram as outras integrantes do time que participaram das entrevistas e todas lamentaram o término. A alegria de todas com o formato era nítida e a grande amizade que surgiu ao longo das seis temporadas transformou o grupo em uma família unida. Os atores, por sinal, chegaram a citar uma cena de um velório, mas não entraram em maiores detalhes. Ao que tudo indica, é a última sequência da atração e o "morto" é o "Tá no Ar". Resta saber como esse desfecho foi realizado. Promete emocionar e divertir.

8 comentários:

  1. Não entendo porque acabar com o único humorístico da Globo que presta.

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  2. É... Tudo o que é bom dura pouco (Mesmo estando há cinco anos no ar, pelo fato de ser exibido periodicamente, fica aquela sensação que tudo passou rápido). O que mais gostei do Tá no Ar, além das esquetes (fixas ou não), foi a coragem em abordar humoristicamente vários assuntos polêmicos, nunca tiveram medo de dar à cara tapa. Enfim, vai fazer muita falta. Já está fazendo, inclusive.

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  3. Última temporada???? Decepção.

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  4. Vc ficou o dia todo entrevistando eles, Sérgio? Que legal.

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