sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Duramente criticada e com audiência abaixo das expectativas, "Segundo Sol" foi uma grande decepção

O fenômeno "Avenida Brasil", exibido em 2012, colocou João Emanuel Carneiro em um outro patamar. Após três novelas de grande sucesso ---- "Da Cor do Pecado", "Cobras & Lagartos" e "A Favorita" ----, o autor conseguiu emplacar uma produção que parou o Brasil e virou um dos folhetins mais exportados da Globo. Parecia a consagração da sua carreira. Porém, a trama que marcou o duelo inesquecível de Carminha e Rita virou uma espécie de "maldição" para o escritor. Desde então, João não consegue mais desenvolver uma boa história que prenda o público. Fracassou com "A Regra do Jogo", em 2015, e agora produziu o seu pior enredo com "Segundo Sol", que chegou ao fim nesta sexta-feira (09/11).


A novela, dirigida por Dennis Carvalho e Maria de Médici, parecia promissora no início, mesmo diante da avalanche de críticas (merecidas) em torno da ausência de atores negros em um enredo ambientado na Bahia. Afinal, a premissa em torno de um fracassado cantor de axé, que se transformava em ídolo nacional quando sua falsa morte era divulgada na imprensa, despertava interesse. Emílio Dantas logo se destacou na pele do carismático Beto Falcão. Porém, logo no segundo capítulo ficou claro que a história verdadeira da novela não era essa e ,sim, sobre Luzia (Giovanna Antonelli), marisqueira que se apaixonava à primeira vista pelo cantor e tinha sua vida arruinada pelas vilãs Karola (Deborah Secco) e Laureta (Adriana Esteves).

Isso não seria um problema se a trama da personagem fosse atrativa e bem conduzida. Mas não foi. A mocinha sofreu o tempo todo e passou a novela inteira fugindo da polícia e das mulheres que a destruíram, enquanto Beto se anulou e teve sua importância bastante diminuída na história. Os ditos protagonistas eram tão burros e passivos que não havia como torcer por eles.
Foram enganados do início ao fim da produção e não tiveram relevância alguma para os desdobramentos da novela. Luzia foi presa três vezes e até o aguardado momento da revelação a respeito da falsa morte de Beto não devolveu o protagonismo ao personagem. Ele, inclusive, era feito de idiota por Karola constantemente e sua namorada nunca teve coragem de enfrentar a rival. Nem mesmo a vingança que a marisqueira planejou promoveu uma boa virada na história ---- apenas conseguiu expor a relação extraconjugal da vilã com Remy (Vladimir Brichta).


Mas as vilanias também ficaram devendo. Karola e Laureta começaram formando uma dupla promissora, mas se perderam pelo caminho. A primeira ficou o tempo todo obcecada por Beto e gritando "inferno" a cada cinco minutos. Também ficou refém das repetições em torno do amor incondicional que sentia pelo "filho" Valentim (Danilo Mesquita), protagonizando cenas que pouco influenciavam o andamento do roteiro. Até mesmo o momento em que Karola cortou os cabelos, na reta final, soou algo gratuito, "sacrificando" a atriz para uma cena que não durou nem um minuto. A segunda, pelo menos, teve o melhor texto da história e Adriana Esteves deu show, se diferenciando por completo de Carminha. Suas tiradas sarcásticas eram ótimas. No entanto, ainda assim, a vilã  não foi bem desenvolvida. Sua paixão por Ícaro (Chay Suede) cansou e as situações no bordel muitas vezes eram desnecessárias. O tal mistério envolvendo sua relação com o pai, Nestor (Francisco Cuoco, desvalorizado), não convenceu ----- ela queria se vingar da família de Beto e deixou todo mundo rico com a falsa morte do cantor? ---- e a personagem se revelar mãe de Karola foi sem qualquer propósito. Para que, então, Laureta incentivava a filha a transar com o próprio tio? Ela não ganhou nada com isso. Aliás, a cafetina ser irmã do 171 desperdiçou uma grande oportunidade de aproveitar a química de Adriana e Vladimir,  casados na vida real.


Já o núcleo da família do corrupto Severo Athayde (Odilon Wagner) era um dos maiores trunfos de "Segundo Sol", repleto de perfis dúbios. As brigas generalizadas daquela família problemática rendiam grandes cenas e os atores brilhavam. Maria Luisa Mendonça esteve ótima como a instável Karen, Caco Ciocler convenceu como o destemperado Edgar, Odilon deu show como Severo, Giovanna Lancellotti foi valorizada como merecia na pele da cruel Rochelle, Fabricio Boliveira pôde mostrar seu talento como o vingativo Roberval e Claudia Di Moura foi uma grata revelação como a submissa Zefa. Porém, após muitos embates e tensão, os personagens acabaram descaracterizados pelo autor à medida que os meses se passavam. E a redenção 'grupal' em virtude de um interminável sequestro foi estapafúrdia. Todos passaram a se amar depois do assalto e viraram pessoas queridas. A regeneração de Rochelle, por meio da síndrome de Guillain-Barré, foi um clichê menos pior. Mas a relação harmoniosa de todos não deu para engolir. Se ainda fosse ao menos gradativa...


E o que dizer do triângulo constrangedor formado por Maura (Nanda Costa), Selma (Carol Fazu) e Ionan (Armando Babaioff)? João decidiu repetir o padrão de todas as suas novelas anteriores que exploraram um trio envolvendo um gay. O pior é que o contexto da homossexualidade começou bastante atrativo e a cena em que a policial revelou para a mãe sobre sua condição foi bem bonita. Mas depois tudo acabou destruído e o interesse da personagem por Ionan ficou difícil de acreditar. Para culminar, o enredo em torno da ciumenta Doralice (Roberta Rodrigues) nunca emplacou e no final das contas a esposa de Ionan tinha razão. A trama da inseminação artificial se mostrou uma bobagem e foi difícil não se irritar vendo Maura trair Selma com o colega de trabalho e depois bancar a vítima inocente. Nem adiantou o autor juntar as duas e reconciliar Ionan com Doralice no último capítulo. O roteiro já havia sido aniquilado.


Por sinal, é impossível citar destruição sem mencionar Rosa. Letícia Colin roubou a cena no início da novela e a controversa personagem conquistou público e crítica. A prostituta tinha muita ambição, mas suas virtudes também se faziam presentes. Sua relação quente com Ícaro evidenciava a imensa química entre Letícia e Chay Suede. Não demorou para a discípula de Laureta virar a ''mocinha moral" do folhetim. Mas, provavelmente com medo de Luzia ficar cada vez mais ofuscada, o autor acabou minando o papel que tinha tudo para ser o melhor da carreira da atriz. A pá de cal foi a cena da prostituta aceitando dar um golpe da barriga em Valentim, saindo da condição de chantagista para chantageada. Não fez o menor sentido. A ideia de colocá-la como algoz de Laureta e Karola, deixando as vilãs na sua mão e não contando o segredo do roubo do filho de Luzia, foi ousada e válida. Mas Rosa nunca foi burra. Jamais aceitaria fingir uma situação facilmente desmascarada por um exame de DNA e por um "mísero" apartamento. Seria muito mais simples seguir com sua chantagem. Com isso, a personagem se apagou. A esperta garota de programa virou uma idiota que bancava a vítima com frequência e sempre choramingando pelos cantos.


O núcleo de Nice (Kelzy Ecard) e Agenor (Roberto Bonfim) foi outro que se perdeu pelo caminho. O enredo em torno da mulher humilhada pelo marido já havia sido apresentado pelo autor em "A Favorita" e "A Regra do Jogo". A situação humilhante vivida pela mãe de Rosa e Maura rendeu grandes cenas para Kelzy, outra grata revelação da trama. E Roberto também se destacou. Todavia, as repetições ultrapassaram qualquer limite. A personagem ficou praticamente a novela toda sendo enganada e xingada pelo marido. Até mesmo na reta final voltou a acreditar na redenção dele, mesmo depois de ter incendiado o restaurante de Cacau (Fabíula Nascimento). Aliás, o sujeito não ter sido denunciado pelo crime foi um absurdo. Ninguém no lugar da irmã de Luzia teria se omitido daquela forma. Vale, inclusive, mencionar a reconciliação de Cacau com Roberval. O filho de Zefa rasgou o vestido da personagem e a chamou de vagabunda para baixo em plena igreja. A agrediu publicamente. Como pode os dois terminarem juntos e felizes?


Outro ponto negativo da produção foi o núcleo da família de Beto Falcão. Em mais uma tentativa de reeditar a icônica família do Tufão (Murilo Benício), o autor tentou abusar das brigas generalizadas e situações pretensamente cômicas. Mas não funcionou. Arlete Salles não conseguiu brilhar com uma apagada Naná, José de Abreu fez o que pôde na pele do irrelevante Dodô e a dupla Clóvis (Luis Lobianco) e Gorete (Thalita Carauta) logo esgotou, apesar do talento dos atores. Todos os conflitos apresentados se mostraram limitados e nada convidativos. Nem mesmo a fofura do Davi Queiroz "interpretando" o simpático Badu salvou. É preciso citar ainda outra família que não deu certo: a dos traficantes. Não deu para entender o objetivo de colocar Manu (Luisa Arraes) como vítima de bandidos que eram parentes. Tuca Andrada, Osmar Oliveira (Narciso) e Ingra Lyberato conseguiram poucos bons momentos, apesar das atuações convincentes. Outros atores desvalorizados foram João Acaiabe (Pai Didico mal apareceu), Roberta Rodrigues (Doralice sumiu da trama quando Ionan se juntou com Maura) e Gabriela Moreyra (a atriz protagonizou com talento "Escrava Mãe", na Record, mas Renatinha teve pouquíssimas falas). É preciso criticar, ainda, a falta da identidade da trilha sonora. Não houve música tema de qualquer personagem ou casal. Uma bagunça.


A reta final da novela combinou com o fraco conjunto da produção. Sem ter mais história para contar, o autor enrolou o quanto pôde a prisão de Luzia e a revelação sobre o passado de Laureta com Severo se mostrou sem o menor cabimento. Os dois serem pais de Karola foi uma saída de última hora de João Emanuel, até porque chegou a ser divulgado no começo da trama que Laureta seria a ex-mulher de Nestor. Mas, como ficaria estapafúrdio a personagem ter idade para um romance na época da ditadura, houve uma mudança de planos. O problema é que essa alteração se mostrou tão sem lógica quanto. Ao menos houve um ponto positivo nas últimas semanas: a entrada da grande Renata Sorrah na pele da descompensada Dulce. A mãe de Laureta roubou a cena e protagonizou cenas impagáveis. Deveria ter entrado muito antes. Mais uma bola fora do escritor, que perdeu a chance de aproveitar o show da veterana por um tempo bem maior. Ela deveria ter sido a reviravolta programada para o famigerado capítulo 100.


É preciso, todavia, fazer justiça e ressaltar as boas atuações do elenco, que conseguiram tirar leite de pedra. Adriana Esteves brilhou como Laureta; Chay Suede viveu seu melhor momento na televisão com o debochado Ícaro; Letícia Colin emocionou na pele de Rosa (apesar de todos os problemas na condução da personagem); Deborah Secco começou exagerada e acertou o tom de Karola ao longo da novela; Emílio Dantas novamente mostrou o ótimo ator que é e merecia muito mais destaque; Kelzy Ecard e Claudia Di moura foram gratas revelações; Giovanna Lancellotti se entregou como Rochelle; Nanda Costa convenceu como Maura; Caco Ciocler conseguiu cenas intensas com Edgar; Odilon Wagner se destacou como Severo, Danilo Mesquita brilhou com o chato Valentim, Fabíula Nascimento foi ótima como Cacau e Roberto Bomfim esteve muito bem vivendo o asqueroso Agenor.


Os últimos capítulos acabaram fazendo jus ao conjunto de erros da trama. Com cenas sem emoção e irrelevantes, a novela foi fechando os núcleos de forma rasa e forçada. Rosa ter ficado com Valentim, depois de enganá-lo a história inteira, foi um completo absurdo, assim como suas brigas sem qualquer necessidade com Ícaro. Aliás, a personagem deveria ter ficado sozinha ou morta no final, depois de toda a condução deprimente do autor. Cacau voltar para Roberval mostrou que todo o sofrimento exibido no dia que a irmã de Luzia foi humilhada e agredida pelo rapaz em pleno altar não teve importância para João Emanuel. E Luzia ter perdoado Karola depois de tudo o que passou foi uma das situações mais esdrúxulas do enredo. Até porque foi a mocinha que procurou a vilã e não o contrário. Fugiu do primeiro ao último mês de novela e nem punir as vilãs conseguiu. Surreal. E o casamento da protagonista com Beto nem conseguiu emocionar. Vale citar ainda Karola e Remy que continuaram com um caso mesmo depois que descobriram que eram sobrinha e tio. Claro, problema deles se queriam seguir com a relação, mas nenhum personagem da história questionou o parentesco. Ninguém se surpreendeu ou se chocou. Qual a lógica? As únicas cenas merecedoras de elogios foram a morte de Dulce e a reabilitação de Rochelle.


O último capítulo só valeu pelo desfecho de Laureta, debochando de todos e tendo uma vida de rainha na cadeia. A personagem ter sido libertada pela Justiça, mesmo diante de tantos crimes, expôs a nojeira do Brasil e foi genial vê-la se candidatando a deputada. Adriana Esteves maravilhosa. Já a cena que resultou nessa prisão foi constrangedora. Apesar do bom efeito em câmera lenta, foi risível ver Karola sendo mais rápida que a bala do revólver de Laureta. A rival de Luzia acabou atingida por se jogar na frente de Valentim e morreu. Uma cena que não teve nem a metade do impacto desejado para um momento em que uma mãe mata a própria filha. Luzia, para variar, foi golpeada pela cafetina e nem relevância teve no final. Ionan voltar com Doralice foi raso, assim como Ícaro ficar com uma nova marisqueira. E o trio elétrico com o elenco principal não teve emoção. Ironicamente, o final tosco de Clóvis e Gorete perdidos em alto mar acabou funcionando. E Badu em cima da palavra "fim" foi fofinho, embora gratuito.


"Segundo Sol" parecia uma novela atrativa em seu início, mas foi perdendo o rumo até virar uma trama repleta de problemas. O massacre das críticas foi justo e até a audiência acabou abaixo das expectativas: obteve uma média geral de 33 pontos, mesma que a morna "Império", exibida em 2014, e seis pontos abaixo que o fenômeno "O Outro Lado do Paraíso" (39) ---- vale lembrar que "A Força do Querer", outro grande sucesso recente, conseguiu 36 de média geral. João Emanuel Carneiro precisa urgentemente se renovar e procurar novas referências. Esse folhetim expôs sua crise de criatividade com apenas seis novelas no currículo. Seu talento é conhecido e incontestável ---- vide "Da Cor do Pecado", "Cobras & Lagartos", "A Favorita", "A Cura" e "Avenida Brasil" ----, no entanto, está na hora de mudar de horário e tentar um novo enredo na faixa das 23h, uma série ou então voltar para o horário  das sete. A sua história ambientada na Bahia já foi tarde e não deixará um pingo de saudade.

44 comentários:

  1. Olá, tudo bem? Farei minha análise completa neste sábado. Para mim, não foi uma decepção. Eu não tinha alta expectativa. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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  2. JÁ FOI TARDE!!!!!!!!!!!!!

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  3. ADORO SEUS MASSACRES!!!!!!!! KKKKK

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  4. Sendo bem sincero, a única novela dele que eu gostei foi a fantástica "A Favorita", acho as outras bem superestimadas, "Avenida Brasil" teve lá seus pontos positivos, e seus méritos de se tornar popularesca, mas está longe de ser a melhor novela da Globo, como muitos pintam... Cobras & Lagartos e Da Cor do Pecado, tramas centrais excelentes, mas núcleos paralelos horrorosos, A Regra do Jogo e Segundo Sol, desastres totais...

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Obrigado. Sua analise descreveu tudo o que achei da novela. Apenas acrescento que a última cena deveria ter sido em cima do trio elétrico pelo menos encerrando a novela como começou no carnaval. Acredito que a cena de Gorete e Clóvis no barco seria melhor antes da cena do trio elétrico, foi engraçadinha, pois se viu o talento em improviso dos atores, mas soou pastelão para o encerramento. (Ou quem sabe uma cena pós crédito, também seria bom). Baduzinho em cima da letra F de fim, foi fofo, mas soou amador todo aquele efeito e não teve lógica com o enredo da trama (que lógica né, haha). Mas tirando isso concordo com tudo o que disse. De toda forma espero que João Emanuel Carneiro volte daqui um bom tempo, renovado, com uma trama melhor e quem sabe em um novo horário que o possibilite trabalhar sem tanta pressão como ocorre em uma novela das 21 horas.

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  7. Aquele efeito ridiculo do FIM foi feito no powerpoint????

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  8. Crítica detalhada e que citou tudo de ruim que essa novela teve. Precisa ser muito cego pra achar isso melhor que O Outro Lado do Paraíso. Gostei do seu tuíte que compara as duas sucintamente e expõe com fatos as diferenças gritantes. Já foi tarde.

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  9. Sérgio nunca achei a trama dessa novela muuuuuuito chamativa e as únicas coisas que gostava nela eram da personagem Rosa e da família Athayde.
    Letícia Colin tava maravilhosa e Rosa despertava muito interesse, mas como você mesmo disse, o autor destruiu a melhor personagem desse enredo e a troco de nada!!!! Era extremamente chato e deprimente ver Letícia Colin chorando capítulo sim e capítulo também sempre se fazendo de coitada. A inesquecível Leopoldina de Novo Mundo segue sendo sua melhor personagem. Torcendo para que a atriz pegue um ótimo em seu próximo trabalho.
    Já a família Athayde me atraía pelos barracos mesmo hahaha Porque eles brigavam TODO DIA e era sempre maravilhosa as discussões deles, os jeitos como jogavam coisas na cara um dos outros e como eles mesmos eram pessoas desequilibradas. Mas o roteiro da família infelizmente se perdeu com a entrada do insuportável Roberval (puta personagem chato) e naufragou de vez naquele sequestro que pareceu durar um ano inteiro e não despertou nada em quem assistia.
    Uma pena que o autor tenha se perdido tanto nessa novela, tomara que elabore uma trama para outro horário mesmo quando voltar, quem sabe assim não produz algo melhor.
    Abraços ^^

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  10. Eu achava que nada poderia ser mais tosco do que a Fernanda Montenegro dizendo que Tocantis ia sobreviver ao fim do mundo ou que a Laura Cardoso morrendo ao som de Pabllo Vittar, mas Segundo Sol conseguiu superar.

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  11. Outro ponto que ficou a desejar foi o Remy aparentemente não ter sofrido com a morte de Karola,parece que nem ficou sabendo, para quem sentia tanto amor faltou uma cena com ele sabendo e se desesperando... Só acho. Com certeza já vai tarde.

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  12. A única coisa boa dessa novela parece que foi a ótima música Axé Pelô de Emílio Dantas (Beto Falcão). Rsrs

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  13. Olá Sérgio! Como falei em outro post não vi um único Capítulo dessa novela e foi uma sabia decisão e não somente pelo fato da novela de acordo com as opiniões ser ruim, mas também por outros motivos. Mas bem... Já dizia a pensadora contemporânea: Glorinha Perez "É preciso voar." E pelo seu texto como sempre excelente o autor fez um voo de Ícaro entendedores entenderão. Sobre o Brichita e a Esteves podiam sim ter ficado juntos. "Aí, mas eles são irmãos." E daí? Se o tio pode ficar com a sobrinha... É só ignorar e fingir que eles não são parentes do mesmo jeito que fizeram (depois que as pessoas reclamam do incesto elas são preconceituosas e intolerantes, mas... Pô!) E eu tô louca ou ele tentou mata-la? E que isso da mulher ficar com o cara que a agrediu e humilhou? Só absurdos! Ainda bem que não perdi meu precioso tempo.

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  14. Olá Sergio!

    Há muitos anos lhe acompanho pelo blog e pelo twitter e admiro muito os seus textos e comentários. Acho eles sempre coerentes,sensatos, imparciais e quase sempre representam a minha opinião. Mas só agora que tive coragem de comentar(rs). Mas sobre a referida novela:


    Na minha opinião "Segundo Sol" foi uma novela que não aconteceu. Quase NADA emplacou nessa novela. Talvez a única exceção tenha sido Laureta, que na minha opinião foi a personagem certa na novela errada. Mas de resto nada se salvou. Tinha uma trama que prometia muito, pois a primeira fase foi ótima. Mas depois que a novela entrou na segunda fase, ela só desceu ladeira abaixo. E aquele sequestro tosco da Manu foi a gota d'agua para eu desistir de vez dessa novela.Como você bem disse, todos os núcleos foram descaracterizados, principalmente a família Athayde e Rosa. Nunca vi o João Emanuel Carneiro se perder tanto. Essa novela conseguiu ser ainda pior que "A Regra do Jogo", que pelo menos a trama principal prestava. Eu me recuso a acreditar que um dos meus autores preferidos e que escreveu "Da Cor do Pecado", "A Favorita" e "Avenida Brasil" tenha feito uma bomba dessas. E o que eu acho mais engraçado Sergio, é que a "Critica especializada" adoravam vomitar os desserviços de "O Outro Lado do Paraíso", mas pouco falaram dos ENORMES desserviços que essa novela prestou com relação a violência contra a mulher,drogas,racismo,Homossexualidade X Inseminação artificial, entre outros. Concordo que "O Outro Lado do Paraíso" tinha VÁRIOS defeitos, mas não achava uma novela ruim como muitos pregavam por aí. Achava ela no máximo mediana, mas era muito melhor que essa porcaria que veio depois. Às vezes dá a impressão que "Segundo Sol" foi apenas um tapa-buraco entre "O Outro Lado" e e "O Sétimo Guardião".

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  15. Segundo Sol na minha opinião nada mais é que o trauma de João Emanuel Carneiro pós A Regra do Jogo desfiado por 155 noites na TV. Logo ele, que se orgulhava em dizer que não desviava a trajetória de nenhum personagem um milímetro sequer pra agradar o público, entregou uma trama que atirava pra todos os lados e dificilmente acertava. Eu não tenho problema nenhum com premissas simples e clichês, mas eles precisam ser bem contados. O maior erro do texto inicialmente foi ter tramas paralelas mais fortes que a central, e ao invés de vitaminar essa trama central, JEC preferiu detonar essas tramas paralelas. O cúmulo foi tentar reeditar cenas impactantes de Avenida Brasil. Resultado? Uma história sem brilho, que mesmo na última semana me pareceu que ainda tinha mais três meses pela frente. Acredito que o fator direção atrapalhou. João atingiu seu ápice quando editou parceria com Ricardo Wadddington (A Favorita, A Cura, Avenida Brasil). Depois que Waddington foi promovido a um cargo de gabinete, JEC desceu a ladeira. Tomara que sua próxima novela seja às sete, com direção de Mauro Mendonça Filho ou José Luiz Villamarim.

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  16. Sérgio, endosso todo o seu texto sobre esse "Segundo Sol" (2018) que se pôs definitivamente. Deveria ter feito a mesma coisa que fiz com "A Regra Do Jogo" (2015) e desistir de "Segundo Sol" logo ao fim do segundo capítulo. Como pôde o João Emanuel Carneiro escrever duas novelas péssimas em menos de três anos? Repensarei todo o meu ranço por "O Outro Lado Do Paraíso" (2017) sem dúvidas. E não me canso de dizer: "Avenida Brasil" (2012) é superestimada se comparada a "A Favorita" (2008). Sem mais. (Pelo menos até então, risos.)

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  17. Diego,

    Analisando friamente, "Segundo Sol" foi mesmo um tapa buraco. Ela viria ao ar depois de "O Sétimo Guardião" (que por sua vez iria ao ar depois de "O Outro Lado do Paraíso"), mas a ordem foi trocada devido aos problemas judiciais da novela do Aguinaldo Silva. "Segundo" começou a ser produzida assim que foi aprovada, sem tempo de maturar a ideia e sem permitir um planejamento mais cuidadoso, por isso a impressão de que a novela foi improvisada a partir da segunda metade.

    Da mesma forma, a próxima novela do Walcyr é um tapa-buraco, uma novela encomendada, para que "Tróia", de Manuela Dias, seja planejada com mais cuidado. Apesar dos clichês e fraquezas textuais, Walcyr sabe segurar a audiência e vai tirar isso de letra.

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  18. E O ULTIMO CAPITULO DEU SÓ 41 PONTOS. A REPRISE 23. KKKKKKK BEM FEITO.

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  19. Segundo Sol foi uma novela com uma premissa realista, porém, com um desenvolvimento nonsense. Eu tenho algumas críticas ao Walcyr Carrasco, porém, gosto dele, pois, consegue entreter e atrair grandes audiências, além de valorizar a opinião do público. Eu também critico essa política da Globo de promover artistas a cargos burocráticos, Sílvio de Abreu é um excelente roteirista, mas, vem desenvolvendo um péssimo trabalho a frente do Departamento de Dramaturgia, o fato de uma pessoa ter talento para determinada área não significa que terá em outra. A próxima novela de Walcyr Carrasco será com Amora Mautner, uma diretora segundo rumores de personalidade difícil, seria bom Carrasco avaliar bem essa parceria, Glória Perez pretendia tê-la em A Força do Querer, porém, desistiu


    Bruno Sena.

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  20. Mas ele não era seu autor favorito? Não entendo, vc crítica uma novela do Jec
    e não crítica uma novela do Walcyr, sendo que os dois são seus autores preferidos. Pra um, vc passa pano e defende com unhas e dentes uma bizarrice de novela horrível (o outro lado do paraiso). E pro outro, vc ataca sem dó nem piedade só pq o cara errou 1 vez. Não podemos esquecer que ele é o autor de avenida brasil, enquanto o outro não tem no currículo uma novela boa que preste. Na minha opinião, segundo sol ficou sim bem abaixo do esperado, mas não foi pior que o outro lado do paraiso, até pq não tem novela que supere essa na ruindade, nem mesmo a lei do amor, salve jorge e babilônia que eu considero as piores do horário.

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  21. A opção de nos entregar tudo mastigado facilita a leitura, mas, por outro lado, subestima a inteligência de um público que acompanha telenovelas há 67 anos e poderia desvendar aos poucos a trajetória de cada personagem ao longo dos 18 anos que se passaram nessa trama.

    Convém registrar ainda que as primeiras cenas do machista Agenor chegaram a lembrar as da racista Nádia (Eliane Giardini), de “O Outro Lado do Paraíso”, pelo esforço em bradar seus preconceitos de maneira direta, crua. A diferença fica por conta da verossimilhança. Enquanto Nádia era uma racista-papagaio, que em qualquer situação fazia questão de ser racista, repetindo as mesmas frases e empobrecendo a personagem, Agenor se assemelha muito mais aos machistas-reais, com toda a dinâmica familiar como pano de fundo. Felizmente, Agenor teve seu castigo. Walcyr não teve pulso firme com Nádia.

    Outra abordagem que lembrou os devaneios e a irresponsabilidade social de Walcyr Carrasco em “O Outro Lado do Paraíso” foi a da relação entre Doralice e sua religião, o Candomblé. Ela é herdeira de um terreiro e, em tom de ameaça, diz ao marido, Ionan, que vai assumir o barração caso seja traída. Mas não para encontrar força nos orixás e superar uma traição e um divórcio, e sim para, através dos rituais, perseguir Ionan e se vingar. Não basta criar uma Bahia branca. Também é preciso reduzir uma religião historicamente segregada e oprimida à vingança de mulher traída. Lamentável.

    Um acerto foi o desenvolvimento da personagem Laureta, Karola e Remy.
    Grande erro manter o casal Ícaro e Rosa. E ainda destruir o casal Ionan e Maura em seu final. A química e o amor entre os quatro personagens é quente e doce a ponto de parecer novela das onze.

    As inconsistências de “Segundo Sol” fizeram o bolo desandar — tudo de maneira tão esdrúxula.
    Boa parte do público noveleiro respirou aliviada na última semana, após meses daquela que chamo de “melhor pior novela”. Se você trocar a ordem dos adjetivos continua valendo.

    “O segundo sol significa a nova chance que ela vai ter para recompor sua vida”, disse João Emanuel Carneiro sobre a trajetória. Fica inevitável pensar: que o segundo sol chegue também para JEC, assim como aconteceu com Glória Perez após aprender com os erros.

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  22. Adriana Esteves foi a melhor coisa dessa novela. Vou sentir saudades das frases reflexivas de Laureta. Karola não devia ter morrido, e sim punida. Nem Remy ficar sem um belo castigo.

    Rosa com Ícaro ao lado Ionan com Maura foram os casais que precisam ficar juntos pois além de química havia sim amor de verdade. Grave Erro!!! Os atores fizeram um bom trabalho.

    O final de Segundo Sol foi uma crítica à politica:

    Laureta bandida, presa e solta se tornando política.

    O Casal Clóvis e Gorete ficaram num barco perdido no meio do mar, à deriva, assim como o Brasil está hoje.

    Baduzinho, uma criança, que é "O futuro do País", dando tchau em cima da palavra FIM!

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  23. Adorei essa cena da prisão; quando Maura e Ionan prendem Viana. (Que dupla Maura e Ionan tem tudo a ver - infelizmente JEC estragou isso).

    Agora vamos para o que realmente interessa ao espectador e a sociedade do Brasil... O legal dessa parte foi a população finalmente ter consciência da existência da DRACO na Polícia Civil. O autor deveria ter explorado mais sobre esse assunto pois seria muito enriquecedor para a população

    Nota Explicativa: O que é a Draco?

    A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas(DRACO), tem como atribuições planejar, coordenar e executar as atividades de polícia judiciária, de apuração, prevenção e repressão das infrações penais praticadas por quadrilhas especializadas e organizações criminosas.

    Sob determinação da Polícia Civil, cabe também à DRACO apurar crimes praticados por organização criminosa que sejam ou tenham sido objeto de investigação por Comissão Parlamentar de Inquérito; apoiar e participar de atividades policiais e investigações desenvolvidas por instituições policiais de outras unidades da Federação, que visem à neutralização e repressão de quadrilhas especializadas e organizações criminosas; dar proteção a policiais civis e autoridades dos órgãos do Estado e da União que estejam sendo coagidos ou expostos a grave ameaça.

    Além disso, a DRACO deverá articular-se com as demais unidades policiais congêneres, objetivando troca de informações, apoio operacional necessário ao desempenho de suas atividades e aperfeiçoamento dos métodos e das técnicas aplicados no exercício de suas atividades e ainda, avaliar e executar proteção pessoal a autoridade judicial e membro do Ministério Público.

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  24. Essas cenas foram as melhores do final de OOLDP, anonimo.

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  25. Nem isso, anonimo...ô musica insuportável.

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  26. Foi nem viu mas foi precisa nas críticas, Leitora. Amei.

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  27. Diego, mt obrigado pelo carinho e volte mais vezes nos comentários. Desculpe a demora em responder.

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  28. O outro não tem novela nenhuma que preste, anonimo??? O Cravo e a Rosa, Chocolate com Pimenta, Alma Gemea, Caras e Bocas, Verdades Secretas e tantas outras te mandam abraços.

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