segunda-feira, 21 de agosto de 2017

"Criança Esperança" se encontrou no seu novo formato

Em 2015, o "Criança Esperança" mudou o seu formato e abandonou aquele esquema de shows no estilo do conhecido "Show da Virada", exibido todo dia 31 de dezembro. As apresentações frias e repetitivas cederam espaço para matérias sobre questões sociais, mescladas com números musicais inspirados e interações com os artistas que atendem os telefonemas dos telespectadores. Desde então, o programa se encontrou e a edição de 2017 só comprovou isso.


Flávio Canto, Leandra Leal, Dira Paes e Lázaro Ramos se firmaram como comandantes da atração e mais uma vez foram muito bem, sabendo conduzir o formato com competência, mesmo não sendo apresentadores (com exceção do Flávio, que esteve no "Esporte Espetacular"). Em uma hora e meia aproximadamente, o público acompanhou apresentações musicais arrepiantes, relatos importantes sobre racismo, preconceito e desigualdade social, interações divertidas com a bancada dos atores e alertas sobre a importância dessa doação.

Foi um ótimo programa, sendo necessário destacar o número musical de Silvero Pereira (uma das revelações de "A Força do Querer", atual sucesso das nove) e Sandy, cantando "Somos Quem Podemos Ser", bela canção que virou hit com a banda Engenheiros do Hawaii. Um dos mais lindos momentos da atração, que também contou com Luan Santana cantando com Ana Vilela a sensível "Trem-Bala", em uma outra grande apresentação.
Já o momento mais engraçado foi protagonizado por Susana Vieira, que, ao ser interpelada por Lázaro, reclamou que não tinha ouvido nada e nem quem estava com ela ao telefone.

O instante mais arrepiante se deu com uma das melhores composições de Renato Russo, "Tempo Perdido", que marcou gerações através da icônica Legião Urbana. Na voz de Tiago Iorc (presente na trilha de "Os Dias Eram Assim"), a música foi tocada em meio a desabados pertinentes a respeito da imensa desigualdade social que sangra o Brasil, principalmente em torno do assassinato de pessoas negras. Não teve como não se sentir tocado por aquele momento tão visceral e, infelizmente, verdadeiro. O depoimento de Lázaro Ramos, aos berros, fechando a apresentação, foi impactante.

A emblemática "Minha Alma", do grupo O Rappa, também provocou reflexões em cima de várias situações sobre violência e medo que seguem atuais, mesmo a música sendo de 1999. Pitty e Karol Conká protagonizaram outro número maravilhoso, cantando "Respect", de Aretha Franklin, representando a luta contra o machismo e o racismo. Um show. Vale destacar, ainda, o número final, com o gênio Nando Reis cantando "Do Seu Lado", levantando toda a plateia e encerrando a edição de 2017 de uma forma alegre e esperançosa.

O "Criança Esperança" segue vital para a sobrevivência de entidades sérias que precisam constantemente de doações e esse novo formato se mostrou muito mais adequado para o intuito do programa. Os shows frios e repetitivos saíram definitivamente de cena, cedendo lugar para um espetáculo intimista e representativo, mesclando diversão, informação e solidariedade.

24 comentários:

  1. Mais uma vez texto preciso.eu prefiro muito mais esse formato sem ostentações que não combinam com o objetivo da campanha.

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  2. Concordo. Agora até gosto de ver o programa porque antes não suportava nem dez minutos.

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  3. Olá Sérgio tudo bem???


    Adoro assistir Criança Esperança, esse ano só consegui ver algumas parte pela internet...



    Beijinhos;
    Débora.
    https://derbymotta.blogspot.pt/

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  4. Não assisti muito dele, mas gosto sempre e principalmente de fazer minha parte...abração, tudo de bom,chica

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  5. Estava na minha casa, na TV passava a Rede Globo e em determinado momento foi para um cenário onde estavam vários famosos antedendo telefonemas. Claro, doações para o Criança Esperança. Logo alguém na casa soltou a frase: “Estranho não é? Uma organização tão grande assim pedindo dinheiro. Enquanto gasta milhões com Big Brother Brasil.”.
    Já havia me feito a mesma pergunta, várias e várias vezes. Mas na hora eu pensei em algumas aspectos, primeiro veio a mente o fato de a emissora gastar milhões com um Reality Show. Com certeza muito dinheiro é gasto em um Reality Show, ou em qualquer programa parecido, mas o dinheiro que entra é bem maior. A publicidade dentro do programa e comerciais, são algumas formas de arrecadamento de um programa como o Big Brother Brasil, por exemplo.
    Mas ainda sobrou um ponto, é estranho uma organização gigantesca pedir dinheiro (doações) para um projeto social? Sim, é um pouco confuso. Eu até já pensei o fato de que a emissora poderia muito bem ajudar, em questão financeira, sem pedir nenhum tipo de doação. Mas convenhamos, nós estamos em uma sociedade CAPITALISTA. Não é mesmo?
    Mas o mesmo pensamento pode ser usado em relação ao Teleton da AACD, divulgado pela SBT. E se não me engano a Rede Record também tem um projeto social, acho que é o Ressoar, não tenho certeza.
    E pensando bem, se não fosse a Rede Globo a divulgar o projeto, Criança Esperança não conseguiria arrecadar tanto dinheiro.
    No site do Criança Esperança tem um vídeo que explica um pouco como as doações chegam a Unesco, você pode conferir clicando aqui em http://redeglobo.globo.com/criancaesperanca/noticia/2011/06/entenda-como-sua-doacao-chega-quem-precisa.html
    Mas claro que também existem algumas questionamentos em relação verdade sobre o Criança Esperança, além de alguns blogs que criticam a transparência do projeto. Alias, no site DCM, Paulo Nogueira expôs o lado hipócrita da Rede Globo, escrevendo sobre a quantidade de impostos que a grande emissora deixa de pagar, algo que lembra a pergunta inicial desse texto. A filantropia farisaica do Criança Esperança é o titulo do texto, você pode ler clicando aqui: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-hipocrisia-de-acoes-filantropicas-como-o-crianca-esperanca/.
    O Criança Esperança só apresenta lados positivos? Talvez não, mas é fato que através do projeto milhões de crianças e adolescentes são beneficiadas em todo o país. Se você não confia, ou até mesmo não gosta do projeto, é só não realizar a sua doação. Porém, ridicularizar o projeto sem um bom embasamento é um pouco demais, eu acho.
    É um projeto válido, hipócrita, ou até mesmo inútil? Tire sua conclusão, Debater é fundamental.

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  6. É fato que há muito desperdício por ai como o dindin gasto no BBB, programa inútil e anti-cultural, mas Criança Esperança já fez muita criança feliz, então quem puder e desejar faça sua doação, sem pensar no que será feito com o dindin, o importante é fazer nossa parte.
    Adorei o novo visual, até bem atraente.
    Tenha um alinda semana Sérgio!
    Bjs!

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  7. Nossa faz muitos anos que não assisto kkk

    Beijinhosss ;*
    Blog Resenhas da Pâm

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  8. Oi Sérgio!
    Em seu novo formato, o programa cumpriu seu papel enquanto artístico e beneficente, sem cair na monotonia, nem na ostentação descabida.
    Gosto da sua análise e gostei de ver uma parte do programa (não vi tudo por causa de limitações posturais minhas...).

    BJK
    JAN

    Obs. Quanto a discussões políticas sobre a administração empresarial da Rede Globo, NÃO CABEM AQUI, como vi num comentário aí em cima (por isto sou a favor da moderação nos blogs...)

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  9. Oi Sérgio, que texto lindo sobre o novo formato do Criança Esperança!
    Eu realmente acompanhei e me emocionei com as apresentações, sobretudo da Sandy com o "Nonato"uau, que grande artista!! Me arrepiei com o canto dele!! Perfeito!!

    Foi tudo muito bem conduzido e o quarteto soube apresentar muito bem!!
    Uma bela análise amigo, parabéns!!
    Tenha uma semana maravilhosa!
    Beijos! :))))

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  10. Oi, Sérgio, como vai? Sabe que foi uma surpresa para mim quando sábado, em uma pizzaria, vi que estava passando Criança Esperança, rsrsrs! SEmpre a primeira lembrança que tenho do evento é do Didi com sua jaqueta branca de ombreiras enormes, rsrsrs! Mas é bacana que o programa tenha evoluído em seu formato, para deixar de passar uma visão mecânica e repetitiva, como bem citou, além de abordar mais a fundo temas sociais. Abraços!

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  11. Olá Sérgio
    Assisti algumas partes e o que vi, gostei muito.
    Fazia tempo que não assistia, o novo formato me agradou.
    A apresentação com o quarteto foi ótima, eu sou suspeita para falar porque amoooo a Dira e o Lázaro <3
    Achei importante essa reinvenção em tempo de crise.
    A proposta não é um diferencial, mas eu acho, na minha humilde opinião que (me perdoe se não souber me expressar direito) se o governo não faz a parte dele, as pessoas que fazem precisam ter o devido reconhecimento.
    Tem muita instituição séria tirando criança da rua e de situação de extrema vulnerabilidade proporcionando uma oportunidade.
    Depois vi que eles frisaram várias vezes que mais do que o dindin o que importava era a doação: de tempo, de afeto, de disponibilidade.
    Vi e ameeeeeeeeeeei Silvero Pereira e Sandy, lacrantes :))
    Parabéns pelo post como sempre absolutamente pertinente
    Bjs Luli

    Café com Leitura na Rede


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  12. Esse papo de desvio de dinheiro é tão estapafúrdio que quem ainda diz isso não sabe a vergonha que está passando... e normalmente são aqueles que nunca ajudaram nem um cachorro na rua...

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  13. Beijão, Jan!!! Já pensei em moderar, mas desisti...

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  14. Luli,se tem um acoisa que vc sabe fazer é se expressar bem. Não se preocupe. Adorei o comentário!!! bjssss

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