As quatro tramas de "Justiça" são muito pesadas e a seleção precisa do elenco foi fundamental para que toda a força das histórias fosse passada para o público com êxito. Infelizmente, a produção já está em sua última semana, encaminhando os desfechos de cada enredo. E a escalação de Débora Bloch para viver a instável Elisa está entre os acertos da minissérie escrita por Manuela Dias e dirigida por José Luiz Villamarim.
O drama de Elisa é, lamentavelmente, muito comum: a mãe que perde um filho. No caso, a filha Isabela (Marina Ruy Barbosa) foi assassinada com vários tiros pelo noivo Vicente (Jesuíta Barbosa), que flagrou a namorada transando com o ex no chuveiro. Um crime bárbaro, presenciado pela mãe da garota. A história da personagem é a de segunda-feira, ou seja, teve a missão de estrear a minissérie, fazendo a primeira apresentação da estrutura narrativa para o telespectador.
O enredo forte logo causou impacto, prendendo e envolvendo o público. Claro que a atuação da atriz ajudou bastante nisso. Débora Bloch se mostrou segura no papel assim que surgiu em cena, protagonizando a primeira sequência difícil da trama: quando Elisa terminou com o namorado Heitor (Cássio Gabus Mendes) e chorou desesperadamente, confessando que iria matar Vicente assim que ele saísse da cadeia, pois sete anos preso não era uma pena justa.
Naquele momento de dor já ficou perceptível o grau de entrega da intérprete, que ganhou um perfil desafiador.
A personagem é professora do curso de direito de uma faculdade e se vê envolvida em uma história de assassinato, onde o criminoso cumpriu sua pena, mas a punição não foi vista por ela como merecida. Ou seja, é uma situação irônica e que enriquece ainda mais todo o contexto que a cerca. Afinal, Elisa dedicou sete anos de sua vida planejando a sua vingança e se empenhando nas aulas de tiro para matar o ex-genro no dia de sua liberdade. Uma situação que vai contra tudo o que a mulher ensina em sala de aula.
A história foi muito bem estruturada por Manuela Dias e Débora conseguiu aproveitar todas as oportunidades desse rico enredo para brilhar. Os embates de Elisa e Vicente foram interpretados com maestria por ela e Jesuíta, que formavam uma ótima dobradinha. Os momentos de desabafo, e algumas discussões, da personagem e Heitor também destacaram o talento da intérprete e sua parceria com Cássio Gabus Mendes merece elogios. Vale ressaltar que todos os instantes protagonizados pela sofrida mulher são repletos de drama, implicando em uma constante expressão fechada, onde o sorriso nunca é exposto. Não é exagero observar que, depois da morte da filha, ela não teve mais um minuto de alegria.
E o desafio de Débora ficou ainda maior quando a autora resolveu apostar em algo quase inverossímil: o envolvimento de Elisa e Vicente. Como pode a mãe se envolver com o assassino da filha? Essa pergunta, proferida com um tom de indignação por qualquer telespectador da minissérie, se fez presente desde que a cena foi ao ar. Porém, a atriz é tão talentosa que conseguiu dar credibilidade a esse controverso sentimento. A obsessão da personagem por Isabela a destruiu emocionalmente e sua fragilidade foi ainda mais exposta quando a ex-sogra e ex-genro se beijaram, após a mulher ter confessado que estava, sim, planejando matá-lo. Ela (que se preocupou em mostrar que Elisa estava bêbada naquele instante) e Jesuíta deram um show em cena.
Débora Bloch é uma profissional merecedora de todo o reconhecimento. É uma pessoa que mergulha em seus trabalhos, honrando os papéis que interpreta. Em 2015, a atriz fez jus ao protagonismo de "Sete Vidas", emocionando do início ao fim com a sua amorosa Lígia, fazendo um lindo par com o saudoso Domingos Montagner (o protagonista Miguel). A sua escalação para "Justiça", com certeza, foi fruto dessa sua grande atuação na primorosa novela de Lícia Manzo. Após vários tipos cômicos de sucesso na televisão (tendo a "TV Pirata" como principal lembrança), a intérprete tem conseguido se destacar no drama através de perfis muito ricos.
"Justiça" está chegando ao fim e a minissérie apresentou muitos pontos positivos ao longo de sua exibição. Um deles foi ver Débora Bloch em cena. Elisa foi um papel grandioso, exigindo uma entrega total da atriz, que mais uma vez mostrou para o público o quanto é competente em tudo o que se propõe a fazer. Seja fazendo rir ou chorar.
Ela dá show sempre. Um espetáculo de atriz!
ResponderExcluirAi, que bom que vc fez texto pra ela!Amei!!!
ResponderExcluirUma das melhores atrizes e o desfecho de Elisa foi ótimo!!
ResponderExcluirExcelente texto para uma atriz excelente.
ResponderExcluirConcordo integralmente.
ResponderExcluirA Elisa é uma personagem mt forte e a atriz soube dar a força necessária pra personagem.Me envolvi com aquela mulher tão sofrida e ao contrário da maioria achei a transa dela com Vicente um ponto a mais pra intensificar a complexidade dessa mulher.
ResponderExcluirSérgio, querido, a Debora é incrível. Saudades de Sete Vidas e ainda não entendo a morte do Domingos. Que horror. Ela deu um show como Elisa e adorei o desfecho da trama dela.Estou curiosa agora pelo fim da Fátima. Um beijo.
ResponderExcluirA Debora é perfeita no que faz. Eu adoro ver essa atriz atuando. Em Justiça ela estava realmente perfeita em sua personagem. Gostei muito. Com certeza Justiça vai deixar saudade.
ResponderExcluirAbrçs
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Olá,Sérgio, sim,Débora está cada vez melhor e atuando com desenvoltura em "papéis" mais ricos. Gostava muito dela, também, no humor,no caso na "TV Pirata",mas excelente vê-la com grande atuação em outras vertentes.Excelente homenagem/análise.
ResponderExcluirBelos dias,abraços!
Débora Bloch realmente é excelente, e conseguiu mostrar todas as nuances que a personagem precisava.Emocionou do começo ao fim, em uma atuação magistral.
ResponderExcluirAliás o elenco dessa minissérie é excelente, assim como a maior parte das produções desse horários.
Adriana Esteves, Leandra Leal, Deixa Moraes e Antonio Calloni dão um show diário. Sem contar nos mais jovens como Jéssica Ellen, Julia Dalavia, Luisa Arraes e Marina Ruy Barbosa que são ótimos também.
Única erro foi a escalação de Cauã Reymond, tanto ator por aí a espera de uma chance e colocam essa parede pra interpretar, até por que foi nítido que Marjorie Estiano e o restante ofuscaram ele por completo.Não passa um pingo de emoção pra cena.
Ótima critica, Abraços!
Ela é ótima atriz. Outro papel que gostei muito foi quando fez a novela Sete Vidas.
ResponderExcluirBig Beijos
Lulu on the sky
Débora merece TODAS as homenagens do MUNDO. Atriz espetacular seja no drama ou na comédia ela sempre deixa a sua marca. Adorei a parceria dela com o Cássio e com o Jesuíta. Obvio que eu achei um absurdo ela se envolver com aquele imundo do Vicente mas paciência...nada é perfeito. Isso não muda o fato que os dois estavam muito bem e tem sim uma química forte. Adorei seu texto, Sérgio.
ResponderExcluirEspetáculo mesmo, Sandro!
ResponderExcluirPrometo e cumpro, anonimo.Que bom que gostou.
ResponderExcluirTb gostei, Felipe.
ResponderExcluirObrigado, anonimo.
ResponderExcluirValeu, Heitor.
ResponderExcluirÉ verdade, Joana. bjs
ResponderExcluirMelina, que saudades de te ver aqui. O desfecho da Fátima foi lindo. Bjão.
ResponderExcluirJá está deixando, Márcia. bjs
ResponderExcluirMt obrigado, Felis. E endosso o que vc disse. abçs
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado, anônimo.
ResponderExcluirA Ligia em Sete Vidas foi maravilhosamente bem defendida por ela, Lulu. bjs
ResponderExcluirFico feliz, Pâmela. =)E a Débora é maravilhosa mesmo. Bjsss
ResponderExcluirDébora Bloch sempre "arrasa" nos papéis.
ResponderExcluirSempre, Elvira.
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