segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Ótima em "Liberdade Liberdade", Lília Cabral mais uma vez mostrou o seu talento

"Liberdade, Liberdade" está perto de seu fim e um dos acertos da novela das 23h foi o seu elenco. Muito bem escalado, o time da produção esteve repleto de talentos e quase todos conseguiram brilhar em algum momento da história, escrita por Mário Teixeira e dirigida por Vinícius Coimbra. Entre os intérpretes que mais se destacaram está a sempre grandiosa Lília Cabral, que ganhou a íntegra Virgínia, mulher responsável pelo cabaré da cidade de Vila Rica.


A personagem é uma das mais importantes do enredo, pois está ligada a todos os acontecimentos da novela. A cafetina cuida das suas meninas como se fosse uma mãe e é uma revolucionária disfarçada, sendo a responsável pelas maiores articulações do movimento contra a Coroa Portuguesa e tendo Xavier (Bruno Ferrari) como fiel escudeiro. Ela, aliás, sempre esperou a volta de Joaquina (Andreia Horta) desde que viu a menina ainda criança partir nos braços de Raposo (Dalton Vigh), seu grande amor.

Para culminar, Virgínia é mãe de Rubião (Mateus Solano), o grande vilão do folhetim, que sempre renegou cruelmente a mãe. Toda a teia que envolve o papel proporciona bons conflitos, destacando o conhecido talento de Lília.
A dona do cabaré só protagonizou cenas dramáticas ao longo da história, vivendo um verdadeiro calvário, principalmente em virtude das humilhações e ofensas proferidas pelo próprio filho, além das constantes agressões do coronel Tolentino (Ricardo Pereira). Ela ainda foi alvo da fúria de Dionísia (Maitê Proença), que mandou seu feitor espancá-la, a deixando entre a vida e a morte.

O perfil ainda funciona como uma situação irônica, uma vez que a mulher é uma das pessoas mais íntegras daquela cidade. A cafetina, julgada por todos da sociedade e xingada de rameira constantemente, representa a honestidade que muitos cidadãos ditos 'de bem' ignoram debaixo dos panos. É um papel bem interessante, cujo destaque pôde ser observado logo na primeira semana de novela. Ou seja, a escolha da atriz foi precisa.

Aliás, é uma personagem bem diferente de tudo o que Lília já fez na televisão. Pela primeira vez ela interpretou uma prostituta e quase heroína. Não é surpresa vê-la se destacar em cena, mas, ainda assim, é sempre gratificante admirar o desempenho da intérprete, cuja maior característica é a entrega aos seus papéis, independente da importância deles no enredo. Não importa se é protagonista ou coadjuvante, o fato é que Lília Cabral consegue brilhar todas as vezes que lhe dão a oportunidade para tal.

O seu desempenho na pele de Virgínia é irretocável e uma de suas melhores cenas foi exibida na reta final da novela, quando Tolentino desiste de matar a cafetina quando descobre que o seu alvo é mãe de Rubião. A mulher entrou em choque assim que escutou o coronel dizer que o mandante de seu assassinato era o homem que saiu de dentro dela. Lília passou com precisão toda a dor e o desespero da dona do cabaré, que chorou copiosamente e tentou se matar usando a arma do seu algoz. Um momento escrito claramente para a intérprete dar o seu costumeiro show.

A atriz ainda se beneficiou com a repetição da ótima parceria com Andreia Horta e Caio Blat (André), que interpretaram seus filhos em "Império", sua última novela até então, onde foi um dos grandes destaques com a sua complexa Maria Marta. As cenas de Virgínia com Joaquina foram sempre repletas de delicadeza e cumplicidade, evidenciando o bom entrosamento das atrizes e o carinho que existia entre as revolucionárias ---- muitas vezes se comportavam como mãe e filha. A química com Dalton Vigh também merece menção, pois os momentos da cafetina com Raposo representavam uma paixão recolhida por anos e ambos se destacavam.

Já as sequências mais dramáticas protagonizadas por Lília eram justamente ao lado de Mateus Solano. Os dois formaram uma grandiosa dupla. A intérprete mostrava impecavelmente o sofrimento daquela mãe diante de um filho tão frio e cruel, que a estapeou algumas vezes e ainda lhe apontou uma arma. A carência da personagem era tanta que bastou o intendente fingir uma aproximação, com o intuito de conquistar Rosa, para que ela caísse na sua dissimulação, proporcionando para a atriz momentos tocantes, onde a cafetina tentava correr atrás do tempo perdido acarinhando seu herdeiro.

Lília Cabral é uma atriz com 'a' maiúsculo e elogiá-la nunca é demais. "Liberdade, Liberdade" pôde contar com seu talento e Virgínia ganhou uma intérprete de peso. Mais uma vez o público foi presenteado com uma atuação primorosa, evidenciando o profissionalismo e a capacidade dramática dessa mulher que nasceu para as artes cênicas.

29 comentários:

  1. Sou fã da Lilia e assino embaixo do texto!

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  2. Logo no início achei que esse papel seria pequeno demais pra Lília mas me enganei, é uma ótima personagem e Lília se entrega mesmo nas cenas mais pequenas. A cena dela chorando quando descobre que o Rubião mandou matá-la foi a melhor dela na novela. E Lília está tão prestigiada que já foi escalada pra mais duas novelas. Espero que seja valorizada como merece.
    Abraços

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  3. Tem como não ser fã dela????

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  4. Ela faz de qualquer papel pequeno algo grandioso.Concordo!

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  5. Gosto muito dela em todos os papéis! É demais, verdadeira artista! abração, lindo agosto! chica

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  6. Adorei o texto. Lília é uma das melhores atrizes brasileiras, praticamente um patrimônio nacional.Virgínia foi mais um acerto de sua grandiosa carreira. Agora é esperar a novela do Aguinaldo que ela seja agraciada com mais uma personagem incrível.

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  7. complementando o comentário... Eu andei vendo informações sobre essa novela do Aguinaldo e parece que ele vai voltar a apostar no realismo fantástico. Vi que o protagonista terá poder de se transformar em um gato, se isso se confirmar não falta mais nada, Aguinaldo tem imaginação além do " Xixi de Jacaré" rs

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  8. Ela é uma atriz que sempre brilha e até mesmo em um papel menor como esse. Na reprise de Anjo Mau é a mesma coisa e ela cresce quando está em cena ao lado do saudoso Sergio Viotti.

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  9. A Lília Cabral faz qualquer tipo de personagem. Reparei que agora o tom de voz dela é mais suave. Se você pegar as novelas antigas como Vale Tudo, por exemplo, ela falava bem mais fininho e alto.
    Big Beijos,
    Lulu
    www.luluonthesky.com

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  10. Temos que aplaudi-la sempre.

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  11. Olá Sérgio,

    Passei um bom tempo por aqui lendo várias postagens relacionadas às programações que acompanho. Você continua nota mil em suas considerações e críticas.
    Lília Cabral é uma atriz por excelência e faz crescer qualquer personagem que represente dentro de uma trama. A cena que se desenrolou no momento em que Virginia descobriu que foi o próprio filho que mandou matá-la foi realmente dramática e emocionante. Valeu este destaque para esta talentosa atriz.

    Feliz semana.

    Abraço.

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  12. Lília Cabral é genial, confesso que não estou acompanhando a novela, maso pouco que vejo, ela esta sempre arrasando na atuação.

    Beijoos, Love is Colorful

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  13. Oi Sérgio,
    Lília Cabral, sempre linda e talentosa,
    todos os elogios dirigidos à ela seriam poucos;
    é o tipo de artista que honra a profissão.
    Sou fã! Desde sempre!
    Postagem excelente, uma justa homenagem.
    Ótima tarde, beijos!

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  14. Concordo, ela é boa pra cassete!

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  15. Tomara que seja valorizada nas próximas mesmo, Ed. E deu show como Virginia! abçs

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  16. Verdadeira msm, Chica. Bjs e bom mês pra vc tb.

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  17. É mesmo, Lulu. Mas depende do papel. bjs

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  18. Bom vê-la aqui novamente, Vera. Bjão!!!

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  19. Este comentário foi removido pelo autor.

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