A novela das onze chegou ao fim na última quinta-feira (04/08), apresentando um último capítulo com ótimas cenas, mas que também deixou bastante a desejar em alguns aspectos. Vários personagens, por exemplo, não tiveram seus desfechos explicados e o telespectador ficou sem saber o que houve com Virgínia (Lília Cabral), Mimi (Yanna Lavigne), Anita (Joana Solnado), Caju (Gabriel Palhares), Brites (Rita Clemente) --- a mãe de Xavier ---, entre tantos mais. Porém, o grande equívoco do final "Liberdade, Liberdade" foi justamente a conclusão da trama de Rubião (Mateus Solano), o grande vilão da história.
Desde a estreia da novela, o público foi instigado a acompanhar a saga de vingança de Joaquina (Andreia Horta), que logo no primeiro capítulo perdeu a mãe e o pai, ambos assassinados por Rubião. No caso de Tiradentes (Thiago Lacerda), uma morte indireta, provocada por traição. Ela voltou a Vila Rica anos depois, adulta e senhora de si, justamente com esse objetivo: descobrir quem traiu seu pai e vingá-lo. Ao longo do enredo, a heroína ficava voltada para a defesa dos menos favorecidos e a revolução iniciada pelo inconfidente que tanto amava e respeitava.
Para culminar, o vilão ainda assassinou covardemente Raposo (Dalton Vigh), o pai adotivo de Joaquina, dilacerando de vez a sua família. O choque foi imediato quando a protagonista descobriu que havia se casado com o homem responsável pela morte do fidalgo que a criou como se fosse filha.
E enquanto pensava em fugir das garras daquele monstro, a mocinha viu o intendente da Coroa Portuguesa queimar o livro que Tiradentes havia lhe deixado e no mesmo momento acabou sendo estuprada violentamente pelo canalha. Em suma, uma sucessão de desgraças provocadas por uma única pessoa.
Mas não foi o bastante. Isso porque, no penúltimo capítulo, Rubião ainda fez questão de provocar o enforcamento de André (Caio Blat), irmão de sua esposa. Sob a acusação de sodomia, o inescrupuloso homem julgou e condenou à morte o rapaz diante de toda a população da cidade. Ou seja, ele simplesmente dizimou toda a família de Joaquina, deixando apenas Dionísia (Maitê Proença) e Bertoleza (Sheron Menezzes) vivas ---- mais por falta de oportunidade do que por compaixão. Vale citar também que o intendente tentou matar Xavier (Bruno Ferrari), o grande amor da protagonista, sem sucesso em virtude do início da revolução liderada pela filha de Tiradentes.
O personagem vivido magistralmente por um entregue Mateus Solano foi um dos vilões mais violentos da teledramaturgia, sem qualquer exagero. A classificação de 'monstro' era perfeita para o perfil. A única punição cabível para um tipo como esse era a morte, de preferência dolorosa, lavando a alma do público que sentia repulsa daquele ser, muito em virtude da interpretação primorosa do ator. E somente a protagonista poderia fazê-lo pagar por tudo o que fez. Ela foi a maior atingida e de uma forma crudelíssima. Qualquer atitude sua seria perfeitamente explicável e compreensível.
Entretanto, Mário Teixeira não pensou assim. O autor simplesmente colocou Anita como assassina do patrão, cuja motivação foi a rejeição do intendente, que nunca a amou, ao contrário dela, que tinha uma obsessão doentia por ele. A cena em que Joaquina vai até Rubião e aponta duas garruchas para o canalha, para logo depois ser surpreendida com seu cadáver caído sobre a mesa com uma faca nas costas, foi um verdadeiro banho de água fria no público. A situação, de fato, fugiu do óbvio, mas a 'surpresa' logo cedeu lugar para a frustração ao ver a heroína da novela sem concluir sua vingança.
Aliás, Joaquina não fez absolutamente nada contra Rubião. Afinal, ela passou quase a trama toda sendo enganada por ele e só descobriu a verdadeira face do canalha faltando três capítulos para o encerramento da história. A protagonista, inclusive, só soube que o vilão foi o responsável pela morte de Tiradentes e de sua mãe no último capítulo, graças a Tolentino (Ricardo Pereira). O autor enrolou o quanto pôde e simplesmente deixou tudo para o final, provocando uma nítida correria, deixando a conclusão do folhetim bastante deficitária.
E a decepção em torno da morte de Rubião não foi somente por não ter feito da heroína a responsável pelo crime. Houve um conjunto de erros graves. Após toda uma construção em torno do embate entre a mocinha e o vilão, a aguardada cena não aconteceu. O telespectador não pôde ver Joaquina humilhando o canalha, dizendo tudo o que guardou por anos. Ele morreu, inclusive, sem saber que a esposa já tinha conhecimento sobre as barbaridades que cometeu com os 'sogros'. Para culminar, não exibiram nem a sequência em que Anita enfia a faca nas costas do intendente. O seu sofrimento nem foi ao ar. O público simplesmente viu o cadáver sentado e só.
Até mesmo a cena final em que Joaquina diz a Xavier que não teria coragem de matar Rubião, mesmo depois de tudo, soou forçada. Obviamente, o escritor não quis sujar as mãos da mocinha de sangue, expondo uma covardia comum na teledramaturgia em se tratando dos personagens íntegros. Porém, Mário Teixeira parece ter esquecido que escreveu a cena da heroína matando Tolentino. Ainda que tenha sido em legítima defesa, foi um assassinato. Ou seja, houve uma clara incoerência nisso tudo.
"Liberdade, Liberdade", como já mencionado, foi uma boa novela, mas pecou em vários aspectos e um deles foi a frustrante morte de Rubião. Por mais óbvio que fosse, a justiça teria que ter sido feita pela maior vítima do vilão. Ao não optar por esse final, o autor acabou decepcionando o público e destruindo a saga de Joaquina, que acabou sendo bem mais passiva do que ativa no saldo geral. Que pena.
Ainda bem que vc fez um texto só pra falar dessa merda! Ainda não deu pra acreditar nesse final frustrante!
ResponderExcluirFoi uma decepção e tanto. Raposo, Tiradentes, Antônia, André, nenhum foi vingado. A saga inteira da protagonista foi jogada no lixo. É como se a Nina passasse a trama inteira preparando a vingança contra a Carminha e ela morresse antes. Eu até admito que foi surpreendente por que justamente naquela cena tava todo mundo esperando ela meter a bala nele e foi um choque quando ele caiu morto na mesa, mas logo depois a gente percebeu a decepção que foi. Pra cadeia não tinha como mandar ele mesmo por que ela não tinha prova contra ele, então o único destino dele era a morte. Pena que foi pelas mãos erradas...
ResponderExcluirVc disse tudo o que eu sinto com esse final.Me senti uma idiota.
ResponderExcluirFoi a maior cagada da novela.Um desfecho digno de autor de quinta categoria.Nunca vi nada igual.Duvido que a Marcia Prates faria algo assim.
ResponderExcluirFoi decepcionante mesmo, Sérgio!
ResponderExcluirA mocinha matar o vilão seria épico e ainda mais do que justificado.
Isso que dá dar uma novela pronta nas mãos de um escritor que não tinha criado personagem algum.
ResponderExcluirUm tiro no pé, fazendo um final xoxo que poderia ter sido grandioso. Ainda teve gente com a cara de pau de dizer que Rubião foi melhor que o Felix pra carreira do Solano.
ResponderExcluirO autor arruinou o final da sua própria trama só com o intuito de provocar algum tipo de surpresinha que não serviu de nada a não ser jogar na lixeira a trajetória de Joaquina.
ResponderExcluirmuito bem dito, esse ultimo capitulo praticamente jogou no lixo tudo que a novela tinha construido. O mais engraçado sao esses haters de Eta Mundo Bom no twitter fazendo vista grossa pra esses fatos dizendo que essa novela é a melhor do ano, falam que o final do rubiao foi surpreendente por ter saído do obvio, não reparam nesses cortes horrendos das cenas, tão até falando que essa novela merece o emmy, nossa é cada uma que leio. Eu ate gostei da novela mas nao da pra tampar esse erros gravissimos o ultimo capitulo só deixou claro o que já andava fraco.
ResponderExcluirSe a Angel pôde matar o Alex, então porque a Joaquina não pôde matar o Rubião?
ResponderExcluirFiquei revoltada com o final dele.
ResponderExcluirObrigada pela visita!
big beijos
www.luluonthesky.com
Algo a comentar...
ResponderExcluirÉ bom lembrar que essa novela teve sérios problemas de bastidores em sua concepção. O fórum de teledramaturgia não gostou da proposta de Márcia Prates, autora original do projeto, inspirado na obra Maria José de Queiroz. O projeto quase que foi abortado e o Sílvio de Abreu convocou Mário Teixeira para levar o projeto adiante com uma reestruturação do texto.
Na verdade não sabemos qual o teor da rejeitada proposta de Márcia Prates, mas a Joaquina da obra literária tá mais para uma mocinha sofredora, carregando uma mãe louca nas costas e sofrendo todos os reveses de tempos muitos difíceis, do que pra uma heroína propriamente dita.
Como conceber uma heroína diante de conjuntura tão adversa? Nem mesmo, como todos sabemos, Tiradentes foi o herói que a história dos livros didáticos conta. Aquilo foi uma frustrada conspiração de uma elite mineira. Sim, caro amigo, a Inconfidência Mineira, não foi uma revolta de cunho popular, mas sim de alguns ricos e intelectuais da época. A corte portuguesa anistiou alguns deles, aprisionou a outros e, pra servir de "exemplo", condenou à forca e ao esquartejamento o menos favorecido dos inconfidentes, um simples dentista, tenente do exército.
Bom, nada sabemos da real história dessa filha de Tiradentes. Sabemos que a Joaquina angustiada e sofredora do romance reflexivo muito difere da Joaquina feminista de "Liberdade Liberdade"
A essência dessa novela deveria ser o de apresentar de forma ficcional uma mulher revolucionária defendendo os ideais de liberdade, e não o de uma mocinha melodramática, enganada por um vilão cruel, e cujo final seria o de matá-lo de maneira triunfal. Isso seria piegas por demais. Clichê batidíssimo caro Sérgio.
Até a próxima... beijos...
Assino embaixo, Sérgio!
ResponderExcluirPois o clichê batidíssimo seria mais do que necessário, caro F Silva. O autor construiu uma Joaquina completamente diferente da do livro e só no final ele resolve fazê-la parecida com a obra ficcional? Um pouco tarde, não acha? E do que adiantou o final não ser clichê se a mulher que viu sua família inteira ser morta por um crápula nem teve como se vingar? Aliás, você acha que a governanta matar o patrão por ele não amá-la não é um clichê batidísssimo???? É tanto quanto o outro. A diferença é que esse foi broxante e o outro não seria.
E mais uma vez assino embaixo Zamenza, não tem como negar que o final do grande vilão da novela decepcionou muito o público. Foi como se o Alex de Verdade Secretas já tivesse aparecido morto no último capítulo sem uma cena sequer de seu assassinato, e que Pia, sua ex-mulher o tivesse matado, foi mais ou menos assim que senti. Sorte que o último capítulo teve ótimas cenas como a de Joaquina gritando Liberdade e do Tolentino e Mimi chorando a morte de André para compensar um pouco. O problema agora é que sempre ficarei desconfiada cada vez que o autor Mário Teixeira for escrever uma novela nova, às vezes fico imaginando como seria Liberdade Liberdade caso fosse escrita por Márcia Prates, a autora original, ou algum outro autor da casa como Walcyr Carrasco. O resultado com certeza seria mais diferente.
ResponderExcluirFoi ridículo esse final do Rubião, eu assisti a última semana só pela cena e no final foi esse banho de água fria. Saindo desse foco, eu elogio como ponto alto dessa novela o elenco...
ResponderExcluirAndreia Horta reinou absoluta como protagonista e já a considero a protagonista de 2016 junto com a Bianca Bin (mesmo a Maria não sendo a protagonista, ela roubou a cena e se tornou rapidinho).
Mateus Solano muito odiosooooo e magistral,vontade de matar o Rubião o tempo todo quando ele aparecia.
Lília Cabral dispensa elogios pois ela é um monstro maravilhoso e todos os adjetivos já foram usados a ela.
Agora, Caio Blat e Ricardo Pereira ganharam meu coração de verdade, tiveram uma química avassaladora e mesmo com tudo o que houve no final, torcia pelos dois... Caio brilhou absoluto e Ricardo idem com o melhor papel da carreira dele.
Assisti pouco e curti a novela, mas esse final foi mediano. Abraços, Sérgio
Frustrante mesmo, Gabriella.
ResponderExcluirPerfeito comentário, Ed. É isso.
ResponderExcluirEu tb, Lisa.
ResponderExcluirUma pena msm, Leandro.
ResponderExcluirExatamente, Pâmela.
ResponderExcluirPode ser, Sandro. Ele até criou uns personagens, como o Raposo, por ex.
ResponderExcluirNão foi mesmo, anonimo.
ResponderExcluirConcordo, Samara.
ResponderExcluirSim, anonimo, não tem como mesmo ignorar esses erros.
ResponderExcluirFica a pergunta, Murilo.
ResponderExcluirEu tb, Lulu.
ResponderExcluirSim, F Silva, ficou claro que o heroísmo da mocinha foi claramente criado pelo autor, o que deixou tudo melhor, pois uma sofredora chorona não dava pra aguentar e nem torcer. Porém, ele deixou pra colocá-la como a personagem do livro só no final? Demorou um pouco, não? E como ele criou uma heroína, sendo absurdo ou não pra época, que sustentasse até o fim. E o clichê quando bem trabalhado é mais do que bem vindo. E concordo com o comentário da outra leitora que diz que a governanta matar o patrão por ter sido rejeitada por ele é outro clichê batidíssimo e nesse caso broxante. Entre um clichê e outro, fico com o outro com louvor. Abraços.
ResponderExcluirFaço das suas as minhas palavras, Fernanda.
ResponderExcluirEu confesso que tb pensei nisso, Liveware lu. Realmente, o desfecho seria outro. Ele deu um tiro no pé e não escreveu a cena mais aguardada. Foi uma imensa decepção, até pq nem o assassinato em si nós vimos.
ResponderExcluirO elenco foi realmente o ponto alto, Ramon. Grandes atores e todos brilharam. Concordo com tudo. Abraço!
ResponderExcluirRestaurante kaleb roupa pokémon
ResponderExcluirJoelho e pé
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Transar com kaleb.
A vingança do ex aluno zoado
ResponderExcluirPegaram colocar pra baixo.
W.m.o
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Massacre. Foi romântico
ResponderExcluirMilena nascimento dos Santos.
Wellington Menezes de Oliveira..
Chocolate dar flor. Jantar romântico
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Massacre foi romântico
ResponderExcluirMilena nascimento dos Santos
Wellington Menezes de Oliveira
Chocolate dar flor jantar romântico se casar.
Chocolate convidado pra sair juntar romântico viver mesmo casa perder a menina em namoro aliança se casar.
ResponderExcluirChocolate convidado pra sair juntar romântico viver mesmo casa perder a menina namoro aliança se casar.
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