Após muita polêmica levantada por questões envolvendo racismo ----- várias organizações enviaram manifestos à Globo questionando o título da produção e alegando preconceito racial na abordagem da mulher negra na sociedade -----, estreou nesta terça-feira (16/09), "Sexo e as Negas", nova série de Miguel Falabella, que faz uma paródia suburbana do seriado americano "Sexy and the City".
O universo das protagonistas é a Cidade Alta, em Cordovil, local onde Lia (Lilian Valeska), Zulma (Karin Hills), Soraia (Maria Bia) e Tilde (Corina Sabbas) moram e se divertem, enquanto não encontram um amor para chamar de seu. As quatro são amigas inseparáveis, trabalhadoras e sempre batem ponto no bar de Jesuína (Cláudia Jimenez) para colocar a conversa em dia e desabafar sobre os problemas.
Lia é a mais velha, tem 38 anos, uma filha de 21 e uma neta de 8. Vive às voltas com o ex-marido contraventor (Alaor, vivido por Marcos Breda) e apesar dos problemas tenta ser feliz. Zulma é liberal, trabalha como camareira no teatro e é braço-direito de uma atriz famosa (Leonor, interpretada por Bia Nunnes).
Soraia é a típica devoradora de homens e tem um estilo periguete. Já Tilde é a mais romântica e busca por um príncipe encantado. O quarteto viverá um conflito diferente em cada episódio e o de estreia foi sobre mobilidade urbana.
A trama começou com Miguel Falabella narrando a história (estratégia já usada na novela "Aquele Beijo", do mesmo autor) e contando como foi a chegada de Jesuína à Cidade Alta, a partir das remoções do Morro do Pinto. O primeiro tema foi explorado através de algumas tiradas das personagens, como por exemplo, o fato de a mobilidade ruim 'obrigar' as mulheres a conhecerem apenas os homens das redondezas, limitando a vida amorosa. E a temática se fez presente na tentativa do quarteto protagonista comprar um carro usado em conjunto. Inicialmente, enfrentaram dificuldades, mas no final conseguiram comprar o veículo graças ao jogo do bicho que ganharam, após uma aposta.
Cada episódio será encerrado com um número musical das personagens centrais, claramente inspirado no filme 'Dreamgirls - em busca de um sonho'. Como as quatro são cantoras profissionais, além de atrizes, o encerramento da estreia foi em grande estilo e todas fizeram uma ótima apresentação. O elenco, aliás, está muito bem. Lilian Valeska, Karin Hills, Maria Bia e Corina Sabbas não fizeram feio, ver Cláudia Jimenez de volta é um prazer e Maria Gladys (Fumaça), Alessandra Maestrini (Gaudéria) e Rafael Zulu (Elder) compuseram bem o time.
Porém, a história em si soou fraca e os personagens não são muito interessantes. Os conflitos vividos pelo quarteto protagonista ficaram cansativos e não renderam. A história não começou atrativa e seguiu assim praticamente até o final. Algumas cenas de sexo, inclusive, soaram gratuitas. Difícil saber se os demais episódios persistirão desta forma ou se evoluirão, no entanto, o roteiro deixou a desejar. O mesmo vale para alguns perfis.
Jesuína é um tipo aparentemente apático, enquanto que a personagem gaúcha vivida por Alessandra Maestrini é extremamente caricata, com direito até a um chimarrão que carrega para todo lado. Ela é preconceituosa, mas o intuito de 'vilã-cômica' não surtiu o efeito esperado. E há muitos esteriótipos na produção, o que evidencia um excesso de tintas não tão interessante em um formato que busca retratar mais a realidade, ao contrário, por exemplo, de "Pé na Cova", cujo intuito é de fato o exagero.
Dirigida por Cininha de Paula e escrita por Miguel Falabella, "Sexo e as Negas" deixou bem claro que as críticas envolvendo atos de racismo são completamente infundadas e que o intuito da série é justamente destacar um elenco onde quase todos os atores são negros. Entretanto, a estreia mostrou que os pontos altos da produção estão justamente no elenco e no musical de encerramento, mas não nos personagens e nem na trama. Resta saber se esta primeira impressão irá mudar ao longo dos episódios.
Não assisti, Miguel Falabela tem o maior EGO de todo o universo. A Fazenda parece que vai ter bastante polemica(pra variar) e não perco por nada. Você sabe quanto foi os ibopes de cada um?
ResponderExcluirAdoro o Falabella e dormi no meio.Pode?Queria me matar,rs abração,chica
ResponderExcluirAchei um tremendo exagero os protestos , que aconteceram antes mesmo da série começar! Infelizmente não pude assistir ao primeiro episódio, mas pretendo acompanhar.
ResponderExcluirBjosss.
Achei o mesmo que você: uma boa ideia desperdiçada com história e personagens pouco atraentes. Tanto é que nem consegui assistir até o fim, e perdi o número musical que você mencionou (e que pelo jeito foi o ponto alto do episódio).
ResponderExcluirFoi uma grande sacada de Falabella parodiar Sex and the City, contrapondo personagens negras e moradoras do subúrbio carioca às nova-iorquinas brancas e chiquérrimas. Mas é como você disse, ficou só na boa proposta. Pelo menos neste episódio de estreia. Pode ser que com o tempo se encontre o caminho certo, vamos aguardar.
Só mais uma observação: chega a ser engraçada toda essa polêmica em torno de um possível racismo no uso da palavra "negas". Deve ter muita gente sem ter o que fazer e se ocupa em procurar palavras ou ações para patrulhar.
ResponderExcluirOlá Sérgio,
Vi somente as chamadas e até me passou pela cabeça que poderia haver alguma alegação de preconceito racial em virtude do título. Não assisti à estréia e nem pretendia ver a série. Agora, então, ao ler as suas
observações, desanimei de vez-rs.
Gostei de ler, pois a sua bem elaborada crítica me deu uma visão da proposta da série, além de me atualizar a respeito da mesma.
Ótima noite.
Abraço.
Achei a série tão ruim quanto Pé na Cova. Que saudade de O Rebu!
ResponderExcluirAchei a série mt ruim, Sérgio! E achei mt esteriotipada. Nossa, aquela gaúcha é ridícula!
ResponderExcluirAi, eu quero a coruja que vc ganhou da Globo!!!!!!!!!!!!! kkk bjsssss
kkkkkk, esse cara é tão puxa-saco e obcecado pela globo que ate presente ganha. Imagino que lá no projac eles devem ficar comentando: "tem um blog ai que prestigia nossa programação 24 hs, o cara dá ao trabalho ate de tuitar minuto a minuto, um verdadeiro nerd televisivo. Ate aquela porcaria de malhação que nem os teens de hoje suportam ele assiste e ainda comenta, kkkk...
ResponderExcluire não vale excluir meu comentário viu!
ResponderExcluirDesculpa, Sérgio. Sei que seu trabalho é resenhar sobre as produções televisivas e o faz com muita propriedade. Mas a questão é muito mais séria. Há um tom pejorativo. Um abuso midiático que quer propagandear que sexo e negros são sinônimos. Que a mulher, especialmente a negra, tem corpo para dar, vender e emprestar. Que não há outra lógica que não a da conservação da desigualdade e a do racismo estrutural. Não suporto o humor grotesco e preconceituoso desse cara que escreve até bem, mas manda muito mal em suas narrativas na tv e no teatro.
ResponderExcluirSérgio, querido, achei muito chata. Concordo que os personagens e a história deixaram muito a desejar apesar do elenco bom. Embora não tenha achado os atores tão bons... Achei tão sonolenta que nem aguentei ver até o final, ou seja perdi o número musical que vc considerou o ponto alto da estreia. Beijos.
ResponderExcluirComo assim, Sérgio???
ResponderExcluirNuma sociedade onde o preconceito racial tem raízes históricas ter uma emissora como a rede Globo colocando o negro como protagonista de uma série onde não há mobilidade social, o negro é visto como sinônimo de pobre e não é possível vislubrar mobilidade social para o negro, o verdadeiro responsável pelo enriquecimento do nosso país? É inadmissível que a rede Globo continue a veicular uma proposta tão defasada do negro na TV...
KKKKK ME DESCULPE! Mas foi impossível não fazer essa brincadeira com aquele cético do Tá no Ar do Marcelo Adnet... Realmente, RIDÍCULO ESSE MOVIMENTO que sem sequer assistir, já julgava o programa. Isso sim que é preconceito.
Aproveitando, Sérgio, está engatilhada a proposta da nova temporada do Amor & Sexo para a dobradinha com o The Voice... Ainda não vi chamadas, caso sim...
Oi Sérgio,como vai?
ResponderExcluirAh, que pena, perdia estreia do novo programa, mas lendo o seu relato creio que não perdi grande coisa!
Entretanto, como gosto muito de musicais, atiçou a minha curiosidade! Ainda mais se foi inspirado no filme Dreamgirls - em busca de um sonho, o que já me deixou super empolgada!
Não vou perder o próximo capítulo!!
Beijos amigo, lindo restinho de semana!! :)))
Sérgio, não assisti, mas li críticas altamente desfavoráveis.
ResponderExcluirOi Sérgio li seu texto e concordo quando vc fala dos estereótipos criados , mas em relação ao racismo presente na serie não considero as criticas como infundadas. Assistindo ao programa vi diálogos e situações que apenas servem para reforça o pensamento preconceituoso de uma parcela da sociedade que ainda vivi no colonialismo, bom de qualquer forma não continuarei acompanhando a serie até pq essa visão do Miguel sobre a mulher negra não me interessa, e diferente do que o Falabella acredita ele não é Spike Lee.
ResponderExcluirFalabela tem talento e competência, mas não pretendo ver a série. Já li algumas críticas, e sua abordagem, como sempre, ficou muito boa. Essa questão do preconceito não pode ser tratada com radicalismo. Há um contexto a ser considerado e muitos falam apenas porque as atrizes são negras. Elas mesmas não aceitariam os papéis, se se sentissem depreciadas em razão da cor. Bjs.
ResponderExcluirAônimo, A Fazenda estreoucom o pior ibope da história, mas Sexo e as Negas deu mais que O Rebu.
ResponderExcluirOlha, Chica, eu entendo pq achei bem chato... rs bj
ResponderExcluirTb achei exagerado, Danizita, mas achei a série chatinha. bjsssssss
ResponderExcluirExato, Amanda, a ideia foi boa, mas o resultado não funcionou. Pelo menos na estreia. Os personagens são desinteressantes e a trama e bem chata, mas quem sabe melhora. Achei um exagero chamar de racista, não tem nada de racista. Só é chato. bjssssss
ResponderExcluirVera, obrigado pelo seu carinho! Pois é, não me interessei mt pela série e achei chatinha. O título com certeza gerou mais problema que qualquer outra coisa. bjs
ResponderExcluirSaudade de O Rebu, anônimo.
ResponderExcluirGostou da coruja, Flávia? Eu tb! rs Olha, acho que os gaúchos tem mt mais motivo pra se irritar justamente por causa desse esteriótipo, bem sem graça, aliás. bjs
ResponderExcluirFicou com raiva pq eu ganhei presente, anônimo? Não fique. E bom saber que vc fica atento aos meus comentários, obrigado pelo prestígio.
ResponderExcluirJu, respeito sua indignação, mas acho que o intuito dele foi fazer uma homenagem baseado numa série americana que fala sobre as mesmas coisas. Mas achei a execução ruim. bjssss
ResponderExcluirPois é, Melina, o ponto alto foi o número musical que vc perdeu. As 4 cantam mt bem e foi um show bacana. Mas a série em si é chatinha. bjssss
ResponderExcluirMaxxi, parece mesmo aquilo do Tá no Ar, é impressionante. rs. E terá sim Amor e Sexo, mas só depois que acabar esse maldito horário eleitoral. Aí estreia. abçsssss
ResponderExcluirAdriana, não perdeu mesmo, mas o musical vc ia gostar pq foi mt legal mesmo. E as quatro cantam mt bem. Bjão!
ResponderExcluirVerdade, Elvira. bjsssss
ResponderExcluirEntendo, Laryssa, mas é isso que coloquei, há esteriótipos pra caramba. Viu aquela gaúcha? É uma caricatura das mais exageradas. Mas não considero isso racismo, só achei mal realizado mesmo. Beijos!
ResponderExcluirConcordo, Marilene, as atrizes não aceitariam os papéis se sentissem desprestigiadas ou alvos de preconceito. Não teria cabimento. Bjssss e obrigado pelo elogio.
ResponderExcluirEsse programa é muito ruim! E deu mais ibope que O Rebu! O povão merece esses lixos mesmo.
ResponderExcluirAchei chato, anônimo. E concordo que O Rebu merecia mt mais.
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