A segunda temporada de "Sessão de Terapia" chegou ao fim na última sexta-feira (22/11). Adaptação da série "Be Tipul" (de Hagai Levi), a produção dirigida impecavelmente por Selton Mello fez bonito em 2012 mas conseguiu se superar em 2013. E o fruto de mais um ano de sucesso foi a confirmação da terceira temporada em 2014.
Quem acompanhou o início da saga de Theo (Zécarlos Machado) no ano passado, se viu diante de novos dramas na vida do terapeuta e de um processo movido contra ele pelo pai de Breno (Sérgio Guizé), que o acusava de ter sido o responsável pelo suicídio do filho. E foram questões tão densas quanto as da primeira temporada. Entretanto, apesar de ter tido dois episódios a menos por paciente em relação à fase anterior, a trama ficou mais profunda por causa dos dilemas vividos pelo protagonista e da similaridade que seus próprios conflitos tinham com os de alguns pacientes.
Se em 2012, o telespectador acompanhou a dramática separação de Theo e sua atração quase incontrolável por uma paciente, em 2013 foi mostrada a mágoa que ele tinha do seu pai e o quanto que essa relação conturbada influenciou diretamente na sua formação profissional. Aliás, mais uma vez a linda
parceria de Zécarlos Machado e Selma Egrei engrandeceu a trama. O ponto alto da história é justamente quando o analisador vira analisado, ou seja, quando o protagonista sai da posição de terapeuta e vira paciente. Os embates entre Theo e Dora foram novamente impactantes.
Os desfechos dos personagens emocionaram e todos os episódios da última semana honraram a complexidade apresentada ao longo de cada história. O final de Carol comoveu e Bianca Comparato impressionou com sua atuação comedida e explosiva ao mesmo tempo. A garota que negava tratar o seu linfoma, finalmente decidiu optar pela quimioterapia e apareceu no último dia de consulta com a cabeça raspada. O momento em que ela tirou a touca e se mostrou para Theo foi de uma delicadeza ímpar.
Já o final de Otávio foi, sem dúvida, o mais forte, justamente por causa da morte do ator. O bem-sucedido empresário que sofria de síndrome do pânico acabou ficando sem emprego e se vendo sem ânimo para a vida. A relação conturbada que estava tendo com sua filha também ajudou a deixá-lo ainda mais deprimido. No entanto, na última sessão, o personagem aparentava estar mais controlado e sua evolução era visível. Embora o personagem tenha continuado com a terapia, ficou difícil o telespectador não chorar na cena final, quando Otávio se despede de Theo, que por sua vez dá um leve sorriso e fecha a porta do seu apartamento. Era também a despedida de Cláudio Cavalcanti, após tantos anos ganhando aplausos do público, sempre presenteado com seu admirável talento.
E a durona advogada Paula finalmente abriu a guarda, deixando a arrogância de lado e exibindo uma feminilidade que estava escondida há muito tempo. Após se separar do marido e desistir de engravidar, a advogada pensou na proposta de Theo, que sugeriu uma adoção, e ficou explicitamente balançada com a ideia. Adriana Lessa estava fazendo muita falta na teledramaturgia e sua participação só serviu para comprovar mais uma vez o quão é uma atriz dedicada.
A grata surpresa dessa temporada ficou por conta de Derick Lecouflé. O garoto nasceu para ser ator e impressiona o fato de nunca ter feito uma aula sequer de interpretação. O drama de Daniel foi o mais envolvente e o sofrimento daquela criança foi passado de uma forma tão real que muitas vezes ficava difícil constatar que era uma mera ficção. Aliás, ele protagonizou grandes cenas com André Frateschi e Mariana Lima, que já haviam se destacado na temporada passada, vivendo respectivamente João e Ana, e novamente brilharam com os novos conflitos dos personagens que não sabiam lidar com o filho. O desfecho do trio, por sinal, foi muito bonito: Ana decide deixar Dani com o pai, que se emociona com a atitude da mãe. No final os três choram abraçados, sendo observados por Theo, que também se sensibiliza.
Vale destacar também Mayara Constantino e Luana Tanaka, a filha e a vizinha do terapeuta. Elas protagonizaram ótimas sequências. Mayara convenceu no forte momento em que Malu corre para abraçar Theo, que vai visitar o pai no hospital --- após muito resistir ---, e se choca ao perceber que chega tarde demais. Já Luana teve pouco texto, mas soube mostrar a essência de sua personagem pelo olhar. Na última cena da temporada, inclusive, o terapeuta abre o desenho feito pela vizinha e se emociona ao ver uma ilustração de seu rosto com um sorriso libertador.
Valeu a pena ter visto cada episódio e cada desabafo. O telespectador teve o privilégio de acompanhar atraentes dramas e grandiosas atuações, que já estão fazendo falta. "Sessão de Terapia" se firmou como a melhor série do país, Selton Mello a dirige de uma forma brilhante e o canal GNT está de parabéns por investir nesse produto tão rico. A terceira temporada será muito bem-vinda e tem tudo para ser tão boa quanto as duas já exibidas. Que venha a continuação em 2014!
Tu sempre por dentor de tudo! Eu não assisto essa série! abração ,linda semana, tuuuuuuuudo de bom,chica
ResponderExcluirSérie esplendorosa! Adorei a crítica e a terceira temporada será muito bem vinda!
ResponderExcluirNão assisti. Mas pela história e elenco deve ter sido muito bom ter o privilégio de vê-la!
ResponderExcluirAbraços,
Sérgio, não consegui ver muita coisa dessa série mas ela tem qualidade mesmo. Tentarei ver na internet.
ResponderExcluirMas queria aproveitar para te desejar parabéns, muita saúde e sucesso! Te dei parabéns lá no Twitter e te dou por aqui também. Um grande beijo e continue sendo esse crítico maravilhoso que você é!
A GNT produziu uma grande série. Foram episódios muito bons e o elenco está de parabéns! Nem se compara com essas séries horríveis da Globo e da Record que já estão com o prazo de validade vencido. Selton Mello é um ator medíocre mas é um diretor fantástico! Boa crítica!
ResponderExcluirSergio, sempre me interessei pelo tema da série, mas não assisti os episódios. Estou esperando para vê-los de uma só vez, quando chegar à locadora que frequento. Você já brincou, uma vez, que elas não mais existem por aí. Aqui, ainda tem muitas e os seriados pego em uma delas (rss). Bjs.
ResponderExcluirO que mais gosto dessa serie é o conflito sem ação o conflito se passa 99% em um sofá! :P
ResponderExcluirNão li o post com medo de um spoiller :P
Que pena amigo, nunca assisti, pelo jeito perdi um bom seriado, gosto muito do Seltom Melo! Abraçosss
ResponderExcluirSérgio, essa é a primeira vez que eu acesso o seu blog.
ResponderExcluirAssisti muito pouco a serie, mas foi o suficiente para ver a direção e atuações magnificas que ela apresentou.
Mudando de assunto, queria fazer um pedido, para que você fizesse uma critica geral a novela joia rara.
Eu admiro muito essa novela, é a unica que eu tenho realmente parado para ver diariamente, porém, eu costumo ler comentários de pessoas que ficam só repetindo a mesma ladainha de que dá sono e tédio, mas eu duvido que essas pessoas tenham realmente parado para ver a novela.
Eu fico ansiosa para ver os desfechos do amor de toni e hilda, da relação de sonan e matilde, a regenaração de silvia atraves de viktor, a iluminada e doce pérola, dentre outros casais e situações, que encantam; porém o povo gosta mesmo é de violência e gritarias, fazer o que.
Serginho, primeiramente quero te dar parabéns e te desejar tudo de melhor na sua vida! Eu te adoro! Sobre a série, eu infelizmente perdi a última semana mas farei de tudo pra ver na internet porque pelo que você escreveu foram desfechos lindos. Beijos.
ResponderExcluirOi, Sérgio, não conheço a série, mas não poderia deixar de vir aqui hoje para deixar meu abraço, meus parabéns, meu desejo de que, nesse novo ano, seja muito, muito feliz!!! Um abraço, tudo de bom!
ResponderExcluirSérgio, essa serie confirma o talento de Selton Mello. Abçs.
ResponderExcluirChica, foi uma grande série. Bjssss
ResponderExcluirObrigado, Luciana! bjs
ResponderExcluirFoi mesmo, Alexandra! Beijo.
ResponderExcluirKarina, muito obrigado pelo carinho e pela lembrança! =) bjs
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, Leandro! Abraços.
ResponderExcluirJura, Marilene? Eu realmente achei que todas as locadoras tinham falido, com raras exceções! Mas tente ver a primeira e a segunda temporada. Vc vai adorar e eu garanto! bjs
ResponderExcluirÉ verdade, Cristiano, quase tudo ocorre num sofá. A série explora bem os sentimentos humanos. Fez bem em não ler porque eu contei tudo que aconteceu na última semana. abçs
ResponderExcluirÉ bom mesmo, Kellen. Bjs
ResponderExcluirAnônimo, obrigado! Fico feliz que goste dos textos.
ResponderExcluirEu não acho Joia Rara entediante, mas não acho a novela imperdível e nem incrível. Tem horas que fica boa, horas que fica cansativa, enfim. Mas eu gosto. Escrevi uma crítica geral com a chegada da Aurora, mas acho que a novela não tem feito mt por merecer um texto amplo. Pensei em escrever mais sobre os atores e personagens mesmo, como fiz recentemente com a Silvia. Mas quem sabe eu escrevo. Abraços.
Flávia, muito obrigado pelo carinho! =) bjs
ResponderExcluirObrigado, Bia! =) Beijão!
ResponderExcluirE do elenco também, Eder. Abraços.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirArrisco dizer que Sessão de Terapia é uma das produções brasileiras mais destacadas desde a implantação da lei de cotas de conteúdo brasileiro na TV a cabo.
ResponderExcluirAinda mais por valorizar Zécarlos Machado, que recentemente tem sido visto em personagens coadjuvantes na aberta. Um elenco acertadíssimo e a direção precisa do Selton Mello aliado a uma história emocionante. Não vi tudo da série, mas o que vi é suficiente pra considerar SdT como a melhor estreia do GNT dos últimos 2 anos (juntamente cm Três Teresas). Que venha a terceira. abç!
errata: com
ResponderExcluirTrês Teresas foi ótima, Thallys, mas Sessão de Terapia consegue ser melhor. Eu vi todos os episódios e verei a terceira temporada com certeza. Programa de alto nível. abça
ResponderExcluir