quarta-feira, 3 de abril de 2013

Got Talent Brasil estreia com produção caprichada mas não evita sensação de déjà vu

Estreou nessa terça-feira (02/04) o "Got Talent Brasil", cujo formato foi adquirido pela Rede Record ano passado. Formato esse que já foi amplamente explorado pelo SBT com o "Qual é o seu talento?" e "Astros"; atrações com praticamente a mesma abordagem e que apresentaram várias temporadas. E foi justamente esse fato que prejudicou a estreia do novo programa.


Apesar da produção caprichada, foi impossível fugir da obviedade. E a produção não pode ser responsabilizada pelo fato, uma vez que o formato não pode ser alterado ou mexido drasticamente. Porém, ao optar por uma atração que já havia sido exibida no SBT de uma forma semelhante, a Record assumiu o risco do déjà vu. E era um risco bastante previsível, é bom enfatizar.

Quem já viu o "Qual é o seu Talento?" e o "Astros" no SBT não conseguiu evitar uma comparação e o resultado não foi nada animador para o novo programa. Apesar de serem cópias, as atrações da emissora de Silvio Santos conseguiram ser muito superiores em quase tudo, mas principalmente no desempenho dos
jurados. Arnaldo Sacomani, Thomas Roth, Cyz e Miranda formam o melhor juri da televisão brasileira e conseguem deixar qualquer atração mais interessante de se ver. Milton Cunha, Daniella Cicarelli e Sidney Magal (jurados do "Got Talent") perdem de lavada. Ainda é necessário destacar o cuidado do SBT em apresentar as histórias dos candidatos, situação que foi esquecida pela Record. Pelo menos na estreia, o público ficou sem saber nada sobre as pessoas que foram se apresentar no palco. Outro erro foi a falta da explicação a respeito das regras de aprovação. Só se preocuparam em falar sobre o que acontecia quando os três jurados rejeitavam o participante. Ou seja, partiram do princípio de que todos já haviam visto a atração original ou então as cópias do SBT.

Entretanto, ao deixar as comparações de lado, fica mais fácil enxergar qualidades na nova atração da Record. Milton Cunha já havia mostrado competência como comentarista dos desfiles das escolas de samba na Globo e agora apenas comprova sua capacidade como jurado. É detalhista, sabe colocar seus argumentos, é desenvolto e tem embasamento no que fala. Já Sidney Magal consegue ser simpático e sério ao mesmo tempo, além de ter experiência como artista. Os dois foram muito bem. Porém, não dá para entender a escolha de Cicarelli para julgar o desempenho dos candidatos. Foi o grande equívoco da produção. Insegura e com pouco a dizer.

Rafael Cortez, apesar de ter aparecido pouco, ficou à vontade como apresentador. Teve coragem ao sair do "CQC" e agora tem tudo para crescer na nova casa. Pelo que foi visto na estreia tem competência para isso. E a produção também merece o reconhecimento pelo bom trabalho apresentado: lotaram um teatro de mil lugares e capricharam na cenografia.

O "Got Talent Brasil" estreou na vice-liderança mas não teve uma grande audiência: 8 pontos. O ibope morno refletiu bem como foi o programa de estreia. Apesar dos acertos, não houve nada de novo para o público e a mesmice se fez presente do início ao fim. Porém, é uma atração interessante para quem gosta do formato ou para quem nunca viu as produções semelhantes já exibidas pelo SBT. Caso contrário, a decepção será inevitável.

12 comentários:

  1. Olá!
    Sérgio
    sim...eu vi os melhores momentos da estréia. Concordo com vc, poucas explicações para as regras, pois creio que realmente estão investindo no "filão" dos que gostam e conhecem esse formato de "caça" talentos.Gostei do Rafa como apresentador,também!Estava bem á vontade. E do Milton Cunha como jurado.Para a estréia, mesmo com as mesmices e com a Cicca, foi bem razoável.
    Bom dia
    Abraços

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  3. Não assisti, aliás quase não vejo mais nada na telinha ultimamente. Mas acho que dessa vez a record acertou nesse time, o trio de jurados é carismático e o apresentador idem. Pelo menos dessa vez não colocaram os insuportáveis Rodrigo Faro ou Marcos Mion, duas malas sem alça.
    Abração Sergio!

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  4. Thallys Bruno Almeida3 de abril de 2013 às 10:22

    Bem, Sérgio, sobre o déja vu, eu defino assim: as versões anteriores feitas pelo SBT, ou "cópias", se encarregaram de apresentar primeiro o formato e, por isso, esvaziaram o sopro de novidade do programa da Record.

    As histórias de vida dos candidatos agregam muito a formatos desse tipo, enquanto que num Ídolos ou The Voice (estritamente musicais) elas não devem ser tão levadas em consideração. E faltou mesmo uma explicação maior sobre a eliminação dos candidatos.

    Sobre o Rafael Cortez, uma boa estreia, embora eu ache que ele falou um pouco rápido, como em sua época de CQC. Milton Cunha foi o maior destaque, mas Magal também soube acrescentar, devido à sua experiência no fim dos anos 70, onde foi ídolo na época, por seus figurinos e sua mistura de disco music com a música latina. A Cicarelli foi a unanimidade negativa e, depois de tantos fracassos de 2006 pra cá, já se pensava que ela tinha deixado a TV de vez. E a produção/cenografia/trilha, junto com Cunha, foi o maior acerto.

    Na comparação com o SBT, é visível que a sinergia de Thomas-Cyz-Miranda-Saccomani deu MUITO certo, tanto que o quarteto foi mantido em todos os programas de novos talentos de lá (Astros 2008, QST e Astros 2012), enquanto o Ídolos da Record teve trocas de jurados entre 2010 e 2012. A bobeada do SBT foi não ter comprado oficialmente os formatos.

    No fim das contas, um programa bem produzido, mas longe de ser uma novidade propriamente dita, pelo fato de ter sido produzido depois das versões da emissora da Anhanguera. Abç!

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  5. Totalmente desatualizado, este tipo de programa,os caça-talentos,eu conheço!!

    O formato se exauriu,muito explorado e cansativo . A intenção é boa e válida,com sorte ,garimpa-se uma pérola

    Apostaria,pela expressão fisionômica sarcástica,que o Milton Cunha que faz o papel de mauzinho do quarteto,aquele que 'esculacha'os pretensos candidatos a ídolo


    Gosto da Cicarelli: lindíssima,moça de família,defensora dos verdadeiros valôres - é sério,Serjão,eu juro!!!
    Mas...como apresentadora,jurada ou simples palpiteira,,,??
    Péssima das péssimas!!!
    hehehe

    abraços

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  6. Pois é, Felis, vamos ver se emplaca. Não deve ter uma grande audiência mas também deve ser um fracasso. Preferia o do SBT. Abraços.

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  7. Eu gostei, só acho que é muito candidato nesse tipo de programa e acaba ficando cansativo e apenas um vence no final, acho um desperdício de talentos.

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  8. Não acho a Cicarelli carismática, Paulo. Mas gostei dos outros dois. O Cortez se saiu bem na apresentação. Com o tempo deve ficar mais à vontade. Abraços!

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  9. Sim, Thallys, os quatro jurados do SBT são insuperáveis. Pena que a emissora não tenha sido inteligente para comprar os formatos. Não vejo vida longa pra essa Got Talent, mas não deverá fracassar. Enfim, novidade não há nenhuma mesmo. Abraço.

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  10. Oi Nino. Nada tenho contra a Cicarelli, até acho que ela apresenta bem os programas na MTV. Mas como jurada não dá. Na verdade o juri é composto por um trio e não quarteto. Milton se saiu bem. Abraços!

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  11. O erro do SBT, além de não ter comprado os direitos do programa, foi não ter tratado o programa com a grandiosidade que a Record o trata. E também a exibição de temporadas em seguida, sem um descanso, ajudou a desgastar o formato. O quarteto de jurados é realmente imbatível e funciona perfeitamente desde o Ídolos. E embora a Record trate o programa como ele merece, uma superprodução, as versões do SBT são superiores.

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  12. Raylan, concordo com o seu comentário. O SBT deveria ter adquirido os direitos e não ter se estendido tanto com os programas. Abraços.

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