A menos de duas semanas de seu fim, "Família é Tudo" ainda tem para concluir a vingança de Electra (Juliana Paiva) contra Jéssica (Rafa Kalimann), o mistério em torno da troca de identidade entre as gêmeas Frida e Catarina (Arlete Salles), a descoberta da vilanias de Hans (Raphael Logam) e a reconciliação de Tom (Renato Góes) e Vênus (Nathalia Dill). Uma boa quantidade de conflitos. Mas Daniel Ortiz acha que ainda tem tempo para estender o triângulo amoroso formado por Lupita (Daphne Bozaski), Júpiter (Thiago Martins) e Guto (Daniel Rangel).
A obsessão do autor em triângulos é observada em todas as suas novelas, mas na atual houve o cúmulo do exagero. Praticamente todos os personagens viveram dilemas amorosos que nada acrescentaram ao roteiro e só serviram para demonstrar a fragilidade da história. Ao invés de focar na promissora trama envolvendo a missão dos netos em busca da herança da avó, que não morreu e estava apenas tentando unir a família, Ortiz preferiu focar em idas e vindas de casais. Tantas situações repetidas só resultaram no esgotamento da paciência do público, ao mesmo tempo que enfraqueceram qualquer construção minimamente bem-sucedida, como é o caso do arco dramático de Lupita.
Em meio a tantos triângulos equivocados, o protagonizado pela personagem, muito bem interpretada por Daphne Bozaski, era o único realmente estruturado. Isso porque Lupita sempre demonstrou um amor platônico por Júpiter, que nunca a viu como mulher. Enquanto sofria pelo seu amado, a guatemalteca mal sabia que era fruto de uma paixão à primeira vista.